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O que você leva na bolsa?

Clotilde Tavares | 26 de setembro de 2009

Esse meme andou circulando por aí, tem um tempo, e em tudo que é de blog as pessoas postaram fotos dos objetos que carregam na bolsa. E o curioso é que, ao contrário do que se apregoa, as bolsas femininas andam muito organizadas sim senhor.

As mulheres muitas vezes carregam artigos de maquilage e cuidados pessoais numa enorme variedade, mas a maioria das que eu vi estavam todos muito bem organizados e separados em “necessaires”. Os homens também são organizados, e eu lhe envio para dois exemplos: a bolsa de Jady, do blog Between Us e a mochila de Augusto Campos, do blog Efetividade.net. Por que eles? Ora, minha gente, por que são blogs que gosto e visito todo dia e nada melhor do que fazer com que você os visite também. Há também um Flickr onde as pessoas postam o conteúdo das suas bolsas e o blog Xeretando Bolsa, de Fabiana Martins.

Mas eu, o que levo na bolsa? Já escrevi um grande e minucioso artigo sobre “Bolsa de Mulher” que você pode ler completo aqui, no site da Rainha Denize Barros, o La Reina Madre. O artigo foi escrito há uns dois anos e eu nem sei mais se o que eu levava naquele tempo é o mesmo que levo hoje. Então, vamos lá.

Levo na bolsa hoje a carteira com dinheiro, cartões de credito, documentos, cartões de visita, moedas. Dentro dela ainda carrego um pendrive de 1 Giga. Além da carteira, o celular, um leque, as chaves da casa, do carro e do portão do prédio, tudo em um chaveiro muito feio e sem graça (aceito um novo de presente…). Os óculos escuros, um estojo com batom e espelho, uma “piranha” para o cabelo, a Moleskine vermelha (do modelo Pocket Weekly Notebook) e umas duas ou três canetas Stabile point 88 (só uso esse tipo). Levo ainda uma lanterna, pois esse meu prédio é velho e assombrado, e se eu ficar presa no elevador ou tiver de descer ou subir pela escada escuríssima, tenho a minha lanterna salvadora.

Só isso meu caro leitor, só carrego isso. Como não trabalho fora nem passo o dia na rua, sou poupada de ter de carregar outras coisas que as outras pessoas precisam levar. Somente em casos especiais – ida a consultorio médico, por exemplo – levo um livro ou a Moleskine preta, maior, na qual escrevo.

E você? Leva o que na bolsa? Confesse aqui nos comentários.

O que eu levo na bolsa.

O que eu levo na bolsa.

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Gripe suína: muito barulho por nada

Clotilde Tavares | 25 de setembro de 2009

virusHoje tenho uma pergunta que pode parecer boba, mas que vou fazer aqui: alguém me dá notícias da gripe suína? Aquela que ocupou todos os espaços da mídia há poucos meses, que foi comparada à epidemia de gripe espanhola de 1918, que ia causar espetacular mortandade entre os chamados grupos de risco?

Sem a menor explicação, a mídia silenciou a respeito, pararam de noticiar os óbitos com estardalhaço, deixaram de mostrar gente de máscara na TV, talvez porque as próprias pessoas, vendo o descabido dessas medidas, tenha por si só raciocinado com bom senso e deixado de usar as tais máscaras que, a rigor, só funcionam se o mascarado estiver doente ou se teve contato com gripados e está em fase de incubação do vírus; a máscara é usada não para proteger a ele, mas aos outros, isso valendo em qualquer doença respiratória de alto contágio como, por exemplo a já citada gripe e tuberculose pulmonar.

Desde o início não acreditei em nada disso. Tenho olho para estatística e experiência como epidemiologista, uma vez que tenho formação na área, embora não atue como tal há muitos anos. A maioria dos óbitos que foram citados nos telejornais eram de pessoas suscetíveis a ter complicações respiratórias em caso de virose; as pessoas faleciam e no mesmo dia o noticiário dizia que elas haviam tido como causa de morte a gripe suína, quando o exame laboratorial que comprova esse diagnóstico demora pelo menos 10 dias. E tudo que a mídia propaga com tanto barulho deve ser sempre muito bem analisado antes de achar que aquilo é a verdade absoluta.

