Você separa o seu lixo? Eu não…
Clotilde Tavares | 30 de março de 2009Enquanto todo mundo estava passeando ontem, no domingo, eu resolvi fazer uma faxina básica na casa. Ou melhor, no apartamento. Moro sozinha e procuro tomar conta de tudo sem empregada ou faxineira. É legal porque me mantenho ativa e desarrumo menos depois, sabendo que sou eu mesma que vou consertar a bagunça.
Aí sempre fico chateada na hora de colocar o lixo fora, porque não há coleta seletiva de lixo onde moro. Meu bairro é de classe média, o edificio em que moro é alinhado, mas o lixo vai para dentro dos tambores tudo misturado: vidro, papel, alumínio, plástico… Questionei o síndico sobre isso e ele me disse que tentou fazer uma vez uma separação do lixo, porque soube que havia um órgão da prefeitura que mandava apanhar o material para reciclagem. Ele fez uma campanha, sensibilizou os moradores mas ninguém veio buscar o lixo, apesar dos inúmeros telefonemas que ele deu lá para o tal setor. Foram se acumulando na garagem do prédio os recipientes com papel, vidro, plástico, exalando mau cheiro, atraindo insetos, até que a situação, insuportável, foi resolvida pelo síndico com a contratação de um caminhão, pago pelo condomínio, para se livrar do lixo.
E tudo voltou a ser como antes. E é de fazer dó ver o caminhão do lixo levar, três vezes por semana, doze a quinze tonéis de lixo, tudo misturado.
Você pode até dizer que eu poderia separar o MEU lixo e ir entregar em algum lugar, no estacionamento do Pão de Açúcar, por exemplo, onde há grandes recipientes para receber o lixo separado.
Mas eu pergunto: e quando eu me arrumar toda pra sair, vou ter que descer no elevador carregando os sacos de lixo? E enquanto isso o lixo fica acumulado dentro do apartamento juntando baratas? Eu simplesmente o-d-e-i-o baratas! E tudo isso para suprir uma deficiência do poder público que era quem deveria instituir e manter a coleta seletiva?
No bairro onde fica a minha casa, Capim Macio, em Natal, havia uma coleta seletiva que funcionava muito bem. Não sei se continua. Mas aqui na capital parahybana, pelo menos na minha vizinhança, a coisa ainda é muito, muito precária no que se refere a esse tipo de prática.
Fica o recado a quem interessar possa.
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MANTER O PADRÃO
Quando o camarada monta um negócio para oferecer um serviço ao público, ele precisa manter o padrão desse serviço. Qualquer modificação só é permitida no sentido de melhorar, nunca de piorar a qualidade.
Digo isso porque faz uns dias elogiei pelos jornais o restaurante Terraço Brasil, do qual gosto muito, e nessa semana que passou, mais precisamente na quarta-feira dia 25, fui lá com uma amiga para o jantar. Meu objeto de desejo era um prato que consta do cardápio,uma delícia: carne-de-sol com purê de macaxeira e jerimum. O prato é servido com uma porção de carne-de-sol desfiada e deliciosamente crocante, ladeada pelo purê de jerimum tornado irresistível por um toque de canela e outras especiarias, e o purê de macaxeira tradicional. Pelo menos foi assim que degustei esse prato no mês de janeiro.
Cruel decepção, meu caro leitor. A maravilha culinária estava completamente desvirtuada. A carne estava encharcada de óleo, o purê de jerimum só tinha gosto de água e sal, sem as especiarias, e o purê de macaxeira estava azedo, incomestível.
Não reclamei não. Penso que não adianta fazer isso lá, na hora, porque mesmo que o garçon me trouxesse outro prato, eu já havia perdido o apetite. Faço aqui o registro para chamar a atenção da necessidade se manter o padrão em tudo o que faz. Se não for assim, a capital parahybana pode enterrar em cova profunda suas pretensões à ampliação do turismo.
