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Feiras, piratas e outros.

Clotilde Tavares | 13 de maio de 2009

feira_modaFui hoje a uma feira dessas que acontecem nas cidades, que duram uma semana, e que vendem todo tipo de tranqueira, obviamente dentro do perfil a que a feira se propõe. Então tem feira de informática, feira de livros, feira de automóveis, feira de móveis, feira de artesanato e por aí vai. A que fui hoje era de “Moda e Estilo”, ou coisa parecida.

Fiquei impressionada com o desespero das pessoas para comprar todo tipo de artiguete barato que se oferece à sua frente, a maioria deles desnecessários, de mau-gosto, feitos com material de quinta e com confecção de qualidade duvidosa. Mas ninguém resiste ao apelo de “um é dois, mas três é cinco”. A tal feira me pareceu mesmo um imenso camelódromo.

moda_indiaHavia um stand imenso cheio de roupas com a moda “trazida diretamente da Índia” e, segundo o anúncio em volume altíssimo, “absolutamente idêntica àquela usada pelas atrizes da novela da Globo”. Preciso dizer que estava lotado de gente?

Zanzei por lá, não vi nada que me interessasse e voltei para casa sem ter feito nenhuma despesa, a não ser um brinco que custou cinco reais e que realmente parece algo muito, mas muito superior mesmo.

O motivo de estar postando aqui sobre isso é que vi dois stands vendendo cópias piratas de DVDs e CDs. Tinha filme e show pra todo tipo de gosto. Com a capinha, o DVD custava quatro reais; sem a capinha, apenas acondicionado em um saco plástico, era apenas três reias. Lá estavam todos os sucessos do cinema, para quem quisesse.

Sem querer tomar aqui neste post nenhuma posição contra ou a favor da pirataria, sempre vi o tal comércio restrito apenas aos camelôs, ao informal, beirando o ilegal. Nunca esperei encontrar um representante dos piratões numa feira, num stand, estabelecido como se fosse uma loja qualquer.

AINDA VOLVERINE

volverine2Vocês acreditam que ainda não vi o tal do Volverine? O jornalista Alex de Souza me aconselhou a desligar o lado racional da mente e me divertir com o filme; é isso que vou fazer. Aliás, ando desligando o lado racional da mente com muita freqüência ultimamente. É bom que só.

C.S.I.

Fã de séries que sou, acho que a série C.S.I. perdeu a graça depois da saída do personagem Gil Grisom, interpretado pelo ator William Petersen. Mesmo considerando a magnética presença de Lawrence Fishbourne, que entrou para reforçar o elenco, os episódios não têm conseguido me prender a atenção. Aí, fico vendo as temporadas antigas que passam no canal AXN todo dia, às 18 horas.

QUALIDADE DE VIDA

writerPra vocês verem como uma bobagem pode fazer diferença na qualidade de vida de alguém. Na semana pasada, tomada por dor nas costas, na coluna, no pescoço e em tudo o que é de lugar da minha combalida anatomia, considerei que era hora de comprar uma cadeira específica para trabalhar, com braços, rodinhas e formato mais ergonômico. Foi o que fiz, e minha vida mudou deste então.

Agora, fico horas à mesa escrevendo e teclando, tendo retomado com redobrado vigor minhas pesquisas genealógicas sobre o Clã Santa Cruz. Se você se interessa pelo tema clique aqui e veja o que já descobri sobre a minha família.

A PRIMEIRA DAMA DA GENEALOGIA

Por falar em Genealogia, ontem, terça-feira, dia 12, recebi a visita da secretária do Colégio Brasileiro de Genealogia, do qual sou sócia-colaboradora. A ilustre personagem, a carioca Regina Cascão, veio em viagem de turismo e passou um dia na capital paraibana. Regina Cascão é autora de dois livros importantíssimos para a genealogia das famílias nordestinas: Pereira Lima – Uma Família Pernambucana e Do Porto ao Recife: os Pinto de Lemos. Andou, virou, mexeu, conheceu a cidade, conversamos e nos despedimos, esperando nos encontrar novamente em breve. Aí, sou eu que vou vê-la no Rio.

