Carnatal: encerrando o assunto
Clotilde Tavares | 5 de dezembro de 2009Sempre me nego neste blog a falar sobre temas locais, e se desde quinta-feira venho falando sobre o Carnatal é porque afeta de tal maneira a cidade em que vivo e a mim mesma como cidadã e habitante da vizinhança que é impossível ficar alheia. E você, caro leitor, mesmo que não more em Natal, talvez já tenha passado por situações semelhantes àquelas que são descritas aqui.
Hoje – agora – estou encerrando este assunto. Supreendentemente para mim mesma, o evento não me afetou tanto quanto eu imaginava e como me deram a entender. O barulho não me impediu de dormir pois o vento está a meu favor e leva a zoada na direção contrária; a minha rua foi escolhida para reunião da peãozada que trabalha nos blocos segurando cordas, fiscalizando, e por isso não tem charme suficiente para que os pleibóis estacionem seus carros barulhentos ; além disso, é também na minha rua que estacionam os carros de fiscalização da Polícia, e onde os policiais se concentram em grande número antes de saírem para fazer o seu trabalho nas outras ruas.
Sendo assim, não precisei sair de casa para dormir em outro lugar e, com dois dias do evento – que dura quatro – a rua está limpa e nenhum odor desagradável está me aborrecendo. Ontem à noite havia muita sujeira na rua, pois durante a tarde são distribuídos lanches ao pessoal que vai trabalhar e que se aglomera na rua – estou falando de … 200, 300 pessoas – que depois de comer atiram latas e embalagens plásticas em qualquer lugar. Hoje, quando acordei às oito, a rua estava limpa.
Mesmo assim, mesmo que do ponto de vista pessoal eu não seja afetada pelo Carnatal, mantenho todas as críticas que fiz no post Festa de alguns, transtorno de muitos. Acho um absurdo a segregação de um espaço público para uso privado. Entre outras coisas, penso em todas as pessoas que não podem dormir à noite, que lidam com a dificuldade de acesso às suas casas e estabelecimentos comerciais, pessoas que não podem sair de onde moram pois têm bebês, ou gente doente ou velha que precisa dormir direito. Lembro de quando tive comigo meu pai, já esclerosado, bem velhinho, que se assustava com qualquer barulho alto e estranho vindo da rua. Infelizmente, os interesses econômicos e políticos se sobrepõem nesta cidade à necessidade de qualidade de vida de seus habitantes.
Então é isso, meu caro leitor de Natal e alhures. Encerro agora esse assunto e voltarei amanhã, domingo, retomando o ritmo de um texto por dia como você já está acostumado.
Olá!!!
pois então clotilde você é de fato uma mulher de sorte (mesmo com a piazada se concentrando no seu AP) … eu estou bem longe do carnatal e tive que acordar as 03:38 h com as músicas típicas (lguém que quer que todos amem os axés – até agora está tocando – coloqei no post novo … valeu!!