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O primeiro violão

Clotilde Tavares | 15 de abril de 2022

Aos 35 anos, com meu Di Giorgio de estimação.

Tudo começou por causa de um curso que vou fazer em maio, pela internet, sobre Poesia Espanhola Medieval. E antes que você comece a perguntar coisas quero informar que colocarei todos os “links de curiosidade” no final da crônica. Mas só para ir adiantando, o curso A Grande Conversa Espanhola: Do El Cid ao Dom Quixote, é ministrado por Alex Castro, historiador e crítico literário, e tem a proposta de ser um curso de literatura espanhola medieval e moderna, com foco nas rupturas e continuidades com a literatura ocidental contemporânea. Já fiz outros cursos com Alex e posso garantir que são excelentes e imperdíveis.

Como nos outros cursos dele eu me amostrei bastante recitando trechos da Ilíada, Lusíadas e outras obras, o professor me pediu para eu gravar trechos do poema Cantar de Mio Cid, que é um poema épico do século XIII; e também alguns romances medievais, que são narrativas em versos compostas para serem cantadas. O conjunto desses romances recebe o nome de “romanceiro” e a pessoa que os canta e guarda na memória recebe também o mesmo nome. Lembram da nossa Dona Militana, “a maior romanceira do Brasil”? Pois é.

Uma vez que os romances são cantados, fui pegar o violão para ver se ainda sabia empunhar o instrumento, depois de mantê-lo tantos anos abandonado num canto da sala, entregue à poeira e ao esquecimento, usado apenas para emprestar à decoração aquele ar boêmio e descontraído que imagino combinar com a minha pessoa. Eu também pensava que, no dia em que eu abraçasse o companheiro dileto e tangesse as velhas cordas, elas me responderiam como sempre responderam, com sons claros e cheios de melodia, e o ritmo bem marcado nos bordões.

Que decepção! Descobri que, estando eu agora mais redonda, é difícil acomodar o violão no colo, que fica o tempo todo escorregando e ameaçando atirar-se ao piso, num suicídio instrumental; e os dedos desacostumados, finos e com a pele amaciada pelos cremes não conseguem um encontro firme com as cordas, escapulindo dos trastes, desencontrando-se das notas, tirando sons parecidos com o zumbido de um mosquito rouco. Abri mão das unhas, que foram limadas sem piedade pela tesourinha, e encontrei mais firmeza no pressionar das cordas, mas quem sofreu foram as pobres cabeças dos dedos, vermelhos e sulcados, prenunciando os futuros calos. Tudo isso sem falar no ombro direito, que entrou em crise na hora de movimentar o braço, em posições comuns para o violonista mas fora do cotidiano de quem opera apenas o teclado do notebook.

Esse é o castigo que todas as disciplinas oferecem quando você as abandona. O instrumento musical, o ballet, o atletismo, a desenvoltura em qualquer coisa que dependa da habilidade física exige prática constante, aplicação contínua, fidelidade mesmo nos feriados. E assim o violão se vingou do desprezo a que foi relegado durante anos, recusando-se a soar sob meus dedos, agora inábeis pela falta de prática. Os calos da mão esquerda demoram a surgir, e só surgem se a gente praticar todo dia. Sei disso porque minha história com o instrumento é antiga.

Eu tinha 15 anos quando ganhei meu primeiro violão. Titia, que morava conosco e era apaixonada por boleros me prometeu que, se eu conseguisse me acompanhar cantando uma música de Alcides Gerardi, cantor romântico de quem ela era fã, me daria um de presente. No outro dia, arrumei um violão emprestado e com um vizinho comecei o duro aprendizado dos calos, da mão esquerda em busca do Lá menor e do Dó maior, e da mão direita se atrapalhando entre prima e bordão, descobrindo a duras penas o ritmo. Com um mês, eu tinha domado a fera. Titia ouviu deliciada o bolero e me deu carta branca para escolher o instrumento e lá fui eu numa loja que havia na Monsenhor Sales, quase esquina com Marquês de Herval, comprar o violão bonito que eu vinha namorando há meses.

O primeiro de uma série. O ano é 1963, em Campina Grande.