Pois bem: é isso que está aí. Ninguém mais fala da tal gripe, a “pandemia” resolveu-se por si própria, os fabricantes do tamiflu e de álcool-gel devem ter enchido as burras de dinheiro e, para não dizer que não restou nenhum benefício disso tudo talvez essa pretensa epidemia tenha contribuído para formar nas nossas crianças o hábito de lavar as mãos com frequência, hábito desejável em qualquer situação.

Quanto ao mais, é como o título daquela peça de Shakespeare: muito barulho por nada.

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gripe, gripe suína, tamiflu
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Honra e dignidade

Clotilde Tavares | 24 de setembro de 2009

De todas a coisas que atrapalham e perturbam a nossa vida, penso que uma das mais difíceis é a falta de habilidade que temos para lidar com o outro, com as outras pessoas, com aquelas a quem comumente chamamos “o próximo”.

É tão difícil lidar com o outro ser humano que está ao nosso lado, ou à nossa frente, que quando por algum motivo se juntam dez ou mais pessoas para fazer um trabalho ou qualquer atividade juntas é preciso contratar um “animador”, um profissional com experiência em dinâmica de grupo para quebrar as barreiras que existem entre as pessoas.

Saber se relacionar, conviver, tratar bem, é um talento cada vez mais difícil de ser encontrado. Há tempos, era natural. O cavalheirismo, a polidez, a cerimônia, o esmero no trato com os semelhantes, eram sinais de boa educação e não tinham a ver com classse social, pelo menos na minha época e no meio em que fui criada, estudando em escola pública e filha de uma família apenas remediada mas que levava essas coisas muito a sério. Tais costumes ainda permanecem quando você vai para o interior, para as brenhas, para os lugares “sem rádio e sem notícia das terras civilizadas”.

Modernamente, as relações se deterioraram. As palavras mágicas “desculpe”, “por favor”, “com licença” e “muito obrigado” estão virando coisa do passado. Só tratamos bem ao outro quando queremos um favor, quando queremos conseguir alguma coisa, quando estamos lidando com alguém que achamos que é superior a nós. Para esses reservamos reverências e salamaleques. Já para os que consideramos abaixo de nós, usamos palavras bruscas, desdém e pouco caso.

Isso me faz lembrar um trecho do “Hamlet”, do grande William Shakespeare. No segundo ato, no episódio em que um grupo de atores chega ao castelo para uma apresentação, o príncipe Hamlet ordena a Polônio, um cortesão, que os aloje a alimente, recomendando que os trate bem. Polônio responde que os tratará segundo o merecimento de cada um.

Hamlet então retruca: “Por Deus, homem! Tratai-os melhor! Muito melhor! Se fordes tratar cada homem segundo o seu merecimento, quem escapará da chibata? Tratai-os segundo vossa própria honra e dignidade. Quanto menos eles merecerem, maior será vossa generosidade.”

E depois das palavras de Shakespeare, o que me resta dizer? Apenas, e citando novamente o poeta inglês: “O resto é silêncio.”

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Comercial Havaianas e cenas de hipocrisia explícita

Clotilde Tavares | 23 de setembro de 2009

Penso que todo mundo já viu o comercial das sandálias Havaianas que estava passando na TV. Leve, divertido, bem humorado, foi criado pela AlmapBBDO e tem a presença do ator Cauã Reymond, que vira o foco de uma conversa entre avó e neta na mesa de um restaurante. Se você não viu, deve vê-lo clicando abaixo, antes de continuar lendo. É rápido, tem apenas 32 segundos.

