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Com certeza

Clotilde Tavares | 31 de agosto de 2009

Nessa nossa época de muitos meios de comunicação, tudo se propaga com a maior rapidez. E, de repente, coisas estranhas e às vezes sem sentido ou sem fundamento passam a ser incorporadas ao nosso comportamento ou à nossa linguagem, sem que a gente saiba direito porque isso acontece. Não é culpa nossa, nem é porque somos colonizados, ou coisa que o valha. Isso se dá pelo imenso poder que têm os meios de comunicação de impregnar nossos sentidos, invadir nossa cabeça, e tal coisa acontece mesmo quando somos bem informados e temos consciência do processo. Avalie quem não toma consciência disso! Repete e macaqueia sem nem sequer saber o que está fazendo.

Quer ver? Pense nas coisas que a gente diz quando fala. Refiro-me às expressões que muitas vezes são puramente regionais, como o clássico “É ruim!”, que é a cara do carioca. O “É ruim!” fica absolutamente sem sentido quando pronunciado sem a entonação correta, que só o carioca “da gema” sabe dar. Então, um nordestino dizendo “É ruim!” é tão estranho quanto um carioca dizendo “Oxente!” Mas, e daí? A gente termina dizendo, mesmo com o sotaque errado, mesmo sem saber direito o sentido, porque a gente ouve na novela, e termina incorporando ao nosso falar.

Há também as expressões que substituem o pensamento. Tenho um amigo que tudo que a gente pergunta ele responde: “Sóóóóóóó…” “E aí, Fulano, vai à praia?” E ele: “Sóóóóóóó…” “Gostou da música nova da banda Tal?” E ele: “Sóóóóóóó…” O “Sóóóóóóó…” do meu amigo, assim com esse “óóóóóóó” comprido e acompanhado de um olhar enviezado e preguiçoso é como se o dispensasse de pensar na pergunta que está sendo feita, liberando seus neurônios para outras atividades que só ele sabe. Esse “Sóóóóóóó…” é mais ou menos igual ao “Hum-hum…” com o qual algumas pessoas respondem a tudo, quando não querem responder. Conheço muita gente que faz isso e tem horas em que eu perco a paciência e pergunto: “Hum-hum é sim ou não?” Pois é.

talking-through-micMas, para mim, a praga das pragas é o famigerado “Com certeza”. Ora, minha gente! “Com certeza” quer dizer exatamente isso: com certeza. Você vai sábado para a festa? Com certeza. Ou seja, vou para a festa sim, é certo que eu vá. Mas hoje, usa-se o “Com certeza!” para tudo. Ligue a TV e veja as pessoas sendo entrevistadas nas ruas: “O que a senhora acha dos juros da casa própria?” “Com certeza. Os juros estão muito altos.” ou “Você vai fazer vestibular para qual curso?” “Com certeza, para o Curso de Medicina”, ou ainda “O que você acha da política com toda essa sujeira que está acontecendo?” “Com certeza. Acho que vou votar nulo no próximo ano.”

Uma praga, uma pobreza, uma simplificação burra da linguagem, um vírus que corrói nossa forma de expressão, nos tornando mais pobres verbalmente e atrofiando cada vez mais nossa capacidade de pensar. Com certeza.

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Meio que sem tempo

Clotilde Tavares | 29 de agosto de 2009

As coisas às vezes nos atropelam e bagunçam com nosso planejamento.

Por isso, ando sem tempo de blogar.

Para você não perder a viagem, a visão de sonho do castelo de Chantilly, na França, onde eu queria estar agora, deitada numa daquelas camas com dossel de veludo vermelho, cochilhando na obscuridade, só na preguiça; ou tomando um chá numa porcelana de Sévres com croissants fresquinhos numa das varandas.

Castelo de Chatilly, França

Castelo de Chantilly, França.

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Um mundo sem plástico

Clotilde Tavares | 27 de agosto de 2009

Nesses últimos dias, onde a mudança de apartamento tem transformado minha vida e meu juízo numa amostra do caos, tem horas em que a gente não consegue encontrar as coisas simples di dia-a-dia, soterradas no meio da bagunça. Foi assim que hoje, depois que fiz um sanduíche, vi que não havia guardanapo de papel. Remexendo nas coisas ainda desarrumadas encontrei guardanapos de tecido, que uso raramente; passei um deles em volta do pão e quando ia começar a comer senti aquela sensação de estranhamento, de coisa suja, anti-higiênica.

