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O perigo ronda os cabelos

Clotilde Tavares | 18 de novembro de 2009

Peço ao meu caro leitor que faça comigo uma experiência. Pegue qualquer jornal – O Globo ou o Correio Brasiliense, a Folha de São Paulo ou A Tarde, o Correio da Paraíba, O Norte, Diário de Pernambuco, Diário de Natal… Pode ser do Sul ou do Norte, de metrópole ou cidade pequena. Abra na coluna social. Observe as fotos das mulheres.

São quase todas iguais. São quase todas louras, ou com cabelos claros, muito com mechas, cabelos lisos, pontas desfiadas, um pouco abaixo dos ombros e todas ostentam sorrisos certinhos, de dentes regulares e claríssimos. Aqui acolá você vê uma morena, mas a grande maioria é como esse tipo que descrevi. Não há mais cabelos curtos, não há mais cabelos encaracolados, não há mais cabelos pretos ou castanhos. E dentucinhas, nem se fala. Foi uma raça que desapareceu da face da terra.

No afã de ter os cabelos lisos, elas vez por outra se intoxicam e morrem como o formol que faz parte da fórmula usada na “escova progressiva”, técnica utilizada para tal fim. Segundo a Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não existem produtos autorizados para esse fim e o formol, um dos componentes utilizados pelos fabricantes, é altamente tóxico. “A quantidade máxima permitida em cosméticos, como xampus e condicionadores, é de 0,2%”, diz Josineire Melo Costa Sallum, gerente-geral de cosméticos da Anvisa.

É aqui que a coisa se complica. Nessa dosagem, o formol não alisa. Para fazerem efeito, os produtos teriam que conter – e contêm, embora seja proibido – muito mais formol do que o permitido. Em geral, os cabeleireiros admitem usar misturas com 2 a 4% da substância, mas sabe-se que adicionam mais formol à fórmula, de maneira irresponsável e criminosa.

Desde 1975 que são documentados casos de intoxicação por formol. Em 2004, com o auge da escova progressiva, houve várias ocorrências de reações alérgicas. O primeiro caso de morte teria acontecido em março de 2007, com a morte da dona-de-casa Maria Eni da Silva, 33 anos, no município goiano de Porangatu. A suspeita das autoridades da área de Saúde é de que ela tenha se submetido a uma escova progressiva com 20% de formol.

Conheço meninas que não passam sem essa tal escova. Conheço também cabeleireiros semi-analfabetos, que alteram sem o menor escrúpulo qualquer fórmula que se coloque nas mãos deles. O perigo está aí. Muita gente que eu conheço não sabe disso. Fica aqui o alerta.

Veja aqui uma opinião masculina.

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alisamento, cabelos lisos, escova inteligente, formol, intoxicação por fomnol, relaxamento
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Nerdices

Clotilde Tavares | 15 de novembro de 2009

Quem me conhece me chamada de nerd. Nerd, ou geek: aquela pessoa que gosta de informática, de gadgets eletrônicos, que se relaciona melhor com máquinas do que com gente, que estuda, lê, e sabe de tudo um pouco… Gosto de dizer que eu era nerd antes de existirem os computadores; agora, que eles existem, eu finalmente encontrei minha razão de ser e de estar no mundo.

Evidentemente isso é um exagero brincalhão e os que me conhecem sabem também que gosto de gente, de folia, de encontros, de confraternizações. Mas hoje, atendendo ao meu lado nerd, estou mostrando algumas “nerdices”: coisas que gosto, que acho bonitinhas, que queria ter…

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Gente! Olhem só essa tesoura guiada por laser! Aqui.

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Eu adoro essa canequinha. Aqui.

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Esse adaptador serve para qualquer tomada que possa existir no mundo. Só não sei se serve para essas novas tomadas brasileiras que estão inventando agora. Confira aqui.

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Que bonitinha: uma camiseta que detecta sinal Wi-Fi . Aqui.

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Preciso falar desse pendrive? Aqui.

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Olhe que bonitinha a camiseta dele… Aqui.

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O nerd, quando se cansa, senta melhor nessas almofadas, achadas aqui, onde tem mais um monte de artigos.

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E quando morre, não descansa em paz: continua on-line… Veja aqui.