A partir daí, a música fluiu. Nunca tive professor de violão oficial e convencional em escola de música, e aprendi assim, vendo os outros tocarem, experimentando, quebrando a cabeça. Aos 17 anos, dotada de algum atrevimento, fazia sucesso nas festinhas cantando bossa nova, MPB e Jovem Guarda, até que vieram os Beatles, Stones, a música de protesto… E nunca abandonei o bolero, o samba-canção e o repertório brega, porque vivia na boemia, nas rodas de violão, nos bares. Nunca fui uma grande violonista, mas era ousada e lá do meu jeito tosco de entender o braço do violão tocava qualquer coisa e acompanhava qualquer um que se dispusesse a cantar – em qualquer tom. Ouvido apurado sempre tive, e bastava o candidato a cantor entoar a primeira nota que eu corria o dedo no bordão e encontrava a canção.

Você então me perguntaria: e por que parou essa brilhante carreira etílico-musical? Pois é: fui ficando velha, e pelos 40 e poucos anos comecei a enjoar da boemia. Tudo demais é demais também, como se diz lá na Paraíba. E acabando a boemia acabou um pouco também o atrevimento. Além disso, a casa, que antes só tinhas crianças, passou a abrigar um músico erudito, cursando a Escola de Música, violonista espetacular, ledor de partituras – meu filho Rômulo, bendito seja – e eu terminei me encabulando de tocar minhas tosqueiras com ele por perto, escutando e arqueando as sobrancelhas. Depois chegou a baixista Ana Morena, minha filha, –bendita seja também! – mas essa, mais nova, menos exigente, mais descolada, nunca prestou atenção a qualquer coisa que eu inventasse de fazer ao violão, uma vez que se fez instrumentista quando eu já tinha incorporado o pinho à decoração do ambiente. É isso mesmo que você está pensando: as minhas crianças cresceram, e viraram músicos. Era violão demais na família.

E agora? Agora estou sozinha de novo. Posso tocar o que quiser, sabendo ou não, dominando ou não a técnica, que não há ninguém para arquear as sobrancelhas. Por isso não fiquei inibida de tirar o pó deste que agora me acompanha, um instrumento sem graça, sem pedigree, sem grife, duro, pedreira – mas eu prometo tratá-lo com carinho e insistir na dolorosa feitura dos calos e na construção da agilidade. Vou me agarrar com ele com toda a força, para que não se suicide no porcelanato, e confio na fisioterapia para me ajudar com o ombro endurecido. Sinto que ainda temos melodias a espalhar, harmonias a explorar, ritmos a aquecer quadris e coração. Penso em quantas canções novas surgiram enquanto ficávamos solitários, ele lá e eu cá, a olhar um para o outro sem a coragem do abraço. Há um universo musical a desbravar, e eu fico feliz por mais um desafio. Só que, desta vez, ele já me acompanha. Literalmente.

Esse texto foi publicado originalmente no blog de Cínthia Lopes, o Típico Local, em 7 de abril de 2022.

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Anacoreta urbana

Clotilde Tavares | 19 de junho de 2021

Tenho 73 anos de idade, e sou uma sobrevivente. Sobrevivi a uma ditadura militar, quatro casamentos, dois partos, uma dependência química, um grave acidente de carro, um tumor na coluna, vinte e seis anos de docência universitária que incluíram cerca de trezentas reuniões de departamento, trinta anos de teatro, onze cirurgias e doze anos de farra e loucura.

Tenho um passado, e isso me alegra, porque penso que não há coisa mais sem graça do que uma mulher sem passado.

Hoje, sinto que a vida é só isso: hoje. Aprendi com os monges a viver o presente, esse milagre que se reproduz a cada minuto, no suave pressionar das teclas pelos meus dedos. Aprendi também que a verdade, o tempo, o passado, tudo é construção. Mas isso eu só aprendi depois de ter acreditado muito, esperado muito, recordado muito. Venho aprendendo a construir minhas narrativas, minhas epopeias, meus dramas, que assim passam a me pertencer, de maneira inquestionável.

Esse roteiro que traço entre um fato e outro, essa intriga, como diria Paul Veyne, me ajuda a encontrar meu lugar no mundo. A cada ano que passa, vou me livrando da dimensão material, externa, e me expandindo no nível da introspeção, das viagens interiores, confirmadas pela presença de Netuno em Libra, na nona casa da minha carta astral.