Isso me deu o que pensar, uma vez que durante toda a minha infância e parte da adolescência era assim que eu levava o lanche para a escola: um pão com alguma coisa dentro, que podia ser um ovo frito, um naco de goiabada, uma fatia de queijo de coalho ou simplesmente a boa e velha manteiga, tudo isso embrulhado em um guardanapo de pano. É que nessa época, meu caro leitor de menos de cinqüenta anos de idade, não havia guardanapos de papel. Mais espantoso ainda: não havia plástico. Faça agora um pequeno exercício de imaginação para visualizar como era esse mundo, com era essa vida sem plástico.

As embalagens, todas elas, eram de papel, de cartão ou de cartolina; usava-se ainda o bom e velho vidro e as latas de metal. Não havia caixinhas de suco ou de leite longa vida, nem garrafinhas brancas de iogurte e muito menos bandejas de isopor recobertas com filme plástico. Mais espantoso ainda: não havia supermercados. Comprava-se alimento na feira, no açougue ou na mercearia da esquina, de onde as verduras, o feijão e o arroz, a carne, os ovos e o pão vinham embrulhados em papel, que ficava amontoado em folhas de cerca de 60 por 80 cm em cima do balcão, com um peso em cima. O bodegueiro colocava o papel aberto no balcão, e ali colocava o arroz ou o feijão. Depois, habilmente, torcia o papel entre o dedo polegar e o indicador, fazendo uma espécie de dobradura que atuava como uma verdadeira costura sobre o papel, ensacando perfeitamente o alimento. O leite era entregue na porta de casa, e vinha em latões sobre uma carroça puxada por burro. Ou então ia-se buscar o leite em algum curral perto de casa, já que não havia proibição para esse tipo de atividade na zona urbana. Pasteurização era algo desconhecido.

As galinhas chegavam vivas e estressadas da feira, atadas pelos pés e penduradas de cabeça para baixo nas bordas do balaio com as compras, equilibrado sobre a cabeça do balaieiro; ao chegar em casa, eram colocadas no quintal para engordar um pouco e sossegarem antes de serem mortas com um golpe certeiro no pescoço para aparar o sangue que, colocado no vinagre para não talhar, transformava-se pelos milagres da alquimia culinária na deliciosa cabidela. Nesses tempos sem plástico também não havia sabão em pó, amaciante, papel higiênico com perfume de baunilha, nem detergente para a pia. Não se conhecia maionese, nem iogurte com mil sabores, nem margarina. Como dizia o escritor Rubem Braga, nesse tempo todo telefone era preto e todo refrigerador era branco.

Divirto-me em levar meus filhos e netos a imaginarem um mundo sem plástico, sem isopor, sem supermercados ou shopping centers, sem TV a cabo e sem computador e sinto que é como se eu estivesse falando a eles de um outro planeta, de estranhos alienígenas que comiam pão com doce no lanche da escola e matavam as galinhas na cozinha da casa aparando o sangue para fazer cabidela. Um tempo que já se foi e que não volta mais, porque a vida agora é outra e a tecnologia que trouxe o plástico e o isopor trouxe também os antibióticos, as substâncias que prolongam a vida e promovem a saúde. A tecnologia trouxe também algo que considero ser uma das coisas mais importantes desses últimos tempos: as possibilidades cada vez mais reais e eficazes de comunicação entre as pessoas, superando diferenças, exercitando a tolerância e praticando a boa vontade. Admirável mundo novo, é esse, e estou feliz por estar vivendo nele.

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Banheiros

Clotilde Tavares | 26 de agosto de 2009

Ainda mergulhada no caos da minha mudança, não tenho tido tempo de escrever. Questões muito importantes monopolizam a minha atenção, como, por exemplo: “Onde está o fio dental?” ou “Como posso lavar a roupa se ainda não instalaram o varal?” ou a mais importante de todas, “Em que diabo de lugar foi parar meu chinelinho de antes de dormir?” Ah, meu caro leitor, a falta do chinelo velho para acolher os pezinhos 34 mortos de cansados de carregar, além do meu peso acima da tabela, as caixas e pacotes e livros e objetos, ah, a falta dos chinelinhos velhos não tem contribuído para melhorar a minha qualidade de vida.

