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O domingo é chato

Clotilde Tavares | 19 de abril de 2009

Olhe: se não fosse o Amor, eu não sei como conseguiria vencer estes domingos intermináveis.

Porque, meus queridos, como diz Emile Cioran, “a única função do Amor é a de ajudar-nos a suportar essas tardes dominicais, cruéis e incomensuráveis, que nos ferem para o resto da semana e para toda a eternidade.”

Ficam algumas imagens, catadas aqui e ali no meu baú, que valem mais do que mil palavras.

Bonecos de mamulengo

Bonecos de mamulengo

Treze Futebol Clube, passado glorioso.

Treze Futebol Clube, passado glorioso.

Jackson do Pandeiro: documentos.

Jackson do Pandeiro: documentos.

Coisa mais linda! Não sei o que é, e nem sei mais onde achei.

Coisa mais linda! Não sei o que é, e nem sei mais onde achei.

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O nome dos gatos

Clotilde Tavares | 18 de abril de 2009
Dara

Dara

Aqueles que me conhecem sabem que eu adoro os gatos. Já tive, desde a minha adolescência, incontáveis companheiros bichanos e afirmo que ter um gato é uma experiência única e cheia de conteúdos tão ricos quanto estranhos. Não é como ter um cachorro ou outro qualquer animal de estimação. Ter um gato é diferente de tudo o que você já fez ou imaginou.

Camila

Camila

Aliás, a bem da verdade, você não “possui um gato”. Ele é que se julga seu dono, comportando-se como bem quer e entende, e pensando que você e todos os humanos que o cercam se encontram ali apenas para satisfazer suas vontades: colocar ração, água, alisar-lhe o pelo – mas somente quando ele permite. Quando ele lhe agrada, não é por gratidão ou afeto, como o cachorro: é por interesse, porque quer alguma coisa em troca. Orgulhosos, voluntariosos, preguiçosos, narcisistas… eu simplesmente amo os gatos!

Sobre eles já escrevi incontáveis páginas, e outras tantas crônicas e penso que enquanto viver sempre terei o que escrever sobre gatos. Hoje quero comentar um poema de T. S. Eliot e chama-se “The Naming of Cats”, “O Nome dos Gatos”, que me foi passado pelo meu amigo Zé Roberto Penteado, acompanhado de uma tradução de Ivan Junqueira. Eu simplesmente me encantei com o texto, mas algumas soluções da tradução não me agradaram e eu, metida que sou, mudei algumas coisas. No final deste post, o texto original em inglês.

O texto se inicia dizendo mais ou menos assim:

Bolota

Bizo

“Dar nome a um gato é coisa complicada
E não é tema para brincadeiras
Você pode até dizer que eu sou maluco
Mas cada gato tem três nomes diferentes.”

Então, o poeta diz que o primeiro nome é aquele comum, pelo qual a família chama o bichano no dia-a-dia, como – e aqui vão os nomes dos meus bichanos – Everaldo, Galileu, Julio Braga, Irlanda, Brigitte… Lembrei-me ainda do Bonifácio de “Os Maias”, de Eça de Queiroz, mas esse sozinho merece uma crônica. São nomes sólidos, comuns, e que muitos gatos já tiveram.

Bem, esse é o primeiro nome. O segundo nome é um nome especial, um apelido, que somente aquele gato tem, e pelo qual o devemos chamar pois sem ele, como diz o poeta, como poderia o gato “manter sua cauda ereta e vertical, fazer vibrar os bigodes e arrepiar-se de vaidade”? Aí entram Chininho, Olhinhos Ternos, Bruzundanga, Zureiúdo…

E o terceiro nome? Ah, esse nome é aquele que…

“… ninguém jamais imaginaria
O nome que ninguém consegue descobrir
Que só o gato sabe, e a ninguém confessa.
Quando o vires em meditação absorta
A razão, eu te digo, é sempre essa
Sua mente está entregue ao profundo
deleite de saber que é único no mundo.
E ele pensa, e pensa, e pensa em seu nome
Seu afável, inefável e inenefável
insondável, profundo, singular e puro Nome.”

Bizo e Bolota

Tiara e Bolota

Abaixo, o poema na íntegra. Também ouvi dizer que foi esse poema que serviu de inspiração para o conhecido musical Cats, grande sucesso da Broadway. Os bichanos merecem. Os gatos que ilustram este post são todos do casal Pedro-Quirino-Meu-Irmão/Ledinha. Os meus próprios gatos estão na fila, com um post individual para cada um, num futuro próximo.

