Criança feliz
Clotilde Tavares | 13 de abril de 2010Vivo cercada por jovens, começando pelos filhos e sobrinhos, os amigos desses filhos e sobrinhos e os alunos e ex-alunos que sempre estão em torno de mim naquele eterno vai-e-vem que me deixa tão feliz.
A maioria deles vai casar, casou há pouco ou tem filhos pequenos. E me perguntam, até levando em conta minha condição de ter sido profissional de saúde durante boa parte da minha vida, quais são as coisas mais importantes para a saúde dos seus filhos.
Ora, é claro que são importantíssimos todos os cuidados gerais com a saúde da criança, como a observação do crescimento e desenvolvimento, as vacinas, a prevenção de problemas ortopédicos, a alimentação adequada, o sono. Mas existem três coisas que, na minha maneira de ver – e digo isso também como mãe – são fundamentais para uma criança.
A primeira delas é a segurança. E isso significa que a criança precisa saber que os pais estão por perto, que estão cuidando dela, que ficarão do lado dela quando for preciso, e que ela pode confiar neles. Pra se sentir segura, a criança precisa também de horários pra dormir e pra se alimentar. Precisa ainda de um lugar só dela, onde ela possa guardar seus objetos e brinquedos e ficar sozinha quando quiser. E precisa de disciplina, de limites, precisa saber exatamente o que pode e o que não pode fazer. Isso dá segurança a qualquer pessoa, e não somente à criança.
A segunda coisa que a criança precisa é a possibilidade de brincar. Hoje em dia, as crianças têm tantas atividades – natação, judô, balé, computação, inglês – que não podem mais nem brincar. E a brincadeira dramatizada, aquela brincadeira de criança de fundo de quintal, de faz de conta, de casinha, de soldado e ladrão, é fundamental para o desenvolvimento da criatividade e da expressividade do indivíduo, além de possibilitar a sua compreensão do mundo, da sociedade e dos seus semelhantes.
Finalmente, a terceira coisa e a mais importante: o AMOR. E não basta amar sua criança. É preciso demonstrar esse amor, sempre, todo o tempo, não só com palavras, mas com olhares, gestos e carinhos, de forma que a criança se sinta sempre e a todo momento envolvida numa aura permanente de afeição, segurança e amor.