O “textão”
Clotilde Tavares | 6 de abril de 2021Pessoas me mandam mensagens no privado: – Clotilde, pelamor, diminua o tamanho desses textos.
Rapaz, eu sou uma escritora.
Então, pedir a mim para escrever textos menores é a mesma coisa que…
… pedir a um cantor para cantar somente a metade da música.
… pedir a um engenheiro para construir somente a metade de uma ponte.
… pedir à costureira para fazer uma calça somente com um perna.
… pedir ao cirurgião para operar e deixar a ferida aberta.
… pedir ao padre para encerrar a missa antes da comunhão.
… você já entendeu.
Ninguém é obrigado a ler textão.
Há outras mídias onde os textos são limitados, como o twitter, onde só cabem 280 caracteres – aí o pessoal do textão inventou o artifício do “fio”, ou “thread”, pra poder encompridar a conversa.
Finalmente: eu escrevo do meu jeito e do tamanho que gosto. E você também lê do jeito e do tamanho que quiser. Se a gente se encontrar no meio do caminho dessa leitura, seremos felizes juntos. Se não, seremos felizes separados.
Simples assim.
O Clube Peripécia de Leitura Teatral para Não Atores
Clotilde Tavares | 4 de abril de 2021Todo mundo que me acompanha nas redes sociais sabe que eu tenho um Clube de Leitura, que criei e coordeno, existindo há três anos, praticamente sem interrupção, mesmo com a pandemia.
Pois bem: no primeiro ano de funcionamento, todo mundo já empolgado com a experiência de leitura e discussão coletiva, uma das pessoas me perguntou: – Clotilde, porque não lemos uma peça de teatro? E continuou: – Eu já tentei ler, queria ler, mas achei muito chato.
E é mesmo. As peças de teatro não são feitas para serem lidas, mas para serem representadas por atores em frente a uma plateia. O fenômeno teatral, além do texto, precisa de outros elementos para acontecer, como a cenografia, a sonoplastia e a interpretação dos atores. O texto é apenas mais um dos elementos da linguagem teatral.
Mas continuava o problema. Pessoas queriam ler peças. Como fazer?
Aí, em setembro de 2019, nós criamos o Clube Peripécia de Leitura Teatral Para Não Atores, que chamamos carinhosamente de “o Peripécia”.
Somos 11 pessoas, comigo 12. O número ideal de participantes, como a experiência nos mostrou depois de um ano de funcionamento, é entre 6 e 12. Menos de 6 fica muito restrito e sem animação. Mais de 12, dispersa. Somos pessoas de idades e formações diversas, e como regra principal temos: nada de atores ou pessoas ligadas ao teatro. Por que? Porque inibe os participantes, que ficam “acanhados” de ler teatro na presença de gente de teatro. No grupo temos professores de ensino médio e superior, advogados, cabeleireiros, aposentados, designers, comerciários.
E como funciona? Eu escolho uma peça e coordeno a leitura, que é feita “em círculo”, sem encarnar personagem, cada participante lendo sua fala, e o próximo leitor lendo a próxima fala. A leitura é simples, sem interpretação. O objetivo não é interpretar, porque sempre tem um que lê de forma mais expressiva do que o outro, inibindo quem é tímido ou desajeitado na leitura. O objetivo é o texto, é conhecer a obra. Não há plateia.
Tudo só funciona porque temos a incansável Eloiza Cirne, que organiza as reuniões, que começaram na casa dela e depois da pandemia passaram a ser virtuais, pelo zoom. Cabe a ela “juntar o povo” e cuidar do grupo de WhatsApp que mantém os membros informados das datas e horários. Na verdade, o Peripécia é dela, eu apenas escolho as peças e oriento a leitura.
Sempre nos reunimos nos domingos às 17 horas, primeiro presencialmente e agora pelo zoom. Nos adaptamos bem à nova plataforma e nos divertimos bastante. Quando a peça é grande, continuamos no domingo seguinte até terminar. Depois, damos um tempo de um ou dois domingos.