The Naming of Cats, da autoria de T.S.Eliot.

The Naming of Cats is a difficult matter,
It isn’t just one of your holiday games;
You may think at first I’m as mad as a hatter
When I tell you, a cat must have THREE DIFFERENT NAMES.
First of all, there’s the name that the family use daily,
Such as Peter, Augustus, Alonzo or James,
Such as Victor or Jonathan, or George or Bill Bailey –
All of them sensible everyday names.
There are fancier names if you think they sound sweeter,
Some for the gentlemen, some for the dames:
Such as Plato, Admetus, Electra, Demeter –
But all of them sensible everyday names.
But I tell you, a cat needs a name that’s particular,
A name that’s peculiar, and more dignified,
Else how can he keep up his tail perpendicular,
Or spread out his whiskers, or cherish his pride?
Of names of this kind, I can give you a quorum,
Such as Munkustrap, Quaxo, or Coricopat,
Such as Bombalurina, or else Jellylorum –
Names that never belong to more than one cat.
But above and beyond there’s still one name left over,
And that is the name that you never will guess;
The name that no human research can discover –
But THE CAT HIMSELF KNOWS, and will never confess.
When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rapt contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name.

Dara

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Dança comigo?

Clotilde Tavares | 17 de abril de 2009

nervosoAs más línguas dizem que eu sou nervosa, estressada, intolerante, impaciente, perfeccionista, que quero tudo do meu jeito, que não quero aceitar as mudanças.

Nada mais falso. Começando pelo final dessa minha extensa lista de defeitos – minha não, que me atribuem – eu tenho a declarar que sou perfeitamente acessível às mudanças, e posso mesmo acrescentar que procuro por elas. Sou doida por mudança, sou maluca por novidade. Todocomputer01 mundo é testemunha de que fui uma das primeiras pessoas a me conectar à Internet, quando a maioria dos seres humanos da minha idade pensava que a rede mundial de computadores era uma coisa para adolescentes, e que era usada basicamente para jogos on line. Estou conectada desde 1993, ou 94, nem me lembro bem.

Quanto a querer tudo do meu jeito – e aqui me lembro daquele personagem que dizia que pintura_urbanasó tinha dois jeitos: o jeito dele e o jeito errado – continuo dizendo que não é bem assim. Descobri, ao longo dessa minha vida de décadas, que há jeitos muito melhores do que o meu jeito, e venho praticando jeitos de todo jeito, em todas as áreas nas quais atuo, e sempre, sempre me dando muito bem.

Agora no que se refere a algumas pragas da vida moderna: som alto, gente sem noção, políticos desonestos (aliás, bastava dizer ”políticos” porque não conheço um só que seja honesto – deve até existir, mas eu não conheço), falta de delicadeza, de cordialidade, de reconhecer e respeitar o espaço do outro… Aí sim, eu sou mesmo nervosa, estressada, impaciente.

caneca_defeitoJá escrevi demais sobre isso, mas sempre tem assunto, sempre tem uma história nova para contar. De novo e sempre e novamente e outra vez voltam à cena esses “ceresumanos, meus dessemelhantes”. Encontrei-os ontem no shopping, quando tentava comprar um presentinho para minha sobrinha-neta, que completou quatro anos. Eu queria comprar uma carteirinha de cédulas para a garota, pois ela já está começando a entender o valor do dinheiro e precisa de um lugar para guardar suas moedinhas e as notas de dois reais que a tia-coruja lhe dá de vez em quando.

Entro na lojinha descolada e divertida, toda enfeitada, com garotas atendentes alegrinhas e risonhas. Enquanto estou me aproximando das prateleiras para olhar os artigos, uma delas, aí dos seus vinte, vinte e poucos anos se aproxima.

– Oi! – e irradia sobre mim toda a energia da sua juventude, enquanto executa um passo de dança no ritmo da música que é transmitida pelo “som” da loja, em volume um pouco acima do normal.

– Oi! – respondo eu, um pouco cansada, e já meio impaciente, pois há quase uma hora ando nesse shopping em busca da tal carteirinha. – Você tem carteirinha de cédulas para menina?

– Oi? – responde a garota, trocando a exclamação pela interrogação, pois o som altíssimo não deixa que ela ouça. Repito a pergunta, e quando já estou quase desconfiada de que o vocabulário dela se restrinja à palavra “Oi”, ela grita para as outras, que estão amontoadas atrás do balcão, em risinhos e cochichos, uma vez que sou a única cliente da loja:

– Mulhééééééééé (assim mesmo, sem o “r”)! Baixa esse som aí, que eu não tou nem conseguindo escutar a cliente!