http://www.youtube.com/watch?v=u9G5NHkhsFI&feature=related

Pois bem: o comercial foi retirado do ar. As chamadas pessoas “de bem”, baluartes da moral e da pureza, acharam que a peça publicitária ofendia a “sagrada” instituição do casamento e pressionaram a empresa, que achou melhor suspender a exibição, no que eu não a condeno uma vez que precisa vender seu produto e não vai brigar com supostos clientes, sejam eles hipócritas ou não. E chamo sim essas pessoas de hipócritas porque se julgam mais puros e decentes de que os outros e nessa tentativa de impor seus valores atropelam os valores das outras pessoas. Veja abaixo o vídeo que está disponiblizado no You-Tube contra o comercial, com direito a citações bíblicas e tudo o mais. Dura 2 minutos.

http://www.youtube.com/watch?v=vs2vmr7vZeE

O video começa com a declaração: “Fui obrigado a falar de sexo com minha filha de 5 anos!” Ora, minha gente! Qual o problema? Todo mundo sabe que é nessa idade que as crianças começam a perguntar sobre “aquilo que papai e mamãe fazem quando se trancam no quarto”, sem precisar da televisão para que essa curiosidade seja despertada. A clareza e a sinceridade nas respostas vai determinar no futuro a atitude saudável ou não dessa criança em relação ao sexo. Mas o video continua dizendo que a criança viu “uma avó dizer à neta que fazer sexo é moderno!” Na verdade, a avó não disse isso. Dise que ela, a avó, era moderna, porque convenhamos: fazer sexo é a coisa mais antiga que existe.

Eu duvido que a criança tenha perguntado isso aos pais. A referência a sexo é rápida, casual e sutil, dentro da conversa, e tenho certeza de que a criança não atentou pra isso. E se atentou? E se perguntou? Qual o problema de uma criança de cinco anos perguntar o que é sexo e a mãe responder? E será que e só esse comercial a única referência ao sexo que há na TV, cuja programação a criança assiste inteirinha enquanto os pais trabalham? E os comerciais de outros produtos, como os de cerveja, por exemplo, carregados de conteúdos eróticos?

O pior de tudo é que o vídeo traz o exemplo da criança de 11 anos, estuprada e engravidada pelo padastro pedófilo. O que o video quer demonstrar aqui? Que as crianças, conhecendo o sexo tão cedo, e preferindo o sexo ao casamento, se fazem estuprar e engravidar de propósito pelo inocente padastro, aprisionado nas garras da menininha que aprendeu sexo na TV?

O mundo está cheio desse tipo de hipocrisia, meu caro leitor. O mundo nestá lotado de pessoas puras e melhores do que as outras, que vêem pecado e sujeira em tudo, porque o pecado e a sujeira está dentro dos seus corações e mentes, toldando sua visão, distorcendo a sua forma de ver a realidade e prejudicando toda a sociedade.

Para concluir, veja como a empresa contornou com elegância a situação, tirando o comercial do ar mas o substituindo pelo apresentado abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=q4Lsk_cEdQA

UPTADE: (24/09)

Quero agradecer a todos que participaram desta discussão. Tenho lido atentamente todos os posts e justamente por essa leitura notei que os argumentos começam a se repetir. Considero que, uma vez que as diversas opiniões, contra, a favor, mais ou menos, quase, em certos casos e talvez já foram apresentadas, replicadas e treplicadas, chegou a hora de encerrar. Agradeço a todos, e aproveitem para visitar os outros 172 posts deste blog, sobre temas variados. Mais uma vez, muito obrigada.

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comercial havaianas, hipocrisia, propaganda
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Como fazer a verdadeira tapioca nordestina

Clotilde Tavares | 22 de setembro de 2009

Não sou daquele tipo de gente que gosta de café da manhã variado. Não gosto de frutas de manhã, pois sou do tempo em que a gente acorda com o corpo “quente” e fruta é uma comida “fria”, aí não combina. Sei que isso não tem fundamento científico mas fazer o que? Meu corpo se arrepia à qualquer sugestão de fruta no café da manhã. Então: meu desjejum é iogurte com linhaça, depois café, pão e queijo. E só.