Já lemos:
Édipo Rei – Sófocles
A Mandrágora – Maquiavel
O Auto da Compadecida – Ariano Suassuna
O Tartufo – Molière
Hamlet – W. Shakespeare
A Farsa do Advogado Pathelin – Anônimo
O Moço que Casou com Mulher Braba – D. João Manoel
Aquele Que Diz Sim, Aquele Que Diz Não – Bertholt Brecht
A Cantora Careca – Ionesco
Romeu e Julieta – W. Shakespeare
O Pavão Misterioso – José Camelo de Melo Rezende
O grupo pediu para ler umas peças minhas, e eu fiquei toda feliz. Lemos Lamatown, O Dia em que Papai e Mamãe Fumaram Maconha e Os Contos de Fadas Politicamente Corretos.
Neste domingo, 4 de abril, vamos continuar a leitura do Sonho de Uma Noite de Verão, de W. Shakespeare, que começamos domingo passado.
Só resta dizer: saudemos Dionyso, e viva o Teatro. Evoé!
O testamento do Judas
Clotilde Tavares | 3 de abril de 2021Em Campina Grande, onde nasci e fui criada, era tradição malhar o Judas na noite de sábado de Aleluia. A gente construía o boneco, pendurava num poste, e ficava vigiando pra ninguém roubar; à noite, lia-se o testamento onde ele relatava as maldades e distribuía o que tinha. Depois, começava a malhação. Os testamentos eram muito engraçados mas esse que publico hoje já é fruto da minha mente mais madura e menos dada aos desfrutes da adolescência. Foi escrito há uns dez anos, e dormia sossegado numa gaveta. Agora, acordou.
O TESTAMENTO DO JUDAS – Versos de Clotilde Tavares
Eu vou ler para vocês
Com toda solenidade
O testamento de quem
Na vida só fez maldade
Foi só ódio e avareza
Zombou da honestidade
Praticou tanto a mentira
Que se esqueceu da verdade
Semeou fofoca e intriga
Cultivou a inimizade
Nunca soube o que era amor
Muito menos lealdade.
E o que diz o testamento
De quem nunca fez o bem?
– Não diz nada, meus amigos
Nada deixou pra ninguém
É uma página em branco
Nem uma linha contém.
E quem é essa pessoa?
Quem é esse marginal?
– É Judas Iscariotes
Que de forma tão brutal
Vendeu Jesus ao carrasco
Causando dor sem igual
Mas também é qualquer um
Que pratique obra do mal
Seja mulher, seja homem
Seja qualquer um mortal
Que tenha o crime na mente
Seja cruel, desleal
Ladrão, voraz e corrupto
Demagógico e venal
Falso, orgulhoso, bandido
Desprezível e imoral.
O Judas Iscariotes
Não está muito longe, não
Vive tão perto de nós
Ombro a ombro, mão a mão
É aquele parlamentar
Vendido à corrupção
É o burocrata cretino
Que nega autorização
Pelo prazer de negar
Porque ama dizer não
É o playboy dirigindo
Bêbado e na contramão
É o pai que abandona os filhos
É o padre que, no sermão
Prega uma coisa e faz outra
Sem a menor contrição
É o médico que atende mal
Buscando só o cifrão
É quem depreda o ambiente
Causando a poluição
Quem agride a natureza
Sem pensar no seu irmão
Quem liga o som nas alturas
Enlouquecendo o cristão
Quem falsifica remédio
Quem põe bromato no pão
Quem pratica só pecado
E prega a religião.
O fantoche pendurado
Que vemos nesta viela
Simboliza todos eles
Filhos de uma cadela
Vamos acabar com eles
Acabando por tabela
Com toda a raça de Judas
Aqui desta cidadela!
Mas antes de fazer isso
Eu peço mais paciência:
Vamos fazer autocrítica
Com a mão na consciência
Será que também não somos
Como Judas, com frequência?