O som é baixado, e ela me olha, ainda dançando, e diz:

– Oi! Como é seu nome?

– Meu nome? – pergunto eu, sempre surpresa quando acontece de entrar numa loja e quererem saber o meu nome. Eu entrei ali para realizar uma compra, uma transação comercial, e não para fazer amizade. Mas respondo.

– Clotilde.

Ela se derrete toda:

– Oiiiiiiiiiiiii, Matilde!

– Matilde não, minha filha: Clo-til-de.

– Ah, sim, desculpe. Clo-til-des! Pois o meu é Fabiana.

– Oi, Fabiana – respondo eu, na falta de coisa melhor para dizer. – Vocês tem carteirinha de cédulas para menina?

– Para menina não, Clotildes, mas temos umas lindas para meninos, você não quer dar uma olhadinha?

– Não, eu queria para menina. É um presente para uma menina de quatro anos.

– Ah, Clotildes, então você não quer ver outras opções de presentes? Temos cada artigo lindo, e tenho certeza de que a menina ia gostar muito mais do que de uma carteira. Criança de quatro anos não usa carteira ainda!

Isso é discutível. Criança de quatro anos usa agenda, com os compromissos da escola. Por que não poderia usar carteira para guardar o dinheiro do lanche? Mas desisto, não tenho mais energia para continuar a conversa.

– Então se você não tem, obrigada – e vou saindo. Ela vem atrás de mim, pega no meu braço:

– Mas Clotildes, você já vai? Fique mais um pouco!

Bem, isso aqui deve ser algum tipo de festa, penso eu. Aí, acerto o meu passo com o dela, porque a criatura continua dançando o tempo inteiro em que conversa comigo e começo a dançar com ela até ela ficar sem jeito, parar de dançar, quando então a deixo plantada e vou embora sem uma palavra.

Por isso me chamam de impaciente, estressada e sem jeito.

Sou mesmo.

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E haja chuva!

Clotilde Tavares | 16 de abril de 2009

O açude Gargalheiras, lá no Seridó Potiguar, está sangrando. As estrofes são dos poetas Rogério e Chico Alves e a foto é de Hugo Macedo.

gargalheiras_2009

“Vou pra ver o açude botar cheia
Que o sertão quando chove é um encanto
O volume da água aumenta tanto
Que a garganta da serra se aperreia
O trovão estremece, o céu clareia
O açude transborda, a mata cheira
Sopra o vento, as estradas sem poeira
Rio cheio, sol frio e flor no prado
O açude está cheio, o chão molhado
Vou voltar pro sertão segunda-feira”.

“No início o carão deu um aviso
Uma nuvem rasgou-se e fez inverno
E o sertão que sem água era um inferno
Num minuto tornou-se um paraíso
E nós vamos tirar o prejuízo
Desses anos de seca e quebradeira
Vamos ter nos festejos da fogueira
Milho verde, canjica e bode assado
O açude está cheio, o chão molhado
Vou voltar pro sertão segunda-feira.”

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Mapas mentais e coisas que tais.

Clotilde Tavares | 15 de abril de 2009

mapamental2

Ge-ni-al! Achei aqui, onde tem muito mais.

°°°°°°°°°°

ESTOU…

… APRENDENDO com a experiência, mais uma vez.
… COMEMORANDO amanhã, dia 16, o aniversário de Maria Eduarda, minha sobrinha-neta, neta de Pedro-Quirino-Meu-Irmão.
… PREPARANDO uma fala para o Encontro da UBE-PB no próximo dia 20.
… DESEJANDO um celular emprestado de qualquer senador, preu ligar pra quem quiser.
… QUERENDO umas passagens de avião de qualquer deputado, preu viajar pra onde eu quiser – e como não posso levar Mamãe, que já está no céu, levar Ana Morena junto.
… ENCOMENDANDO roupinhas, vestidinhos, para mim mesma.
… ESCREVENDO todo santo dia neste blog, mesmo que pouca coisa se aproveite..
… LUTANDO contra o caos: esta é a minha vida.
… PLANEJANDO colocar mais um blog no ar, desta vez dedicado somente a textos de ficção.
… VIAJANDO a Natal nesses dias, provavelmente depois do feriado.
… ABRAÇANDO o sol, beijando o mar…
… ADIVINHANDO chuva.

