10 coisas que faço depois dos 60 anos
Clotilde Tavares | 6 de setembro de 2013Nesta semana que passou, uma grande amiga completou sessenta anos, e mandou um e-mail para mim onde dizia: “Fui dormir com 59 anos e acordei com 60”. Depois, mostrava-se um pouco apreensiva com a realidade da chamada “terceira-idade”, dizendo que a menininha saltitante de cachos nos cabelos ainda existia em algum lugar dentro dela, mas em outros momentos o que aparecia era a sexagenária, não tão saltitante assim. E eu, que já pertenço a essa idade “não tão saltitante assim” desde 2007, saudei-a com um sonoro “Bem vinda ao clube!”
Bem-vinda, querida, ao clube da meia-entrada em cinemas, museus e assemelhados – em alguns a entrada é gratuita. Isso faz toda a diferença quando você vai, por exemplo, assistir a um show ou peça de teatro, onde os outros pagam duzentos ou trezentos reais – como o show de Caetano Veloso em junho passado no teatro Riachuelo – e paga apenas a metade!
Bem-vinda a uma população que cresce a cada dia, e que fica cada vez mais jovem, de tal forma que já se está pensando numa chamada “quarta idade”, que seria a partir dos oitenta anos. Bem-vinda às muitas vantagens, por exemplo, na hora de uma demanda judicial, e a tratamento preferencial em várias instâncias da vida social. Bem-vinda ao direito de não levar desaforo pra casa, porque quem agride um idoso o discrimina duplamente!
Digo e repito: é muito melhor ter 60 anos do que ter 56, 57 ou 58, por exemplo. Mas é preciso ficar atento e não abrir mão de uma alimentação equilibrada, exercício físico, e estar sempre buscando novas e diferentes atividades porque é isso que mantém o cérebro ativo e livre das doenças degenerativas. Eu mesma vivo jogando Sodoku, que é aquele joguinho japonês com números; e CandyCrush, que é um joguinho que baixei no tablet e que exige atenção e capacidade de estratégia. Escrevo, me comunico, aprendi a tocar piano por partitura há dois anos e venho praticando. Toco muito mal, mas o objetivo não é ser concertista: é fazer o cérebro aprender uma atividade nova, uma nova forma de estabelecer sinapses. Com tudo isso, vou por aqui, sendo feliz e driblando o Alzheimer.
Leia direitinho o estatuto do idoso, que pode ser encontrado na Internet, e vai ver que é melhor ser a mulher de agora, sábia e experiente, do que a boba menininha dos cachinhos. A idade acrescenta experiência, calma, tranqüilidade, satisfação e a possibilidade de desfrutar da vida de uma forma suave e sem pressa que os jovens contraditoriamente não têm, mesmo tendo teoricamente a vida toda diante de si.
Não sei se o que digo aqui serve para todo mundo, mas vou listar dez hábitos que para mim fazem grande diferença nessa tal de terceira idade:
1 – Atividade física pelo menos três vezes por semana. Odeio academia, e por isso contratei um personal trainer. A despesa vale a pena.
2 – Estou deixando de comer glúten, que está presente no trigo, aveia, centeio, cevada e malte e em um montão de alimentos industrializados. Fico mais leve e sem aquela sensação de barriga inchada.
3 – Também só tomo leite sem lactose, e fervido, para desdobrar a caseína do leite de vaca, uma proteína pesada e que me faz mal.
4 – Procuro sempre comer menos do que a minha gulodice – que é grande. Mesmo assim, é bom de vez em quando enfiar o pé na jaca e fazer uma extravagancia, senão a vida fica sem graça.
5 – Faço terapia uma vez por semana, com psicólogo, pra não aborrecer família e amigos com minhas questões.
6 – Tenho hora certa pra comer, dormir e trabalhar (refiro-me a escrever, pois sempre tenho alguma encomenda, de livro ou peça de teatro).
7 – Faço intervalos no trabalho para descansar, me alongar, estrar as pernas e olhar a paisagem.
8 – Tomo diariamente complexos vitamínicos e remédio para o colesterol. Nenhuma outra medicação.
9 – Faço check-ups rigorosos todo ano para surpreender a doença antes que ela me surpreenda.
10, e a mais importante: – Não me meto na vida dos outros e não permito que ninguém se meta na minha.
E esqueceu de dizer que ama bater longos papos com amigos e compartilhar tudo o que sabe generosamente. Querida que me orgulho de chamar de amiga. Vida longa!!
Nós os homens de 60 também temos que fazer as 10 (ou correlatas) coisas acima. Muita oportuna e relevante postagem !
Querida amiga e companheira rotariana: você sempre adorável em seus belos escritos. Eles nos fazem muito bem. Continue contribuindo para o nosso deleite com suas idéias maravilhosas. Eu também um sessentão, ano que vem já no 6.9, adoto muitas das práticas aqui listadas. Beijo grande pra você.
Muito bom, Tide! Aliás, como tudo que você escreve. Beijão.
Minha Diva da bolha cibernética, a cada dia quero ser mais como vc!