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Clotilde Tavares | 24 de julho de 2009

Uma das melhores coisas da Internet é ficar zapeando por aí, descobrindo coisas estranhas, divertidas, inteligentes, instigantes.

Trouxe algumas delas hoje para você.

1. Catálogo de manuscritos medievais: um primor. Eu passo horas enfiada num site desses, imaginando que estou na biblioteca do Mosteiro de Saint-Gallo…  AQUI.

2. Um Quadrante. Para navegar e olhar as estrelas. Eu não navego, mas olho estrelas, e gosto de saber a altura de edifícios, de árvores… Fiz um para mim, que mostro na foto. Usei papelão, um canudinho de refrigerante, um barbante e uma argola de um brinco velho. Fiz a graduação dos ângulos com um transferidor escolar. Faça um para você e aprenda a usar AQUI e AQUI.

3. O homem cobra. Um dançarino turco incrível, contorsionista, e muito, muito lindinho…

4. Me diga se não é um luxo este papel higiênico! Achei AQUI.

5. A Cega Natureza do Amor, novo livro de Patrício Jr, que foi lançado em Natal há uns dias. Para divulgar a noite de autógrafos, casais encapuzados namoravam no maior shopping da cidade. Veja mais AQUI e AQUI.

6. Vida de solteiro. Sem comentários. Clique AQUI.

7. O Livro Egípcio dos Mortos. Uma coisa belíssima, um documento impressionante que, por sobre os séculos que nos separam dele, ainda conserva a força e a estranha beleza dos rituais fúnebres do Antigo Egito. AQUI.

8. Torneira. Quer me agradar? Me dê uma dessa de presente! A azul, eu quero a azul. E tem mais AQUI.

9. Colar de crochê. Um primor de habilidade. Belo belo belo. Mas é preciso ter um colo de acordo. Como diz o cantador de viola, “o pescoço é quem confeita o colar”. AQUI.

10. E finalmente esse bicho estranho, que deve se chamar PhotoShop, que nem fui eu que encontrei: ele apareceu aqui de enxirido!

Para divulgar o lançamento, casais encapuzados namoravam no maior shopping da cidade.
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A primeira televisão

Clotilde Tavares | 23 de julho de 2009

Hoje quero apresentar ao meu caro leitor um amigo. É Adauto de Andrade, que se auto-descreve no seu blog Legal como advogado, pai, marido, técnico, contador de causos, fuçador e curioso de um modo geral e acrescenta: não exatamente nessa ordem.

Adauto

Adauto

A propósito do meu post sobre a chegada do homem na Lua, Adauto me respondeu dizendo que ele só tinha um mês e meio quando o fato aconteceu, e que por isso não se lembrava.  E informou que a casa do pai dele, “… ainda que modesta – era a única que tinha televisão (presente de meu padrinho, que havia quebrado a tv a machadadas – mas isso é outra história). Minha mãe conta que nesse dia todos os vizinhos possíveis e imagináveis se reuniram em casa para ver as notícias naquela tv preto e branco a válvulas e recém reformada.

Bem, eu fiquei curiosa sobre aquela história da TV quebrada a machadadas e exigi o relato, que, sem mais delongas, segue abaixo.

Fala Adauto:

“Meu pai, vulgo “Seo Bento”, do alto de seus 72 anos, continua firme e ativo – ainda que aposentado – com uma oficininha de conserto de televisores no fundo de sua casa.

“Foi mecânico a vida inteira, tendo vindo de trem de Santa Rita de Jacutinga, MG, para São José dos Campos, SP, aos onze anos de idade. Sendo o mais velho de um total de doze irmãos (e irmãs) foi para roça para plantar arroz com a família e cerca de dez anos depois resolveu ir para cidade. Conseguiu emprego numa fecularia e mais tarde numa mecânica de caminhões, ambos da família Renó.. Quando a empresa faliu, foi para a Johnson e lá ficou até sua aposentadoria.

“Tudo isso é só para contextualizar.

iub“Lá na mecânica conheceu o sr. Nobilino, encarregado, e que viria a ser meu padrinho de batismo. Vida dura, casou-se, construiu sua casa e teve três filhos (sendo eu o caçula). Minha mãe contribuía na renda familiar com suas costuras, mas, para ajudar um pouco mais, meu pai fez um curso por correspondência para conserto de rádios e televisores no IUB – Instituto Universal Brasileiro. Sempre após o serviço ficava acordado até tarde, ainda na cozinha de casa, consertando rádios e outros aparelhos.