°°°°°°°°°°

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

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Bobagem e diversão

Clotilde Tavares | 14 de abril de 2009

Como vivo navegando na Internet, topo com coisas engraçadíssimas, que você nem imagina. Sao fotos, piadas, histórias bizarras, coisas que você nem imagina. Além disso, amigos e desconhecidos enviam para a minha caixa de e-mail tudo o que é de coisa.

Neste post, compartilho com você algumas dessas curiosidades. Sem obedecer a nenhum critério, fui vasculhando meus arquivos e encontrando fotos engraçadas que queria que você visse. Não sei quem fez as fotos, ou de onde elas foram capturadas. Se algum de vocês souber a autoria, me avise que coloco o crédito.

E divirtam-se.

Qual deles você escolheria?
É assim que me sinto quando estou de dieta...

É assim que me sinto quando estou de dieta...

Sem legenda.

Sem legenda.

Sem legenda, again.

Sem legenda, again.

Eu acho bonitinho, e você?

Eu acho bonitinho, e você?

Eu não tomo bebida alcoólica, mas o povo que eu conheço simplesmente a-do-ra esse vinho!

Eu não tomo bebida alcoólica, mas o povo que eu conheço simplesmente a-do-ra esse vinho!

E lá vem a noiva!

E lá vem a noiva!

5-cervejas

Em época de crise, faz-se qualquer negócio!

E finalmente os dois bonitões que me chamaram para almoçar hoje. Vou correndo, porque eles já estão à minha espera.

E finalmente os dois bonitões que me chamaram para almoçar hoje. Vou correndo, porque eles já estão à minha espera.

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Sou Flamengo!

Clotilde Tavares | 13 de abril de 2009

clotilde_flaMuitos leitores vão me odiar por essa afirmativa. Mas eu nem ligo. Sou Flamengo sim, desde que me entendo por gente e via na parede da sala de visitas lá de casa, em lugar de honra, um quadro com a seleção tricampeã no início dos anos 50. Nos dias em que o Flamengo jogava, Papai  sentava-se ao lado do rádio e escutava o jogo, enquanto nós ficávamos por ali, lendo ou brincando. E nos acostumamos a torcer junto, a gritar gol, e a cantar o hino, que sei cantar completo até hoje.

É um dos dois times do mundo pelos quais eu tenho paixão (o outro é o Treze Futebol Clube, de Campina Grande-PB).

O Flamengo é paixão, é uma coisa que corre nas veias, e que sempre me alegra quando, indo pela rua, vejo a camisa rubro-negra envergada por alguém.

Então, o 1 x 0 de ontem sobre o Fluminense me deixa feliz, e não resisto a publicar aqui a minha felicidade.

Mengoooooooooooooooooo!

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A dois passos do Paraíso – Bananeiras-PB

Clotilde Tavares | 12 de abril de 2009

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Abrindo o site da prefeitura de Bananeiras, o texto diz que a cidade está “… localizada na Serra da Borborema, região do Brejo paraibano, a 130 km de João Pessoa e a 70 km de Campina Grande. Com altitude de 526 metros, Bananeiras possui clima frio úmido, com temperatura média de 28°C no verão e 10 °C no inverno.”

Esta é apenas a informação técnica, que não fala da Natureza exuberante, da sucessão de paisagens que nossos olhos descortinam de onde quer que a gente esteja, cada uma diferente da outra, proporcionadas pela topograaborboleta2fia da região. Tudo verde, tudo úmido, tudo com aquela impressão de Paraíso Terrestre, de um mundo que parece que foi inventado naquele instante, com milhares de matizes de verde e cheio, lotado de vida, passarinhos, insetos, formigas, abelhas, marimbondos, imbuás e tudo quando é de bichinho miúdo e bonitinho rastejando, voando, zum-zum-zumbindo, cantando, chilreando, borboleteando, no meio das flores de todas-todas-todas-todas as cores. E veja aborboletavocê, meu caro leitor: eu que sou avessa ao frio e que só gosto de Natureza se ela estiver do outro lado de um vidro blindex, me abestalhei com o cuidado de filigrana de detalhe, de minúcia, que o Universo empregou para criar essa jóia que repousa no centro do escrínio verde do Brejo. Ô Paraíba bonita danada, minha gente! Cheia de tesouros que não conhecemos. A temperatura amena, mesmo neste abril que está ainda calorento em muitos lugares do Nordeste, traz uma noite de sono tranqüilo, “sem rádio e sem notícia das terras civilizadas”, debaixo de um cobertor quentinho.

