Lula, e a doença da Humanidade
Clotilde Tavares | 29 de outubro de 2011Sempre me espanto com o grau de veneno dos meus semelhantes, quando alguma pessoa da área política adoece, como acontece agora com o ex-presidente Lula.
O twitter está cheio de gente desejando que ele morra logo, que o câncer o consuma de uma vez, e outras aberrações semelhantes.
Eu não morro de amores por Lula como homem público. Não quero aqui entrar em análises políticas e econômicas porque não vem ao caso. Tenho uma certa antipatia por Lula por causa de características pessoais que ele tem, e que são certamente as mesmas que despertam o afeto e simpatia em quem gosta dele. Repito: não é por causa de política, porque gosto e admiro a presidente Dilma, do mesmo partido que ele.
O que digo aqui é que, se Lula está doente, com câncer, o único sentimento que eu tenho por ele neste momento é a compaixão, e o desejo de que ele melhore e volte a se sentir bem, porque nessa hora somos todos iguais. Na hora da Doença, da Dor, da Morte, o ex-presidente Lula, eu e você que está lendo isto agora, somos todos iguais na nossa humanidade.
Todos somos iguais e pertencemos a um mesmo corpo, a uma mesma alma. Se um de nós está com fome, com frio, ou com medo da morte, todos estamos. Se existem pessoas que não entendem isso, e se alegram com a desgraça alheia, então, “cumpanheiros”, a Humanidade é quem está doente, muito, muito doente.