Dos meus cinco cômodos, três  já estão razoavelmente em ordem: o quarto, a cozinha e a área de serviço. Mas a sala continua em estado parcial de caos – evoluiu do total para o parcial – e o banheiro, além de estar desarrumado, é um banheiro de tamanho médio, de apartamento antigo que não quero reformar e que constitui um formidável desafio à minha capacidade de decoração, ou melhor, de ambientação, que é assim que se diz agora.

Aí, entrei na Internet em busca de idéias. Não encontrei nenhuma, mas achei um monte de banheiro engraçado que quero compartilhar com você, enquanto resolvo o problema do meu.


O cara se exercita, come, lê, vê TV, acessa a Internet e nunca deixa de ser Rei, ou melhor, nunca abandona o Trono. Aqui.

Indicativo para porta de banheiro masculino e feminino. Achei aqui, onde tem mais.

Design arrojado e tecnologia em pouco espaço. Aqui.

Na Europa, uma versão mais limpa do que tem sido visto nas festas brasileiras como Carnaval e outras. Encontrei aqui.

Nas horas de aperto, um banheirinho portátil.

Essa é boa! Achei aqui.

O banheiro do batera. Aqui.

Cortina de banheiro inspirada no filme “Psicose”, de Hitchcock. Aqui.

Siga o link para ver os detalhes e me diga se você teria coragem de usar este banheiro!

Para encerrar, este banheiro nas nuvens, para quem gosta de esquiar.

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ambientação, ambientação para banheiros, banheiro, decoração, decoração para banheiros, louça sanitária
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Marte, a Lua e a mamografia

Clotilde Tavares | 25 de agosto de 2009
Impossível!

Impossível!

Depois de amanhã, na noite de 27 de agosto, muita gente vai ficar de olhos pregados no céu por toda a madrugada atendendo a um boato que se espalhou pela Internet. A notícia – que todo ano chega às nossas caixas de e-mails e é repassada por gente crédula – é de que Marte vai surgir no céu quase do tamanho da Lua, em virtude de nesta data o planeta se encontrar na sua maior aproximação com a Terra. A notícia diz ainda que tal evento teria ocorrido pela última vez há quase sessenta mil anos e que o fenômeno só se repetirá daí a outros tantos anos.

Não há terreno mais propício à disseminação de boatos e maluquices do que a Internet. Tudo que ali (aqui) se coloca se espalha em progressão geométrica, principalmente – e muito curiosamente – se for algo ilógico e difícil de acreditar por pessoas que tenham o mínimo de sensatez. Toda semana sai um boato diferente, e quanto mais estranho e inverossímel for, mais rapidamente se espalha. As pessoas acreditam por uma simples razão: não usam o bom senso, não refletem sobre o que lêem, acreditam em tudo que lhes dizem e que lhes chega por e-mail.

Assim é mais razoável...

Assim é mais razoável...

Essa história de Marte, por exemplo. Para que o planeta vermelho pudesse aparecer do tamanho da Lua no firmamento, ele teria que estar tão perto que a interferência da sua gravidade sobre os oceanos terrestres causaria cataclismas que deixariam o tsunami da Tailândia no chinelo. É só conhecer o conceito da atração gravitacional que as massas exercem umas sobre as outras e ter noção das massas da Terra, de Marte e da Lua, coisas que, aliás, todo mundo aprende nos primeiros anos da escola e que até eu – que já passei da idade de ter obrigação de me lembrar das coisas – ainda me lembro.

A explicação científica deixo por conta dos pesquisadores do céu, que fui buscar no site do INPE. Eles explicam: “O tamanho aparente (no céu) de Marte varia de 3,1 segundos de arco a 25,1 segundos de arco, devido à variação contínua de sua distância à Terra. Por outro lado, o tamanho da Lua no céu é, em média, de 30 minutos de arco.” (Lembrem-se de que um grau equivale a 60 minutos de arco ou 3.600 segundos de arco, coisa básica de primeiro grau). “Isto significa que, mesmo em sua máxima aproximação da Terra, o planeta vermelho ainda continua sendo mais do que 70 vezes menor do que a Lua no céu.”