Hoje não tinha pão, mas tinha goma na geladeira e eu fiz uma tapioca bem gostosa, recheei com queijo e ficou tudo tão saboroso que não resisti à tentação de fazer inveja aos meus amigos do Twitter, principalmente à jornalista Ariane Mondo, que mora na Alemanha e é doida por tapioca. Então algumas pessoas me pediram a receita, tudo gente de outros países, pois aqui no país do Nordeste todo mundo sabe fazer tapioca.

Eu já publiquei essa receita no meu livro “A Agulha do Desejo” e em alguns jornais nos quais escrevo, mas não me custa nada ensinar aqui tudo de novo. E saiba que a tapioca é uma iguaria tipicamente nordestina e de origem indígena, com surpresas de simplicidade e requinte, como você vai ter oportunidade de ver.

Primeiro é preciso goma de mandioca, fresquíssima, “verde”, com chamam lá no interior, peneirada em peneira bem fina. Aí você pega uma frigideira de uns 17 centímetros de diâmetro, bem limpinha, e coloca no fogo mas atenção: nada de óleo, manteiga ou gordura. Muita gente faz tapioca numa chapa, usando um aro de metal de uns 10 cm de diâmetro para delimitar o lugar onde se coloca a goma. Isso é coisa moderna e eu não gosto. Tapioca para mim tem que ter o formato de uma panqueca, um “tortilha”, um disco fino de massa de cerca de uns 15 centímetros de diâmetro com no máximo 3 ou 4 milímetros de altura.

Quando a panela está bem quente, você pega um punhado da goma, já peneiradinha, e espalha na assadeira, preenchendo todo o fundo desta com uma camada mais ou menos uniforme da goma. Com muito carinho e precisão, tome entre os dedos uma pitada de sal e espalhe sobre a goma. Usando as costas de uma colher, nivele – mas sem apertar muito – a superfície da tapioca e pronto: está na hora de virar. Nesse momento, respire fundo, tome a assadeira pelo cabo e balance delicadamente para soltar a tapioca; aí, com um gesto rápido, atire a tapioca para cima, observe com espanto ela se virar no ar e a deixe cair suavemente na panela para cozinhar o outro lado. Balance um pouco a frigideira, veja se ela já solta da superfície e pronto: a tapioca está pronta. Passe para um prato, pegue um pano de prato bem limpinho e seco e com ele esfregue a assadeira para tirar qualquer fragmento de goma, colocando-a de novo no fogo para fazer a próxima.

Enquanto a panela esquenta outra vez, adube a tapioca, passando manteiga e dobrando-a ao meio, ou enrolando-a. A tapioca também pode ser feita no coco; aí, enquanto ela está no fogo, coloque um pouquinho de coco ralado espalhado sobre a massa e depois cubra o coco com um pouquinho da massa antes de virar. Mas cuidado: essa versão no coco é complicada em relação à acrobacia aérea descrita antes. Nesse caso, é melhor virar com a espátula. Depois dela pronta – se for recheada com coco – também se usa jogar sobre ela algumas colheres de leite de coco diluído em água e açúcar. Eu prefiro a tapioca com manteiga ou – numa extrema concessão – requeijão ou queijo em fatia finíssima.

Quanto às tapiocas com dezenas de recheios variados e diferentes, acho que tudo isso é modismo de verão, inventado num dia e abandonado no outro para agradar turistas e visitantes. O bom mesmo é a tapioca simples, nordestina, sem enfeites, mas guardando um tesouro de sabor, textura e cor que você não encontra nessas novidades. Um poema de alvura e sabor, derretendo na boca: esta é a sincera tapioca nordestina.

Neste vídeo você pode ver como se faz ao vivo; foi o vídeo mais parecido que eu achei com a minha receita, muito embora o seu resultado seja uma tapioca recheada com leite condensado e não haja acrobacias aéreas. Há outros vídeos sobre o tema no You-Tube. Mãos à obra, e bon appetit!

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comida típica, goma de mandioca, receita de tapioca, tapioca
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Dia da Árvore

Clotilde Tavares | 21 de setembro de 2009

Sou apaixonada por árvores. Hoje, no Dia da Árvore, convido a todos os leitores a fazer comigo um exercício, uma reflexão. Convido todos a sair de dentro de casa, procurar uma árvore qualquer e olhar para ela.

