“Aí vai meu coração”
Clotilde Tavares | 20 de janeiro de 2011Quero comentar aqui um livro que andei lendo ultimamente. Sempre me esqueço de comentar minhas leituras nesse blog e o meu caro leitor fica encarregado de me cobrar iusso de vez em quando, me a judando a suprir as falhas de memória da chamada terceira idade, que de melhor não tem nada, sejamos francos.
No livro “Aí vai meu coração: as cartas de amor de Tarsila do Amaral e Anna Maria Martins para Luís Martins”, (São Paulo, Global, 2010) a escritora, editora e tradutora Ana Luisa Martins narra o romance entre Luís Martins, seu pai, e a pintora Tarsila do Amaral. Luís Martins e Tarsila tiveram uma longa e “proibida” relação amorosa, sendo ele vinte anos mais novo do que ela; depois ele apaixonou-se pela prima de Tarsila, Anna Maria, com quem viria a se casar e que viria a ser a mãe da autora.
O livro todo é de uma delicadeza imensa, que transpira das cartas escritas por Tarsila e por Anna Maria para Luís Martins, que a filha encontrou numa gaveta após a morte do pai. A história desses amores é narrada através da leitura das cartas e complementada pela autora, que explica o desenrolar dos acontecimentos; mas as palavras são as dos próprios protagonistas e revelam, além de uma comovente história de amor, uma sociedade preconceituosa e limitadora da liberdade, principalmente da liberdade da mulher. As fotos e o projeto gráfico aumentam a beleza e o prazer da leitura. A Global Editora está de parabéns pelo lançamento.
Ah, sim: a frase “Aí vai meu coração” era a forma como Tarsila encerrava as cartas para Luís Martins.
[…] – Aí vai meu coração – Ana Luísa Martins 02 – Marina – Carlos Ruiz Zafon03 – Orlando – Virginia […]
Por causa de comentários legais como o seu é que a gente escreve. Beijo grande, e vou lá no seu blog deixar um recado.
Clô,
Ai como tento fazer resenha de livros… Começo, começo e nunca termino.
Sei que sou péssima para fazer críticas de fato isentas porque a emoção sempre me domina e misturo criador com criatura, dai cheguei à conclusão que só me dou ao trabalho de falar ou escrever sobre o que gosto muito, porque se não gosto do autor, é quase impossível que eu goste da obra, mesmo sendo boa.
Como em 2011 um dos meus compromissos é retormar o hábito de ler livros que ficou diluído depois dos mergulhos em blogs, twitter e tudo mais, vou tentar por em prática a ideia das resenhas. Se eu conseguir colocar no coração do leitor a vontade incontrolável de ler o livro, como você fez com ‘Ai vai meu coração’, já me dou por satisfeita.
Beijos, beijos
Cara Clotilde, parabéns pelo bate-papo em Macau, todos ficaram muito empolgados com sua personalidade esfuziante. Se puder me enviar um e-mail para que possamos nos comunicar, ficaria grato…