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geek, nerd, nerdices
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A Terceira Guerra Mundial

Clotilde Tavares | 14 de novembro de 2009

– Pai, que fruta é aquela?

– É uma jaca.

– Ai, pai, como é feia…

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Foi esse o diálogo que ouvi no supermercado, enquanto fazia minhas comprinhas semanais. A garota que fazia a pergunta tinha seus doze anos e era uma graça de adolescente, com a pele lisinha e os cabelos finos e claros. Portadora de tanta suavidade e juventude, não admira que achasse feia a jaca, escura e espinhenta por fora, e tão estranha por dentro, cheia de tripas e fiapos.

Caetano Veloso diz que “Narciso acha feio o que não é espelho” e esse episódio comprova exatamente isso. É muito difícil aceitar aquilo que é diferente de nós, e muitas vezes sequer nos damos conta dessa dificuldade. O exercício da tolerância, a aceitação do outro não naquilo em que ele se parece conosco mas exatamente no que ele tem de diferente torna-se muitas vezes tarefa quase impossível.

Durante a missa católica há uma hora em que o padre diz: “Abrace o irmão!” e nós nos viramos para quem está ao nosso lado, geralmente alguém que não conhecemos e nos abraçamos com esse desconhecido, sorrimos para ele, desejamos-lhe “a paz de Deus” e ficamos com isso muito felizes, achando que estamos sendo nobres e bons porque abrimos os nossos braços para um desconhecido.

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O que esquecemos é que aquele “irmão” que está ao nosso lado na igreja é provavelmente da mesma classe social que nós e que, também como nós, tomou banho, colocou desodorante e trocou de roupa antes de ir para a igreja. Esse irmão, meu caro leitor, é muito fácil de abraçar. Não há nenhum mérito nisso. Mas como abraçar o irmão que mora na rua, que está embriagado e caído na sarjeta? Como abraçar a irmã que se aproxima de nós no semáforo, vestida de trapos, com uma criança imunda nos braços? Como abraçar o irmão que expõe seu corpo e sua desdita, envergando seus trajes bizarros, nas esquinas das avenidas deste país?

Fazer o bem sem olhar a quem é uma coisa muito difícil. Fazemos, mas queremos gratidão eterna. E só fazemos o bem a quem achamos que merece esse bem, e não a quem realmente precisa dele. Uma pessoa iluminada me disse um dia que cada um de nós deveria fazer uma boa ação diária; mas essa boa ação só contava a nosso favor na contabilidade divina se ninguém soubesse que nós éramos o autor, nem mesmo a pessoa beneficiada. A imagem do escoteiro atravessando a rua com a velhinha, se exibindo aos olhos de todos, seria a antítese de uma boa ação de verdade.

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Essas idéias e pensamentos vêm à minha cabeça enquanto assisto ao noticiário na televisão e vejo os habituais e diários fatos que acontecem nas cidades do mundo: guerra, intolerância, violência, assassinato… É a Terceira Guerra Mundial que já está nas ruas, com suas batalhas em cada esquina, aqui pelos pontos de venda de droga, acolá porque uma moça entrou de vestido curto na universidade, ali na frente porque alguém encheu a cara e resolveu voltar para casa dirigindo um carro. Isso sem falar nas bombas explodindo e retalhando inocentes porque acima do chão minaretes brigam com torres encimadas por cruzes, e por baixo da terra o petróleo estende seu leito negro e viscoso…

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A Terceira Guerra Mundial é gerada pela ganância, pela intolerância, pela loucura. É claro que existem outras saídas, que há a possibilidade de Paz, tanto na esquina de casa como no chamado Oriente Médio. Mas é impossível ganhar dinheiro com soluções pacíficas. A máquina de guerra quando entra em ação gera dinheiro e poder, mesmo às custas do sangue dos inocentes.

Então, é tentar, pelo menos nas nossas vidas pessoais, aumentar as nossas atitudes de tolerância e incrementar nossa compreensão e aceitação daquilo que é diferente de nós, para contrabalançar a energia gerada pelos senhores da guerra e pelos chefões do tráfico.

