A trama da renda
Clotilde Tavares | 25 de dezembro de 2011Sempre gosto de, no final do ano, fazer um apanhado das coisas que realizei no período. Isso porque tenho às vezes a tendência de achar que o tempo está passando e eu não estou fazendo nada.
Este ano de 2011 foi muito produtivo e estou feliz com o que andei aprontando. Só pra você ter uma ideia:
Lancei dois livros novos: “O Verso e o briefing: a publicidade na literatura de cordel”, lançado em Natal (agosto) e Recife/Bienal de Pernambuco (setembro); e “Um herói do cotidiano: vida e advocacia de Leidson Farias”, lançado em Campina Grande, em dezembro.
Fiz palestras em eventos, escolas e universidades. Muitas.
Aprendi a ler sumariamente uma partitura musical e executá-la ao piano. Eu disse: sumariamente. Mas continuo estudando.
Estou cantando em coral, no naipe dos baixos – sim, a minha voz é estranha e linda.
Apareci um monte de vezes em jornais e programas de TV. São as saudades do palco, que procuro amenizar dessa maneira.
Twittei muito e bloguei pouco. Mas não deixei nenhum e-mail pessoal sem resposta.
Escrevi muito, e há textos novos para publicar no próximo ano.
Desfrutei de incontáveis horas de boa leitura.
Também vi TV, filmes e séries, minha paixão.
Perdi dez quilos e reencontrei minha cintura.
Encontrei amigos queridos em volta de cafezinhos e boas ideias.
Viajei e conheci gente nova, interessante e talentosa.
Continuei saudável e com todas as taxas normais.
Troquei meu velho Palio-1996 por um carro vermelho e mais novo.
E você, meu caro leitor, participou comigo desses momentos, nem que seja apenas lendo essas mal tecladas linhas. Por isso quero lhe agradecer por me dar essa felicidade.
Quanto a 2012, eu não faço pedidos para o Ano Novo.
Aprendi, na idade em que estou, a não me incomodar muito com o futuro, e não me deter muito nas recordações do passado. O presente, que está aqui e agora, é tudo o que me interessa. Penso que a vida é como uma renda feita de linha colorida, toda enrolada em um novelo que eu vou puxando com minha agulha de crochê e vou tecendo, ponto por ponto, um de cada vez, um enganchado no outro, enquanto houver linha, enquanto as mãos puderem segurar a agulha e enquanto a mente puder conceber a trama da renda.
Então, mãos à obra!
A foto acima foi feita por Kaleb Melo surpreendendo-me em plena ação enquanto dava oficina de teatro para o Elenco Mosh.