É fácil olhar os defeitos
Dos outros na sua essência
E esquecer dos que nós temos
Disfarçar sua aparência
Posar de honesto e bonzinho
E simular coerência.
É certo que muitas vezes
Praticamos conivência
Permanecemos calados
Por medo e por displicência!
Vamos fazer este exame
Sem a menor complacência
Quem sabe não será isso
A sonhada transcendência
Que vai nos aproximar
Da mais divina indulgência?
Pois vamos malhar no Judas
Sem dó e sem compaixão
O tom da maldade humana
Da qual temos um quinhão
Mas vamos malhar sem raiva
Fazer disso diversão
Vamos malhar com alegria
Com prazer e com tesão
A raiva ofende a saúde
E contrai o coração
Dá cefaleia e gastrite
Provoca a hipertensão
Vamos fazer o brinquedo
Começar a malhação
Vamos lá, rapaziada!
Arraste o Judas no chão!
Versos de Clotilde Tavares
Os sussurros das mulheres.
Clotilde Tavares | 3 de junho de 2020Inaugurando hoje o podcast do ***Umas&Outras***, com assuntos variados. Toda semana um episódio novo. Nesta semana, falo sobre as mulheres escritoras que precisaram se esconder atrás de um pseudônimo masculino para terem suas obras aceitas e publicadas.
É só clicar no link.
Essa menina
Clotilde Tavares | 6 de janeiro de 2018
ESSA MENINA
Com uns dois meses de vida, rolou pela cama de casal onde eu a tinha deixado adormecida, caiu pela borda sobre o tapete e depois rolou novamente para debaixo da cama, onde eu a encontrei meia hora depois, toda coberta de poeira e teias de aranha, dormindo sossegadamente. Isso depois de eu quase enlouquecer pensando que alguém tinha entrado no apartamento e levado ela embora.
Com uns quatro anos de idade, ao ser proibida de fazer alguma coisa, ficava emburrada, pegava uma sacola onde colocava a fralda, a chupeta e a boneca e resolvia: “Vou para o Recife morar com meu pai!” Um dia, irritada com o desaforo, chamei um táxi e a levei até o portão. “Pronto, chegou seu taxi. Pode ir para o Recife morar com seu pai.” Ela parou, considerou a enormidade da situação e resolveu rápido: “Agora não. Depois eu vou.” E nunca mais repetiu a bravata.
Aos cinco aprendeu a ler, mas não entendia o que lia. “Mamãe, o que é morto-a-cacetadas-no-bairro-das-Rocas?” Era o que a leitora precoce queria saber, com a Tribuna do Norte nas mãos.
Aos cinco também me deixou plantada na porta da escola no primeiro dia de aula. Entrou alegre e satisfeita, enquanto todas as crianças berravam, sem quererem se separar dos pais. Mas no dia seguinte, quando a acordei para ir à aula, me perguntou espantada: “Ah! E é pra ir todo dia?”
Aos oito, no colégio, foi a única menina a escolher a aula de judô em vez do ballet. A diretora mandou me chamar, achando que havia algo “errado” com ela. Mas não era nada demais: ela apenas queria fazer aula junto com o namorado…
Aos nove, ganhou a primeira mesada e emprestou o dinheiro à coleguinha de classe, a juros de 50% a semana.
Aos onze, ia comigo para o ensaio do teatro, na Stabanada. Depois de uns quatro ou cinco ensaios, só assistindo, decorou a peça inteira e ganhou um papel depois que uma desistência desfalcou o elenco. Estreou aos doze anos no palco do Teatro Alberto Maranhão e logo depois no Festival de Inverno de Campina Grande.
Dali em diante, os palcos viraram o seu lar, e o resto é história.
Texto publicado no Facebook em 4 de janeiro de 2018, no aniversário da minha filha Ana Morena Tavares.
