Pelo buraco da fechadura
Clotilde Tavares | 3 de setembro de 2009Hoje foi o meu primeiro dia depois da mudança no qual eu iria estar com o apartamento arrumado (quase), com as coisas no lugar (quase). Mas não pude desfrutar do meu espaço como gostaria. Às sete e meia da manhã um carro de som estacionou em frente ao meu prédio, que fica na lateral do D.E.R. Os funcionários daquele órgão resolveram fazer uma paralisação de um dia reivindicando reposição salarial e só podem fazer isso com muito barulho, muita zoada, incomodando quem não tem nada a ver com o assunto, no caso, eu e os outros infelizes moradores do prédio e cercanias.
Aí, depois de passar duas horas escurando músicas de gosto duvidoso e discursos cheios de retórica, referências obsoletas ao capitalismo e às forças sociais, além de sandices como “bom-dia a todos e todas”, eu não aguentei mais e fui para a casa da minha filha em outro bairro, onde estou agora.
Meu dia foi pro brejo, meu planejamento para hoje fez água e afundou e não pude desfrutar do meu apartamento arrumado (quase) pela primeira vez. Então, divido com você essas fotinhas, que fiz hoje antes de sair de lá. Depois de cinco e meia da tarde, voltarei, esperando que a barulhada já tenha acabado.
E basta de voyeurismo por hoje. Na sequência irei sempre postando aqui um pedacinho e outro da minha casa, porque sei que o meu caro leitor é curioso e adora olhar pelo buraco da fechadura.
Este post é dedicado a Denize “La Reina Madre” Barros, artista e designer maravilhosa. Se você não tem ainda uma bolsa da griffe La Reina Madre, não é uma mulher completa.
Bem vinda de novo ao alumbramento da balaustrada.
Então tá.
Vamos mudar o rumo da prosa.
Uma solenidade simples, calma e restrita. Apenas dez pessoas estarão presentes. Eu, você e mais oito a sua escolha.
A progrmação terá apenas duas horas de duração. Das 16h às 18h. Iniciando com a sua explanação sobre os seus livros e mais especificamente o seu últimno lançamento, depois um recital de alguns poemas pelos convidados devidamente acomodados no sofá e nas poltronas da sala. Despois uma visita a sua biblioteca, que aqui pra nós, deveria andar, pois esse deve ser o destino de todos os livros. Em seguida o quarteto de cordas de Oswaldo Damore, irá interpretar peças clássicas. No decorrer será servido um chá, com croasants e geléia de pêssego. As 18h todos se despedem levando uma lembrancinha da porgramação, uma flor. Isse seria um Chá lítero-cultural.
Melhorou?
Então tá.
xêro, kkkkkk
(PS. Ana Morena poderia fazer uma apresentaçao com aquela Banda de Rock dela?)
Putz, que ap legal, ein Clotilde! Bem que Ana Morena tinha me dito. bjs
Amiga irmã caminhoneira virtual! Eu estou amando a sua sala e sua estante de livros empilhados. A parede azul turquesa é um luxo. Eu simplesmente amo essa cor, mas o meu “partner” prefere as paredes brancas aqui em casa. Aliás, no nosso “apertamento” vivemos em um eterno acampamento. É por isso que lá no atelier não sobra nenhum espacinho vazio e clean. Ele não sabe (acho que desconfia), mas minha verdadeira “casa” é lá entre meus brinquedos, livros, quinquilharias, tecidos e cores mil. Quanto ao janelão com luz intensa: AMO. Nada como ter luz natural dentro de casa durante o dia. Tudo claro. E você pode muito bem ficar luxuosa com seu ray ban aviador de ôro, “fazendo a fina” dentro de casa ad infinitum.
“Mudanças no galinheiro muda a vida por inteiro”. E seu novo lar tá lindo e luxuoso. Igualzinho a você. ;o) Obrigada pela dedicação do post. Sigo te amando.
