D.A.D.I.A.
Clotilde Tavares | 4 de novembro de 2011Circula na Internet um e-mail engraçadíssimo que fala sobre a D.A.D.I.A. – Síndrome de Desordem da Atenção Deficitária na Idade Avançada. Em tom jocoso, o autor narra as desventuras de uma pessoa de mais de 40 anos que começa a padecer daquele esquecimento que vai se tornando natural com o aumento da idade. Natural, talvez, mas incômodo, fazendo com que a gente se pegue de pé, no meio da sala, sabendo que está vindo de um lugar onde estava fazendo algo e indo para outro, onde vai também fazer algo, mas não consegue se lembrar nem dos lugares nem dos “algos”. Vou dar um exemplo.
Estou sentada no computador escrevendo um artigo para uma revista, uma encomenda de grande responsabilidade com prazo para entregar. O telefone toca. Onde está? Ah, sim, ficou no sofá da sala onde atendi ao último telefonema. Saio do computador e vou até a sala, onde atendo e depois, como estou na sala, vejo uma planta que precisa de água. Na varanda, pego o regador e quando entro na cozinha para encher o regador na torneira, aproveito para tomar água. Coloco o regador no balcão, tomo a água e já que abri a geladeira tiro do congelador o peito de frango para descongelar até a hora do almoço. Aí vejo em cima do microondas a minha agenda, que há pouco procurei sem sucesso pelo escritório e pelo quarto. Como será que essa agenda veio parar aqui? É o que me pergunto, enquanto pego a agenda. Aí, com a agenda na mão, me lembro de marcar hora na manicure, minhas unhas estão horríveis. Talvez seja melhor tirar logo esse esmalte descascado e vou ao banheiro pegar a acetona. No banheiro, escovo o cabelo, e fico assim aérea, com aquela sensação de quem está perdida… onde era mesmo que eu estava? Ah, sim, ia marcar hora na manicure. Mas onde é que eu deixei a agenda? Ficou na cozinha. Ao voltar, vejo na sala a planta, que ainda não reguei. Onde foi que eu deixei o regador? E o que é que eu estava fazendo antes? Ah, sim, estava no banheiro procurando a acetona para tirar o esmalte das unhas… Vida boa essa de aposentada, onde não tenho nada para fazer, a não ser me preocupar com as unhas. Já que não tenho nada para fazer, e estou na sala, vou ligar a TV para as novidades do noticiário.
Afundo no sofá, distraio-me com a televisão por um tempo quando o telefone toca. Toca na varanda, onde o deixei quando fui pegar o regador, o qual ficou na cozinha, onde peguei a agenda, que não levei para o banheiro onde fui pegar a acetona… Atendo o telefone. É o editor da revista, que pergunta: “Clotilde, estou esperando o artigo, vai mandar ou não?”
O artigo! Meu Deus, tinha esquecido. É a D.A.D.I.A…
Gostaria de receber mais informações sobre este assunto e o possível tratamento… acho que peguei a peste …
grato,
Oi Aline, D.A.D.I.A. não é uma doença de verdade, será que você não entendeu que é uma brincadeira?
Qual o tratamento para D.A.D.I.A. ?
Seria o mesmo usado TDAH ?
Ritalina é usado ?
Oi,meu nome é Beatriz e tenho 13 anos. Li o seu artigo quanto a ser superdotado etc… Pelo visto já faz tempo que vc o escreveu. De qualquer forma, esto confusa: eu sempre soube de muito mais coisas do que os meus colegas, leio muito mais que eles, escrevi um livro, já tenho projetos e teorias filosóficas (adoro Platão e Descartes, por exemplo)- quando se trata desses testes, porém, eu simplesmente travo: simplesmente odeio quebra-cabeças e matemática!
Por favor, vc poderia acessar o meu blog, potterpoints.zip.net (começou como um blog sobre Harry Potter, mas agora só falo de filosofia, praticamente), e, nos comentários, escrever se sabe responder à minha dúvida?
Obrigada
[…] e eu mesma escrevi um texto muito engraçado baseado em outro que recebi pela Internet sobre a D.A.D.I.A – Síndrome de Desordem da Atenção Deficitária na Idade Avançada. Mas, brincadeiras à parte, não há nada pior do que viver esquecendo das coisas, deixar as […]