Regina Cascão e esta blogueira, ontem no Mercado de Artesanato, botando os assuntos em dia e satisfeitas que só um vintém na bacia dum cego.

Regina Cascão e esta blogueira, ontem no Mercado de Artesanato, botando os assuntos em dia e satisfeitas que só um vintém na bacia dum cego.

IRLANDA VOLTOU

Disposta, lustrosa e absolutamente despreocupada, minha gatinha Irlanda, que desapareceu há uma semana, reencontrou o caminho de casa e hoje de manhã voltou, para alegria de todos nós, sua família humana. Não se sabe por onde andou, ou o que fez. Não se sabe se foi levada, ou se foi por sua vontade. Aliás, com os gatos, é preciso aceitar essa independência deles, ou então a gente é capaz de ficar doido. Ela voltou, e estamos felizes.

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Boas idéias!

Clotilde Tavares | 2 de maio de 2009

Sábado é dia de botar a mão na massa e fazer aquelas coisinhas básicos na casa ou no apartamento. São pequenas modificações que dão um astral diferente ao ambiente e fazem a sala ou o quarto parecerem novos. Vai aqui a contribuição do Umas & Outras, com umas ideiazinhas simples e fáceis, que podem servir para alguma coisa. As fotos foram colhidas por aí, pela Internet, mas no final eu lhe darei uns links onde você vai encontrar muito mais.

Forma inteligente e organizada de carregar o celular.

Forma inteligente e organizada de colocar o celular para carregar.

Restos de lã coloridda e um crochê básico para cobrir o banquinho,

Restos de lã coloridda e um crochê básico renovam o banquinho,

Seu arquivo de pastas suspensas ganha roupa nova, em patchwork!

Seu arquivo de pastas suspensas ganha roupa nova, em patchwork!

Veja

Veja a praticidade dessa prateleira! Mas o livro de baixo tem que ser um que você não precise mais.

Nada mais prataico para pendurar as bolsas, ocupando pouco espaço.

Nada mais prático para pendurar as bolsas, ocupando pouco espaço.

Quadro de avisos feito com bastidores de bordado.

Quadro de avisos feito com bastidores de bordado.

Para colorir um banheiro cinza...

Para colorir um banheiro cinza...

Para sua coleção de canecas.

A coleção de canecas organizada e visível.

Não tem prato adequado para servir o bolo e os docinhos? Improvisa!

Não tem prato adequado para servir o bolo e os docinhos? Improvisa!

E finalmente essa canequinha que todo nerd como eu adora!

E finalmente essa canequinha que todo nerd como eu adora!

Visite esses sites, qeu são absolutamente viciantes para quem gosta de decoração, craft e DIY.

– De(coeur)ação

– Apartment Therapy

– Martha Stewart

– Design*Sponge

– Do It Yourself

– Instructables

E pronto: vamos parar por aqui senão você não vai fazer mais nada durante a semana visitando não somente esses sites, mas todos os links indiccados por eles, que são excelentes para quem gosta desse tipo coisa. Eu gosto, e minhas caixas de ferramentas são de dar inveja a muito profissional!

Este post é dedicado a Rosário Moura.

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arquitetura, Arte, artesanato, craft, DIY
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A síndrome de Benjamin Button

Clotilde Tavares | 1 de maio de 2009

baoba05A propósito do título de post recentemente colocado aqui – Velhice fashion: uma estorinha de shopping – muita gente me questionou sobre o uso do termo velhice. Acham que eu deveria ter escrito outra coisa. Meia idade, terceira idade, melhor idade, boa idade, idade madura. O termo velhice, dizem, agride, deprecia, desagrada.