Vamos deixar de ver na inocente jaca sua face espinhosa e feia, e vamos mergulhar no mel do seu coração de ouro, deliciosos bagos amarelos que enchem nossa vida de doçura e sabor.

 

Este post vai para o meu amigo Washington Araújo, paladino das causas nobres, em quem eu me miro e gosto de ter como exemplo.

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dirigir embriagado, guerra do tráfico, intolerãncia, Paz Mundial, Terceira Guerra Mundial, tolerância, uniban
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O hipertexto da memória

Clotilde Tavares | 13 de novembro de 2009
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Lá estou eu às onze da noite tomando banho. A água quente escorre sobre minha pele, estou de olhos fechados, relaxada, entregue a um fluxo de pensamentos, quando de repente uma imagem pungente se desenha na tela da minha mente: minha mãe morta no caixão. Tomo aquele susto, recebo a tijolada de sofrimento no centro do peito e me pergunto: mas o que é isso? Estarei ficando doida? Ou pior: deprimida? É assim que começa, essa história de depressão que acaba com a vida das pessoas de meia-idade, como eu?

Abro os olhos, respiro, vejo os azulejos, a cortina do banheiro, sinto novamente a água quente a escorrer suave e deliciosa sobre o meu corpo mas a imagem continua ali, persistente, nítida: mamãe morta no caixão. Ah, não! Esse fantasma não vai me perseguir, logo hoje, que o dia foi tão bom, que tudo deu certo, que almocei com meu filho e minha neta, passei uma hora agradável na livraria, o apartamento está arrumado esperando os amigos que vêm aqui à noite… Eu não vou permitir isso.

Procuro então, em vez de me deixar levar pela emoção ou pela saudade analisar como é que uma criatura está debaixo dágua no prazer do banho quente e de repente, do nada, se depara com uma imagem dessa. De onde ela veio?

090220_money_stackE penso no que veio logo imediatamente antes: era a minha imagem morta no caixão. Mas por que estaria eu morta no caixão? Ah, lembrei. Eu havia decidido gastar uma grana que recebi de uma antiga dívida que a UFRN tinha comigo e que está no banco e eu ainda não fui sacar. Talvez devesse ir no banco logo de manhã, era no que estava pensando, mas lembrei que não ia dar tempo porque de manhã eu vou lavar o cabelo no cabeleireiro.

Foi isso! Tomei essa decisão antes de entrar no banho: em vez de lavar o cabelo hoje, em casa, agora, vou lavar amanhã no cabeleireiro. Mas se eu for ao cabeleireiro não dá tempo a ir ao banco buscar a grana que a UFRN já depositou, e que já está lá há uns tempos.

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Aí pensei: será que eu devia economizar essa grana, em vez de torrar todinha numa viagem, como quero fazer agora, num cruzeiro, de navio, uma coisa que nunca fiz antes e que tenho uma vontade danada de fazer? Ah, pensei, quero nem saber! Vou gastar a grana na viagem mesmo, e assim vou fazer com tudo que ganhar, porque quando morrer não quero deixar um centavo, os filhos que se virem para comprar o meu caixão, e me arrumar bem direitinha e bonitinha dentro dele, do jeito que arrumei a minha mãe… Pronto! Foi assim que a imagem chegou. Não veio do nada, veio encadeada em um monte de coisas, e coisas boas: viagens de navio, dinheiro, gozar a vida…

Tranquilizada, relaxo, saio do chuveiro, me enrolo numa toalha e, saudando com prazer os saltos que dei, de clique em clique com o mouse da mente, indo e voltando, no hipertexto da memória, sento-me ao notebook para escrever este post.

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Coração parahybano

Clotilde Tavares | 10 de novembro de 2009
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Ontem, segunda-feira, passei a tarde ocupada com um evento virtual: o lançamento, pela Internet, do meu livro “Coração parahybano: crônica, literatura e memória”, que foi editado pela Linha Dágua em 2008 e lançado em 5 de setembro do mesmo ano na Fundação Casa de José Américo. Sem coquetel e sem autógrafos (que sempre acho um terror, autografar livros para aquela fila de gente!) passei a tarde twittando, mandando e-mails, torpedos no MSN e o mais que fosse, fazendo uma agitação danada e até meia-noite de ontem cerca de 130 pessoas já haviam baixado o arquivo com o livro.

