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A arte da paquera

Clotilde Tavares | 4 de setembro de 2009

Você sabia que quando o homem começa a paquerar ele estufa o peito, encolhe a barriga e simula agressividade? E que a mulher arruma o cabelo, abaixa a cabeça, sorri, cruza as pernas e exibe as coxas?

Quem diz isso é Aílton Amélio da Silva, o maior estudioso da paquera no Brasil. Professor da faculdade de Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo, ele analisou o flerte durante vários anos. Como resultado desse estudo, publicou um livro, “Relacionamento Amoroso“, onde mostra os fatores que contribuem para o sucesso ou o fracasso de uma relação.

Afinal, se quando a gente vai viajar procura informações sobre o país que vamos visitar, seus hábitos e costumes, e de que forma devemos nos comportar ali para não cometer gafes, e aprendemos os rudimentos do idioma para saber pelo menos perguntar onde é o banheiro, por que não se documentar sobre este país estranho e muitas vezes inóspito que é o coração da pessoa por quem estamos suspirando?

 

Essa arte da paquera faz toda a diferença e, muito embora algumas pessoas sejam bem-informadas naturalmente sobre ela, parecendo ter um dom inato para conquistar um parceiro, a maioria de nós mergulha num mar de indecisões e atitudes desajeitadas que terminam por botar a perder a empreitada amorosa.

Então, não custa nada consultar o Dr. Ailton Amélio, a quem não conheço e de cujos livros estou fazendo merchandising somente porque os achei interessantes.

No final, fique com esse trecho da música “A hipótese do hipopótamo tartamudo”, ou simplesmente “O Hipopótamo”, de Braulio Tavares:

(…)

“Imagine, novamente, um hipopótamo

Caminhando equilibrado

Num fio de arame farpado

Longuissimamente esticado

Por sobre as enormes cachoeiras de lá da foz do Iguaçu

Inquieto como um átomo

Sob o foco das câmaras de TV

Sem olhar para baixo pra não ver

A cascata rugindo pra valer

E a risada feroz de Belzebu…

 

Esta criatura trágica

Este corpanzil corcundo

Abrindo uma goela áfrica

Botando a boca no mundo

Pois é assim que eu sou

Pois é assim que sinto que sou

 

Quando fico de olho numa mulher

E ela fica também de olho em mim

E eu sei muito bem o que ela quer

Porém fico enrolado mesmo assim

Tropeçando nas minhas próprias pernas

Sem saber o que faça, como e quando

Infeliz como um homem das cavernas

Oscarito imitando Marlon Brando

 

Eu sei que tem gente que é muito mais valente

E acha essa história de trepar um negócio extremamente ótimo

Eu acho também!

Mas eu me sinto um hipopótamo…

(…)

A letra, longuíssima, engraçada e completa você encontra aqui.
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Ailton Amélio da Silva, arte da paquera, Braulio Tavares, o hipopótamo, paquera, relacionamento amoroso
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Pelo buraco da fechadura

Clotilde Tavares | 3 de setembro de 2009

Hoje foi o meu primeiro dia depois da mudança no qual eu  iria estar com o apartamento arrumado (quase), com as coisas no lugar (quase). Mas não pude desfrutar do meu espaço como gostaria. Às sete e meia da manhã um carro de som estacionou em frente ao meu prédio, que fica na lateral do D.E.R. Os funcionários daquele órgão resolveram fazer uma paralisação de um dia reivindicando reposição salarial e só podem fazer isso com muito barulho, muita zoada, incomodando quem não tem nada a ver com o assunto, no caso, eu e os outros infelizes moradores do prédio e cercanias.

Aí, depois de passar duas horas escurando músicas de gosto duvidoso e discursos cheios de retórica, referências obsoletas ao capitalismo e às forças sociais, além de sandices como “bom-dia a todos e todas”, eu não aguentei mais e fui para a casa da minha filha em outro bairro, onde estou agora.

Meu dia foi pro brejo, meu planejamento para hoje fez água e afundou e não pude desfrutar do meu apartamento arrumado (quase) pela primeira vez. Então, divido com você essas fotinhas, que fiz hoje antes de sair de lá. Depois de cinco e meia da tarde, voltarei, esperando que a barulhada já tenha acabado.

Aí estão os 1.800 livros, que já subiram para as estantes. Delas, somente a primeira à esquerda está arrumada. nas outras empilhei os volumes, que terão forçosamente que passar por uma triagem ara poderem caber nas prateleiras. Isso se eu conseguir me livrar deles.