A pandemia reforçou minha atitude de anacoreta urbana. Na Bolha, a cavaleiro de Petrópolis, vivo sozinha com minha nesga de mar e o farol, que sinaliza as distrações e aponta o caminho de casa para a minha mente, errante e navegante. Encontrei na crise do planeta a desculpa que eu precisava para me recolher com meus livros, meus filmes, meus cadernos, minhas traquitanas eletrônicas, meus quadros e plantas, e as pedras espalhadas por toda a casa, atestando que sou filha de Xangô, kawó-kabiesilé!

A vizinhança é silenciosa. Aqui, nas alturas do 10º, o passarinho fez um ninho na janela, a um metro de onde me sento para ler todo final de tarde, enquanto o sol se põe sobre esta cidade linda e impossível.

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Planejamentos

Clotilde Tavares | 18 de junho de 2021

PLANEJAMENTOS

Nesses próximos três meses – até final de agosto – estou cursando “o primeiro semestre de 2021” no meu curso de Bacharelado em História na UFRN. São quatro disciplinas – História Oral, História Urbana, História Antiga 2 (Grécia e Roma) e História da Igreja na Idade Média. Todos os professores são muito bons. Cada disciplina tem quatro horas de aula por semana, o que me dá 16 horas na frente da tela, atenta e concentrada. Cada aula dessas implica na leitura e fichamento de um texto – às vezes dois. Isso quer dizer que não vou ter tempo para mais nada.

No curso de História, a gente lê, lê, lê e lê. Depois escreve, escreve, escreve e escreve. Nada diferente do que eu já faço, mas o texto acadêmico muitas vezes é osso duro de roer, e quando o penitente vai ler Benjamin ou Certeau, muitas vezes a tarefa é desafiadora.

Mas eu sou aquela criatura que gosta de viver perigosamente. Então, como se não fosse suficiente, me matriculei num curso de Corte e Costura (agora se diz Modelagem) on line, para atualizar minhas habilidades costureiras, que há tempos não pratico.

Quando cansar dos textos acadêmicos, descanso costurando “umas brusinhas”.

Tudo isso porque #AVidaÉBoa

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Benjamin, Certeau, costura, curso, curso de modelagem, história, máquina de costura, modelagem, UFRN
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Preciso salvar o planeta

Clotilde Tavares | 18 de abril de 2021

Eu esqueço muito das coisas. Não é da idade. Sempre foi assim, mas somente para determinadas coisas, como nomes de filmes e livros, personagens e enredos de livros, filmes e séries. Não sei se é ruim, parece ruim, mas se você imaginar que eu tenho uns dez ou doze livros de Agatha Christie que vivo lendo sempre, porque sempre me esqueço de quem é o criminoso, talvez possa haver alguma vantagem.

Nas séries de TV, eu tenho procurado ver apenas aquelas que têm a série completa, com todas as temporadas, porque senão quando chega a temporada seguinte eu não me lembro mais da anterior, aí lá vou eu ver tudo de novo.

Com as séries escritas é a mesma coisa. Eu acompanho uma série do escritor inglês Bernard Cornwell, Crônicas Saxônicas, que já está no 12° volume. Toda vez que chega um novo, eu tenho que ler o anterior, e às vezes até recuar uns dois ou três volumes para me situar na história. Tanto assim que do 6º ou 7° em diante eu venho fazendo resumos na última página para não esquecer.

Uma das coisas que mais gosto em termos de filme e série é o Universo Marvel. Alguns desses heróis me acompanham desde a juventude e eu gosto muito da temática, principalmente aquela explorada no cinema. São grupos e subgrupos de heróis, mas o que eu gosto é aquele conhecido como A Saga do Infinito, com 23 filmes até agora divididos em várias fases. Os meus heróis preferidos são Tony Stark (o Homem de Ferro), Thor e Natasha.

 

Esses tais 23 filmes têm uma ordem de acontecimentos, como se fosse uma série. Há caraterísticas especiais em cada episódio, como a cena final depois dos créditos onde há um spoiler dos próximos acontecimentos, e a onda de procurar Stan Lee, que sempre faz uma presença nos filmes (com o fazia Hitchcock nos seus), e por aí vai.