Tá viajando, Tião? Nunca foi professora de brega não! Eu, hein? hahahahaha
Legal. Csa arrumada (quase).Agora vamos marcar a inauguração. Vamos programar um churrasco com muita carne, linguça e asinha de frango e uma grande feijoada. Uma churrasqueira enorme e fumacenta. Uma caixa de isopor enorme cheia de latas de cervejas e gelo. Uma cesta cheia de limões e uma outra de cachaça para fazer a caipirinha. Na mesa da varanda , mão de pilão para socar a caipirinha, uma abridor de garrafas, copos e pratos descataveis aconpanhados dos seus respectivos garfinhos, um depósito de mantimento cheio de açucar e um fogareiro cheio de brasas com um panelão cheio de feijoada. Daqueles panelões de esdola, sabe? No outro lado da sala, um som com um grupo de pagode cantando “deixa a vida me levar, vida leva eu…”. Umas amigas gordas e falando alto, uns meninos correndo pela sala e uma turma enorme do seu tempo, do meu tempo de escolas, de artes de ruas, de farras e de estudos, todos espalhados pela casa. A festa deve entrar noite a dentro com um caldo de feijão grosso e forte de despedida. Isso vai acontecer? Diga que vai. Vai não, vai? Pelo menos podemos viajar com a mente imaginando vc observando a cena. Imagine. Foi isso que me ensinaste. Se não acontecer, pelo menos eu… Imagino.
Xau e Cheiro. Qualquer coisa fale com Vicente Vitoriano que ele ajuda na progamação. E mande-me avisar que vou daqui de Macau com uma turma só da boa.
fui
Adorei a parte de que as obras são renegociáveis… Isso dá um talento em termos de investimento que só… nós sabemos.
E esse amontoado é basicamente como exponho os quadros aqui no Laboratorium.
A linha reta em relação ao piso é muito legal porque dá a sensação de que o limite de sua coleção é o céu… numa parede azul então…
Grande Beijão!
Só para esclarecer:
– Gosto de passar muitas horas pensando onde vou expor um quadro.
– Tenho um “bate-prego”, que é um aparelho mágico que bate pregos linda e limpamente. Sou perita no uso da furadeira.
– Minhas paredes são coloridas.
– Essa linha reta mental em relação ao piso não se aplica à disposição dos quadros na minha sala. Gosto de tudo desordenado e amontoado, ocupando TODOS os espaços da parede, misturando guache com óleo, aquarela com bico de pena, entremeados com fotos e enfeites diversos.
– Minhas obras estão todas à venda, se alguem quiser comprar e pagar meu preço. Tenho Darel, Aldemir Martins, Newton Navarro, Flávio Freitas, Wellington Virgulino, Irene Medeiros e outros.
– Gosto de galerias, já trabalhei com Antonio Marques e já fui curadora de algumas mostras e exposições.
– E um beijo para você, Renato. Vindo a Natal, me ligue.
Amiga donadecasa, quando for subir às paredes com a sua pinacoteca lembre-se desses conselhos básicos, e grátis:
– Faça isso entre as 9 horas da manhã e o almoço, jamais à tarde ou no fim de semana, é que geralmente as tardes da primavera leva os indivíduos a reflexão. Isso inclui vc: que passaria muuuiiitas horas pensando onde expor que quadro.
– Tenha um pano úmido aguardando o pó que caírar do buraco, caso seja essa operação no bisouro[furadeira] ou não. Pregos são excelentes amigos dos quadros, pq pinturas gostam de movimento e esses buracos são facilmente tampados com massa, principalmente em paredes brancas. Até um creme dental soluciona o pro em caso de desistência.
– Pinturas sensíveis [s/ papel – aquarelas, guaches, e fotografias] merecem cuidado com o sol, portanto… tire os óculos escuros.
– Obedeça uma linha reta mental apenas em relação ao piso, em relação ao teto exponha tudo com altos e baixos é mais contemporrâneo e evita aquele ar de galeria de arte, já que as obras são suas e não para serem compradas.
– E finalmente lembre-se de não repetir o esquema em que estavam na sua outra morada, a novidade para a visão quem faz é o novo arranjo no espaço, assim vc terá sensações novas com os mesmos quadros.
bj
Adoro seu humor nessa empreitada.
Casinha bacana. Ficou lindo seu cafofo, srta. Owner. Abraço!
Caraca…. show um dia eu chego nessa quantidade de livros…