Aí estão os 1.800 livros, que já subiram para as estantes. Delas, somente a primeira à esquerda está arrumada. Nas outras empilhei os volumes de qualquer jeito, e eles terão forçosamente que passar por uma triagem para poderem caber nas prateleiras. Isso se eu conseguir me livrar de algum, o que duvido. No braço do sofá, a bandeja com os restos do café da manhã, tomado em meio à algazarra de discursos e música ruim.

A parede em frente às estantes é azul: eu adoro essa cor. Gosto de todas as minhas quinquilarias ao meu redor, porque preciso de muitos estímulos visuais.

A parede em frente às estantes é azul: eu adoro essa cor. Gosto de todas as minhas quinquilharias ao meu redor, porque preciso de muitos estímulos visuais. O restante da parede livre será preenchido pelos quadros. Tenho muitos, e você já pode ver dois, querendo "subir" para as paredes. Mas pregar quadro exige muita reflexão, muito pensamento. Era algo que eu ia fazer hoje, mas não pude, expulsa pela zoada. Notem que tenho um binóculo pronto para espionar a vizinhança.

Outra visão da sala, com a parede azul e a grande porta de vidro de seis painéis, quase cinco metros de extensão que eu estou dando tratos à bola para encontrar um modelo de cortina que eu goste e que eu possa comprar.

Outra visão da sala, com a parede azul e a grande porta de vidro de seis painéis, quase cinco metros de extensão que eu estou dando tratos à bola para encontrar um modelo de cortina que eu goste e que eu possa comprar, porque tenho uma estranha predileção por coisa cara e acima do meu orçamento. Entra muita luz por aí, e preciso de um filtro eficaz senão tenho que andar de óculos escuros dentro de casa.

E basta de voyeurismo por hoje. Na sequência irei sempre postando aqui um pedacinho e outro da minha casa, porque sei que o meu caro leitor é curioso e adora olhar pelo buraco da fechadura.

Este post é dedicado a Denize “La Reina Madre” Barros, artista e designer maravilhosa. Se você não tem ainda uma bolsa da griffe La Reina Madre, não é uma mulher completa.

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Sobre o amor

Clotilde Tavares | 2 de setembro de 2009

 

Hoje quero falar um pouco sobre o amor. E para começo de conversa, nada melhor do que as palavras de Alain de Botton, autor de “Ensaios de amor” (Editora Rocco, 1997). Ele diz que “todos nós temos necessidade de nos sentirmos compreendidos por alguém e de compreender esse alguém, de dividir nossa vida com outro, de contar nossa vida a alguém”. Fala ainda que existem dois tipos de amor: o amor maduro e o amor imaturo.

 

No amor imaturo há uma disputa caótica entre idealização e decepção. Colocamos nas alturas o ser amado para no momento seguinte vê-lo despencar nas profundezas da dúvida e da decepção. O sentimento de amor imaturo é um estado instável em que sentimentos de êxtase e beatitude se misturam com impressões de afogamento e náuseas. Vivemos inseguros, caminhando numa corda esticada sobre o abismo, com o coração em sobressalto.

Já o amor maduro é um sentimento que resiste à idealização. Enxergamos a pessoa do jeito que ela é e não como idealizamos que ela seja, nem projetamos nela qualidades que precisamos desenvolver dentro de nós. O amor maduro também não se compraz no sofrimento, não é masoquista nem obsessivo. Poder-se-ia dizer que o amor maduro seria uma forma muito especial de amizade que permitisse uma dimensão sexual, somente “sexo e amizade”, como diz a canção popular o que, convenhamos, já é muito mais do que a maioria das pessoas consegue na vida. Sendo agradável e pacífico, este tipo de amor dura porque as duas pessoas compreendem quem são e respeitam suas diferenças.

A respeito do amor, Marilyn Fer­guson, no seu inspirado livro “A Conspiração Aquariana” (Editora Record, 1992), comenta que “nosso con­ceito cul­tural das possibilidades do amor é tão limitado que não dispo­mos de um voca­bulário apropriado para descrever as experiências holísti­cas de amor, o qual abrange sentimento, conhecimento e sensibilidade.” Mas considera que a presença do amor é constante e indis­pensável nos re­lacionamentos transfor­madores, que “são caracterizados pela confiança. Os parceiros estão desarma­dos, sabendo que nenhum deles tirará vanta­gens. Cada um arrisca, explora, falha. Não há fingimentos, ou fachadas. Os parceiros cooperam. Deleitam-se com a capaci­dade do outro em surpre­ender. O relacionamento transformador apoia-se na segurança que emana do abandono da certeza absoluta.”