O caso é que, vez por outra, por motivos variados, me desligo dessas minhas obrigações com a cultura pop e só venho me lembrar do Universo quando alguém fala nele, ou estreia um filme novo. Foi isso que aconteceu agora quando eu pedi uma indicação de série a Ana Morena e ela me mandou ver Wanda Vision. Pensa que eu sabia o que era? Aí ela disse que era do Universo Marvel e eu lembrei que já havia passado por sufoco semelhante.

Nessa hora é que eu peço permissão para plagiar a mim mesma e escrever por cima de um texto de maio de 2019, que é sobre o mesmo tema. E aviso que, enquanto eu viver, e lançarem novidades no Universo Marvel, eu vou continuar escrevendo, ou melhor, sobrescrevendo esse texto.

Em maio de 2019 os cinemas da cidade estrearam o filme Vingadores Ultimato. Lembrei então que tinha parado de acompanhar a série em 2015, com Vingadores A Era de Ultron sendo o último que eu tinha visto.

Como gosto das coisas na ordem, o 2 depois do 1 e o 3 depois do 2, para me deixar em paz com meu temperamento levemente T.O.C. tratei de atualizar a série e vi, em poucos dias, nove filmes, que estrearam entre 2015 e 2019, pela ordem. Foi uma delícia. Então eu vi

1) Homem Formiga, com esse maravilhoso ator Paul Rudd que era o marido de Phoebe em Friends e que eu adoro. E aquela coisa de aumentar e diminuir de tamanho, quem nunca? Ah, e Michael Douglas que finalmente encontrou um canal para exercer a canastrice? Filmaço.

2) Capitão América: Guerra Civil que eu não tinha visto ainda, como é possível? Com a famosa cena do aeroporto? E quando saio um pouco da fantasia realizo que deve ser difícil para a prefeitura de uma cidade ter um time como esse dos Vingadores defendo a urbe, no sentido que para defender quebram a cidade inteira. Mas é comics, é fantasy, vamos simbora botar os prédios abaixo.

3) Doutor Estranho, que estranhamente não faz parte do meu imaginário pois eu gostava dessas revistinhas até a adolescência. Como sou velha pra caramba o que rolou depois dos anos 1960 eu desconheço, como esse Dr. Estranho. Não consigo despregar a imagem desse ator do personagem de Sherlock Holmes, e fiquei o tempo todo esperando Watson; mas amei todos os efeitos especiais, como aquele dos espelhos e da realidade se torcendo sobre si mesma.

4) Amei amei amei os Guardiões da Galáxia vol2, com aqueles bichos sem noção e o Groot pequenino. No final, nos créditos, o *I am Groot* fica aparecendo por cima dos nomes… Os piratas do espaço e aquelas mulheres douradas – que coisas mais lindas! – me fizeram louvar o figurino, maquilage e direção de arte. Mas o melhor dos Guardiões para mim é a trilha sonora.

5) Nunca gostei muito do personagem do Homem-Aranha. Mas nesse filme HomeComing eu terminei curtindo muito a versão. Aquele outro, mais adulto, sempre achei chato. Esse adolescente, terno e atrapalhado com seus superpoderes é muito fofo.

6) Meu eterno herói, Thor, está nesse Thor Ragnarok, que é um verdadeiro deslumbre! Que Thor rico e maravilhoso com seu novo corte de cabelo! Que homem lindo! Aquela mulher vilã irmã dele, com aqueles adereços sobre a cabeça! Ai minha nossa senhora do Figurino! Ai João Marcelino! Thor é um filme que sempre preciso ver várias vezes. Estou apenas na primeira vez com esse.

7) Pantera Negra e essa concepção do país Wakanda, isolado do mundo no meio da floresta e com alta tecnologia, é algo que me encanta. Outro filme pra ser visto várias vezes desfrutando dos detalhes. Todos muito lindo e sobretudo as mulheres! Belíssimas.

8) Vingadores Guerra Infinita foi o oitavo filme, e na época eu não consegui entender em que Universo Paralelo eu estava quando esse filme passou no cinema e não fui assistir. A volta de Hulk, de Buck (ai, Buck!) e da turma toda reunida foi muito legal. Na época, minha percepção sobre Thanos, o vilão, foi cheia de compaixão por sua humanidade e tristeza! Um vilão profundo, quase shakespeariano, cansado, acreditando na sua missão! Hoje, não sei se por causa do vilão que nos preside, só vi um genocida, querendo acabar com metade do mundo para resolver o problema da fome e da pobreza.

