Telejornal matutino: nunca mais.
Clotilde Tavares | 16 de setembro de 2009Vou deixar de ver noticiário de manhã. As coisas que vejo na tela me dão vontade de voltar para a cama e dormir de novo, ou então tiram o meu entusiasmo para sair à rua, para meus compromissos de almoço e encontrar amigos. Hoje, por exemplo, a primeira notícia foi a de uma adolescente batendo em colega de escola, incentivada pela mãe, que dizia: “Bate! Chuta! Mete o pé como eu te ensinei! Teu pai está no carro!”
Depois deste horror, a TV mostrou pessoas atingidas por pedras enormes que os bandidos atiram sobre os carros na linha vermelha (no Rio de Janeiro) na tentativa de assaltar quem passa na avenida.
O telejornal informa a nova de Sarney. Diz ele que “a imprensa está atrapalhando o Senado”. Então ele propõe o que? Que a imprensa se cale e deixe o Senado trabalhar em paz, com seus atos secretos e outras patifarias?
Outra matéria extensa foi a do lixo que ameaça soterrar a cidade de São Paulo, lixo que cidade não tem condição de recolher por inteiro e que a população está sempre produzindo.
Mais adiante, uma matéria sobre a tentativa do governo de “controlar” a Internet em relação à propaganda eleitoral, fazendo com que meu estômago se contraia todo à lembrança da ditadura militar. Felizmente, o jornalista Alexandre Garcia fez um comentário que salvou o dia. Disse ele: “Daqui a pouco o governo resolve mudar a Lei da Oferta e da Procura, a Lei da Gravidade…”
Depois, tenho o prazer de saber que no governo de Tocantins há vinte e cinco mil funcionários públicos em cargo de confiança, e que a maioria passa do dia sem fazer nada, tomando cerveja e banho de sol!
Então, está resolvido. Telejornal de manhã, nunca mais.