Geralmente, quando fazemos isso, quando olhamos para uma árvore vemos, por exemplo, a possibilidade que tem de nos fornecer madeira, cola, lenha, ou frutos para a nossa alimentação. Podemos também avaliar a sua capacidade de nos dar sombra para o descanso ou até mesmo um galho jeitoso para armar a nossa rede. Essa forma de olhar para a árvore é uma forma utilitária, econômica, onde a árvore desperta a nossa atenção somente pelo proveito que podemos tirar dela. Olhamos não a árvore, mas a sua utilidade em relação a nós. A pergunta que fazemos é: para que serve esta árvore?

Vamos imaginar agora que, em lugar de perguntar à árvore para que ela serve, nos interessemos por outro aspecto, e queiramos saber que tipo de árvore é essa, qual é a espécie vegetal a que ela pertence, a sua idade, suas relações com o meio ambiente, de que forma ela cresce, toda aquela história de xilema e floema, vasos lenhosos e liberianos. Esse é o olhar científico, e a pergunta que fazemos é: como esta árvore funciona?

Nessas duas formas de olhar, vemos a árvore como uma coisa, um objeto, apenas mais uma árvore entre tantas. Ao longo da nossa vida, vamos fazendo assim com todas as coisas que nos cercam, e até mesmo com as pessoas. Olhamos, e não vemos. Analisamos, e não sentimos. Dessa maneira, o mundo vai ficando chato, sem graça, sem encanto.

Mas quando olhamos para essa árvore e procuramos ver o seu Mistério vivo, sem nos interrogarmos para que ela serve ou de que forma ela funciona, quando procuramos perceber nessa árvore um universo de imagens e de formas que contém uma mensagem íntima e secreta, devolvemos a ela o seu encanto, e a pergunta que fazemos é: o que esta árvore me revelará?

Passamos assim a aprender a escutar o Universo e perceber a imensa poesia e o deslumbrante fascínio que existe por trás de todas as coisas. E recuperamos, com esse olhar encantado, a possibilidade de voltar ao Paraíso.

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Cultura
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A Magia do Cotidiano, árvore, dia da árvore, reencantamento do mundo
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Estranho, bizarro, engraçado…

Clotilde Tavares | 20 de setembro de 2009

Domingo preguiçoso esse em que eu, absolutamente incapaz de encadear uma idéia na outra, deixo aqui pra você esse álbum de figurinhas.

Philip Toledano

Foto de Philip Toledano

Castelo de Zé do Monte, construído pelo próprio nas brenhas do sertão do Rio Grande do Norte.

Quando vejo isso fico feliz de estar aposentada da docência...

Ô coceira danada!

Imaginem quando ela se curvar para jogar a bola...

Da série "Pérolas do Orkut.

Se você não se mexer, engorda. É o que diz a placa.

Eu quero um desse!

E finalmente esse banco que escapa a qualquer descrição!

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Girafas na geladeira

Clotilde Tavares | 19 de setembro de 2009
Rolando Lero, o rei do bla-bla-bla.

Rolando Lero, o rei do bla-bla-bla.

O ser humano, principalmente o ser humano dito civilizado, tem uma tendência quase doentia a complicar o que é simples. Falamos demais, somos prolixos, gostamos de demonstrar um conhecimento que não temos, adoramos falar difícil… Se o meu caro leitor duvida do que estou dizendo, preste atenção quando as pessoas são entrevistadas na televisão. Desde o ministro de estado ao cidadão comum todos eles complicam o que dizem e são incapazes de dar uma resposta simples e clara para qualquer pergunta. Os ministros e políticos muitas vezes fazem isso de propósito, para complicar mesmo, ou para não dizer dando a impressão de que estão dizendo. O homem comum faz para causar boa impressão, para “se  mostrar”, para fazer bonito.