O site Quatrocantos também explica o fato, em linguagem mais acessível.

Achei aqui.

Achei aqui.

Finalmente isso me faz lembrar um trote que teria sido dado em Portugal. Foi notícia do jornal “O Globo”. Diz a matéria: “A ciência tem avançado tão rapidamente que algumas pessoas começam a exagerar na credulidade em relação ao alcance da tecnologia. O jornal português “Correio da Manhã” disse que dezenas de mulheres de São Bartolomeu de Messines tiraram a parte de cima da roupa em quintais, varandas, janelas e até mesmo na rua para fazer exame de “mamografia via satélite, pelo raio laser”. Em reportagem intitulada “Mamas ao léu”, o jornal garantiu que as portuguesas foram convencidas a tirar a roupa por uma mulher que, por telefone, se identificava como médica e elogiava as vantagens da “nova tecnologia de mamografia por satélite”. Para que se submetessem ao novo exame, a suposta médica afirmava, segundo o “Correio da Manhã”, que elas precisavam apenas ficar “num local visível”, de onde o “satélite as pudesse captar”.

Tudo não passou de um trote, é verdade, motivado apenas pelo pouco uso do bom senso e pelo desejo de acreditar e prodígios e fatos miraculosos. E, pelo visto, a epidemia desse tipo de trote apenas começou.

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Superpoderes

Clotilde Tavares | 24 de agosto de 2009

Um dia desses a gente estava conversando sobre os super-heróis das histórias em quadrinhos e seus superpoderes. E circulou a questão: qual o superpoder que você gostaria de ter? Saiu de tudo: voar, ficar invisível, ler o pensamento dos outros, enxergar através das paredes, transformar-se em outra pessoa… Alguns falaram que tudo isso só tinha utilidade se fosse, também a exemplo dos super-heróis, para ajudar aos fracos e oprimidos.

Aí eu fiquei pensando que, se observarmos bem direitinho, todos nós temos esses superpoderes. Pelo menos eu tenho, e se eu tenho, caro leitor, você também tem. Por exemplo: voar. É verdade que não podemos voar fisicamente, suspensos no ar como o faz o Super-Homem, mas podemos voar nas asas da imaginação, nos transportando para qualquer lugar – ou época – que a gente queira. Quanto a ler o pensamento dos outros, nada mais fácil, uma vez que as pessoas, através de seus gestos, olhares e posturas estão sempre traindo a si mesmas, se entregando e revelando o que pensam. Com um pouco de observação, você é capaz de saber quase exatamente o que se passa na cabeça do seu semelhante, na maioria das ocasiões.

A habilidade de enxergar através das paredes, a famosa visão de Raios-X, talvez não seja um superpoder muito agradável, uma vez que entrar na intimidade dos outros sempre nos revela coisas que talvez fosse melhor ficar sem saber. Transformar-se em outra pessoa, característica dos X-Men, é coisa que venho fazendo há muito tempo no teatro, quando já fui uma condessa do século XII, um vagabundo sem vintém, uma cigana velha e cheia de histórias, uma suave velhinha com seu tricô e óculos ou uma dona de casa viciada em novelas de rádio, entre outros personagens já assumidos e representados no palco.

Mas a característica maior dos super-heróis, que é ajudar os fracos e oprimidos, está ao alcance de todos nós e graças a Deus e não precisa de superpoder nenhum: basta coragem e determinação. Isso é coisa que venho fazendo há muito tempo, quando boto a boca no trombone para defender aquelas causas que abracei, como a causa do teatro, da arte, e da cultura, causas essas que sempre estão lutando com dificuldade nesta terra-brasilis de muita burocracia e pouca sensibilidade.

Pensando nessa história de superpoderes me vem à mente uma coisa que os super-heróis não têm, mas que seria um super-super-superpoder pra lá de genial: a possibilidade de comer de tudo sem engordar. Essa realmente seria uma super-habilidade fantástica e que muito nos auxiliaria na eterna briga com a balança e a fita métrica.