9) Homem-Formiga volta e dessa vez com a Vespa. De novo o lindo Paul Hudd, atrapalhado e engraçado. Que filme delicioso, com policiais estúpidos e heróis espertos. É também uma trilha sonora muito gostosa que faz você querer ver o filme e dançar ao mesmo tempo. Amo o universo formical, com aquelas formigas ótimas e a cena em que eles veem o filme antiquíssimo das formigas gigantes – como era o nome? O Mundo Em Perigo? Só o povo da minha idade se lembra – mas que cena! E Michelle Pfiffer como Mrs. Pym, linda, etérea, quântica… Adorei.

Na época, meu projeto incluía ver também a Capitã Marvel, que na minha infância era homem, chamava-se Billy Batson e se transformava gritando a palavra Shazam! – bem, agora é mulher e linda. Como tinha sido lançado há pouco tempo, ainda não estava disponível nos sites de streaming. O mesmo se deu com Homem Aranha Longe de Casa.

Fiquei dias atordoada, pois as imagens pregam dentro da cabeça e pra todo canto que olhava via heróis, martelos e escudos que voam, formigões, deuses louros e negros, as rugas de Thanos e a cara cínica e maravilhosa de Loki – porque eu sempre amei Thor mas também amo Loki.

Voltemos então a esta realidade agora de abril de 2021, tendo eu novamente perdido o contato com este universo, sem saber quem é Wanda ou quem é Vision, ou se é uma coisa só, Wanda Vision, nome e sobrenome. Peço help, socorro e ajuda a Ana Morena: de onde saiu isso? – É dos Vingadores, mãe, responde. E então fui ver o primeiro dos três e logo nas primeiras cenas me lembrei de tudo. A memória só quer um fio, só quer um estímulo, e lá estavam os gêmeos (Wanda, a Feiticeira Vermelha, é um deles) e no final o Vision, e a paixão entre ambos. Mas aí eu resolvi ver os três filmes de novo porque parece que o início da série tem a ver com o fim do terceiro Vingadores, que é o Vingadores Ultimato.

Então, atirando para cima os textos acadêmicos que eu deveria estar estudando para a terceira avaliação do meu curso de Bacharelado em História na UFRN, fechei as cortinas e me entreguei à deliciosa empreitada.

Não sei quando vou dormir. Ou se ainda vou dormir.

Preciso salvar o planeta.

 

 

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A máquina do tempo

Clotilde Tavares | 16 de abril de 2021
Nesta sexta-feira, 16 de abril de 2021, estou no segundo dia das férias de quatro dias que me propus, sem ler nenhum texto acadêmico, para sossegar a cabeça de tanta teoria e dos abruptos deslocamentos temporais que as duas disciplinas que estou cursando na UFRN me proporcionam. Vivo em constante e sobressaltado traslado entre o século XIX da época atual (História do Brasil Império) e o século XX da era pré Cristã (História Antiga), com rápidas e traumáticas passagens pelo Brasil de 2021 (ano 2 da Era Pandêmica). Minha vontade mesmo é me mudar para o tempo de Amenophis IV e ser vizinha de Nefertiti. Aí, como sempre estou enrolada com essas questões de tempo, repito abaixo esse pequeno exercício, que já fiz algumas vezes, e que deixo como sugestão para que você também o faça, se o tédio estiver lhe perturbando e você não acha nada de interessante pra fazer.
Em 16 de abril de … eu estava em…
1971, sexta-feira – Em Natal, eu cursava o 2º ano de Medicina. Fui à aula de Neuro-Anatomia, e à tarde Bioquímica. Morava na rua Pinto Martins.
1981, quinta-feira – Morava na rua da Saudade. A anotação no diário é lacônica: “O dia lendo.” Não diz se dei aula, ou se fui trabalhar, ou o que seja.
1991, terça feira – Tem escrito: “Ensaio”. Provavelmente da peça Papai Pirou nas Ondas do Rádio, primeira peça que fiz com a Stabanada Cia. de Teatro.
2001, segunda-feira – Há uma anotação para ligar para Hugo Manso e Tácito Costa. À noite, eu coordenava o projeto Sala de Leitura, na livraria A.S. Livros. Nesse dia, a convidada foi a professora Vania Gicco.
2011, sábado – Eu estava em Belo Horizonte, passando uma semana com minha nora, Valentina. Nesse dia fomos almoçar com Rômulo, meu filho, e o pai dela, Roberto, no restaurante Xapuri, onde comi todas aquelas gostosuras mineiras.
2021, sexta-feira – Aqui com você, refletindo como o tempo passa e como 50 anos (1971-2021) terminam ocupando poucas linhas de um registro como esse.
COMO SEI tudo isso? Pelas minhas agendas e cadernetas, que guardo desde a adolescência.
#Tempotempotempotempo #FaçoUmAcordoContigo
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Felicidade em si