Vivemos na abençoada região do Nordeste, onde as pessoas não dizem “eu te amo”. O nordestino usa outra fórmula para expressar seus mais profundos sentimentos amorosos a respeito de alguém, dizendo “eu lhe quero bem”. Amor se chama “bem-querer”, e bem querer quer dizer exatamente isso: querer o bem, o bem de alguém. Eu não amo alguém para esse alguém me amar. Eu, simplesmente, quero o bem desse alguém incondicionalmente e mobilizo todas as minhas energias para isso, havendo até a possibilidade de deixá-lo livre, se ele assim o desejar.

Gilberto Gil tem uma frase que serve de definição perfeita para o que deve ser o ato de amar: “O seu amor, ame-o e deixe-o livre para amar.”

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Com certeza

Clotilde Tavares | 31 de agosto de 2009

Nessa nossa época de muitos meios de comunicação, tudo se propaga com a maior rapidez. E, de repente, coisas estranhas e às vezes sem sentido ou sem fundamento passam a ser incorporadas ao nosso comportamento ou à nossa linguagem, sem que a gente saiba direito porque isso acontece. Não é culpa nossa, nem é porque somos colonizados, ou coisa que o valha. Isso se dá pelo imenso poder que têm os meios de comunicação de impregnar nossos sentidos, invadir nossa cabeça, e tal coisa acontece mesmo quando somos bem informados e temos consciência do processo. Avalie quem não toma consciência disso! Repete e macaqueia sem nem sequer saber o que está fazendo.

Quer ver? Pense nas coisas que a gente diz quando fala. Refiro-me às expressões que muitas vezes são puramente regionais, como o clássico “É ruim!”, que é a cara do carioca. O “É ruim!” fica absolutamente sem sentido quando pronunciado sem a entonação correta, que só o carioca “da gema” sabe dar. Então, um nordestino dizendo “É ruim!” é tão estranho quanto um carioca dizendo “Oxente!” Mas, e daí? A gente termina dizendo, mesmo com o sotaque errado, mesmo sem saber direito o sentido, porque a gente ouve na novela, e termina incorporando ao nosso falar.

Há também as expressões que substituem o pensamento. Tenho um amigo que tudo que a gente pergunta ele responde: “Sóóóóóóó…” “E aí, Fulano, vai à praia?” E ele: “Sóóóóóóó…” “Gostou da música nova da banda Tal?” E ele: “Sóóóóóóó…” O “Sóóóóóóó…” do meu amigo, assim com esse “óóóóóóó” comprido e acompanhado de um olhar enviezado e preguiçoso é como se o dispensasse de pensar na pergunta que está sendo feita, liberando seus neurônios para outras atividades que só ele sabe. Esse “Sóóóóóóó…” é mais ou menos igual ao “Hum-hum…” com o qual algumas pessoas respondem a tudo, quando não querem responder. Conheço muita gente que faz isso e tem horas em que eu perco a paciência e pergunto: “Hum-hum é sim ou não?” Pois é.

talking-through-micMas, para mim, a praga das pragas é o famigerado “Com certeza”. Ora, minha gente! “Com certeza” quer dizer exatamente isso: com certeza. Você vai sábado para a festa? Com certeza. Ou seja, vou para a festa sim, é certo que eu vá. Mas hoje, usa-se o “Com certeza!” para tudo. Ligue a TV e veja as pessoas sendo entrevistadas nas ruas: “O que a senhora acha dos juros da casa própria?” “Com certeza. Os juros estão muito altos.” ou “Você vai fazer vestibular para qual curso?” “Com certeza, para o Curso de Medicina”, ou ainda “O que você acha da política com toda essa sujeira que está acontecendo?” “Com certeza. Acho que vou votar nulo no próximo ano.”

Uma praga, uma pobreza, uma simplificação burra da linguagem, um vírus que corrói nossa forma de expressão, nos tornando mais pobres verbalmente e atrofiando cada vez mais nossa capacidade de pensar. Com certeza.