Também por isso Bananeiras está se transformando num destino desejado por muitos, para fugir do calor e da agitaçãoacentro dos grandes centros. O metro quadrado disparou de preço e não é todo mundo que pode comprar um terreno por lá, como acontecia há alguns anos. A cidade passa por um surto de desenvolvimento, com novas construções se erguendo a cada esquina – algumas, é verdade, subvertendo a arquitetura característica da cidade, o que é uma pena – mas o fato é que os novos empreendimentos geram riqueza para o município, movimentam a economia, introduzem novos hábitos, civilizam os costumes. Mas essa história de progresso tanto tem o lado bom como o lado ruim, porque toda moeda tem duas faces. No pátio da Matriz, na sexta feira da Paixão, eu estava esperando sair a procissão para fotografar. Uma criatura me pediu esmola. Quando eu disse que não tinha, a resposta foi dura e impertinente: “É melhor pedir do que roubar…”

asobradoPassei somente um dia na cidade, a sexta-feira da Paixão. Não vi quase nada. Havia muita coisa que eu queria ver: a feira de Solânea no sábado, fazer uma visita a uns parentes Santa Cruz que moram por lá, visitar e fotografar a antiga estação de trem – só fotografei um dos túneis – ver o cemitério, andar a pé pelas ladeiras, ver a contadeira de histórias que dizematunel que é famosa, entrar nas bodegas, conversar com as pessoas na rua.

Mas o lugar não tem uma conexão de Internet com a rapidez e a facilidade que eu preciso para trabalhar. Levei meu notebook, que tem wireless mas ficou desconectado, e como tenho meus blogues e colunas de jornais com prazos para escrever e enviar, peguei o ônibus no sábado de manhã de volta a João Pessoa.

Sinceramente, acho isso uma pena. avistageral1É tão simples uma conexão sem fio! O camarada lá que fornece o sinal sem fio que havia na cidade – mas que o meu notebook não podia captar por não estar cadastrado – deveria disponibilizar para os visitantes conexões temporárias, renováveis a cada 24 horas, e cobrar por isso. Eu estava disposta a pagar até dez reais por 24 horas de conexão, se isso fosse oferecido, para poder ficar mais uns dias naquela cidade. Não me interessa essa nova tecnologia G3 pois já tenho em João Pessoa um pacote que envolve telefones fixo e móvel, conexão à Internet, e estou satisfeita com ela. Então, o bom seria mesmo chegar em algum lugar, dar um telefonema, dar o meu número IP e o cara lá configurar uma conexão provisória para mim, que eu podia pagar no meu cartão de crédito, uma coisa simples como colocar crédito num celular pré-pago. Já tive essa facilidade em outras viagens, em outros estados. Então, é possível. Acho que está faltando espírito empreendedor nesse terreno de comunicação. E não venham me dizer que estou mal-informada pois me hospedei na casa da Secretária de Turismo do minicípio, a minha amiga Ana Gondim, que mais que qualquer pessoa conhece a realidade do local. Aliás, a casa de Ana Gondim não é propriamente uma casa mas um chalé de contos-de-fadas, cujos detalhes não revelarei aqui porque eu, se fosse ela, manteria aquele ninho em completo segredo…

Enfim, depois de dois dias incomunicável, fui à rodoviária, pegar um ônibus para João Pessoa. Sentei no batente junto com minhas sacolas – os poucos bancos estavam no sol – e esperei o ônibus da empresa Boa Viagem, que me disseram que passaria às 10h40. Passou às onze horas, e lá fui eu, a bordo daquele veículo todo desconjuntado, ladeira abaixo, aonibusdescendo a serra. Janelas abertas, cortinas despregadas, ventania dentro do ônibus, e eu fiquei imaginando como deve ser essa viagem quando está fazendo os tais 10 graus que dizem que faz no inverno. Paguei catorze reais pela passagem até João Pessoa, onde cheguei às 13h40, depois de passar por Rua Nova, Belém, Pirpirituba, Guarabira, Mari, Sapé, Sobrado, Café do Vento, Santa Rita, Bayeux e João Pessoa, onde finalmente me conectei para baixar centenas de e-mails que se acumularam nesses dois dias, atualizar os blogues, e saber das novidades.