Pois é, minha gente. As coisas têm mudado muito ultimamente com os recursos da Internet, e todas as atividades humanas precisam se adequar a isso. O pessoal de música já sabe que é inútil lutar contra o download de discos, e já começa a colocar o trabalho disponível para ser baixado gratuitamente ou cobrando pequena remuneração.

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No mercado de livros, apesar da resistência, começa a acontecer a mesma coisa. Há milhares de títulos já disponíveis na Internet, circulando em listas de discussão para uso gratuito, permitido ou não por editoras e autores. É impossível proibir essa troca espontânea de livros, porque é um movimento mundial e que não tem retorno.

Então, o que fazer? Juntar-se a esse movimento! E foi o que eu fiz, colocando meu livro disponível para download gratuito, no link http://www.clotildetavares.com.br/cp. É só clicar, baixar e ler. E o editor? – pergunta você, meu preclaro e cuidadoso leitor. O editor, Heitor Cabral, da Linha Dágua, está de acordo. Consegui convencê-lo de que a disponibilização gratuita do livro vai aumentar as vendas do mesmo no site da editora. Isso ocorre porque muita gente usa o download apenas para folhear o livro, do jeito que se faz numa livraria com um livro de papel. Olha, lê uma página aqui, outra ali, e resolve comprar. Nas quatro primeiras horas em que disponibilizei o link, cento e dez pessoas já haviam baixado e pelo menos três enviaram e-mails querendo comprar o livro de papel.

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Eu mesma tenho cerca de 400 livros no meu computador. Tudo livro bom, desde clássicos da literatura até livros que foram lançados neste ano de 2009. Alguns deles eu li na telinha, depois fui na livraria e comprei, para ter, porque sou doida por livro e gosto de olhar para eles nas estantes.

Só para encerrar, o “Coração Parahybano” tem 60 crônicas escolhidas entre as que publico toda quarta-feira no jornal A União, que circula na capital da Paraíba. A seleção dos textos teve como temática principal a história da Paraíba, minhas memórias da infância passada em Campina Grande e comentários sobre livros e autores paraibanos. São 132 páginas, com 60 textos.

Então: baixe. É de graça, não custa nada. Divulgue o link entre a sua lista de contatos. Repasse pra Deus e o mundo. Se você é blogueiro, divulgue no seu blog. E se tem twitter, retuíte para seus followers, com esse link menorzinho: http://migre.me/aFn8. Ao contrário do que muitos pensam, quanto mais gente baixar de graça, mais gente vai comprar o livro de papel como já está acontecendo. Desse jeito, editor e autora vão ficar muito satisfeitos. Conto com você.

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Coração Parahybano, Edições Linha Dágua, lançamento virtual
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O Muro de Berlim: 20 anos depois

Clotilde Tavares | 9 de novembro de 2009

No dia 9 de novembro de 1989 eu estava em São Luís do Maranhão onde havia ido participar de uma banca de concursos na Universidade Federal, na área de Saúde Pública. Passava o dia trancada numa sala na Universidade, almoçava ali mesmo em restaurante próximo e o trabalho era duro, pois o concurso tinha muitos candidatos inscritos, e havia que analisar todos aqueles currículos, fazer as entrevistas, corrigir as provas, assistir às provas didáticas em forma de aula e tudo o mais. Quem já passou por isso sabe que é uma maratona.

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Pois bem: nesse dia eu cheguei ao hotel aí pelas sete horas na noite, mais morta do que viva. Tomei um banho e desabei na cama, buscando coragem para descer ao restaurante e jantar. Foi aí que, distraidamente, liguei a TV e não acreditei naquilo que eu estava vendo: estavam derrubando o muro de Berlim.

A Queda do Muro é um desses acontecimentos históricos espetaculares que nunca podemos esquecer e que a gente sempre sabe onde estava e o que estava fazendo quando recebemos a notícia. O 11 de setembro, o assassinato de John Lennon, o assassinato de Kennedy, a chegada do homem na Lua… Como esquecer essas datas e a nossa reação a esses eventos?

