O domingo é chato
Clotilde Tavares | 19 de abril de 2009Olhe: se não fosse o Amor, eu não sei como conseguiria vencer estes domingos intermináveis.
Porque, meus queridos, como diz Emile Cioran, “a única função do Amor é a de ajudar-nos a suportar essas tardes dominicais, cruéis e incomensuráveis, que nos ferem para o resto da semana e para toda a eternidade.”
Ficam algumas imagens, catadas aqui e ali no meu baú, que valem mais do que mil palavras.
Respondendo a Sebastião Vicente:
Tião, tu tás me botando em camisa-de-onze-varas com essa história de me pedir pra escrever sobre o embate entre o brejo e o sertão. Mamãe era caririzeira, portanto sertaneja, e dizia que os brejeiros eram preguiçosos, safados, e não gostavam de trabalhar… “Esses amarelos!”, dizia ela, com cara de enfado, e penso que era por causa das verminoses que se transmitiam melhor nos terrenos úmidos do brejo. Vamos ver, vou botar a idéia pra cozinhar ali no meu caldeirão.
Comentário atrasado ainda sobre o brejo. Assisti ao filme “Soledade”, de Paulo Thiago, feito com base em “A Bagaceira” de José Américo, e fiquei me divertindo, fazendo conexões entre suas impressões sobre Bananeiras e aquela ancestral batalha entre sertanejos e brejeiros no país da Paraíba. É uma sugestão de leitor: uma postagem que explique para nós outros esse embate tão antigo que, imagino, nem existe mais (felizmente) mas ainda assim pode ser um marco formador das coisas da Paraíba.