Finalmente, a capacidade de se tornar invisível, que todos pensam ser algo impossível, eu garanto que é muito fácil e dou a receita ao meu leitor: é só entrar em qualquer repartição pública para resolver um problema. É como se você fosse invisível, na busca desesperada de atenção de algum funcionário. Reclamar qualquer coisa em repartição pública é garantia de invisibilidade na certa. Experimente.

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Extreme makeover

Clotilde Tavares | 23 de agosto de 2009

Você não tem ideia do que é uma mudança. Ou melhor: você não tem ideia do que é a MINHA mudança. Não há os objetos habituais: mesa com aparador e seis cadeiras, racks cheios de divisórias, armários embutidos que é preciso desmontar e montar novamente depois, armários de cozinha, camas-box king size ou espelhos bisotados de cristal.

Nenhum desses objetos faz parte do meu modesto mobiliário. Somente o grupo estofado e a cadeira da mamãe, além da cama de casal do menor tamanho. Não tenho mesa de jantar, nem armários de nenhum tipo. Odeio armários com portas e tudo que tenho é guardado em prateleiras e estantes abertas.

Ah! Mas tenho estantes. E mesinhas. E estantes menores. E prateleirinhas. Elas abrigam os meus 1.800 livros, papéis, caixas, arquivos, pastas e mais objetos, coleções, porta-retratos, milacrias, trocinhos, coisinhas, miudezas, bric-à-brac ou como queiram chamar as dezenas de inutilidades que eu tenho em casa e que fazem a minha felicidade no cotidiano e o meu terror nos dias de mudança.

Para completar, cheguei em Natal terça-feira no dia 18, e ainda não tenho internet e nem vou ter tão cedo, porque primeiro é preciso solicitar uma linha fixa, que ainda não funciona pois a fiação interna do prédio tem problemas que só serão resolvidos na segunda-feira dia 24; aí é que eu vou poder solicitar o Velox, que demora uns três dias para entrar no ar. Não estou respondendo direito meus e-mails, nem twittando, nem podendo checar os comentários do blog com frequência.

Tenha paciência. Eu não estou tendo, mesmo com tanta troçada para colocar no lugar? Enquanto isso, distraia-se com as fotos desta minha experiência, na base de “extreme-makeover”.

Assim ficou meu apartamento em João Pessoa depois de tudo embalado.

Assim ficou meu apartamento em João Pessoa depois de tudo embalado.

E as estantes, vazias dos 1.800 livros, que jazem nas caixas, prontos para viajar.

E as estantes, vazias dos 1.800 livros, que jazem nas caixas, prontos para viajar.

É nesta rua que vou habitar, em Natal. Rua Miguel Castro. Lá em cima passam a "Romualdo" e a "Prudente", ou seja, a av. Romualdo Galvão e Prudente de Morais. Abaixo, quase na esquina do meu prédio, a Av. Salgado Filho. Perto de tudo.

É nesta rua que vou habitar, em Natal. Rua Miguel Castro. Lá em cima passam a "Romualdo" e a "Prudente", ou seja, as avenidas Romualdo Galvão e Prudente de Morais. Abaixo, quase na esquina do meu prédio, a Av. Salgado Filho. Perto de tudo.

Chegando no apartamento, com a parede verde/azul esperando meus quadros, a grande sala e depois a varanda.

Chegando no apartamento, com a parede verde/azul esperando meus quadros, a grande sala e depois a varanda.

Agora a visão contráeria, da cozinha americana e a parede azul que dá entrada à área do unico quarto e único banheiro (quanto menos melhor, pois limpa-se mais rápido).

Agora a visão contrária, da cozinha americana e a parede azul que dá entrada à área do único quarto e único banheiro (quanto menos melhor, pois limpa-se mais rápido).

Chega a mudança, e começa o caos.

Chega a mudança, e começa o caos.

Os 1.800 livros cada um procurando seu lugar...

Os 1.800 livros cada um procurando seu lugar...

Batista, que pintou o partamento, trocu as portas, instalouar condicionado e máquina de lavar, revisou todas as torneiras e sifões, pendurou as cortinas do quarto e me ajudou a tirar os 1.800 livros das caixas. É o Faz-Tudo mais Faz-Tudo que já conheci.

