Gripe
Clotilde Tavares | 11 de julho de 2009Gripada. Deitada. Ossos doendo. Não é a suína. Mas dói. Hoje, só figuras. Poucas. Com legendas curtas.
Gripada. Deitada. Ossos doendo. Não é a suína. Mas dói. Hoje, só figuras. Poucas. Com legendas curtas.
Adoro bicicletas. Nunca aprendi a andar numa.
Abrindo o desfile, uma tela de Flávio Freitas e a foto que fecha é minha, tirada na praia de Camboinha, em João Pessoa-PB. As outras encontrei por aí na Internet.
Mande para o blog a foto igreja da sua cidade, se for uma cidade pequena, do interior. Mande de preferência uma foto feita por você, ou por alguém conhecido, uma foto que não seja profissional, para evitar problemas com direitos autorais de publicações de fotos, que existem e devem ser respeitados. E segue mais uma edição das nossas igrejas, desta vez a quarta edição publicada aqui no blog. Para ver as outras, clique no link CATEGORIAS, na coluna da direita. O email é contato@clotildetavares.com.br
Rapido como quem rouba, este post de hoje é somente para o bloguinho não passar em branco, coisa que atiraria a minha reputação na sarjeta. Prometi que vou postar todo dia, e é isso que farei.
Então, meu pacientíssimo leitor, deleite-se com esses flagrantes poéticos, fotográficos e anedóticos enquanto eu me dedico a uma veia memorialística aberta desde ontem e que está sangrando copiosamente, enquanto eu escrevo a história dos dois anos que passei no internato, para onde fui com apenas oito anos de idade.
SEM VERBO
O poeta Dedé Monteiro, de Tabira, recebeu um pedido de ajuda de uma estudante a quem o professor havia dado como tarefa um trabalho de no mínimo dez linhas, tema livre, rimado, e sem nenhum verbo.
O poeta criou “Casa velha”:
Ah, casa velha do cão
A de vovó Januária!
Caverna bicentenária
Sem um sinal de cristão!…
Morcegos sobre o fogão
Nos móveis, somente pó
No muro, uma planta só
No jardim, rato e mosquito
Eis o retrato esquisito
Da casa da minha avó!
Encontrei essa preciosidade no livro do meu companheiro cangaceiro Paulo Medeiros Gastão “Viagem a Triunfo da Baixa Verde”, nº 1151 da Coleção Mossoroense.
COMO É QUE É?
O gerente chama o empregado da área de produção, tipo armário quatro portas, com 1,90 de altura, recém-admitido e inicia o diálogo:
– Qual é o seu nome?
– João – responde o grandalhão.
– Olhe – explica o gerente – eu não sei em que espelunca você trabalhou antes, mas aqui nós não chamamos as pessoas pelo seu primeiro nome. É muito familiar e pode levar a perda de autoridade. Eu só chamo meus funcionários pelo sobrenome: Ribeiro, Matos, Souza, etc, entendeu? E quero que o senhor me chame de Sr. Mendonça. Muito bem, agora quero saber: qual é o seu nome completo?
O empregado responde:
– Meu nome é João Paixão.
– Tá certo, João. Pode ir, agora.
Uma das coisas que eu mais gostaria era de postar nesse blog todo dia de manhã. Mas isso nem sempre é possível. Hoje, domingo, um cerumano ligou um rádio em toda altura às cinco e meia da manhã aqui em algum dos apartamentos do prédio, e me acordou. Aí eu, que havia ido dormir tardíssimo, desorganizei o sono, fiquei acordada um pouco e depois dormi até quase as onze. Isso jogou para o alto todo o meu planejamento para este domingo e somente agora estou aqui mal e mal tentando escrever alguma coisa pois com a tosse que me ficou da gripe que tive durante toda a semana eu não consigo realmente engatar uma idéia na outra.
Assim, hoje é dia dos nossos famosos gerúndios.
ESTOU…
… COMENDO tapioca, arroz de leite, carne assada, pamonha e canjica (mas tudo light!).
… BEBENDO café sem cafeína com leite sem gordura. É de lascar!
… OUVINDO ao longe a cantoria de uma procissão de mulheres, que pelas ruas do meu bairro comemora o encerramento do mês de maio.
… LENDO ainda Pedro Nava, o terceiro volume, Chão de Ferro.
… ASSISTINDO os filmes da coleção lançada pela Folha de São Paulo. Ontem vi Grande Hotel, com Greta Garbo.
… CAMINHANDO meia hora por dia, mas somente a partir de amanhã.