Bem, a mim, não desagrada não. Já fui menina, fui jovem, adolescente, mulher nova em idade fértil com filhos e maridos e agora, aos 61 anos, estou entrando na velhice, por que não? Penso que o importante não é manter-se jovem, mesmo porque isso é uma tarefa impossível. O corpo se deteriora, por mais cuidado que tenhamos com ele. É a evolução natural das coisas e eu vejo como uma maluquice essa luta inglória e sem resultado contra os sinais que a passagem dos anos vai marcando na face, no corpo e, principalmente, no funcionamento dos órgãos internos.

arvore_para_blog02 Mais do que “manter-se jovem” o que importa, o que vale a pena, é envelhecer bem, feliz, satifeita, tentanto continuar saudável, continuando a ter prazer nas coisas da vida e – para mim o principal – descobrindo prazeres novos, que só estão acessíveis às pessoas velhas. Velhas, sim. Eu insisto no termo. O oposto de “juventude” é “velhice” e não “terceira-idade”. O que deve amedrontar as pessoas não é a palavra “velhice” mas palavras como solidão, pobreza, abandono, dor, impotência, desconforto, perda da autonomia, ingratidão, desprezo. De uma coisa tenho certeza: estou na fase melhor da minha vida e nem por todo o dinheiro do mundo gostaria de ter de volta minha confusa, sofrida e solitária adolescência. É claro que há umas coisas que eu gostaria que fosse de outro jeito agora: mas nenhuma delas tem a ver com a idade.

arvore_para_blog01Tenho um irmão, piadista e engraçado, o meu querido Pedro-Quirino-Meu-Irmão, o rei da “boutade” – que diz o seguinte: “Quando eu completei 37 anos uma pessoa me disse: – Desejo que essa data se reproduza por muitos e muitos anos. Então, continua ele, todo ano eu completo novamente 37 anos…

Não tenho, como muitos, a síndrome do Benjamim Button – refiro-me ao filme como Brad Pitt onde o personagem nasce velho e vai remoçando ate morrer bebê. Mas há pessoas que chegam numa fase da vida e começam a querer regredir, a “tornarem-se jovens outra vez”, submetendo-se a tratamentos e cirurgias, dietas malucas, injeção de todo tipo de substância por baixo da pele e uma desvairada busca pelo prazer – não o prazer da mente calma e satisfeita, mas o prazer de um corpo que parece que, ao longo da vida, não teve muitas chances de se divertir, de satisfazer seus anseios e suas necessidades.

baoba_bairrocajueiro_recifeCada qual com “a dor e a delícia de ser o que é”, como dizia o poeta, mas eu graças a Deus satisfiz meu corpo à vontade na época adequada e hoje posso desfrutar do sossego do “Enfim, só!”, e ler meus livros, ver TV, escrever e sem sentir nenhuma necessidade do eterno replay dos bares de fim-de-semana. Voltando à síndrome de Benjamin Button, ela está largamente disseminada e até parece ter atacado algumas pessoas que conheço. Há três anos – ou seja, em 2006 – sem ser intencional e puramente por acaso, descobri que uma das pessoas do meu círculo de relações tinha 62 anos, em lugar dos 55 ou 56 que ela dizia que tinha. Há algumas semanas, já agora em 2009, soube que a criatura estava completando 59. Qualquer criança de sete anos de idade que sabe somar e subtrair consegue fazer os cálculos e diagnostica a síndrome de Benjamin Button…

arvore_para_blog04Mas eu não tenho nada contra isso não; se a criatura quer dizer que tem 14 anos de idade, o que é que eu tenho com isso? Só penso até quando será possível manter tal farsa, e se não seria mais saudável assumir a idade que tem, porque mentir dá um trabalho danado.

Eu acho bom pertencer a este clube de mais de 60 anos. Outra amiga, que não é portadora da síndrome mas estava um pouco apreeensiva por ter completado sessenta anos, me mandou um email em que dizia: “Fui dormir com 59 anos e acordei com 60”. Depois, mostrava-se um pouco assustada com a realidade da chamada “terceira-idade”, dizendo que a menininha saltitante de cachos nos cabelos ainda existia em algum lugar dentro dela, mas em outros momentos o que aparecia era a sexagenária, não tão saltitante assim.