“Numa época em que televisão ainda era um luxo, meu padrinho, seu chefe, sujeito já estabelecido e com mais posses – mas dado a violentos acessos de fúria – havia comprado uma dessas máquinas de fazer doido. Mas não é que a televisão apresentou defeito? Mexe daqui, mexe dali, fuça, vira, tenta, esmurra, acabou ficando puto, levou aquela “geringonça” para fora, bem no meio do quintal, e extravasou sua raiva a golpes de machado no pobre aparelho…

tv-quebrada1“Não sobrou muito.

“Ciente de que meu pai estava dando seus primeiros passos naquela arte eletrônica, juntou os cacarecos que sobraram da vítima e levou até em casa.

“- Toma, Bento. Se você conseguir fazer essa porcaria funcionar, ela é sua.

“O que para outros seriam lixo, para meu pai foi uma oportunidade! Jamais que ele teria como comprar um aparelho daqueles naquela época!

“Desmontou tudo, arranjou madeira (sim, as tvs de então possuíam caixas de madeira – ótimas para cupins…), e, usando suas habilidades de marcenaria, fez outra caixa para a televisão. Economiza daqui, compra uma válvula dali, solda acolá e, não demorou muito, o aparelho voltou à vida!

“E essa é a história da primeira televisão que tivemos em casa…

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Comportamento, Curiosidades, Memória
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Adauto de Andrade, homem na Lua, televisão
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O barulho vem de jegue

Clotilde Tavares | 21 de julho de 2009

Ontem à noite estava eu muito bem sentada às nove da noite vendo minha série favorita na TV. Na segunda feira, vejo C.S.I às oito no AXN, Medium às 9 no Sony e The Mentalist às 10 no Warner. Então eram nove horas em ponto e o capítulo de Medium mal havia começado quando um barulho ensurdecedor começou na rua em frente ao meu prédio.

jegueFui olhar o que era. No meio da rua, dividindo a faixa com os carros, estava estacionada uma carroça, puxada por um animal. A carroça era toda ornamentada e portava um equipamento de som. O cavalo também estava vestido a caráter, enfeitado que só jumento de cigano. De pé, um homem enfeitadíssimo, com uma roupa cheia de lantejoulas que me pareceu aquelas coisas mexicanas: chapelão enorme, colete, calças justas, enfim, um “mariachi”. Pelo menos foi essa a visão que tive da minha varanda, no sexto andar.

O motivo da balbúrdia eu fui entendendo aos poucos. Alguém no prédio aniversariava – era um aniversário de casamento – e o “Tele-jegue”, que era o nome da “coisa”, estava ali, casamento3contratado por alguém, para fazer a homenagem ao casal. O “locutor” fazia piadas, sendo que eu jamais imaginei que um casal completando 35 anos de casados gostasse de ouvir piadas daquele tipo. As piadas eram entremeadas com músicas, que pareciam ser religiosas, desse tipo de música chata que as pessoas quando ouvem levantam os braços e balançam de um lado para outro. Na calçada, havia onze pessoas, incluindo o casal homenagado. O prédio tem 80 apartamentos; a quatro moradores cada, são 320 pessoas, das quais pelo menos trezentas aguentaram a barulheira sem terem nada com ela.

Entre uma música e uma piada, o “tele-jegueiro” anunciou que estava incrementando ainda mais a carroça, que em breve ela teria um palco, um sistema próprio de iluminação, máquina de fumaça e um som ainda mais potente “para animar ainda mais a sua festa”. A função durou 45 minutos, e eu perdi o episódio que estava assistindo na TV.

barulhoÉ por isso que eu, apesar de gostar muito do Brasil, às vezes tenho vontade de morar num país civilizado somente pra ter a experiência. Aquela coisa que a gente vê nos filmes: um barulhinho a mais numa vizinhança residencial, com cinco minutos a polícia está na porta, muito educada mas muito firme, pedindo explicações e acabando com o fuzuê. Aqui, liga-se para a polícia, não é com ela; liga-se para a SEMAN, estão sem carro para atender.

Ao feliz casal, mesmo deplorando seu mau-gosto, ou de quem lhes ofereceu o presente, meus parabéns pelos 35 anos de união. Falizmente no próximo ano, quando completarem os 36 anos,  eu não estarei mais aqui, para presenciar vexame semelhante e ser impedida no meu direito de cidadã pagante de impostos de assistir meu programa preferido na  TV.

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barulho, meio ambiente, poluição, tele-jegue
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Um pequeno passo…

Clotilde Tavares | 20 de julho de 2009
Essa era eu, em 1969.

Essa era eu, em 1969.

No dia 20 de julho de 1969 eu estudava para o vestibular de Medicina, para o qual me preparava, pretendendo me inscrever em duas Universidades: a da Paraíba, na capital, e a do Rio Grande do Norte, em Natal.