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Naquele dia, longe dos meus filhos, em cidade distante, sozinha no quarto de hotel, sem amigos para comentar o que estava acontecendo, sem ter com quem falar, eu fiquei ali pensando no significado daquilo que eu estava vendo. Pensei em todas as mortes, separações, injustiças, em toda a coorte de desgraças que aquela muralha de pedra havia produzido. Pensei no Muro, ou na sua queda, como um símbolo de uma nova ordem que se instalava sobre aqueles escombros, com mais Compreensão, com mais Tolerância, com mais Harmonia entre homens e nações.

É claro que muros mais sólidos ainda estão erguidos, desafiando a Paz e a Solidariedade: são aqueles construídos nas mentes e corações dos homens, com os tijolos da Cobiça, o cimento da Intolerância, a cal do Ódio. São esses muros interiores que hoje, na comemoração dos 20 anos de derrubada do Muro de Berlim, precisam ser lembrados. Como a muralha física de pedra e cal que tombou há anos, é preciso que eles comecem também a cair por terra, melhorando a vida de todo mundo.

A jornalista Ariane Mondo, paraense/potiguar vivendo na Alemanha mantém um blog sobre a Queda do Muro. Aqui.

O escritor W. J. Solha escreve artigo fundamental sobre a efeméride, incluindo reflexões sobre a prática política, tudo embalado pelo texto elegantíssimo desse sorocabano/paraibano, festejado autor de “Relato de Prócula”. Veja o texto de W. J. Solha aqui.

Há um filme muito bom sobre o tema: “Adeus Lenin” (Wolfgang Becke, 2003).

E achei esta foto espetacular AQUI.

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Aqui jaz o muro de Berlim...

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duas alemanhas, muro da vergonha, Muro de Berlim, queda do muro
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Você precisa realmente disso?

Clotilde Tavares | 7 de novembro de 2009
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Há uma história que não sei se é verdadeira mas isso não importa, pois ela é perfeita para demonstrar o que quero dizer. Conta-se que na corrida espacial, com americanos e russos disputando para ver quem chegava primeiro à Lua, as canetas comuns se mostraram inadequadas para o uso na gravidade zero. Os americanos, então, gastaram alguns milhões de dólares na pesquisa da caneta ideal; os russos usaram um lápis.

Isso e o exemplo clássico do foco no problema ou foco na solução. É grande o número de ocasiões no dia-a-dia em que nos desviamos da solução e usamos ou adquirimos, muitas vezes a custo alto, equipamentos ou metodologias inadequadas ou complexas para resolver coisas que admitem soluções mais simples.

Este tema foi disscutido ontem no blog da Bia Kunze, a Garota Sem Fio. Bia Kunze é uma figura muito interessante: dentista especializada em home-care, ela também testa equipamentos de tecnologia móvel para empresas, escreve sobre esse tema em jornais e na Internet, tem um excelente blog e faz animada participação no Twitter além de manter duas casas em capitais diferentes (isso eu não entendi direito, mas deixa pra lá.)

Bia Kunze ajuda profissionais a escolher aparelhos, softwares e serviços, e auxilia as pessoas a tirar o maior proveito possível dos seus equipamentos. O que ela nota, no dia-a-dia como consultora, é que muitas vezes os clientes investem altas somas em aparelhos cheios de funções dos quais somente usam umas poucas, e que os problemas deles poderiam ser resolvidos de forma mais simples e barata.

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A vassoura elétrica!

Eu sou apaixonada por gadgets. Em 1975 eu já tinha uma calculadora eletrônica minúscula, e os colegas de faculdade me perguntavam, “para que eu queria aquilo”. Fui a primeira pessoa em Natal a ter uma agenda eletrônica, um modelo da Casio com sua espetacular memória de 32 Kb; quando eu a tirava da bolsa, as pessoas se amontoavam à minha volta para olhar a engenhoca, do jeito que alguns anos depois iam à minha casa para ver a placa de captura de TV que instalei no computador para ver minha novela num cantinho da tela enquanto digitava no Word.

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Aí, eu notei que as coisas estavam se complicando quando começaram a aparecer os controles remotos com 101 teclas das quais a gente só usava umas cinco ou seis; os fornos de microondas de progamação complexa, cheios de recursos, que terminavam sendo usados apenas para esquentar o prato feito e a água para o cafezinho – como até hoje ainda fazemos. Os players de VHS e depois de DVD eram cheios de botões que não sabíamos para que serviam.