Foto de Ana aos 9 meses por Gleide Selma.
Amor, paixão, essa-coisa.
Clotilde Tavares | 1 de agosto de 2017Hoje o assunto é o amor.
Ô assunto complicado. Uns chamam de amor, outros chamam de paixão, outros de afinidade, outros de escrito-nas-estrelas. É essa coisa misteriosa, essa força centrífuga que lhe arranca de onde você está e lhe joga em cima de outra criatura, muitas vezes exatamente o oposto daquele ser ideal que você sonhava para a sua vida. Ai, amor, a quanto obrigas! Ai, surpresas do amor.
A criatura está assim distraída, à toa na vida, sentada no shopping ou no restaurante, quando aparece aquela pessoa que, assim que você põe o olho em cima, seu corpo se liquefaz, se derrete, que nem uma lava de vulcão, escorre pelo chão ficando na cadeira somente o vestido inútil, a bolsa esquecida, o relógio, o colar. Você não existe mais, derreteu-se, liquefez-se, desmanchou-se, apaixonou-se, incendiou-se.
Enquanto o amor-paixão-essacoisa consome a mata atlântica da sua vida com suas chamas incontroláveis, você descobre que a vida é boa, que você pode até morrer mas nem liga, que é preciso comprar novas taças, novos lençóis, novos óleos e incensos perfumados.
Tem coisas das quais você não abre mão – você continua sendo #ForaTemer – mas no resto, ah, no resto, o que é o amor senão dar razão a quem não tem? Se você quer ter razão, não serve pra amar, vá procurar outra coisa pra fazer.
Mas o bom é que tudo isso um dia passa. A ficha cai, a razão volta, o fogo recua e se solidifica outra vez, dando novamente uso ao vestido, à bolsa, ao relógio, ao colar. E você está pronta para outra, e você se lembra de Guimarães Rosa, quando disse que “o amor é um pássaro que põe ovos de ferro”.
Apois.
Estresse no shopping
Clotilde Tavares | 17 de maio de 2017
Aí a criatura está em casa numa boa e resolve botar uma roupinha, um batom e ir no shopping comprar um cartucho pra impressora, uma meia, uma garrafinha térmica, umas coisinhas. Chega lá, compra as coisas, olha as lojas, encontra a maravilhosa Adriana Lamartine e toma um café junto com ela exercendo o doce ofício da amizade.
Adriana foi embora pegar Julia na escola e eu entrei na Centauro pra comprar um maiô de natação. Aí começou a confusão. Umas vinte pessoas entram gritando e correndo na loja, e você fica assim meio desnorteada sem saber o que é, até que uma vendedora lhe pega pelo braço, e diz, vamos, senhora, para o fundo da loja, venha, venha, e você vai com a sua salvadora pois todos já estão gritando que está havendo um assalto e que há tiroteio. Nos fundos da loja outros infelizes e aturdidos frequentadores estão lá tão apavorados quanto esta que vos tecla, um casal com uma criancinha de uns 15 dias, e o gerente já mandou baixar a porta de metal da loja e parecemos estar seguros lá dentro.
Depois de uns dez minutos, porta de metal levantada, tudo parece ter voltado ao normal, e a gente sai assim meio desconfiada para o corredor, onde há muitas pessoas andando desorganizadamente, olhando-se assustadas, ainda sem saber o que aconteceu – se é que já aconteceu, se é que já terminou. As coisas vão se acalmando, ninguém sabe o que foi, as hipóteses giram em torno de assalto a carro-forte, arrastão no piso 1 – que é o térreo, mas estamos no piso 2 – e finalmente a informação que foi uma pessoa que soltou umas bombas – de São João? – na parada de ônibus em frente causando susto e correria.