Vou continuar indo lá, porque gosto do lugar. Mas nunca mais arriscarei qualquer pedido. Fico na Coca Zero: é mais seguro.
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Olá Companheiros,
Pelo que vejo, a maioria das cidades brasileiras enfrentam este problema com o “lixo”. Belo Horizonte não fica atrás, ainda são poucos os bairros onde a prefeitura implantou o serviço de coleta seletiva. No meu por exemplo, ainda não tem e por isso enfrento grandes transtornos na hora de desovar o meu lixo. Costumo ir colocando tudo num quarto que tenho no fundo da casa para depois levar para uma cooperativa de reciclagem em um bairro vizinho. Dá uma tremenda trabalheira e também não acho justo depois de pagar por altos impostos ainda ter que fazer este serviço.
Outro dia ao ler aqui este post, resolvi dar uma ligada para a prefeitura para saber se já tinham uma data para implantar a coleta na Pampulha e infelizmente não tive boas notícias. A justificativa que recebi foi de que as cooperativas e associações de recicladores existentes não estão dando conta de triar a quantidade de resíduos que os caminhões da limpeza urbana levam até elas. Os galpões encontram-se lotados, totalmente sem espaço, embora haja uma fila enorme de trabalhadores desempregados aguardando uma vaga para entrar como sócio na cooperativa ou associação. Segundo a prefeitura ela teria que construir mais galpões de reciclagem. Pelo que vejo então, não é algo tão complicado, basta um pouco mais de seriedade e compromisso com o meio ambiente, pois construindo esses espaços ela estaria inclusive ajudando a gerar renda para um tanto de pessoas que encontram-se desempregadas. Acredito que a implantação da coleta seletiva em todos municipíos brasileiros deveria ser uma prioridade dos governos locais. Vamos cuidar do nosso planeta !!!
Por algum tempo também andei separando o lixo do nosso apartamento. Entretanto, verificando a coleta diária, os garis da Comlurb (aqui no Rio), jogam todo o lixo, indistintamente, dentro do caminhão onde tudo é misturado e triturado, juntamente com restos de construções, pedaços de madeira, galhos de árvores e tudo o que é lixo eles encontram na rua.
Portanto, se a própria prefeitura não sabe ou não tem condições de fazer uma coleta seletiva, de nada adianta fazermos essas separação. Pois tudo tem um só destino: o lixão.
Clotilde, entendo sua preocupação, mas gostaria de dar uns esclarecimentos. Em Ilhéus havia iniciativas isoladas de coleta seletiva, mas não no meu bairro. Depois de 1 mês jogando o reciclável no lixo, não agüentei e fui atrás de centrais de recepção de reciclável. Achei. Entregava meu reciclável a cada 2 meses, aproximadamente. Juntava em casa. ODEIO baratas, mas devo dizer que, se o reciclável é lavado e estocado corretamente (sem muito esforço, devo dizer, pois ODEIO esforço), as baratas não aparecem. Aparecem no seu lixo diário, que é lixo.
Agora estou em Natal, sem coleta de reciclável no meu bairro, e diante do mesmo drama… Por enquanto estou separando o lixo somente para quem quer que vá ao lixo ter acesso a um saco separado… Já tentei fazer acordo com catador, mas não funcionou… Resta o Bom Preço … Ou diretamente uma estação de recepção de reciclável diretamente… Mas as distâncias em Natal são maiores… Mas não desanimarei…
Portanto Saulo e outros leitores, não desistam. A natureza agradece… E nós precisamos dessas iniciativas…
Clotilde,
Depois dessa experiência sua com coleta seletiva de lixo em JP, já desisti de fazer o mesmo no meu prédio (ia até propor isso ao síndico também, mas ouvi de manhã no rádio que a coleta seletiva só é feita quando na mesma rua vários prédios ou casas aderem ao processo). Faço minha sua opinião: cadê o governo e sua máquina deficiente? Por que eles não tratam de melhorar esse serviço? Enfim…Brasil!!!
aqui ainda tem coleta seletiva