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Um mundo sem plástico

Clotilde Tavares | 27 de agosto de 2009

Nesses últimos dias, onde a mudança de apartamento tem transformado minha vida e meu juízo numa amostra do caos, tem horas em que a gente não consegue encontrar as coisas simples di dia-a-dia, soterradas no meio da bagunça. Foi assim que hoje, depois que fiz um sanduíche, vi que não havia guardanapo de papel. Remexendo nas coisas ainda desarrumadas encontrei guardanapos de tecido, que uso raramente; passei um deles em volta do pão e quando ia começar a comer senti aquela sensação de estranhamento, de coisa suja, anti-higiênica.

Isso me deu o que pensar, uma vez que durante toda a minha infância e parte da adolescência era assim que eu levava o lanche para a escola: um pão com alguma coisa dentro, que podia ser um ovo frito, um naco de goiabada, uma fatia de queijo de coalho ou simplesmente a boa e velha manteiga, tudo isso embrulhado em um guardanapo de pano. É que nessa época, meu caro leitor de menos de cinqüenta anos de idade, não havia guardanapos de papel. Mais espantoso ainda: não havia plástico. Faça agora um pequeno exercício de imaginação para visualizar como era esse mundo, com era essa vida sem plástico.

As embalagens, todas elas, eram de papel, de cartão ou de cartolina; usava-se ainda o bom e velho vidro e as latas de metal. Não havia caixinhas de suco ou de leite longa vida, nem garrafinhas brancas de iogurte e muito menos bandejas de isopor recobertas com filme plástico. Mais espantoso ainda: não havia supermercados. Comprava-se alimento na feira, no açougue ou na mercearia da esquina, de onde as verduras, o feijão e o arroz, a carne, os ovos e o pão vinham embrulhados em papel, que ficava amontoado em folhas de cerca de 60 por 80 cm em cima do balcão, com um peso em cima. O bodegueiro colocava o papel aberto no balcão, e ali colocava o arroz ou o feijão. Depois, habilmente, torcia o papel entre o dedo polegar e o indicador, fazendo uma espécie de dobradura que atuava como uma verdadeira costura sobre o papel, ensacando perfeitamente o alimento. O leite era entregue na porta de casa, e vinha em latões sobre uma carroça puxada por burro. Ou então ia-se buscar o leite em algum curral perto de casa, já que não havia proibição para esse tipo de atividade na zona urbana. Pasteurização era algo desconhecido.

As galinhas chegavam vivas e estressadas da feira, atadas pelos pés e penduradas de cabeça para baixo nas bordas do balaio com as compras, equilibrado sobre a cabeça do balaieiro; ao chegar em casa, eram colocadas no quintal para engordar um pouco e sossegarem antes de serem mortas com um golpe certeiro no pescoço para aparar o sangue que, colocado no vinagre para não talhar, transformava-se pelos milagres da alquimia culinária na deliciosa cabidela. Nesses tempos sem plástico também não havia sabão em pó, amaciante, papel higiênico com perfume de baunilha, nem detergente para a pia. Não se conhecia maionese, nem iogurte com mil sabores, nem margarina. Como dizia o escritor Rubem Braga, nesse tempo todo telefone era preto e todo refrigerador era branco.

Divirto-me em levar meus filhos e netos a imaginarem um mundo sem plástico, sem isopor, sem supermercados ou shopping centers, sem TV a cabo e sem computador e sinto que é como se eu estivesse falando a eles de um outro planeta, de estranhos alienígenas que comiam pão com doce no lanche da escola e matavam as galinhas na cozinha da casa aparando o sangue para fazer cabidela. Um tempo que já se foi e que não volta mais, porque a vida agora é outra e a tecnologia que trouxe o plástico e o isopor trouxe também os antibióticos, as substâncias que prolongam a vida e promovem a saúde. A tecnologia trouxe também algo que considero ser uma das coisas mais importantes desses últimos tempos: as possibilidades cada vez mais reais e eficazes de comunicação entre as pessoas, superando diferenças, exercitando a tolerância e praticando a boa vontade. Admirável mundo novo, é esse, e estou feliz por estar vivendo nele.

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Superpoderes

Clotilde Tavares | 24 de agosto de 2009

Um dia desses a gente estava conversando sobre os super-heróis das histórias em quadrinhos e seus superpoderes. E circulou a questão: qual o superpoder que você gostaria de ter? Saiu de tudo: voar, ficar invisível, ler o pensamento dos outros, enxergar através das paredes, transformar-se em outra pessoa… Alguns falaram que tudo isso só tinha utilidade se fosse, também a exemplo dos super-heróis, para ajudar aos fracos e oprimidos.