Bananeiras é um paraíso, mas vá de carro, para não precisar usar os “serviços” da rodoviária e da empresa de transporte; e se precisar de Internet rápida, esqueça. Espero que resolvam esse problema logo, porque quero voltar para passar uma semana.

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Bananeiras-PB.

Clotilde Tavares | 11 de abril de 2009

Hoje convido você para ver as imagens que colhi na cidade de Bananeiras, no Brejo Paraibano, a  140 km da capital. Passei os dias 9 e 10 de abril nessa deslumbrante cidade, mas voltei hoje, Sábado de Aleluia, para aleluiar por aqui mesmo. Neste post já noturno vou lhe mostrar apenas as fotos, prometendo-lhe para amanhã os meus comentários sobre a cidade.

Cheguei no dia 9 de abril, quinta-feira, à tardinha, e fui logo recepcionada por uma Lua Cheia, igual àquelas da minha infãncia, parecendo um queijo-do-reino, de tão amarelinha.

Cheguei no dia 9 de abril, quinta-feira, à tardinha, e fui logo recepcionada por uma Lua Cheia, igual àquelas da minha infância, que era ver um queijo-do-reino, de tão amarelinha.

Do alto onde eu estava, via ao longe a cidade, com seu casario graciosamente acomodado nas encostas, destacando-se a Igreja Matriz

Do alto onde eu estava, via ao longe a cidade, com seu casario graciosamente acomodado nas encostas, destacando-se a Igreja Matriz.

Matriz de Bananeiras.

Matriz de Bananeiras.

Bananeiras tornou-se lugar escolhido para férias e finais-de-semana de quem mora em cidade grande. A residência antiga, reformada e habitada, ganha agora novo esplendor.

Bananeiras tornou-se lugar escolhido para férias e finais-de-semana de quem mora em cidade grande. A residência antiga, reformada e habitada, ganha agora novo esplendor.

Antigo convento das Irmãs Dorotéias, cendo-se também um monumental ficus, árvore que deve estar ali há ´decadas, símbolo da pujança vegetal da região.

Antigo convento das Irmãs Dorotéias, vendo-se também um monumental ficus, árvore que deve estar ali há décadas, símbolo da pujança vegetal do Brejo.

Doce-de-banana especial da região, com poderes afrodisíacos e que promete novo orgulho para criaturas que andavam cabisbaixas e tristes. É a famosa "Bananagra"! Eu comi um prato cheio.

Doce feito com a banana especial da região, com poderes afrodisíacos, e que promete novo orgulho para estruturas que andavam cabisbaixas e tristes. É a famosa "Bananagra"! Eu, por via das dúvidas, e mesmo sem estar cabisbaixa, comi um prato cheio.

E lá vem a procissão do Senhor Morto.

E lá vem a procissão do Senhor Morto.

O cortejo se aproxima.

O cortejo se aproxima, com os coroinhas ladeando o esquife.

Os coroinhas tocam as matracas.

Os coroinhas tocam as matracas.

O esquife com a imagem do Cristo Morto, aos ombros dos fiéis.

O esquife com a imagem do Cristo Morto, aos ombros dos fiéis.

E o Judas Iscariotes, bandido e traidor, pronto para ser malhado.

E o Judas Iscariotes, bandido e traidor, pronto para ser malhado.

Finalmente, a Natureza que explode em beleza e cores ao nosso redor.

Finalmente, a Natureza que explode em beleza e cores ao nosso redor.

Perfeita paz entre insetos e flores.

Paz perfeita entre insetos e flores.

E o beija-flor, gulosinho, empanturrado de mel, ainda consegue ficar soltinho no ar!

E o beija-flor, gulosinho, empanturrado de mel, ainda consegue ficar soltinho no ar!

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Em Bananeiras-PB, com conexão instável.

Clotilde Tavares | 10 de abril de 2009

Cercada de flores, borboletas, passarinhos e outros representantes da flora e da fauna brasileira, num chalé no alto do monte, na companhia da minha amiga Ana Gondim, encontro-me na belíssima cidade de Bananeiras, no Brejo Paraibano, onde desde ontem lido com as dificuldades de conexão que soem acontecer quando a gente se aventura pelo interior.

Meu propósito com este blog, de TODO DIA UM NOVO POST, vai ter que se adaptar a esta situação, e procurarei manter o meu caro leitor informado, mas estou teclando no notebook alheio, e sem acesso aos meus arquivos, pois não vim preparada para tal.

Tenha paciência, então, e o que tiver de ser, será.

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