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Voltando devagar

Clotilde Tavares | 29 de maio de 2010

Pense numa praia linda! É a praia de Tambaú, na capital parahybana. Meu hotel, o Othon, fica bem em frente a esse hotel redondo, que é o tradicional Hotel Tambaú.

Sei que abandonei este blog à própria sorte, sem alimentá-lo diariamente como é meu dever de blogueira. Mas eu tenho um bom motivo. Pra começo de conversa, fui acometida por uma estranha dor no braço, que pensei que era da coluna, depois pensei que era a tal da L.E.R. (lesão por esforço repetitivo) e que agora suspeito de que tenha sido uma crise de herpes zoster, o popular “cobreiro”.

O caso é que fiquei fora de combate por muitos dias, sofrendo horrores e comendo (com muita manteiga) o pão que o diabo amassou, sem poder escrever direito e irritada com a dor. Dor – quem já sentiu sabe – é um troço que tira você do sério.

Aí, junto com esse transtorno todo, ainda tive que preparar oficina e palestra que ministrei no Fenart – Fertival Nacional de Arte – fuzuê cultural que se realiza na capital da Parahyba, este ano na sua décima terceira edição.

A oficina foi de 26 a 28, a palestra foi dia 26 e hoje, dia 29, estou eu aqui melhorando do braço, com a cabeça mais leve, sentada de frente pro mar de Tambaú, e lhe enviando essas mal tecladas linhas, meu caro leitor, para que não me abandone e a quem prometo voltar com postagens diárias – quase diárias! – muito, muito em breve.

Como não consigo ficar quieta, parto às 11 da manhã para o Recife onde me esperam doses iguais de trabalho e lazer.

A vida é boa, visse? A gente é que não sabe aproveitar direito…

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Eu voltarei!

Clotilde Tavares | 12 de maio de 2010

Para você, que ainda me visita, eu afirmo e prometo que voltarei.

Tenha paciência! Já coloquei os óculos de grau, só falta passar o sono e a preguiça…

Achei a foto aqui.

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Gentileza gera Gentileza

Clotilde Tavares | 5 de maio de 2010

Se você está acompanhando o noticiário dos últimos dias, deve ter visto que está sendo comemorado no Rio de Janeiro os 90 anos do Profeta Gentileza. Apesar de não haver entendido bem como se comemora em 2010 os 90 anos de alguém que nasceu em 1917, eu conheci essa figura popular, carismática e verdadeiramente genial; e a conheci aqui em Natal.

Seu verdadeiro nome era José Datrino, nascido em 1917. Antes de tornar-se “Profeta”, Datrino possuía uma empresa de transporte de cargas e residia, com sua família, no bairro de Guadalupe, Rio de Janeiro. Possuía muitos bens, uma casa, três terrenos, três caminhões, mas a partir de sua “revelação”, deixou tudo para a família e ganhou um nova identidade: o Profeta Gentileza que, aos poucos, tornou-se uma figura popular na cidade. Gentileza andava por vários bairros do Rio, Niterói e Baixada Fluminense e também andou pelo Brasil, pregando o amor pela natureza, a paz e… a gentileza. A partir dos anos 80, começou a inscrever mensagens nas pilastras do Viaduto do Caju, no Rio de Janeiro, formando um verdadeiro “livro” de concreto, que foi recentemente restaurado e está em processo de tombamento pela Prefeitura do Rio. O Profeta Gentileza morreu em 1996, aos 79 anos, mas o seu trabalho, pela mensagem que encerra, está sendo reconhecido por muitos setores da arte e da cultura, entre os quais a cantora Marisa Monte, que compôs e gravou uma música em sua homenagem.

Pois bem, caro leitor: o Profeta Gentileza andou por Natal no início da década de 1980. Lembro bem de tê-lo visto “pregando” na Praça João Maria e de ter ficado impressionada pela sua figura teatral, muito alta e muito magra, de barba e cabelos longos e grisalhos, com uma bata branca que ia até os pés e o estandarte colorido, ornamentado com flores, cataventos de papel e dísticos, que portava com distinção e firmeza. O profeta, quando andou por aqui, morava ou se hospedava no bairro de Nova Descoberta e vez por outra o via descendo a rua da Saudade, onde eu morava naquela época.

Um fato engraçado é que Ana Morena, minha filha mais nova, nessa época com uns 4 ou 5 anos de idade, estava sempre querendo fugir de casa para ir brincar na rua. Temerosa de que algo lhe acontecesse, tentei amedrontá-la: “Olhe que vem o Velho e lhe carrega, lhe bota dentro de um saco e leva para bem longe!” Incontinenti, ela respondeu: “Você mesmo disse que não existe nem Papão, nem Papa-Figo, nem Velho, que são coisas que os adultos inventam para assustar as crianças!” Fiquei assim meio sem saída, vendo confrontados meus modernos conceitos de “educação sem medo” com a necessidade de impor um limites à minha atrevida pirralha.

Nesse dilema, olho para o alto da rua e quem vejo? O Profeta Gentileza, que descia a rua da Saudade em direção à avenida Salgado Filho. “Olhe, lá vem vindo o Velho!”, falei e apontei para ele, de estandarte e com o camisolão branco que o deixava ainda mais alto e magro. Quando Ana Morena viu aquela aparição disparou apavorada para dentro de casa e não saiu mais.

O belo e suave Profeta Gentileza, que nunca quis assustar ou fazer mal a ninguém, terminou, sem querer, encarnando o perigoso “Velho”, personagem amedrontador que deve ter povoado os pesadelos da minha filhinha durante muito tempo.