Esses aparelhos já estão vindo em um formato mais simplificado, talvez pelo aumento do acesso das chamadas classes C e D a esses produtos; mas no campo de outros gadgets, principalmente no que se refere à comunicação móvel, a praga dos dos mega-recursos para resolver miniproblemas continua com a corda toda. (Tem hífen? Não tem hífen? Eu nunca sei!)

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Eu continuo gostando de gadgets, mas só compro aqueles que realmente utilizo. Tenho vassoura elétrica, ando com minibinóculo dentro da bolsa, tenho uma microlâmpada que prende no livro para ler à noite, sou viciada em bobagem nerd. Quando surgiu o iPhone, fiquei doidinha por um. Como não compro por impulso, comecei a me perguntar se eu realmente precisava dele. E cheguei à conclusão de que poderia viver muito bem sem a engenhoca.

Ora, minha gente! Sou uma escritora e trabalho em casa. Não tenho horários a cumprir, clientes a atender, compromissos agendados nem alunos a orientar (não mais, graças a Deus!), desde que me aposentei como professora da UFRN. Então para que danado eu quero um smartphone? Só porque todos os meus amigos têm, embora a maioria o use basicamente para telefonar e tirar fotos dos netos? Meu aparelho Nokia-Modelo-Simples recebe e faz todas as ligações que preciso, e que são poucas. E os meus netos todo mundo sabe que são lindos…

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Aí, depois de namorar muito com um iPhone, e como a minha grana não nasce nas árvores, resolvi, em vez dele, comprar um leitor de e-books. Já li uma porção de artigos sobre essa maravilha tecnológica e estou muito inclinada a a adquirir o modelo da Sony. Para a leitora inveterada que eu sou, o gadget vai me permitir um sonho: andar por aí com centenas, talvez milhares de livros e lê-los em qualquer lugar onde estiver. Para mim, não me importa se os livros têm como suporte os átomos ou os bytes. Em qualquer formato, a essência mesma da Literatura que é o diálogo entre o leitor e o escritor, mantém-se preservado e vivo, para deleite de quem gosta de ler, na tela ou no papel.

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O Festival Dosol

Clotilde Tavares | 5 de novembro de 2009
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Alan Freed

Gosto de dizer que o rock and roll tem a minha idade, embora saiba que ele é alguns anos mais novo.

No início da década de 1950, a galera já se balançava e girava ao som do rhythm & blues. Aí um disc-jockey chamado Allan Freed se auto-intitulou “Moondog” e através de um programa de rádio e da organização de bailes, deixou sua assinatura na música mundial, criando em 1954 o termo “rock and roll” para designar o novo ritmo, que veio a se tornar mais do que uma dança: virou uma atitude, que mudou a face do comportamento entre os jovens.

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Com 13 anos, eu era uma peste!

Eu tinha sete anos em 1954 e aos doze, em 1959, já saía da aula mais cedo e, escondido de Mamãe, ia dançar rock na casa de um pessoal, na esquina da Irineu Joffily com a praça cel. Antonio Pessoa, em Campina Grande. Lá, numa tarde de excepcional performance, e como a casa abria janelas sobre a rua, fui vista por Titia, que vinha do trabalho. Ao chegar em casa, ela informou a Mamãe o tenebroso fato: “Ela estava escanchada na cintura de um rapaz!”

Quando cheguei em casa, Mamãe me fez shake, rattle and roll ao aplicar nas minhas costas e onde batesse umas lamboradas com a “virola”, um artefato de psicologia maternal inventado por ela e que consistia numa corda de sisal trançada com uma velha tomada de ferro elétrico.

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Ana Morena, no palco, domingo passado.

Talvez tenha sido por isso que o rock and roll se incrustou na minha pele e nunca mais saiu, numa espécie de tatoo comportamental de tal forma indelével que até hoje, com mais de sessenta anos de idade, ainda me faz continuar fã e praticante, do ritmo e da atitude. Não pratico mais a parte acrobática da dança; mas o resto tudinho eu ainda faço.

