Viajar: o que levar na mala.
Clotilde Tavares | 16 de maio de 2017A internet está cheia de listas como essa e eu andei zapeando por algumas. Tem coisas muito engraçadas, como listas diferentes para quem vai “à praia” ou “à montanha”. Listas do que levar, do que não levar, do que levar na bagagem de mão, do que levar na nécessaire.
Tenho algumas características que não cabem em nenhuma dessas listas pois todas dizem: esqueça o notebook. Mas como viver sem ele, sem essa telona e esse teclado maravilhoso? Tem gente que escreve um livro inteiro no teclado no celular, mas eu preciso de espaço e amplidão. Então meu notebook 15” pesando 2,8 kg vai, sim senhor, junto comigo para onde quer que eu me desloque. Levo também meu travesseirinhho, porque como qualquer criança pequena sabe, não durmo sessoalem ele. E caderno, lápis e canetas, o caderninho de desenho (não sei desenhar mas gosto de fingir que sei), a caixinha de som bluetooth para ouvir música via celular, um binóculo minúsculo que me acompanha sempre e agulha 0,6 e novelo pequeno de linha fina para crochê, para me distrair quando nada mais me satisfizer e as mãos ficarem inquietas pela atividade da cabeça.
O resto, é coisa que todo mundo leva, e que eu resumo ao mínimo do mínimo. A malinha não pode pesar mais de 12 quilos, senão não posso levantar do chão quando for preciso, e vou pegar trem e ônibus aí pelo caminho. Geralmente compro aqueles coletores para exame de urina que custam 1,99 nas farmácias e neles levo xampu, condicionador e cremes. Cabe 80 ml em cada um, e se o produto acabar compro lá onde estiver.
Não vejo a hora de embarcar, o que farei à meia noite do sábado para o domingo. Chego em Lisboa ao meio dia do domingo e vou direto para o apartamento do Rui, no qual aluguei um quarto pelo AirBnb. Ele é jornalista e o apê é lotado de livros, igualzinho à Bolha. Passo dois dias em Lisboa antes de partir para Sevilha e não sei se dá pra ver muita coisa; mas o que der, eu vou ver, com prioridade para o Mosteiro dos Jerônimos e a Igreja da Sé. Se eu conseguir ver COM CALMA essas duas coisas estou satisfeita – isto é: se os livros do Rui não me mantiverem em cárcere privado voluntário durante esses dois dias…