Aí eu fiquei pensando que, se observarmos bem direitinho, todos nós temos esses superpoderes. Pelo menos eu tenho, e se eu tenho, caro leitor, você também tem. Por exemplo: voar. É verdade que não podemos voar fisicamente, suspensos no ar como o faz o Super-Homem, mas podemos voar nas asas da imaginação, nos transportando para qualquer lugar – ou época – que a gente queira. Quanto a ler o pensamento dos outros, nada mais fácil, uma vez que as pessoas, através de seus gestos, olhares e posturas estão sempre traindo a si mesmas, se entregando e revelando o que pensam. Com um pouco de observação, você é capaz de saber quase exatamente o que se passa na cabeça do seu semelhante, na maioria das ocasiões.

A habilidade de enxergar através das paredes, a famosa visão de Raios-X, talvez não seja um superpoder muito agradável, uma vez que entrar na intimidade dos outros sempre nos revela coisas que talvez fosse melhor ficar sem saber. Transformar-se em outra pessoa, característica dos X-Men, é coisa que venho fazendo há muito tempo no teatro, quando já fui uma condessa do século XII, um vagabundo sem vintém, uma cigana velha e cheia de histórias, uma suave velhinha com seu tricô e óculos ou uma dona de casa viciada em novelas de rádio, entre outros personagens já assumidos e representados no palco.

Mas a característica maior dos super-heróis, que é ajudar os fracos e oprimidos, está ao alcance de todos nós e graças a Deus e não precisa de superpoder nenhum: basta coragem e determinação. Isso é coisa que venho fazendo há muito tempo, quando boto a boca no trombone para defender aquelas causas que abracei, como a causa do teatro, da arte, e da cultura, causas essas que sempre estão lutando com dificuldade nesta terra-brasilis de muita burocracia e pouca sensibilidade.

Pensando nessa história de superpoderes me vem à mente uma coisa que os super-heróis não têm, mas que seria um super-super-superpoder pra lá de genial: a possibilidade de comer de tudo sem engordar. Essa realmente seria uma super-habilidade fantástica e que muito nos auxiliaria na eterna briga com a balança e a fita métrica.

Finalmente, a capacidade de se tornar invisível, que todos pensam ser algo impossível, eu garanto que é muito fácil e dou a receita ao meu leitor: é só entrar em qualquer repartição pública para resolver um problema. É como se você fosse invisível, na busca desesperada de atenção de algum funcionário. Reclamar qualquer coisa em repartição pública é garantia de invisibilidade na certa. Experimente.

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super-herois, superpoderes
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Extreme makeover

Clotilde Tavares | 23 de agosto de 2009

Você não tem ideia do que é uma mudança. Ou melhor: você não tem ideia do que é a MINHA mudança. Não há os objetos habituais: mesa com aparador e seis cadeiras, racks cheios de divisórias, armários embutidos que é preciso desmontar e montar novamente depois, armários de cozinha, camas-box king size ou espelhos bisotados de cristal.

Nenhum desses objetos faz parte do meu modesto mobiliário. Somente o grupo estofado e a cadeira da mamãe, além da cama de casal do menor tamanho. Não tenho mesa de jantar, nem armários de nenhum tipo. Odeio armários com portas e tudo que tenho é guardado em prateleiras e estantes abertas.

Ah! Mas tenho estantes. E mesinhas. E estantes menores. E prateleirinhas. Elas abrigam os meus 1.800 livros, papéis, caixas, arquivos, pastas e mais objetos, coleções, porta-retratos, milacrias, trocinhos, coisinhas, miudezas, bric-à-brac ou como queiram chamar as dezenas de inutilidades que eu tenho em casa e que fazem a minha felicidade no cotidiano e o meu terror nos dias de mudança.

Para completar, cheguei em Natal terça-feira no dia 18, e ainda não tenho internet e nem vou ter tão cedo, porque primeiro é preciso solicitar uma linha fixa, que ainda não funciona pois a fiação interna do prédio tem problemas que só serão resolvidos na segunda-feira dia 24; aí é que eu vou poder solicitar o Velox, que demora uns três dias para entrar no ar. Não estou respondendo direito meus e-mails, nem twittando, nem podendo checar os comentários do blog com frequência.

