Estresse no shopping
Clotilde Tavares | 17 de maio de 2017
Aí a criatura está em casa numa boa e resolve botar uma roupinha, um batom e ir no shopping comprar um cartucho pra impressora, uma meia, uma garrafinha térmica, umas coisinhas. Chega lá, compra as coisas, olha as lojas, encontra a maravilhosa Adriana Lamartine e toma um café junto com ela exercendo o doce ofício da amizade.
Adriana foi embora pegar Julia na escola e eu entrei na Centauro pra comprar um maiô de natação. Aí começou a confusão. Umas vinte pessoas entram gritando e correndo na loja, e você fica assim meio desnorteada sem saber o que é, até que uma vendedora lhe pega pelo braço, e diz, vamos, senhora, para o fundo da loja, venha, venha, e você vai com a sua salvadora pois todos já estão gritando que está havendo um assalto e que há tiroteio. Nos fundos da loja outros infelizes e aturdidos frequentadores estão lá tão apavorados quanto esta que vos tecla, um casal com uma criancinha de uns 15 dias, e o gerente já mandou baixar a porta de metal da loja e parecemos estar seguros lá dentro.
Depois de uns dez minutos, porta de metal levantada, tudo parece ter voltado ao normal, e a gente sai assim meio desconfiada para o corredor, onde há muitas pessoas andando desorganizadamente, olhando-se assustadas, ainda sem saber o que aconteceu – se é que já aconteceu, se é que já terminou. As coisas vão se acalmando, ninguém sabe o que foi, as hipóteses giram em torno de assalto a carro-forte, arrastão no piso 1 – que é o térreo, mas estamos no piso 2 – e finalmente a informação que foi uma pessoa que soltou umas bombas – de São João? – na parada de ônibus em frente causando susto e correria.
Tudo está bem quando acaba bem, já dizia W. Shakespeare, mas eu diria diferente: vivemos num mundo onde nos assustamos com tudo e onde o perigo ronda a todo tempo. Peguei minhas sacolas e vim para casa, lugar tranquilo e seguro, esperando ansiosamente o dia em que embarcarei para países estrangeiros onde vou passar um mês, desfrutando da experiência que é viver em paz e sem medo de tiros ou de balas perdidas.
Foi isso.
TEM MAIS: A minha salvadora na loja Centauro chama-se Joyce, e eu diria ao gerente que fique de olho nessa garota porque ela tem valor e boas qualidades. Foi rápida, bondosa, cuidadosa, proativa. Depois volto lá para comprar a ela. #Centauro #LojasCentauro