Clotilde Tavares | 15 de abril de 2021
Um dia desses eu andava meio chateada da vida e uma pessoa amiga, com quem eu iniciei um desabafo, disse: “Besteira, Clotilde. A vida é assim mesmo, tem dias bons e ruins. Sabe o que é que eu faço quando estou assim? Faço uma relação de todos os momentos bons que já vivi na minha vida.”
Eu, que adoro uma novidade, parti imediatamente para fazer a tal lista onde relacionei as obviedades: nascimento de filhos, netos, meus livros lançados, os prêmios que ganhei, o dia da formatura, o dia em que passei no vestibular… Aí depois descobri que não era isso que aquela pessoa queria dizer. Descobri que aquelas coisas boas que eu havia listado eram maravilhosas, e eu agradeço aos deuses todos os dias por elas. Mas descobri também outra dimensão da felicidade, que eu chamo de “felicidade-em-si”, cujo prazer é tão intenso mesmo na sua recordação que espanta para longe qualquer tristeza e chateação. São os chamados “momentos plenos”, onde é quase possível sentir a respiração de um deus sentado ao nosso lado. Quer ver?
Momento um. É uma tarde de verão. Estou no Recife, na garupa da moto de Morse Lyra Neto, procurando um apartamento para alugar. O ano é 1978 e meu curso de mestrado se inicia daí a alguns dias. Estou mudando de cidade, excitada e curiosa pela nova vida. Serpenteando velozmente por entre os carros, com o vento desarrumando meu longo cabelo – não era obrigatório usar capacete nessa época – a sensação é de liberdade plena e excitação com a nova vida.
Momento dois. Tenho três ou quatro anos de idade e minha tia Adiza acaba de me vestir e pentear. Sinto a aspereza do piquê do vestido, um tecido branco, encorpado, com minúsculos pois vermelhos salientes, e o cabelo repuxado para cima e torcido sobre si mesmo, abraçado no aperto do laço de fita em tafetá de seda. Titia arremata a obra com gotas de água de colônia Regina e diz para minha mãe: “Vem ver, Cleuza, como Clotilde está linda!” E eu, que sempre fui muito feia na infância, experimento esse raro momento onde sou envolvida por uma temporária aura de beleza.
Momento três. Sento-me ao computador para escrever. Não tenho assunto. Mas sei que, tão logo coloque os dedos sobre o teclado, os temas surgirão. Uma eletricidade toma conta das minhas mãos e se irradia para a ponta dos dedos. O coração “fica aflito, bate uma, a outra ‘faia’”, como na canção popular. Respiro fundo e vou em frente, com a cabeça cheia de ideias e a plenitude de poder compartilhar essas coisas com você, aqui e agora, meu caro leitor.
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O “textão”

Clotilde Tavares | 6 de abril de 2021

Pessoas me mandam mensagens no privado: – Clotilde, pelamor, diminua o tamanho desses textos.

Rapaz, eu sou uma escritora.

Então, pedir a mim para escrever textos menores é a mesma coisa que…

… pedir a um cantor para cantar somente a metade da música.

… pedir a um engenheiro para construir somente a metade de uma ponte.

… pedir à costureira para fazer uma calça somente com um perna.

… pedir ao cirurgião para operar e deixar a ferida aberta.

… pedir ao padre para encerrar a missa antes da comunhão.

… você já entendeu.

Ninguém é obrigado a ler textão.

Há outras mídias onde os textos são limitados, como o twitter, onde só cabem 280 caracteres – aí o pessoal do textão inventou o artifício do “fio”, ou “thread”, pra poder encompridar a conversa.