Tenha paciência. Eu não estou tendo, mesmo com tanta troçada para colocar no lugar? Enquanto isso, distraia-se com as fotos desta minha experiência, na base de “extreme-makeover”.

Assim ficou meu apartamento em João Pessoa depois de tudo embalado.

Assim ficou meu apartamento em João Pessoa depois de tudo embalado.

E as estantes, vazias dos 1.800 livros, que jazem nas caixas, prontos para viajar.

E as estantes, vazias dos 1.800 livros, que jazem nas caixas, prontos para viajar.

É nesta rua que vou habitar, em Natal. Rua Miguel Castro. Lá em cima passam a "Romualdo" e a "Prudente", ou seja, a av. Romualdo Galvão e Prudente de Morais. Abaixo, quase na esquina do meu prédio, a Av. Salgado Filho. Perto de tudo.

É nesta rua que vou habitar, em Natal. Rua Miguel Castro. Lá em cima passam a "Romualdo" e a "Prudente", ou seja, as avenidas Romualdo Galvão e Prudente de Morais. Abaixo, quase na esquina do meu prédio, a Av. Salgado Filho. Perto de tudo.

Chegando no apartamento, com a parede verde/azul esperando meus quadros, a grande sala e depois a varanda.

Chegando no apartamento, com a parede verde/azul esperando meus quadros, a grande sala e depois a varanda.

Agora a visão contráeria, da cozinha americana e a parede azul que dá entrada à área do unico quarto e único banheiro (quanto menos melhor, pois limpa-se mais rápido).

Agora a visão contrária, da cozinha americana e a parede azul que dá entrada à área do único quarto e único banheiro (quanto menos melhor, pois limpa-se mais rápido).

Chega a mudança, e começa o caos.

Chega a mudança, e começa o caos.

Os 1.800 livros cada um procurando seu lugar...

Os 1.800 livros cada um procurando seu lugar...

Batista, que pintou o partamento, trocu as portas, instalouar condicionado e máquina de lavar, revisou todas as torneiras e sifões, pendurou as cortinas do quarto e me ajudou a tirar os 1.800 livros das caixas. É o Faz-Tudo mais Faz-Tudo que já conheci.

Batista, que pintou o apartamento, trocou e pintou as portas, instalou o ar-condicionado e máquina-de-lavar, revisou todas as torneiras e sifões, pendurou as cortinas do quarto e me ajudou a tirar os 1.800 livros das caixas. É o Faz-Tudo mais Faz-Tudo que já conheci.

Almoço nesta mesinha da varanda, vendo ao longe as dunas e logo na esquina o movimento da Av. Salgado Filho.

Almoço nesta mesinha da varanda, vendo ao longe as dunas e logo na esquina o movimento da Avenida Salgado Filho.

A tarde cai, a noite vem, e da janela da area de serviço, voltada para o Sudoeste, vejo o belo céu de Natal. Essa janela fica na direção do Machadão e do Natal Shopping.

A tarde cai, a noite vem, e da janela da área de serviço, vejo o belo céu de Natal. Essa janela fica na direção do Machadão e do Natal Shopping.

Ainda na área de serviço, na janela Sul, vejo ao fundo as dunas e à direita a Casa da Moeda, ou melhor a Igreja de Edir Macedo.

Ainda na área de serviço, na outra janela, vejo ao fundo as dunas e à direita a Casa da Moeda, ou melhor, a Igreja de Edir Macedo.

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10 dicas para o vendedor

Clotilde Tavares | 20 de agosto de 2009

Mudei de apartamento – alías, estou mudando ainda, uma vez que estou aqui no meio do caos: caixas e mais caixas de livros e papéis, uma bagunça – e nesse processo de mudança precisei comprar material para mandar pintar o apartamento, trocar umas portas, essas coisas que a gente faz quando se muda.

materiais-de-construcaoEntão foram visitas e mais visitas às lojas para compras; e depois de entrar em contato com o bom e o mau atendimento elaborei umas regrinhas para um dia quando eu tiver a minha própria loja fazer meus funcionários seguirem, já que não me meto a dar conselhos para as lojas dos outros, que podem até alegar a minha falta de um título de especialista em vendas, que eu realmente não tenho. Especialista ou não, se eu tiver um dia uma loja, as regras seguintes vão valer para todos os vendedores.