Batista, que pintou o apartamento, trocou e pintou as portas, instalou o ar-condicionado e máquina-de-lavar, revisou todas as torneiras e sifões, pendurou as cortinas do quarto e me ajudou a tirar os 1.800 livros das caixas. É o Faz-Tudo mais Faz-Tudo que já conheci.

Almoço nesta mesinha da varanda, vendo ao longe as dunas e logo na esquina o movimento da Av. Salgado Filho.

Almoço nesta mesinha da varanda, vendo ao longe as dunas e logo na esquina o movimento da Avenida Salgado Filho.

A tarde cai, a noite vem, e da janela da area de serviço, voltada para o Sudoeste, vejo o belo céu de Natal. Essa janela fica na direção do Machadão e do Natal Shopping.

A tarde cai, a noite vem, e da janela da área de serviço, vejo o belo céu de Natal. Essa janela fica na direção do Machadão e do Natal Shopping.

Ainda na área de serviço, na janela Sul, vejo ao fundo as dunas e à direita a Casa da Moeda, ou melhor a Igreja de Edir Macedo.

Ainda na área de serviço, na outra janela, vejo ao fundo as dunas e à direita a Casa da Moeda, ou melhor, a Igreja de Edir Macedo.

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Dia Internacional do Folclore

Clotilde Tavares | 22 de agosto de 2009

Uma das coisas de que eu mais gostava na minha meninice era quando Mamãe me levava para os pequenos lugarejos perto de Campina Grande, no domingo, para ver as corridas de argolinha. Lugares como São José da Mata, Pocinhos, Lagoa Seca, todos pertinho de Campina, ainda tinham esse divertimento tradicional que misturava habilidade, destreza, tradição e um pouco de romance.

Corrida de argolinha em Janduís-RN

Corrida de argolinha em Janduís-RN

Para quem não sabe, a corrida de argolinha tem sua origem nos antigos torneios medievais, quando os cavaleiros demonstravam suas habilidades no manejo da lança, montados em seus corcéis. Consiste em um arco, ou poste todo enfeitado de papel colorido, do qual pende amarrada por um barbante uma pequena argola, do tamanho de um anel, que deve ser retirada com a ponta da lança pelo cavaleiro em disparada. A argola é então presenteada a alguma moça com a qual o moço simpatize.

Segundo Cascudo, que dedica à corrida de argolinha um dos verbetes do seu insubstituível Dicionário do Folclore Brasileiro, o divertimento aparece no Brasil inteiro desde o século XVI, em pontos variados do seu território, mantendo praticamente as mesmas características, sendo uma “sobrevivência” das justas travadas na Idade Média.

Era assim que a argolinha se apresentava para mim na infância. Nos dias de festa, as corridas tomavam um aspecto mais tradicional, com cavaleiros vestidos de branco e divididos em times nas cores azul e encarnado (porque no interior não é vermelho: o nome é “encarnado”). Mamãe, minha primeira professora de folclore, explicava: os azuis são os cristãos e os encarnados são os mouros, os pagãos, que não acreditam em Deus. Mesmo assim com essas explicações ela torcia pelo encarnado “porque era uma cor mais bonita” e eu torcia também, e torço até hoje.

Era uma beleza de se ver aqueles rapazes enormes em cima dos poderosos cavalos – era assim que me parecia, na pequenez dos meus cinco, sete anos de idade. Eles disparavam deixando atrás de si rolos de poeira, os cavalos em tropel tirando lascas do solo, a comprida lança de madeira enfeitada de fitas, mirando algo tão pequeno que eu não conseguia enxergar de onde estava. E depois lá ia o herói, suado, no resfolego da montaria, entregar à namorada a pequena argola dourada.

Com este registro quero hoje, 22 de agosto, Dia Internacional do Folclore, louvar todos os que fazem a cultura popular: artistas, brincantes, artesões, e demais agentes que, de forma rica, profunda e tradicional trasmitem arte, cultura, conhecimento, práticas e saberes. Também faço esta louvação aos pesquisadores – entre os quais me incluo – que fazem por onde a cultura popular seja valorizada, que a estudam, documentam e refletem sobre ela.