Espalhava os livros sobre a mesa e enquanto vigiava meu filho Rômulo, que tinha um ano e dois meses, tentava equilibrar reações químicas e dominar o cálculo estequiométrico, estudava as leis de Mendel na Biologia ou me maravilhava com as explicações da Física, matéria que sempre gostei e na qual terminei tirando a maior nota das minhas provas do vestibular, um 8,9.

Eu morava na casa de meus pais, em Campina Grande, e havia terminado um casamento há menos de um ano. Tinha 21 anos e, estudando, procurava retomar a vida e conseguir fazer o curso de Medicina, que na época era meu grande sonho.

Nesta tarde de 20 de julho era domingo, e enquanto eu estudava, meus pais, Titia Adiza e meus irmãos menores viam televisão. A TV nesse tempo era em preto e branco e irradiava uma programação gerada a partir do Recife. Nas tardes de domingo, havia um programa chamado “Dimensão Jovem”, gravado ao vivo, onde se apresentavam cantores, bandas e outros artistas.

pegada_armstrongEra quase final da tarde, e dali a pouco mamãe falou: – Está na hora! E todos fomos para a frente da TV onde ia se apresentar a banda onde o meu irmão Braulio, de 19 anos, tocava. Era uma banda de rock de Campina Grande, os “Sebomatos”, e justamente quando os meninos começaram a tocar e nós vibrávamos, torcíamos, batíamos palmas, o programa foi interrompido. Eram 17 h17 min (hora de Brasília) e a Apolo 11 havia pousado na Lua. Depois os meninos retomaram a música. (Braulio me informa por email que as músicas que tocaram naquele dia no programa foram “Bye Bye Love” (Ray Charles) e “Boys” (Beatles). Acrescenta que o programa era transmitido pela TV Jornal do Commercio e dirigido por Luis Jansen.)

Para nós, a família, era mais importante ver Braulio tocando guitarra do que o homem pousar na Lua, e todos lamentamos a interrupção…

Neil Armstrong só desceu do módulo para pisar na Lua às 23h56min (hora de Brasília), numa transmissão ao vivo para todo o planeta Terra (aliás, uma das primeiras transmissões ao vivo por TV em larga escala) para uma audiência até então recorde. Veja mais aqui.

E você, se tem idade suficiente, o que fazia nesse dia? Quais as suas lembranças?

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Memória
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20 de julho de 1969, Apolo 11, homem na Lua, NASA, Neil Armstrong
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Dez coisas que melhoram a vida

Clotilde Tavares | 18 de julho de 2009

moisesEu estava lendo o Hype Science, que é um site do qual gosto muito, e dei com uma matéria com o título Dez maneiras de mudar sua vida em 59 segundos. Só como título é um achado, porque são DEZ maneiras – quantidade sempre associada a coisas eficazes como os DEZ mandamentos -, contém a palavra mágica “mudar sua vida”, coisa que todo mundo quer porque a maioria das pessoas não está satisfeita com a sua e finaliza com os tais 59 segundos, de maior força semântica do que 1 minuto, por exemplo. Qualquer coisa feita em 59 segundos tem um apelo irresistivel para a maioria preguiçosa – na qual me incluo – que quer resolver seus problemas ou dificuldades no menor espaço de tempo possível. É por isso que as pessoas querem perder os dez quilos que aumentaram em cinco anos em apenas dois meses ou que todo mundo quer ficar rico do dia para a noite e sem trabalhar muito.

Voltando ao artigo, ele trata do livro de Richard Wiseman, psicólogo, “59 seconds. Think a little. Change a lot”, ainda não publicado no Brasil. Com conselhos simples, baseados em fatos comprovados pela ciência, Wiseman propõe um pequeno esforço para uma mudança consistente, incluindo coisas como usar pratos e copos menores para comer menos nas refeições ou contar seus objetivos a amigos e parentes para comprometer-se consigo mesmo a atingi-los. Você pode ler mais sobre o livro no site do HypeScience.

thailand15Eu mesma escrevi um livro assim, chamado “A magia do cotidiano: como melhorar sua qualidade de vida”, (São Paulo, A Girafa Editora, 2005), um livro sobre coisas simples do dia-a-dia que qualquer pessoa pode fazer, coisas que não exigem habilidades especiais e realmente melhoram a vida, e tudo baseado em fatos científicos e na minha experiência como pessoa e profissional de saúde. É um livro que foi escrito há mais de dez anos, que teve a sua primeira edição em 1999 – uma edição artesanal, que eu mesma fiz, e que está esgotada. Este livro ainda me agrada muito e me deixa satisfeita por tê-lo escrito.