1) Olhe o cliente nos olhos. É muito desagradável quando estamos fazendo uma compra e o vendedor fica com o olhar perdido no espaço, como se não estivesse ali.

2) Evite conversar com outra pessoa sobre assuntos pessoais enquanto atende o cliente. Há uma loja na qual eu eventualmente compro artigos para cabelo, unhas e maquilage onde as vendedoras conversam aos gritos umas com as outras enquanto nos atendem. Coisas assim: “Mulher, tu ligasse pra ele? Ele disse o quê? Mulher, se tu sair de novo com ele, tu é quem não presta, visse?…”

3) Sorria. Não custa nada, cria um ambiente de simpatia e de bom humor que facilita a venda. Aliás, fica difícil fazer qualquer coisa no mundo sem bom humor. E gente mal-humorada é a praga do mundo.

4) Jogue fora o chiclete. Mascar chiclete enquanto fala com o cliente? Nem pensar! Mascar chiclete por si só já é uma razoável falta de boas maneiras e no ambiente de trabalho, enquanto se está lidando com o público, nem se fala.

5) Não abandone o seu cliente, que está ali para comprar um item qualquer, por um cliente recém-chegado que parece que vai fazer uma grande compra. Parece mentira, mas isso ocorre frequentemente nas lojas. (Por isso é bom entrar nas lojas de material de construção com uma lista enorme de material na mão, umas três folhas, quaisquer três folhas de papel com qualquer coisa escrita que pareça uma lista. É garantia de bom atendimento na certa.)

6) Ofereça sempre sugestões quando notar que o cliente precisa. Mas também não seja metido a sabe-tudo. O segredo é encontrar a medida certa, dando ao cliente a informação necessária para que ele possa fazer a melhor compra.

7) Mostre interesse, sempre! O mundo já está cheio de gente apática, desinteressada, sem entusiamo, sem envolvimento. A energia gerada por esse interesse, que inclui vários dos itens já mencionados antes como olhar nos olhos e sorrir, favorece um bom negócio e faz o cliente voltar mais vezes.

8 ) Seja receptivo. Muita gente gosta de conversar com o vendedor. Isso acontece porque tem gente que mora sozinha e comprar alguma coisa é muitas vezes uma oportunidade para descontrair, bater um papo… Se o vendedor perceber isso vai terminar com uma legião de clientes que o procuram pela possibilidade de papo e, de quebra, sempre levam alguma coisa.

9) Evite, acima de tudo, olhar o cliente com superioridade somente proque ele quer um artigo mais barato, e nunca duvide da capacidade dele de adquirir um artigo caro somente porque ele está vestido com simplicidade.

10) Você depende do cliente. Nunca esqueça de que não está fazendo nenhum favor atendendo o cliente da melhor forma possível: isso é simplesmente a essência do seu trabalho, e a garantia da sua empregabilidade.

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Sou chata

Clotilde Tavares | 19 de agosto de 2009

Uma das coisas que mais me surpreende nas pessoas é a grande capacidade que elas têm de se acomodar. Não estou falando na capacidade de se adaptar às situações novas, que é uma coisa bem diferente e que, para mim, é sinônimo de inteligência. Estou falando na imobilidade das pessoas que se adaptam a uma situação que não lhes agrada muito, apenas por preguiça e comodismo, sem reagir, sem falar, sem se colocar. Diante de uma situação assim, em lugar de tomarem uma atitude e transformarem a situação, a maioria das pessoas se acomoda, procurando uma zona de relativo conforto, onde seja possível sobreviver com um mínimo de aporrinhação.

Agitada e inquieta por natureza e questionadora de tudo por formação, sou difícil de me acomodar passivamente seja lá com o que for. Adapto-me com relativa facilidade às vicissitudes do destino, àquelas coisas contra as quais nada podemos fazer, como a Morte, a Doença ou a Paixão. Mas não me acomodo nunca, nunca, jamais, àquilo que considero que posso modificar.

E é por isso que sou chata. Sou chata e assumo, correndo todos os riscos dessa atitude mas em paz com minha natureza e ouvindo lá dentro de mim a voz de Mamãe, que sempre dizia: se acredita que está errado, vá lá e defenda seu ponto de vista.

Sou chata porque vivo telefonando para o Banco no qual sou correntista exigindo que coloque uma mesinha nos postos de serviço, para que a gente não precise manusear contas e papéis “no ar”, sem um apoio.