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O poder de síntese da poesia nordestina

Clotilde Tavares | 21 de agosto de 2009

Uma coisa que sempre me surpreende na poesia popular nordestina é a capacidade de síntese dos poetas. Em poucas palavras, arrumadas em um estrofe de seis linhas conhecida como sextilha, o poeta consegue expressar de forma completa um pensamento, um sentimento, uma idéia ou até mesmo resumir uma história.

Veja, por exemplo, a primeira estrofe do folheto de cordel “O Pavão Misterioso”, da autoria de José Camelo de Melo Rezende, folheto esse que deve ter sido publicado nas primeiras décadas do século XX:

“Eu vou contar a história
De um pavão misterioso
Que levantou vôo da Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma Condessa
Filha de um conde orgulhoso…”

Apenas com uma estrofe o poeta situa a história, transmite o clima de aventura e perigo e introduz o conflito da trama, que se estabelece entre o rapaz e o conde, em disputa pelo amor da Condessa; de quebra, caracteriza os personagens, atribuindo coragem ao rapaz, orgulho ao conde e beleza à tal condessa, é claro, que ninguém vai se dar ao trabalho de raptar mulher feia.

Quer outro exemplo? Pergunte a qualquer pessoa quais são as três piores coisas do mundo, e peça para explicar por que. Nove entre dez mortais vão passar uma hora explicando e gastando palavras. O poeta não. Veja essa décima (estrofe de dez linhas) atribuída a Louro Branco que responde à sua pergunta:

“Um grande sábio profundo
Me perguntou certa vez
Se eu conhecia as três
Piores coisas do mundo
Lhe respondi num segundo
E lhe dei explicação:
– Doido, mulher e ladrão.
Doido não tem paciência
Ladrão não tem consciência
E mulher não tem coração.”

Sintético, enxuto, exato, na medida. Uma estrofe perfeita.

Outra da qual gosto muito é uma sextilha atribuída ao poeta pernambucano Antonio Marinho, sogro do não menos famoso vate Lourival Batista, dos Batistas de São José do Egito. Sobre a saudade, fala Antonio Marinho:

“Quem quiser plantar saudade
Escalde bem a semente
Plante num lugar bem seco
Quando o sol tiver bem quente
Pois se plantar no molhado
Ela cresce e mata a gente.”

A quem estiver estranhando essa coisa de “atribuído a…” explico que na poesia popular essa questão de autoria é assim mesmo meio nebulosa, meio confusa, meio incerta. Para não errar, prefiro dizer que o verso é “atribuído a” do que fechar questão quanto ao autor.

Outro primor da síntese é uma estrofe que escutei por aí, da qual não sei o criador:

baralho(1)

“O baralho tem quatro ás
Quatro dois e quatro três
Quatro quatro e quatro cinco
Quatro nove e quatro seis
Quatro oito e quatro sete
Quatro dez, quatro valete
Quatro dama e quatro reis.”

Não poderia concluir este registro sem falar em Rosil Cavalcanti, compositor genial de obras musicais como “Sebastiana”, “Tropeiros da Borborema”, e tantas outras. Basta dizer que Rosil foi aceito na Academia de Letras de Campina Grande apenas pelas suas letras, apenas pelas suas composições, sem nunca haver escrito um livro. A cadeira do qual foi patrono e fundador foi depois ocupada por meu pai, o jornalista e poeta Nilo Tavares, coisa que muito nos gratificou. Rosil Cavalcati é o autor de “Moxotó”, cuja letra é um verdadeiro e estudo sociológico da região que ele descreve na canção, com todas as suas características geográficas, econômicas, antropológicas e sociais:

“Você precisa conhecer uma terra boa
Você precisa conhecer o Moxotó
Pra ver o cabra entrar no mato encourado
Derrubar touro montado
Pegar cobra e dar um nó.
Lá tem vaqueiro que emborca no carquejo
Quebrando arapiraca
Tem sim senhor
Tem caçador que pega onça de mão
E sangra de faca
Tem sim senhor
Tem fazendeiro que morre e não sabe
Quantas reses tem
E tem morena de fala doce e amena
Que em outra terra não tem
Isso também tem…”

Oitenta palavras e toda a região passa como um filme, à sua frente! Genial.

