Dois copinhos e um barbante
Clotilde Tavares | 15 de agosto de 2009Um leitor deste blog me mandou esta semana um email perguntando se determinado texto postado aqui não já havia sido antes publicado no Tribuna do Norte. Quando eu disse que sim, que o texto já havia sido publicado, ele chiou! Pois é: esses meus leitores são danados de temperamentais, chiam, reclamam, xingam – a maior parte elogia e gosta – mas eu também dou a mesma atenção para as reclamações, uma vez que é ouvindo a voz discordante que crescemos e aprimoramos o trabalho.
Pois bem, como ia dizendo, o meu leitor xingou porque, segundo ele, não estava querendo “ler matéria requentada”! Mas minha gente, me diga: eu posso fazer algo além de me divertir com uma coisa dessa? Primeiro porque não tenho intenção de publicar inéditos; depois porque não sou jornalista, não publico “matérias”. Sou uma escritora, e agora blogueira. Publico textos, crônicas, artigos, conversa fiada, miolo de quartinha, coisas escritas na hora – como essa de hoje – e também textos que foram publicados em jornais e se perderam, embulhando o peixe no mercado no outro dia, e que jamais sairão publicados em livro.
Este blog, entre outras coisas, tem a proposta de recuperar esses textos, porque uma vez publicados na Internet e não sendo deliberadamente apagados pelo autor, aqui ficarão eternamente, espero eu, abrigados em algum dos trocentos milhões servidores que existem pelo mundo afora. Vocês devem ter notado que é essa tônica que caracteriza o Umas & Outras nessa sua nova fase. (Leia mais sobre o Umas & Outras no link Quem Somos, abaixo do cabeçalho do blog.)
Aqui, escrevo geralmente textos novos, mas isso não me impede de postar textos adredemente escritos, como gostava de dizer a minha avó, com sua mania de palavras em desuso. E nestes próximos dias, em que estou mudando de cidade, sem Internet, prepare-se para ler algumas coisas “requentadas”, como diria o meu caro leitor cujo comentario deu início a este post. Além disso, tenha paciência se eu não responder imediatamente aos comentários. A partir de segunda-feira, estou dependendo da dupla Oi/Velox, e quem depende dessa dupla está sujeito a chuvas, trovoadas e tsunamis, sem nenhuma esperança de uma previsão segura.
Diz Sandro Fortunato, com sua eterna mania de reclamar e de botar defeito nas coisas, que depois de “umas duas semanas e muitos telefonemas, eles entregam dois copinhos e o barbante em sua casa…” Esperemos, pois.