Finalmente: eu escrevo do meu jeito e do tamanho que gosto. E você também lê do jeito e do tamanho que quiser. Se a gente se encontrar no meio do caminho dessa leitura, seremos felizes juntos. Se não, seremos felizes separados.

Simples assim.

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O Clube Peripécia de Leitura Teatral para Não Atores

Clotilde Tavares | 4 de abril de 2021

Quando lemos o Hamlet, sob o olhar paciente de Elizabeth I .

Todo mundo que me acompanha nas redes sociais sabe que eu tenho um Clube de Leitura, que criei e coordeno, existindo há três anos, praticamente sem interrupção, mesmo com a pandemia.

Pois bem: no primeiro ano de funcionamento, todo mundo já empolgado com a experiência de leitura e discussão coletiva, uma das pessoas me perguntou: – Clotilde, porque não lemos uma peça de teatro? E continuou: – Eu já tentei ler, queria ler, mas achei muito chato.

E é mesmo. As peças de teatro não são feitas para serem lidas, mas para serem representadas por atores em frente a uma plateia. O fenômeno teatral, além do texto, precisa de outros elementos para acontecer, como a cenografia, a sonoplastia e a interpretação dos atores. O texto é apenas mais um dos elementos da linguagem teatral.

Mas continuava o problema. Pessoas queriam ler peças. Como fazer?

Aí, em setembro de 2019, nós criamos o Clube Peripécia de Leitura Teatral Para Não Atores, que chamamos carinhosamente de “o Peripécia”.

Somos 11 pessoas, comigo 12. O número ideal de participantes, como a experiência nos mostrou depois de um ano de funcionamento, é entre 6 e 12. Menos de 6 fica muito restrito e sem animação. Mais de 12, dispersa. Somos pessoas de idades e formações diversas, e como regra principal temos: nada de atores ou pessoas ligadas ao teatro. Por que? Porque inibe os participantes, que ficam “acanhados” de ler teatro na presença de gente de teatro. No grupo temos professores de ensino médio e superior, advogados, cabeleireiros, aposentados, designers, comerciários.

Sentados: Hudson, Clotilde, Odete e Tinho. De pé: Elma, Rosaly, Eloiza, Fátima e Rosana. Estão faltando na foto: Emília, Joseane e Ana Claudia. A foto é de 2019.

E como funciona? Eu escolho uma peça e coordeno a leitura, que é feita “em círculo”, sem encarnar personagem, cada participante lendo sua fala, e o próximo leitor lendo a próxima fala. A leitura é simples, sem interpretação. O objetivo não é interpretar, porque sempre tem um que lê de forma mais expressiva do que o outro, inibindo quem é tímido ou desajeitado na leitura. O objetivo é o texto, é conhecer a obra. Não há plateia.

Tudo só funciona porque temos a incansável Eloiza Cirne, que organiza as reuniões, que começaram na casa dela e depois da pandemia passaram a ser virtuais, pelo zoom. Cabe a ela “juntar o povo” e cuidar do grupo de WhatsApp que mantém os membros informados das datas e horários. Na verdade, o Peripécia é dela, eu apenas escolho as peças e oriento a leitura.

Sempre nos reunimos nos domingos às 17 horas, primeiro presencialmente e agora pelo zoom. Nos adaptamos bem à nova plataforma e nos divertimos bastante. Quando a peça é grande, continuamos no domingo seguinte até terminar. Depois, damos um tempo de um ou dois domingos.

Já lemos:

Édipo Rei – Sófocles
A Mandrágora – Maquiavel
O Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
O Tartufo – Molière
Hamlet – W. Shakespeare
A Farsa do Advogado Pathelin – Anônimo
O Moço que Casou com Mulher Braba – D. João Manoel
Aquele Que Diz Sim, Aquele Que Diz Não – Bertholt Brecht
A Cantora Careca – Ionesco
Romeu e Julieta – W. Shakespeare
O Pavão Misterioso – José Camelo de Melo Rezende

O grupo pediu para ler umas peças minhas, e eu fiquei toda feliz. Lemos Lamatown, O Dia em que Papai e Mamãe Fumaram Maconha e Os Contos de Fadas Politicamente Corretos.

Neste domingo, 4 de abril, vamos continuar a leitura do Sonho de Uma Noite de Verão, de W. Shakespeare, que começamos domingo passado.

Só resta dizer: saudemos Dionyso, e viva o Teatro. Evoé!