Lagoa do Puiú, município de Ibimirim-PE, em pleno Moxotó, onde meus parentes ainda habitam, criam e cultivam.

<br>
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Antonio Marinho, Ibimirim, Louro Branco, Louruval Batista, Moxotó, Nilo Tavares, poesia popular nordestina, Rosil Cavalcanti
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10 dicas para o vendedor

Clotilde Tavares | 20 de agosto de 2009

Mudei de apartamento – alías, estou mudando ainda, uma vez que estou aqui no meio do caos: caixas e mais caixas de livros e papéis, uma bagunça – e nesse processo de mudança precisei comprar material para mandar pintar o apartamento, trocar umas portas, essas coisas que a gente faz quando se muda.

materiais-de-construcaoEntão foram visitas e mais visitas às lojas para compras; e depois de entrar em contato com o bom e o mau atendimento elaborei umas regrinhas para um dia quando eu tiver a minha própria loja fazer meus funcionários seguirem, já que não me meto a dar conselhos para as lojas dos outros, que podem até alegar a minha falta de um título de especialista em vendas, que eu realmente não tenho. Especialista ou não, se eu tiver um dia uma loja, as regras seguintes vão valer para todos os vendedores.

1) Olhe o cliente nos olhos. É muito desagradável quando estamos fazendo uma compra e o vendedor fica com o olhar perdido no espaço, como se não estivesse ali.

2) Evite conversar com outra pessoa sobre assuntos pessoais enquanto atende o cliente. Há uma loja na qual eu eventualmente compro artigos para cabelo, unhas e maquilage onde as vendedoras conversam aos gritos umas com as outras enquanto nos atendem. Coisas assim: “Mulher, tu ligasse pra ele? Ele disse o quê? Mulher, se tu sair de novo com ele, tu é quem não presta, visse?…”

3) Sorria. Não custa nada, cria um ambiente de simpatia e de bom humor que facilita a venda. Aliás, fica difícil fazer qualquer coisa no mundo sem bom humor. E gente mal-humorada é a praga do mundo.

4) Jogue fora o chiclete. Mascar chiclete enquanto fala com o cliente? Nem pensar! Mascar chiclete por si só já é uma razoável falta de boas maneiras e no ambiente de trabalho, enquanto se está lidando com o público, nem se fala.

5) Não abandone o seu cliente, que está ali para comprar um item qualquer, por um cliente recém-chegado que parece que vai fazer uma grande compra. Parece mentira, mas isso ocorre frequentemente nas lojas. (Por isso é bom entrar nas lojas de material de construção com uma lista enorme de material na mão, umas três folhas, quaisquer três folhas de papel com qualquer coisa escrita que pareça uma lista. É garantia de bom atendimento na certa.)

6) Ofereça sempre sugestões quando notar que o cliente precisa. Mas também não seja metido a sabe-tudo. O segredo é encontrar a medida certa, dando ao cliente a informação necessária para que ele possa fazer a melhor compra.

7) Mostre interesse, sempre! O mundo já está cheio de gente apática, desinteressada, sem entusiamo, sem envolvimento. A energia gerada por esse interesse, que inclui vários dos itens já mencionados antes como olhar nos olhos e sorrir, favorece um bom negócio e faz o cliente voltar mais vezes.

8 ) Seja receptivo. Muita gente gosta de conversar com o vendedor. Isso acontece porque tem gente que mora sozinha e comprar alguma coisa é muitas vezes uma oportunidade para descontrair, bater um papo… Se o vendedor perceber isso vai terminar com uma legião de clientes que o procuram pela possibilidade de papo e, de quebra, sempre levam alguma coisa.

9) Evite, acima de tudo, olhar o cliente com superioridade somente proque ele quer um artigo mais barato, e nunca duvide da capacidade dele de adquirir um artigo caro somente porque ele está vestido com simplicidade.

10) Você depende do cliente. Nunca esqueça de que não está fazendo nenhum favor atendendo o cliente da melhor forma possível: isso é simplesmente a essência do seu trabalho, e a garantia da sua empregabilidade.

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