Na vida doméstica também é  a mesma coisa. Se você é adolescente, experimente chegar em casa e dizer para sua mãe: “Tem almoço?” Provavelmente ela vai fazer uma longa digressão filosófica sobre a condição feminina, vai falar sobre o tempo que os alimentos levam para ficar prontos, vai comentar o preço absurdo da comida no supermercado, e refletir em voz chorosa sobre como ela se dedica a cuidar da casa e dos filhos quando poderia estar cumprindo “a sua lenda pessoal”. Nunca, nunca, jamais a resposta será um simples “Tem almoço, sim” ou “Não, não tem.”

Recebi um dia desses um email que trazia um teste engraçadíssimo, constando de perguntas e respostas que tem tudo a ver com isso que estou dizendo. Aliás, não faz muito tempo aqui escrevi um post sobre isso, onde citei o meu batidíssimo exemplo do filho perguntando à mãe se tem almoço. Mas vamos ao teste.

girafa2Começa assim: “Como você colocaria uma girafa dentro de uma geladeira?” A resposta certa é: “Abra a geladeira, coloque a girafa dentro e feche a porta.” O teste diz então que essa pergunta testa aquela sua tendência de achar soluções complicadas para coisas simples.

O teste continua com a pergunta seguinte: “Como você colocaria um elefante dentro da geladeira?” Ora, se você responde: “Abra a geladeira, coloque o elefante dentro e feche a porta”, a resposta está errada. A correta seria: “Abra a porta da geladeira, retire a girafa, coloque o elefante e feche a porta.” Aí o teste informa que essa pergunta testa a sua capacidade de pensar nas consequências de ações anteriores.

Mas vamos pra frente. A pergunta a seguir é: “O leão, rei dos animais, está organizando numa conferência animal na floresta. Todos os animais compareceram, exceto um. Qual foi o animal que nao compareceu?” Ora, meu caro leitor! Quem não compareceu foi o elefante, que estava trancado na geladeira, onde você mesmo o colocou. Essa pergunta testou a sua memória.

jacareFinalmente, a última pergunta: “Como você faria para atravessar um rio infestado de jacarés?” e a resposta é clara e simples: você poderia atravessar o rio nadando tranquilamente já que todos os jacarés estão na conferência de animais… O teste informa, finalmente, que essa pergunta testa a sua capacidade de aprender com seus próprios erros.

Mas não leve isso muito a sério. Esses testes não têm valor científico e não testam rigorosamente nada a não ser a sua paciência, e servem apenas que você, visitando este blog, possa variar um pouco das notícias que enchem a mídia, sobre falcatruas, roubos, sequestros, atos secretos e outras patifarias. De quebra eu também arranjei tema para escrever hoje, nesta manhã de sábado, que me pegou assim meio sem assunto e sem inspiração.

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O Tempo, compositor de destinos

Clotilde Tavares | 18 de setembro de 2009
Brigitte Bardot, foto recente.

Brigitte Bardot, foto recente.

Navegando na Internet, encontrei umas fotos da atriz Brigitte Bardot, atualmente com setenta e cinco anos. E não falta quem compare a imagem atual da atriz com aquela deslumbrante e esplendorosa juventude que encantou a todos na década de 1960, transformando-a num dos mais poderosos símbolos sexuais do século XX. Na foto atual a atriz, que nunca quis se submeter a plásticas, mostra a face sulcada de rugas, e os comentários dos blogs sempre são “o estrago que o tempo faz nas pessoas” ou “como o tempo destrói a beleza”.

Brigitte, na década de 1960.

Brigitte, na década de 1960.

Ah, meu caro leitor, permita-me discordar. As pessoas não são somente pele, músculos e articulações – estruturas mais afetadas pelo tempo do que outras. As pessoas são muito mais do que uma pele perfeita e uma musculatura sarada. Ao contrário de quem tem medo de envelhecer e vive correndo atrás dos milagres da plástica e tratamento, penso que o tempo age em nós de forma mais positiva do que negativa, melhorando, aprimorando, acrescentando sabedoria através da experiência.

