Goiás velho
Clotilde Tavares | 25 de julho de 2009Uma leitora descobriu um texto meu perdido na Internet, um texto que escrevi sobre a cidade de Goiás Velho, quando lá estive em novembro de 2006. Escreveu-me um e-mail, encantada com o texto e as fotos. Aí, eu resolvi compartilhar aqui com os meus leitores do Umas & Outras depois de fazer algumas – pequenas – modificações.
As fotos vão após o texto, com legendas. Todas feitas por mim, de forma amadora e amorosa. O lindo dia ajudou muito.
Numa dessas minhas viagens, fui conhecer uma cidade que há muito cutucava a minha curiosidade: a cidade de Goiás, ou Goiás Velho, ou Vila Boa de Goiás, antiga capital daquele estado até que a capital foi transferida para Goiânia na década de 1930. Goiás também é a terra de Cora Coralina, a poetisa-doceira, e é lá que mora Dom Marcelo Barros, monge beneditino a quem admiro pela postura ecumênica que pratica à frente do Mosteiro da Anunciação do Senhor do qual é prior.
Patrimônio Mundial da Humanidade pelo seu casario e igrejas do século XVIII, é uma cidadezinha perdida entre serras, cortada pelo suave marulhar do Rio Vermelho. A cavaleiro da ponte fica a casa de Cora Coralina, transformada em museu, com os objetos da escritora arrumados de tal forma que dá a impressão que ela vai sair dali a pouco de um dos quartos ou da cozinha para se sentar na sua cadeira preferida, em um cômodo no miolo da casa, de onde podia ver tudo que acontecia à sua volta. Vestidos, sapatos, objetos pessoais, e a estante de livros, mostrando que Cora era uma leitora e eclética: vi desde Agatha Christie até a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna.
Depois da casa de Cora foi um tal de subir e descer ladeiras, visitando igrejas e museus; e fiquei impressionada com o acervo do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que funciona na Igreja do mesmo nome e da qual sai a Procissão do Fogaréu, que tornam as comemorações da Semana Santa de Goiás famosas no Brasil inteiro. Vi, deslumbrada, as espetaculares criações do santeiro J. J. Veiga Vale, que viveu na cidade no século XIX, o palácio do Conde dos Arcos, a Igrejinha de São Francisco de Paula, o Mercado Público, o Museu das Bandeiras (antiga Casa da Câmara e Cadeia), o monumental Chafariz. Tudo isso, sem falar no casario esplendidamente conservado, faz de Goiás Velho um passeio imperdível. Fica a cerca de 140 km de Goiânia, e tem ônibus de hora em hora.
Além de ver os prédios e edificações, conversei com o povo. O sotaque torna às vezes a fala incompreensível, no ínício: mas com um pouco de boa vontade, começamos a nos entender e no final descobri que eles estavam rindo era do meu sotaque! Nesse clima, almocei lautamente feijão tropeiro, ensopado de chuchu e abobrinha, costela de porco. Comi o empadão goiano, cujo recheio é uma mistura de carne, frango, lingüiça, azeitona e temperos variados, tudo muito picante, e comi o famoso doce de frutas cristalizadas, um dos doces mais espetaculares que já comi na minha vida.
Turismo para mim é isso: andar sozinha, sem roteiro, sem guia, sem pacote, fotografando, perguntando, comendo, bebendo, conhecendo gente. Bom demais.
sou estudante do curso de Guia de Turismo, no Instituto Federal de Brasilia, estive na cidade, fazendo uma pesquisa dos atrativos e fiquei encantada com a beleza dos mesmos. É uma cidade encantadora, vale a pena conferir.
[…] andei por aqui falando de uma visita que fiz a Goiás Velho, a antiga capital do estado de Goiás, um lugar lindo, encantado, cheio de recordações de um […]
[…] dia desses andei falando no meu blog sobre uma visita que fiz a Goiás Velho, a antiga capital do estado de Goiás, um lugar lindo, encantado, cheio de recordações de um […]
[…] para de lá ir a Goiás Velho, a antiga capital do estado de Goiás – da qual já falei em outro post. O caso é que, chegando em Goiânia, e como Goiás Velho só me consumiu um dia, resolvi conhecer […]
Texto lindo, fotos encantadoras, céu deslumbrante!!!
Ai que saudade de um céu azul neste inverno cinzento de minha cidade…