Eu não li o livro do psicólogo inglês. Mas vou lhe sugerir aqui dez coisas que só demoram 1 minuto para serem feitas e melhoram muito a sua vida.

1 – Levante AGORA do computador e beba um copo de água. A maioria das pessoas bebe muito pouca água.

2 – Já que está de pé, fique na ponta dos pés e se estique todo, como se quisesse alcançar o teto. Sua coluna agradece.

3 – Abra e feche as mãos com força dez vezes. Previne a tendinite e a L.E.R.

4 – Feche os olhos, faça uma respiração profunda e pense numa coisa boa.

5 – Mude de lugar aquela mesa, ou cadeira, ou armário, com o qual você sempre está trombando e dizendo um palavrão em seguida.

6 – Pegue o telefone AGORA e faça aquele telefonema que você está adiando. É menos de um minuto o tempo gasto para teclar os algarismos.

7 – Reserve um minuto do dia para observar a natureza. Pode ser agora.

8 – Não importa que hora do dia ou da noite seja: decida que você vai fazer de tudo para ser feliz nas próximas 24 horas.

9 – Beije detalhada e carinhosamente alguém que você ama. Somente durante um minuto. Mas planeje antes, para aproveitar bem.

10 – Clique uma vez por dia em https://umaseoutras.com.br

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Comportamento, Qualidade de vida
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59 seconds, auto-ajuda, Magia do Cotidiano, Qualidade de vida, Richard Wiseman
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Igrejas do interior – V

Clotilde Tavares | 18 de julho de 2009

Aqui estão elas de novo: as tradicionais e poéticas igrejas das cidades do interior. Com este post, já são 50 fotos de igrejas publicadas aqui no Umas & Outras, que você pode ver clicando na categoria correspondente na coluna da direita. E mandando para mim uma foto da igreja de sua cidade, de preferência feita por você ou por fotógrafo amador, eu publico.

Caraúbas-PB. Matriz. Foto de Egberto Araújo.

Caraúbas-PB. Matriz. Foto de Egberto Araújo.

Areia-PB. Foto de Karl Leite.

Areia-PB. Foto de Karl Leite.

Boa Vista-PB. Foto de Egberto Araújo.

Boa Vista-PB. Foto de Egberto Araujo.

Caraúbas-PB. Igreja do Rosário. Foto de Egberto Araújo.

Caraúbas-PB. Igreja do Rosário. Foto de Egberto Araújo.

Francisco Dantas-RN. Foto de Karl Leite.

Francisco Dantas-RN. Foto de Karl leite.

Pombal-PB. Foto de Guy Joseph.

Pombal-PB. Foto de Guy Joseph.

Lagoa Nova-RN. Foto de Karl Leite.

Lagoa Nova-RN. Foto de Karl Leite.

Portalegre-RN. Foto de Karl Leite.

Portalegre-RN. Foto de Karl Leite.

Pau dos Ferros-RN. Foto de Karl Leite.

Pau dos Ferros-RN. Foto de Karl Leite.

Remigio-PB. Foto de Karl Leite.

Remigio-PB. Foto de Karl Leite.

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Gripe suína e tosse canina

Clotilde Tavares | 17 de julho de 2009

doentePrimeiro é um gosto estranho na boca, um sabor de maresia, de sargaços, de marés estagnadas. Desagradável como uma premonição, o gosto se instala e a gente começa a ter consciência de que existe algo de anormal entre o nariz e a garganta. Em seguida começa o comichão infernal da faringe irritada, coçando, arranhando, enquanto o nariz passa por algumas – poucas – horas de suave permeabilidade para repentinamente se encher de espirros estrondosos, que vêm sabe-se lá de onde com violência e, antes que rompam costelas e esterno, rebentam em explosão com ruídos que variam de pessoa para pessoa. Uns, como eu, abrem a boca quando espirram, por medo de morder a língua, e se fazem ouvir no prédio inteiro; outros espirram pelo nariz, tentando ser discretos, mas quem pode ser discreto e contido na hora de espirrar? Pois é.

gripe01Aí, a gripe já está instalada. Dor-de-cabeça, corpo mole, uma sensação de que a carne está se despregando dos ossos, olhos intumescidos e vermelhos, o gosto ruim na boca, a febre. Em cada um dos 208 ossos do corpo é como se alguém estivesse enfiando uma agulha finíssima e incandescente. Atrás do esterno, no lugar onde deveria estar o coração, descobrimos que alojou-se um animal traiçoeiro, que respira com pequenos estalidos e com suas garras afiadas parece querer subir pelos nossos brônquios acima, nos fazendo tossir, tossir, tossir, a tosse seca da irritação brônquica, a pior tortura que se pode desejar a um ser humano.