… COMEMORANDO os dois quilos que eliminei graças à dieta e muita força de vontade.
… BEIJANDO ninguém. Com essa tosse, as pessoas nem encostam.
… DORMINDO quando os sem noção deixam.
… ESCREVENDO finalmente o que quero escrever, com regularidade, ritmo e inspiração.
… PESQUISANDO meus antepassados nos antigos livros de registro civil, agora à disposição na Internet.
… ESPERANDO as novidades que vêm por aí no cenário cultural paraibano.
… ORGANIZANDO novamente a vida, depois de dez dias de gripe.
… LUTANDO contra a preguiça, a gulodice, e uma ruma de outros pecados menores.
… ACREDITANDO que um dia vou me ver livre dessa tosse maldita.
O solo do Cariri
Na seca rude e deserto
Com poucas gotas de chuva
“Você pode ver de perto
Fica assim de boniteza
Desabrocha a natureza
Como um paraíso aberto.”
Essas fotos foram feitas em fevereiro de 2009, na região do Cariri Paraibano, por Inês Tavares.
Estou completamente fora de combate por uma gripe – que não é suína, nem caprina e nem equina – que me asssltou desde terça-feira. Ontem estive melhor mas hoje, não sei porque, piorei.
Então lhe deixo sem post, prometendo voltar amanhã com o assunto da memória, que ainda rende umas coisinhas. Para não passar em branco, algumas imagens do meu baú.
É assim que nós vivemos na cidade em que moramos. Eu na capital da Parahyba, você em Natal, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Jucurutu, Mossoró ou Riacho dos Cavalos. Seja lá onde for a nossa moradia, acostumamos o olhar e passamos sem ver por um bocado de coisa, até que alguém nos chama a atenção.
Você viu? aquela estátua, busto, painel, construção, árvore centenária. Aí, a gente vai, e vê.
Falávamos disso ontem na mesa do cafezinho que nos reúne todos os domingos, quando eu me lembrei desse projeto maravilhoso que Sandro Fortunato e Canindé Soares estão fazendo em Natal desde fevereiro deste ano e que já está quase concluído.
Sandro Fortunato trabalha com comunicação há 22 anos, nas áreas de jornalismo e fotografia. Além disso, é internauta desde que inventaram a Internet e mexe com editoração eletrônica e websigner. É autor do site Memória Viva, com o qual já ganhou alguns prêmios IBest. Doido por biografias, dorme de dia e passa a noite acordado mantendo na Internet blogs, sites e tudo quanto é de coisa. Canindé Soares é repórter fotográfico, um dos mais conceituados do Nordeste, com mais de 25 anos de experiência, com um blog que teve cem mil visitas em quatro meses! Conheço ambos há muito tempo e tenho por eles uma grande amizade e uma espetacular ressonância intelectual. Infelizmente, do ponto de vista fisico são a coisa mais diferente de Brad Pitt que você possa imaginar. A confiança e amizade que nos une permite que eu faça gracinhas desse tipo com os dois, e eles continuem meus amigos.
Pois bem: essas duas criaturas heróicas, por conta própria e assumindo os riscos, resolveram juntar seus esforços e cabeças pensantes para fazer um trabalho de documentação de estátuas, efígies, bustos e semelhantes espalhados pelo cidade, e pelas quais a gente passa todo dia e não vê, e quando vê não conhece e sequer adivinha quem é aquele velho bigodudo que nos encara de cima daquele pedestal.
É o próprio Sandro quem explica:
“Em escolas públicas e particulares, autarquias e outras instituições, encontram-se outros bustos e efígies. Todos mais ou menos esquecidos, com seus olhares perdidos no tempo, testemunhando mudanças, lembrando de seus tempos gloriosos e dos motivos que os tornaram imortalizados em pedra ou metal. Calados, olhando mais do que são olhados, acabaram chamando nossa atenção e logo estarão reunidos em livro e também em uma exposição. Será uma reunião de políticos, militares, empresários, religiosos e intelectuais, de várias épocas, como colunista social nenhum jamais sonhou.”
Fã dos dois, desejo a eles o sucesso que merece a iniciativa e envio os parabéns do Umas & Outras. Comemoro esse projeto como uma ilha verdejante em meio ao areal do esquecimento e da desmemória com os quais, pouco a pouco, vamos sepultando o nosso passado.
Para deleite dos leitores, vez por outra estarei postando aqui fotos que gosto.
Hoje o espaço é do potiguar Alexandro Gurgel. Todas as fotos são dele, e as legendas são minhas. Mais dele, e sobre ele, aqui.
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