Se não fosse a passagem do tempo, como ficaria a Esperança? Como ficaria a Utopia, que nos arrasta e conduz a novas conquistas, se ela não fosse localizada no Futuro, no tempo distante à nossa frente? Isso sem falar no efeito lenitivo e suavizante do tempo sobre as nossas dores, nossos males, nossas angústias. É o tempo que nos faz esquecer, perdoar, esvaziar o nosso coração das coisas que não deram certo para poder tentar de novo, sonhar de novo, amar outra vez.

Essa sou eu. Foto de 2008.

Essa sou eu. Foto de 2008.

À medida que nos premia com uma ruga aqui outra ali, com centímetros a mais na cintura ou com articulações mais duras, o tempo também nos dá tranquilidade para aceitar os imprevistos e sabedoria para compreender os enganos, nossos e dos nossos semelhantes, e ter paciência com eles.

É o tempo que apura a nossa percepção, afia nossa inteligencia e nos dá acuidade para compreender melhor os fatos e as coisas que nos cercam. Com a passagem do tempo, ficamos mais seletivos e entendemos o que o poeta quer dizer quando diz que “só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”.

Em 1969, eu tinha 21 anos.

Em 1969, eu tinha 21 anos.

Se o tempo nos embranquece os cabelos, também acalma os ardores juvenis que nos levam a fazer tanta bobagem sem querer, a dizer coisas das quais nos arrependemos depois. É o tempo quem doura as nossas recordações, que nos acalma, nos reconforta.

Finalmente, os versos de Caetano Veloso dizem mais do que eu posso dizer agora:

“E quando eu tiver saído

Para fora do teu círculo

Não serei nem terás sido.

Ainda assim acredito

Ser possível reunir-nos

Num outro nível de vínculo.”

O título deste post também foi tomado de empréstimo a Caetano Veloso.

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Brigitte Bardot, Caetano Veloso, envelhecer, envelhecimento, idade, tempo, velhice
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Escrivaninhas

Clotilde Tavares | 17 de setembro de 2009

Estou com um cantinho bem definido de trabalho no minha nova morada. É um quadrado de 2,50m x 2,50m, logo na entrada do apartamento, que seria um pequeno hall se eu não precisasse de uma mesa mais ou menos grande para escrever e espalhar meus papéis, de um lugar para colocar a impressora e de uma pequena estante para guardar papel, meus arquivos, pastas e cadernos.

Tenho tudo isso já, mas muito velho, muito usado, e queria umas coisinhas novas. Aí, começa o meu problema, porque não gosto de nada comum, nada que “todo mundo tem”. E ando procurando uma mesa de trabalho que tenha uma das faces arredondadas, porque acho desagradável entrar em casa e topar logo de cara com um móvel em ãngulo reto bem na minha frente.

Dei uma primeira olhada pelas lojas, não vi nada que me agradasse; aí resolvi entrar na Internet para ver o que havia e, novamente, não encontrei o que queria mas encontrei umas escrivaninhas interessantes, umas bonitas, outras curiosas, que divido com você.


Começo com um clássico: a escrivaninha onde Goethe escreveu o “Fausto” e “Werther”. Aqui.

Esta é antiga: uma das gavetas tem um compartimento”secreto” que só pode ser aberta por quem conhece o segredo, segundo o anúncio. Está à venda, e o anúncio ainda diz que é em estilo “xerife”. Aqui.

No site do escritor Sérgio Barcellos Ximenes encontro essa ilustração com o título “A mesa do escritor” e uma reflexão: “… O campo de batalha, onde livros, esperanças e carreiras nascem e morrem.”

E a escrivaninha da menina, toda sapeca, com seus primeiros papéis de carta cor-de-rosa e bloquinhos Hello Kitty? Gracinha! Aqui.

E se você é daqueles que precisa se isolar de tudo para trabalhar, que tal essa estação de trabalho que se fecha sobre você como uma concha e não deixa a perturbação do mundo lhe atingir? Aqui.

Apaixonado por carros? Experimente essa.

Finalmente, essa escrivaninha que é o triunfo do design e do aproveitamento de espaço. Encontrei aqui.

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Design, escrivaninha, mesa do escritor, mesa para escrever
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