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O testamento do Judas

Clotilde Tavares | 3 de abril de 2021

Em Campina Grande, onde nasci e fui criada, era tradição malhar o Judas na noite de sábado de Aleluia. A gente construía o boneco, pendurava num poste, e ficava vigiando pra ninguém roubar; à noite, lia-se o testamento onde ele relatava as maldades e distribuía o que tinha. Depois, começava a malhação. Os testamentos eram muito engraçados mas esse que publico hoje já é fruto da minha mente mais madura e menos dada aos desfrutes da adolescência. Foi escrito há uns dez anos, e dormia sossegado numa gaveta. Agora, acordou.

O TESTAMENTO DO JUDAS – Versos de Clotilde Tavares

Eu vou ler para vocês
Com toda solenidade
O testamento de quem
Na vida só fez maldade
Foi só ódio e avareza
Zombou da honestidade
Praticou tanto a mentira
Que se esqueceu da verdade
Semeou fofoca e intriga
Cultivou a inimizade
Nunca soube o que era amor
Muito menos lealdade.

E o que diz o testamento
De quem nunca fez o bem?
– Não diz nada, meus amigos
Nada deixou pra ninguém
É uma página em branco
Nem uma linha contém.

E quem é essa pessoa?
Quem é esse marginal?
– É Judas Iscariotes
Que de forma tão brutal
Vendeu Jesus ao carrasco
Causando dor sem igual
Mas também é qualquer um
Que pratique obra do mal
Seja mulher, seja homem
Seja qualquer um mortal
Que tenha o crime na mente
Seja cruel, desleal
Ladrão, voraz e corrupto
Demagógico e venal
Falso, orgulhoso, bandido
Desprezível e imoral.

O Judas Iscariotes
Não está muito longe, não
Vive tão perto de nós
Ombro a ombro, mão a mão
É aquele parlamentar
Vendido à corrupção
É o burocrata cretino
Que nega autorização
Pelo prazer de negar
Porque ama dizer não
É o playboy dirigindo
Bêbado e na contramão
É o pai que abandona os filhos
É o padre que, no sermão
Prega uma coisa e faz outra
Sem a menor contrição
É o médico que atende mal
Buscando só o cifrão
É quem depreda o ambiente
Causando a poluição
Quem agride a natureza
Sem pensar no seu irmão
Quem liga o som nas alturas
Enlouquecendo o cristão
Quem falsifica remédio
Quem põe bromato no pão
Quem pratica só pecado
E prega a religião.

O fantoche pendurado
Que vemos nesta viela
Simboliza todos eles
Filhos de uma cadela
Vamos acabar com eles
Acabando por tabela
Com toda a raça de Judas
Aqui desta cidadela!

Mas antes de fazer isso
Eu peço mais paciência:
Vamos fazer autocrítica
Com a mão na consciência
Será que também não somos
Como Judas, com frequência?
É fácil olhar os defeitos
Dos outros na sua essência
E esquecer dos que nós temos
Disfarçar sua aparência
Posar de honesto e bonzinho
E simular coerência.
É certo que muitas vezes
Praticamos conivência
Permanecemos calados
Por medo e por displicência!
Vamos fazer este exame
Sem a menor complacência
Quem sabe não será isso
A sonhada transcendência
Que vai nos aproximar
Da mais divina indulgência?

Pois vamos malhar no Judas
Sem dó e sem compaixão
O tom da maldade humana
Da qual temos um quinhão
Mas vamos malhar sem raiva
Fazer disso diversão
Vamos malhar com alegria
Com prazer e com tesão
A raiva ofende a saúde
E contrai o coração
Dá cefaleia e gastrite
Provoca a hipertensão
Vamos fazer o brinquedo
Começar a malhação
Vamos lá, rapaziada!
Arraste o Judas no chão!

Versos de Clotilde Tavares

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Os sussurros das mulheres.

Clotilde Tavares | 3 de junho de 2020

Inaugurando hoje o podcast do ***Umas&Outras***, com assuntos variados. Toda semana um episódio novo. Nesta semana, falo sobre as mulheres escritoras que precisaram se esconder atrás de um pseudônimo masculino para terem suas obras aceitas e publicadas.

É só clicar no link.

https://youtu.be/N8zlps0l7WM

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