Mas isso é apenas uma pequena e engraçada história. O que fica, para nós todos, como legado desta figura sem paralelo no dia-a-dia das nossas cruéis e violentas cidades é a mensagem “Gentileza gera Gentileza”, herança amável e preciosa que precisa ser exercitada e multiplicada por todos nós.

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Casa Grande e Senzala – em quadrinhos.

Clotilde Tavares | 3 de maio de 2010

Todo mundo, mesmo quem não é muito chegado à leitura, já ouviu falar da obra de Gilberto Freyre, que tem o título de “Casa Grande e Senzala”. Gilberto Freyre (1900-1987), sociólogo pernambucano, escreveu esse livro em 1933, e a importância desta obra colocou-a definitivamente na relação dos livros que devem ser lidos por qualquer pessoa que queira entender o Brasil.

Para o leitor comum, ler “Casa Grande e Senzala” é uma tarefa, pois a obra é vasta, extensa, profunda, recheada de informações. Junto com “Sobrados e Mocambos” e “Ordem e Progresso” forma a trilogia conhecida como “Introdução à História da Sociedade Patriarcal”, constituindo esses três livros um documento mestre para quem deseja entender como se formou a nossa sociedade, o seu processo de colonização, e porque somos da maneira que somos hoje.

Muita gente pode até nem concordar com as idéias de Gilberto Freyre. Eu mesma só o li recentemente, cumprindo a tarefa de preencher lacunas da minha formação que ficaram abertas por puro preconceito. O caso é que na época em que deveria ter lido a obra de Freyre, no Mestrado, estávamos em plena ditadura militar e o nosso curso – como muitos no Brasil – tinha uma orientação marxista que era mais ou menos declarada. Nós e nossos professores execrávamos esses autores como Freyre, chamados “funcionalistas”, porque achávamos que quem pensava diferente de nós não merecia o privilégio da nossa leitura. Naquele tempo, as turmas não se misturavam, marxista só andava com marxista e todos, dentro do seu gueto pessoal, estavam de acordo uns com os outros.

Essa atitude, que hoje reconheço limitada mas que era normal naquele tempo, privou-me de um monte de leituras interessantes que somente muitos anos depois pude ler sem achar que estava traindo a mim e ao povo brasileiro. Entre elas incluo textos espiritualistas e filosóficos e romances, poemas e ensaios de autores ditos “reacionários”.

Voltando a Gilberto Freyre e a “Casa Grande e Senzala”, há uma edição em quadrinhos publicada pela Global Editora. Se não é um estudioso ou acadêmico e não quer encarar o desafio das centenas de páginas mas tem uma curiosidade natural e saudável sobre a obra pode fazê-lo agora, de forma “light” e suave.

Publicado pela primeira vez em 1981, o livro foi planejado por Adolfo Azien e roteirizado por Estêvão Pinto, com ilustrações de Washt Rodrigues, posteriormente colorizadas por Noguchi. A versão quadrinizada é sucinta, didática, mas permite vislumbrar as principais idéias da obra de Freyre, fazendo um apanhado dos fatos e costumes dos povos que formaram a nação brasileira, desde o início da colonização português até a época da escravidão, mostrando o fenômeno da miscigenação e revelando de que modo cada um dos povos fundadores – portugueses, africanos e índios – influiu na nossa cultura.

E se depois de lê-la você quiser conhecer a obra original, a Global Editora também tem em catálogo, em edições cuidadosas e bonitas, os outros livros de Gilberto Freyre, leitura que vale a pena ser feita, boa para a nossa auto-estima e para o exercício da nossa nordestinidade.

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Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre, Global Editora
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A produção das deusas

Clotilde Tavares | 2 de maio de 2010

Não entendo porque as pessoas insistem em divulgar emails do tipo “as 50 tops mais lindas do mundo sem fotoshop e sem maquilage”.

Olha, minha gente: eu acho isso uma bobagem e nem quero ver!

Modelo não é gente. Modelo é uma coisa bonita, construída com disciplina, trabalho, maquilage, massagens, dietas, exercícios e seja lá mais o que for necessário para dar a elas esse aspectos de deusas xstra-terrenas, de seres celestiais, de divas inconsúteis, que nos fazem sonhar e abominar nossos sessenta e cinco quilos em um metro e quarenta e oito.

Lá, no fundo daquela construção midiática, existe uma menina de verdade, uma moça que sonha, que acorda de manhã, vai ao banheiro, escova os dentes e vai para a cozinha arrastando os pés tomar seu iogurte exatamente como eu faço e como você faz todo dia.

Mas ninguém está disposto a ver isso, a pagar para isso. Todos querem ver a deusa no seu pedestal, com roupas de griffe, maquilage estranha, cabelos irreais, longas unhas, olhar 45. É uma indústria como qualquer outra, com milhões de dólares em jogo, como qualquer outra indústria.

Assim, não queiram me mostrar essas fotos. Eu me recuso a vê-las, da mesma forma que me recuso a eliminar a Fantasia e o Sonho que existe na minha vida e que se reacende toda vez que vejo aquelas criaturas belas e espetaculares.

Se o ideal de Beleza que a mídia constrói e transmite através delas é  impossível de ser alcançado, levando a mulherada em peso gastar os tubos na indústria das academias, cirurgias plásticas e produtos de beleza, isso é outra história, que não estou discutindo aqui.

Eu não quero ser como as super-models, nem poderia. Tenho minha própria vida e minhas próprias coisas para fazer, que não têm nada a ver com aquilo que elas fazem. Mas que gosto de vê-las desfilar nas passarelas ou piscarem para mim nos comerciais, ou encontrá-las imóveis e tão lindas nas páginas das revistas, ah, isso eu gosto, e muito.

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