O nome dos gatos
Clotilde Tavares | 18 de abril de 2009Aqueles que me conhecem sabem que eu adoro os gatos. Já tive, desde a minha adolescência, incontáveis companheiros bichanos e afirmo que ter um gato é uma experiência única e cheia de conteúdos tão ricos quanto estranhos. Não é como ter um cachorro ou outro qualquer animal de estimação. Ter um gato é diferente de tudo o que você já fez ou imaginou.
Aliás, a bem da verdade, você não “possui um gato”. Ele é que se julga seu dono, comportando-se como bem quer e entende, e pensando que você e todos os humanos que o cercam se encontram ali apenas para satisfazer suas vontades: colocar ração, água, alisar-lhe o pelo – mas somente quando ele permite. Quando ele lhe agrada, não é por gratidão ou afeto, como o cachorro: é por interesse, porque quer alguma coisa em troca. Orgulhosos, voluntariosos, preguiçosos, narcisistas… eu simplesmente amo os gatos!
Sobre eles já escrevi incontáveis páginas, e outras tantas crônicas e penso que enquanto viver sempre terei o que escrever sobre gatos. Hoje quero comentar um poema de T. S. Eliot e chama-se “The Naming of Cats”, “O Nome dos Gatos”, que me foi passado pelo meu amigo Zé Roberto Penteado, acompanhado de uma tradução de Ivan Junqueira. Eu simplesmente me encantei com o texto, mas algumas soluções da tradução não me agradaram e eu, metida que sou, mudei algumas coisas. No final deste post, o texto original em inglês.
O texto se inicia dizendo mais ou menos assim:
“Dar nome a um gato é coisa complicada
E não é tema para brincadeiras
Você pode até dizer que eu sou maluco
Mas cada gato tem três nomes diferentes.”
Então, o poeta diz que o primeiro nome é aquele comum, pelo qual a família chama o bichano no dia-a-dia, como – e aqui vão os nomes dos meus bichanos – Everaldo, Galileu, Julio Braga, Irlanda, Brigitte… Lembrei-me ainda do Bonifácio de “Os Maias”, de Eça de Queiroz, mas esse sozinho merece uma crônica. São nomes sólidos, comuns, e que muitos gatos já tiveram.
Bem, esse é o primeiro nome. O segundo nome é um nome especial, um apelido, que somente aquele gato tem, e pelo qual o devemos chamar pois sem ele, como diz o poeta, como poderia o gato “manter sua cauda ereta e vertical, fazer vibrar os bigodes e arrepiar-se de vaidade”? Aí entram Chininho, Olhinhos Ternos, Bruzundanga, Zureiúdo…
E o terceiro nome? Ah, esse nome é aquele que…
“… ninguém jamais imaginaria
O nome que ninguém consegue descobrir
Que só o gato sabe, e a ninguém confessa.
Quando o vires em meditação absorta
A razão, eu te digo, é sempre essa
Sua mente está entregue ao profundo
deleite de saber que é único no mundo.
E ele pensa, e pensa, e pensa em seu nome
Seu afável, inefável e inenefável
insondável, profundo, singular e puro Nome.”
Abaixo, o poema na íntegra. Também ouvi dizer que foi esse poema que serviu de inspiração para o conhecido musical Cats, grande sucesso da Broadway. Os bichanos merecem. Os gatos que ilustram este post são todos do casal Pedro-Quirino-Meu-Irmão/Ledinha. Os meus próprios gatos estão na fila, com um post individual para cada um, num futuro próximo.
The Naming of Cats, da autoria de T.S.Eliot.
The Naming of Cats is a difficult matter,
It isn’t just one of your holiday games;
You may think at first I’m as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there’s the name that the family use daily,
Such as Peter, Augustus, Alonzo or James,
Such as Victor or Jonathan, or George or Bill Bailey –
All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
Some for the gentlemen, some for the dames:
Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter –
But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that’s particular,
A name that’s peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat,
Such as Bombalurina, or else Jellylorum –
Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there’s still one name left over,
And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover –
But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.























fia da região. Tudo verde, tudo úmido, tudo com aquela impressão de Paraíso Terrestre, de um mundo que parece que foi inventado naquele instante, com milhares de matizes de verde e cheio, lotado de vida, passarinhos, insetos, formigas, abelhas, marimbondos, imbuás e tudo quando é de bichinho miúdo e bonitinho rastejando, voando, zum-zum-zumbindo, cantando, chilreando, borboleteando, no meio das flores de todas-todas-todas-todas as cores. E veja
você, meu caro leitor: eu que sou avessa ao frio e que só gosto de Natureza se ela estiver do outro lado de um vidro blindex, me abestalhei com o cuidado de filigrana de detalhe, de minúcia, que o Universo empregou para criar essa jóia que repousa no centro do escrínio verde do Brejo. Ô Paraíba bonita danada, minha gente! Cheia de tesouros que não conhecemos. A temperatura amena, mesmo neste abril que está ainda calorento em muitos lugares do Nordeste, traz uma noite de sono tranqüilo, “sem rádio e sem notícia das terras civilizadas”, debaixo de um cobertor quentinho.
dos grandes centros. O metro quadrado disparou de preço e não é todo mundo que pode comprar um terreno por lá, como acontecia há alguns anos. A cidade passa por um surto de desenvolvimento, com novas construções se erguendo a cada esquina – algumas, é verdade, subvertendo a arquitetura característica da cidade, o que é uma pena – mas o fato é que os novos empreendimentos geram riqueza para o município, movimentam a economia, introduzem novos hábitos, civilizam os costumes. Mas essa história de progresso tanto tem o lado bom como o lado ruim, porque toda moeda tem duas faces. No pátio da Matriz, na sexta feira da Paixão, eu estava esperando sair a procissão para fotografar. Uma criatura me pediu esmola. Quando eu disse que não tinha, a resposta foi dura e impertinente: “É melhor pedir do que roubar…”

















Outro dia andei falando
Ontem fui à padaria da esquina. Comprei queijo fatiado, um “pastel-de-belém”, uma fatia de bolo e quatro pães. Cada um desses itens veio numa sacolinha de plástico individual, que por sua vez foram acomodadas, as quatro, numa maior. Cinco sacolas por uma comprinha boba. E isso é a regra geral no dia-a-dia das nossas cidades, sem falar nos supermercados onde, dependendo do tamanho da compra, são gastas dezenas de sacolas por consumidor.
Para produzir uma tonelada do material com que é feita a sacolinha, são necessários 1.140 kw/hora (esta energia daria para manter aproximadamente 7600 residências iluminadas com lâmpadas econômicas por 1 hora), sem contar a água utilizada no processo e os dejetos resultantes. Dez por cento do lixo é composto de sacolas plásticas, dos quais menos de 1% é reciclado, porque é mais caro reciclar um saco do que produzir um novo.

branca, com um belo desenho preto, brinde da 