Meus filhos não precisaram apanhar para aprender a gostar de rock. Ambos roqueiros, fazem do ritmo e atitude o pão de cada dia, coisa mais patente em relação a Ana Morena que, junto com o marido Anderson Foca são empresários de rock and roll em Natal, vivem disso, e não trabalham em outra coisa.

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Esses danados fazem há anos o Festival Dosol, correndo pelo acostamento dos eventos ligados às grandes gravadoras, na promoção do rock independente, as chamadas “bandas indies”, que ficam à margem do circuito mais comercial do mercado.

Neste ano, são dois dias de festival, 7 e 8 de novembro, com 31 bandas sendo três delas de fora do Brasil. Tudo acontece na Ribeira, centro histórico de Natal-RN, onde a dupla Ana/Anderson tem o Centro Cultural Dosol.

E eu, que gosto tanto do silêncio, abro uma exceção e digo: aumenta o som que é rock and roll!

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Alan Freed, Ana Morena, Anderson Foca, bandas indies, festival dosol, Natal, Rock, rock and roll
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Dia de Finados

Clotilde Tavares | 2 de novembro de 2009
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Na Região do Cariri paraibano, onde minha mãe foi criada, a Morte é chamada carinhosamente por um nome de mulher: Caetana. Minha mãe dizia que a Caetana tem duas formas: a Moça e a Onça. Quando vem no formato de Moça, nos abraça tão suave, deixa os cabelos caírem por cima da gente e nos carrega tão macio que a gente nem sente. Mas às vezes ela está virada na Onça, e nos morde com seus dentes de pedra e desfia nossa vida com suas garras, esfolando a gente vivinha ainda. O roçado dela é o mundo, e onde tem gente viva a Moça/Onça Caetana afia suas garras e treina seus abraços macios e mortais.

Quando a gente nasce, é como se assinasse um contrato, e viver é esperar a liquidação da fatura. Só por medo da Morte é que a gente agüenta a Vida que às vezes é mais Onça do que a própria Caetana. Shakespeare diz que é por medo da morte, dessa fatal viagem para o país desconhecido de onde ninguém jamais voltou que suportamos “a angústia do amor desprezado, a morosidade da lei, o orgulho dos que mandam, o desprezo que sofremos dos indignos… Quem carregaria suando o fardo pesado da vida se não fosse o temor da Morte?”

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Altar mexicano dos mortos.

Há uma tradição mexicana que diz que cada pessoa morre três vezes. A primeira é a da morte mesmo, quando pára de respirar. A segunda é quando o corpo é sepultado. E a terceira é quando, em algum momento no futuro, seu nome é pronunciado pela última vez. Disso eu deduzo que não existe Morte: o que existe é o Esquecimento, pior, dez mil vezes pior do que a Morte porque às vezes acontece ainda em vida do freguês.

Se você viajar hoje pelo interior do Nordeste vai ver, nas janelas das casas perdidas no meio da escuridão da noite, velas acesas nas janelas: são as chamas dos mortos, brilhando na escuridão para que eles não sejam esquecidos. Como genealogista que sou, vivo cercada pelos meus defuntos queridos, esmiuçando suas vidas, reconstruindo seus passos, estabelcendo suas árvores de costados, seus laços de parentesco. Hoje é dia de me sentar na varanda quando a noite cair, acender a minha vela e, pacientemente, recitar em voz alta todos os seus nomes, por extenso, para que não caiam no esquecimento, começando pelo meu tetravô, tenente-coronel  Teothonio da Santa Cruz Oliveira, que viveu entre Correntes-PE e Viçosa-AL nos idos do século XIX até minha tia Maria Anunciada Santa Cruz Quirino (1927-2008), a última que deixou este mundo, no Natal do ano passado.

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La Catrina, personificação da Morte no folclore mexicano.