Tudo está bem quando acaba bem, já dizia W. Shakespeare, mas eu diria diferente: vivemos num mundo onde nos assustamos com tudo e onde o perigo ronda a todo tempo. Peguei minhas sacolas e vim para casa, lugar tranquilo e seguro, esperando ansiosamente o dia em que embarcarei para países estrangeiros onde vou passar um mês, desfrutando da experiência que é viver em paz e sem medo de tiros ou de balas perdidas.
Foi isso.
TEM MAIS: A minha salvadora na loja Centauro chama-se Joyce, e eu diria ao gerente que fique de olho nessa garota porque ela tem valor e boas qualidades. Foi rápida, bondosa, cuidadosa, proativa. Depois volto lá para comprar a ela. #Centauro #LojasCentauro
Viajar: o que levar na mala.
Clotilde Tavares | 16 de maio de 2017A internet está cheia de listas como essa e eu andei zapeando por algumas. Tem coisas muito engraçadas, como listas diferentes para quem vai “à praia” ou “à montanha”. Listas do que levar, do que não levar, do que levar na bagagem de mão, do que levar na nécessaire.
Tenho algumas características que não cabem em nenhuma dessas listas pois todas dizem: esqueça o notebook. Mas como viver sem ele, sem essa telona e esse teclado maravilhoso? Tem gente que escreve um livro inteiro no teclado no celular, mas eu preciso de espaço e amplidão. Então meu notebook 15” pesando 2,8 kg vai, sim senhor, junto comigo para onde quer que eu me desloque. Levo também meu travesseirinhho, porque como qualquer criança pequena sabe, não durmo sessoalem ele. E caderno, lápis e canetas, o caderninho de desenho (não sei desenhar mas gosto de fingir que sei), a caixinha de som bluetooth para ouvir música via celular, um binóculo minúsculo que me acompanha sempre e agulha 0,6 e novelo pequeno de linha fina para crochê, para me distrair quando nada mais me satisfizer e as mãos ficarem inquietas pela atividade da cabeça.
O resto, é coisa que todo mundo leva, e que eu resumo ao mínimo do mínimo. A malinha não pode pesar mais de 12 quilos, senão não posso levantar do chão quando for preciso, e vou pegar trem e ônibus aí pelo caminho. Geralmente compro aqueles coletores para exame de urina que custam 1,99 nas farmácias e neles levo xampu, condicionador e cremes. Cabe 80 ml em cada um, e se o produto acabar compro lá onde estiver.
Não vejo a hora de embarcar, o que farei à meia noite do sábado para o domingo. Chego em Lisboa ao meio dia do domingo e vou direto para o apartamento do Rui, no qual aluguei um quarto pelo AirBnb. Ele é jornalista e o apê é lotado de livros, igualzinho à Bolha. Passo dois dias em Lisboa antes de partir para Sevilha e não sei se dá pra ver muita coisa; mas o que der, eu vou ver, com prioridade para o Mosteiro dos Jerônimos e a Igreja da Sé. Se eu conseguir ver COM CALMA essas duas coisas estou satisfeita – isto é: se os livros do Rui não me mantiverem em cárcere privado voluntário durante esses dois dias…
Morrer absolutamente
Clotilde Tavares | 18 de março de 2015Daqui a cem anos, ninguém se lembrará de mim. Ninguém saberá quem eu sou nem associará meu nome a coisa alguma. Talvez eu sobreviva na lembrança de algum tetraneto, o que acho difícil, pois nem meus netos se lembram de mim agora, que estou viva e nas redes sociais! Se por acaso meu nome for parar numa placa, dando nome a algo, daqui a cem anos quem saberá de quem se trata? Morta há pouco mais de 30 anos, a Dra. Giselda Trigueiro, inteligente, culta e elegante, deu nome ao hospital de doenças infecciosas da cidade. As pessoas se referem a ele como “o Giselda”. “Vou passar no Giselda”, “está interno no Giselda”, assim, com o artigo flexionado no masculino. Pois é. Melhor morrer definitiva e totalmente, morrer absolutamente, como dizia Manuel Bandeira, morrer sem deixar sequer esse nome.