Além disso, nada tem sabor. A macarronada parece batata sem sal, a carne é como se fosse trapo velho e o chocolate – o divino chocolate – parece um pedaço de sabão. Quem mora sozinho, como eu, acaba passando fome, por pura impossibilidade de se levantar e preparar algo para comer; e feliz do freguês que se lembra de tomar água, porque para melhorar da gripe só funcionam três coisas: muito líquido, antitérmico e repouso.

tosse02Depois de uns três ou quatro dias flutuando nesse limbo de sono, prostração, espirros, tosse seca e dor-de-garganta, muito devagar, começamos a achar sabor em um pedacinho de biscoito, sentimos o cheiro do café e já nos arriscamos a uma sopa ou um pratinho de macarrão. Mas nem pensem que passou a pior fase. O animal que morava atrás do esterno, como se tivesse engordado e aumentado de volume, exige mais espaço. A tosse se torna produtiva e escandalosa, impedindo ainda por uma ou duas semanas o convívio social, a frequência a cinema e teatros, e nos deixando sem jeito sempre que tossimos na presença de alguém.

Essa bronquite residual, a famosa “tosse-de-cachorro”, característica da maioria dos episódios de gripe, significa que já estamos curados, que o perigo já passou, e que adquirimos imunidade a mais uma variante desse vírus da influenza, ou gripe, que os cientistas gostam de chamar por letras e números, e que a população adora colocar nomes engraçados, geralmente ligados a acontecimentos da atualidade ou a celebridades da moda.

Não sei o nome dessa que me derrubou, e da qual estou iniciando a fase “início da tosse-de-cachorro”. Talvez tenha sido até a tal “gripe suína”, numa forma atenuada, já que existem casos no estado. Se foi ela, escapei de mais uma, e só me resta comemorar. Mas eu acho que não foi, pois não beijei nenhum porquinho…

origem-da-gripe-suina

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Gerundiando

Clotilde Tavares | 16 de julho de 2009

Estou…

… LENDO Angélica, a Marquesa do Anjos.
… ESCREVENDO minha memórias. Já estou nos meus cinco anos de idade.
… BEBENDO litros de água para “fluidificar as secreções”
… COMENDO Ovomaltine em pó, com colherinha.
… DORMINDO muito, já que disseram que retarda o envelhecimento.
… ACORDANDO pra vencer, como me ensinou a Rainha Denize.
… BEIJANDO ninguém. Estou gripada.
… TOSSINDO pra caramba.
… ACENDENDO velas pra ficar logo boa essa gripe.
… ACREDITANDO que não é a gripe suína, pois não beijei nenhum porquinho.
… ARRUMANDO os “troços” pra me mudar em agosto.
… ESPERANDO ansisoamente a mudança para o apê/estudio que aluguei em Natal.
… BRIGANDO comigo mesma antes de me desfazer de cada coisa que quero jogar fora.
… COMPROVANDO que ter 1.800 livros em um apartamento de 80 m2 é impossível.
… NAMORANDO umas cortinas novas…
… FAZENDO  um esforço inaudito para manter postagens diárias, com a gripe – e a tosse – que me arrasa.
… VIVENDO cada dia um dia.
… NADANDO em felicidade.

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Ainda sem condição

Clotilde Tavares | 15 de julho de 2009

Estou gripada. Isso significa dor no corpo, moleza geral, tosse e absoluta vontade de não fazer nadinha.

Para não dizer que não estou atualizando o blog, seguem alguns estilos de vida, para você clicar nos links e visitar. Sem figura sem nada, que não há coragem suficiente.

Vivendo na parede

http://cakeheadlovesevil.wordpress.com/2009/07/11/living-on-the-edge/

Vivendo em espaço mínimo

http://www.rachaelrayshow.com/show/segments/view/small-space-makeover/

Vivendo na rua

http://www.huffingtonpost.com/2008/09/13/homeless-90210-slummin-ti_n_126235.html

Vivendo numa “caixa de fósforos”

http://madeinjapan.uol.com.br/2005/12/25/vivendo-numa-caixa-de-fosforos/

Vivendo dentro de um carro

http://maragao.com.br/2009/03/oito-anos-vivendo-dentro-do-carro/

Vivendo em um caminhão

http://newserrado.com/2008/01/18/vivendo-em-um-caminho/

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Sem a menor condição

Clotilde Tavares | 14 de julho de 2009

doente2

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