E para não terminar nesse clima solene, conto uma historinha que ouvi quando criança. Um homem tornou-se compadre da Morte, e o trato era que, quando ela visse buscá-lo, mandaria um aviso para que ele pudesse se preparar, tomando as providências para deixar os negócios em ordem. Anos depois o aviso chegou. O homem se apavorou e na manhã da Morte chegar, ele estando morto de medo, a esposa, muito criativa, disse; “Se avexe não, Fulano. Vista uma roupa velha, vá lá pra junto do fogão, se lambuse todo de carvão, fique de cabeça baixa atiçando o fogo e deixe a Comadre Morte comigo.” E assim ele fez. Daí a pouco, quando a Morte chegou que perguntou pelo Compadre a mulher falou que ele tinha tido um chamado urgente e que tinha viajhado às pressas: não estava ali. A Morte ficou chateada. “Mas é danado mesmo!” disse. “Eu vim de tão longe pra esse compromisso com o Compadre e ele me fazer uma desfeita dessas! Tem nada não. Pra não perder a viagem, vou levar aquele preto velho que está ali, junto do fogão…”

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Dia de Finados, finados, flolclore mexicano, morte, morte lograda, Santa Morte, Shakespeare
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Eu acredito

Clotilde Tavares | 30 de outubro de 2009
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Ontem andei aqui falando no Céu, em São Pedro, em livraria celestial. Aí as pessoas me mandaram e-mail querendo saber em que eu acredito. Ou seja, o meu caro leitor quer saber se eu acredito em Deus e qual é a minha religião.

Confesso que eu acho essa curiosidade meio abusada, meio descabida, meio fora de propósito porque crença e religião é uma coisa de foro íntimo e não deve interessar a mais ninguém a não ser a nós mesmos. Por outro lado, já me acostumei com essas atitudes do meu leitor, sempre querendo saber mais sobre mim e isso é compreensível uma vez que sou eu mesma que vez por outra lhe dou esse cabimento, confessando aqui, neste espaço público, coisas que deveriam ficar no terreno pessoal. Então vou tentar responder às duas perguntas colocadas no início: se acredito em Deus e qual é a minha religião.

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Antes de responder se acredito em Deus, quero falar sobre outras coisas nas quais acredito com toda a força do meu coração. Acredito que o mundo tem jeito. Acredito que o ser humano é bom, e se vez por outra fica mau e criminoso isso acontece por motivos que a minha pequena mente não consegue entender, porque também acredito que tem uma mente maior dirigindo todo esse movimento que chamamos de Vida, Mundo, ou Eternidade.

Acredito na Natureza, quando o raio fende o céu, o trovão ribomba e as nuvens se despejam sobre nós, numa chuva carregada da energia das estrelas. Acredito na força das asas do beija-flor, que o equilibra no ar enquanto ele sorve tão gulosinho o mel dos hibiscos do jardim.

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Acredito que o nascer do sol é um dos mais belos espetáculos da terra, muito embora eu nem sempre esteja acordada para vê-lo. Mas contemplo seu esplendor ao contrário vendo o pôr-do-sol, principalmente naqueles começos de noite em que o arco prateado da lua nova se desenha no céu, como que retesado e disposto a levar nossa mente através do azul até as estrelas.

Acredito na Música, no Teatro, na Literatura. Acredito na Arte e na Filosofia. Acredito na Ciência e nas Tradições que dão sustentação e essência aos povos e civilizações. Acredito na cultura simples do meu povo, nos cantadores de viola, nas panelas de barro e nos cestos de palha, nas histórias de trancoso e nos cantos das romanceiras. Acredito no brotar das sementes e na sua transformação em espiga, e na canjica e na pamonha que posso fabricar com ela.

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Acredito nas maravilhas da tecnologia, nos prodígios da informática, nas viagens interplanetárias. Acredito em tudo que vejo estampado nos olhos dos meus netos Marcelo e Isabela. Acredito na confiança que meus gatos sentem quando se entregam aos meus carinhos, e me deixam coçar a sua barriga e puxar suas orelhas.

Acredito nos mistérios. Acredito no que está oculto e naquilo que a minha mente não alcança. Acredito que existe uma batalha entre o Bem e o Mal, e que eu procuro, nas atitudes da minha vida, estar alinhada com as forças do Bem, da Justiça e da Verdade.

Acredito em você, meu caro leitor, como ser humano especial e único entre todos. E também acredito em mim e na força que existe quando dois ou mais de nós nos juntamos com um objetivo comum. Estas crenças formam a minha religião e garanto a você que, se Deus existe, está de acordo com elas.

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