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Louvação a Campina Grande

Clotilde Tavares | 14 de dezembro de 2011

No dia 12 de dezembro, antes de ontem, recebi da Câmara de Vereadores de Campina Grande a Medalha de Honra ao Mérito daquela Casa, uma propositura da Vereadora Maria Barbosa, em nome da minha atuação na área cultural projetando sempre o nome da minha terra. A festa foi bonita, e recebi com muito carinho e gratidão todas as homenagens que me fizeram os meus conterrâneos. Na ocasião, fiz uma espécie de discurso de agradecimento que todo mundo achou bonito e me pediram cópia. Então, posto aqui. Em tempo: algumas coisas somente o povo de Campina entende. Mas discurso louvando a terra natal é assim mesmo.


Eu moro fora há quarenta anos, mas basta ouvir um trecho de música, sentir um cheiro de comida ou simplesmente ver um tom de azul diferente no céu para bater a saudade desta terra amada, uma saudade doída, violenta, que engrossa a garganta e afoga os meus olhos no sal das lágrimas.

Saudade de respirar o ar frio desta serra, de ver as noites brancas de inverno, de andar na rua ouvindo a fala paraibana.

Saudade da voz rouca de Papai, o jornalista Nilo Tavares, a recitar Augusto dos Anjos, e do contralto poderoso de Mamãe, Cleuza Santa Cruz Tavares, a Marquesa, que nos acordava bem cedo cantando as músicas de Rosil Cavalcante.

Saudade de um tempo perdido na lembrança, numa Campina que hoje só existe na minha mente, envolta na bruma nostálgica do passado.

São muitas as imagens da minha Campina Grande.

A feira, cheia de sons, ruídos, cheiros e sabores.

As matinais do Babilônia e do Capitólio.

A praça Clementino Procópio, primeiro com a fonte luminosa, maravilha multicor que fazia dançar meus olhos de criança, e depois com o passeio inocente das meninas-moças em busca do primeiro namorado.

A Rádio Borborema e os programas de auditório, com Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda e Janete Alves no Clube Papai Noel.

O Colégio Alfredo Dantas, o medo que a gente tinha de Dona Alcide e a ternura do professor Loureiro. O Estadual da Prata, que abrigou minhas rebeldias adolescentes.

Os bailes, o conjunto de Ogirio, a voz de Ronaldo Soares, as matinês do Gresse e o São João no Clube dos Caçadores. O sorvete na Pingüim, o passeio no final da tarde na Maciel Pinheiro, flertando com os estudantes da Poli, os melhores partidos da cidade.

O Cine Clube, a batucada de Lanca, as reuniões na casa de Marcos e Jackson Agra, as noites no Museu de Arte.

Esta é a Campina Grande que vive na minha mente e que aí ficará sempre, parafraseando o poeta Manuel Bandeira, “não como forma imperfeita neste mundo de aparências, mas na eternidade, intacta, suspensa no ar.”

Este tesouro de lembranças fica mais rico hoje, com esta medalha que recebo com a mais profunda gratidão e que significa que, do jeito que eu não me esqueci dela, a minha terra também não se esqueceu de mim.

E antes que a emoção fique maior do que a minha voz, quero agradecer por tudo, por este berço querido e pelo orgulho trezeano de dizer que sou campinagrandense, oh, linda flor, linda morena, Campina Grande, minha Borborema!

MUITO OBRIGADA.

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