Sou chata porque ligo para a administração dos shoppings pedindo para instalarem ganchos nos banheiros femininos para que nós possamos pendurar a bolsa e as sacolas enquanto usamos o sanitário.

Sou chata porque não vejo como me adaptar à barulheira infernal de carros de propaganda, dos pit-boys com seus sub-woofers ou do carro de som da paróquia anunciando a missa, que me impedem de falar ao telefone, de ouvir o aparelho de TV ou simplesmente me acordam, quando quero dormir.

Sou chata quando me torno – como irônicamente me chamaram um dia desses – “guardiã da obra de William Shakespeare” e mais da obra de Borges, de Machado, de Oscar Wilde, de Clarice Lispetor e que quem mais tiver seus textos distorcidas, mutilados, publicados com autoria trocada ou – pior, muito pior – tiver seu nome associado a um texto que nada tem a ver com sua obra.

Sou chata, e vou continuar reclamando.

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Necessidades especiais

Clotilde Tavares | 13 de agosto de 2009

vejablog2Este blog foi indicado o blog da semana no VejaBlog. Uma coisa muito simpática, que toda “a equipe do Umas & Outras”, ou seja, eu mesma, fiquei muito feliz. Você, que vem aqui e lê estas mal-tecladas linhas, é responsável também por isso. Continue chegando junto, que só nos dá prazer.


No tempo em que eu escrevia na Tribuna de Norte, em Natal, jornal no qual sustentei coluna semanal aos domingos durante dez anos, era para mim uma diversão ver como a pessoa que editava o caderno me chamava. A cada semana, era uma coisa diferente. Ao lado do meu nome, na cabeça da coluna, uma palavra nova: professora, escritora, colaboradora, poeta e também combinações dessas atividades, como “poeta e professora”, por exemplo. O jornal usou por algum tempo essas denominações diversas, na tentativa meio frustrada de tentar explicar o que eu sou e o que mais me caracteriza em termos de atividade, coisa que nem eu mesma sei e nem toda uma geração de terapeutas consegue explicar, como essa minha mania danada de variar.

carinhaIsso me faz refletir sobre a maneira como somos conhecidos e nomeados quando nosso nome chega às páginas de um jornal ou a um noticíário de televisão. Você talvez já tenha passado pela situação de ser assunto, ou tema, ou participante, ou entrevistado de uma matéria jornalística. E lá, no texto, não consta somente o nome da pessoa: consta também a ocupação, ou profissão, ou atividade que a criatura desenvolve na sua vida social. E é aí que a coisa começa a ficar engraçada, porque as denominações usadas para as pessoas são às vezes muito curiosas.

Por que não chamar o cara que tem um quiosque na praia ou no shopping de “comerciante”? Não é isso que ele faz? Não comercia seus produtos? No jornal, não. No jornal ele vira “o permissionário de quiosque Fulano”. Quer outra? “Foi assassinado o braçal Sicrano…” O “braçal”? Deve ser um trabalhador braçal, mas “braçal” assim, solto, fica engraçado. E aquela moça simpática que trabalha para uma empresa atendendo os clientes se transforma na “contato comercial Maria de Tal…” E um dia desses li uma notícia em que a pessoa era nomeada como “o evangélico Fulano”, muito embora a matéria não tratasse de religião nem sobre qualquer coisa ligada à igreja.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh

O jornal – ou telejornal – certamente tem nas suas regras ou nos seus manuais de redação parâmetros para essas classificações. E isso obviamente difere de jornal para jornal, porque em uns encontramos coisas mais engraçadas e curiosas do que em outros. Compreendo o trabalho dos profissionais da imprensa e a sua busca por excelência, muitas vezes dobrando horário, reescrevendo, conferindo informações, procurando o melhor texto. Filha e neta de jornalista, respeito demais essa atividade, muito embora às vezes goste de refletir um pouco sobre suas curiosidades, como estou fazendo agora.

Para encerrar, deixei para o final a melhor de todas, que encontrei em uma matéria que dizia “o portador de necessidades especiais Fulano de Tal…” Essa foi demais, minha gente. É genérico demais para o meu gosto porque, ao pé da letra, se eu alimento o sonho de um dia ter um encontro com Brad Pitt eu também posso ser classificada como “portadora de necessidades especiais”! Afinal, vocês hão de convir que não existe nesse mundo nada mais especial do que o belo, portentoso e deslumbrante Brad Pitt.

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