gameleira_conv_sao_franciscoEu saudei-a com um sonoro “Bem vinda ao clube!” Bem-vinda, querida, ao clube da meia-entrada em cinemas, museus e assemelhados – em alguns a entrada é gratuita. Bem-vinda ao clube do atendimento preferencial em bancos, super-mercados e outros. Bem-vinda ao clube da hospedagem mais barata em todo o país, numa rede de hotéis conveniados . É um projeto do governo via Ministério do Turismo, para estimular as viagens desta população que tem tempo, dinheiro e ainda tem disposição para bater pernas por aí. Bem-vinda à terceira maior população de idosos do país (a Parahyba, sim senhora!), como ouvi dizer um dia desses. E no Brasil, como um todo, minha amiga, já somos 10% da população. Bem-vinda às muitas vantagens, por exemplo, na hora de uma demanda judicial, e a tratamento preferencial em várias instâncias da vida social. Bem-vinda ao direito de não levar desaforo pra casa, porque quem agride um idoso o discrimina duplamente!

01012006-001Aconselho a todos, jovens e velhos, a lerem direitinho o estatuto do idoso, que pode ser encontrado na Internet. Reafirmo que é melhor ser a mulher de agora, sábia e experiente, do que a boba menina dos cachinhos. A idade acrescenta experiência, calma, tranqüilidade, satisfação e a possibilidade de desfrutar da vida de uma forma suave e sem pressa que os jovens contraditoriamente não têm, mesmo tendo teoricamente a vida toda diante de si. Digo e repito: é muito melhor ter 60 anos do que ter 56, 57 ou 58, por exemplo.

Mas é preciso ficar atento e não abrir mão de uma alimentação equilibrada, exercício físico, e estar sempre buscando novas e diferentes atividades porque é isso que mantém o cérebro ativo e livre das doenças degenerativas. Eu mesma agora descobri uma diversão legal: o Sodoku, que é aquele joguinho japonês com números.

E este bloguinho, onde todo dia escrevo, mantendo minha mente ágil, ligada numa discussão, numa troca de idéias, nessa saudável atividade mental que, junto com outras brincadeiras, a gente vai inventando por aqui, praticando a felicidade e driblando o Alzheimer.

°°°°°°°°°

Ilustrei este post com árvores, todas elas velhas, firmes, frondosas e belas. Para chegar a isso, precisaram viver bastante tempo. Algumas fotos são minhas, outras foram pescadas por aí na Internet, em ato claro de pirataria, mostrando que mesmo com 61 anos eu ainda continuo disposta a fazer molecagens.

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cabelos brancos, envelhecimento, idade, mentira, terceira-idade, velhice
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O domingo é chato

Clotilde Tavares | 19 de abril de 2009

Olhe: se não fosse o Amor, eu não sei como conseguiria vencer estes domingos intermináveis.

Porque, meus queridos, como diz Emile Cioran, “a única função do Amor é a de ajudar-nos a suportar essas tardes dominicais, cruéis e incomensuráveis, que nos ferem para o resto da semana e para toda a eternidade.”

Ficam algumas imagens, catadas aqui e ali no meu baú, que valem mais do que mil palavras.

Bonecos de mamulengo

Bonecos de mamulengo

Treze Futebol Clube, passado glorioso.

Treze Futebol Clube, passado glorioso.

Jackson do Pandeiro: documentos.

Jackson do Pandeiro: documentos.

Coisa mais linda! Não sei o que é, e nem sei mais onde achei.

Coisa mais linda! Não sei o que é, e nem sei mais onde achei.

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Cioran, domingo
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A dois passos do Paraíso – Bananeiras-PB

Clotilde Tavares | 12 de abril de 2009

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Abrindo o site da prefeitura de Bananeiras, o texto diz que a cidade está “… localizada na Serra da Borborema, região do Brejo paraibano, a 130 km de João Pessoa e a 70 km de Campina Grande. Com altitude de 526 metros, Bananeiras possui clima frio úmido, com temperatura média de 28°C no verão e 10 °C no inverno.”

Esta é apenas a informação técnica, que não fala da Natureza exuberante, da sucessão de paisagens que nossos olhos descortinam de onde quer que a gente esteja, cada uma diferente da outra, proporcionadas pela topograaborboleta2fia da região. Tudo verde, tudo úmido, tudo com aquela impressão de Paraíso Terrestre, de um mundo que parece que foi inventado naquele instante, com milhares de matizes de verde e cheio, lotado de vida, passarinhos, insetos, formigas, abelhas, marimbondos, imbuás e tudo quando é de bichinho miúdo e bonitinho rastejando, voando, zum-zum-zumbindo, cantando, chilreando, borboleteando, no meio das flores de todas-todas-todas-todas as cores. E veja aborboletavocê, meu caro leitor: eu que sou avessa ao frio e que só gosto de Natureza se ela estiver do outro lado de um vidro blindex, me abestalhei com o cuidado de filigrana de detalhe, de minúcia, que o Universo empregou para criar essa jóia que repousa no centro do escrínio verde do Brejo. Ô Paraíba bonita danada, minha gente! Cheia de tesouros que não conhecemos. A temperatura amena, mesmo neste abril que está ainda calorento em muitos lugares do Nordeste, traz uma noite de sono tranqüilo, “sem rádio e sem notícia das terras civilizadas”, debaixo de um cobertor quentinho.

Também por isso Bananeiras está se transformando num destino desejado por muitos, para fugir do calor e da agitaçãoacentro dos grandes centros. O metro quadrado disparou de preço e não é todo mundo que pode comprar um terreno por lá, como acontecia há alguns anos. A cidade passa por um surto de desenvolvimento, com novas construções se erguendo a cada esquina – algumas, é verdade, subvertendo a arquitetura característica da cidade, o que é uma pena – mas o fato é que os novos empreendimentos geram riqueza para o município, movimentam a economia, introduzem novos hábitos, civilizam os costumes. Mas essa história de progresso tanto tem o lado bom como o lado ruim, porque toda moeda tem duas faces. No pátio da Matriz, na sexta feira da Paixão, eu estava esperando sair a procissão para fotografar. Uma criatura me pediu esmola. Quando eu disse que não tinha, a resposta foi dura e impertinente: “É melhor pedir do que roubar…”

asobradoPassei somente um dia na cidade, a sexta-feira da Paixão. Não vi quase nada. Havia muita coisa que eu queria ver: a feira de Solânea no sábado, fazer uma visita a uns parentes Santa Cruz que moram por lá, visitar e fotografar a antiga estação de trem – só fotografei um dos túneis – ver o cemitério, andar a pé pelas ladeiras, ver a contadeira de histórias que dizematunel que é famosa, entrar nas bodegas, conversar com as pessoas na rua.

Mas o lugar não tem uma conexão de Internet com a rapidez e a facilidade que eu preciso para trabalhar. Levei meu notebook, que tem wireless mas ficou desconectado, e como tenho meus blogues e colunas de jornais com prazos para escrever e enviar, peguei o ônibus no sábado de manhã de volta a João Pessoa.

Sinceramente, acho isso uma pena. avistageral1É tão simples uma conexão sem fio! O camarada lá que fornece o sinal sem fio que havia na cidade – mas que o meu notebook não podia captar por não estar cadastrado – deveria disponibilizar para os visitantes conexões temporárias, renováveis a cada 24 horas, e cobrar por isso. Eu estava disposta a pagar até dez reais por 24 horas de conexão, se isso fosse oferecido, para poder ficar mais uns dias naquela cidade. Não me interessa essa nova tecnologia G3 pois já tenho em João Pessoa um pacote que envolve telefones fixo e móvel, conexão à Internet, e estou satisfeita com ela. Então, o bom seria mesmo chegar em algum lugar, dar um telefonema, dar o meu número IP e o cara lá configurar uma conexão provisória para mim, que eu podia pagar no meu cartão de crédito, uma coisa simples como colocar crédito num celular pré-pago. Já tive essa facilidade em outras viagens, em outros estados. Então, é possível. Acho que está faltando espírito empreendedor nesse terreno de comunicação. E não venham me dizer que estou mal-informada pois me hospedei na casa da Secretária de Turismo do minicípio, a minha amiga Ana Gondim, que mais que qualquer pessoa conhece a realidade do local. Aliás, a casa de Ana Gondim não é propriamente uma casa mas um chalé de contos-de-fadas, cujos detalhes não revelarei aqui porque eu, se fosse ela, manteria aquele ninho em completo segredo…

Enfim, depois de dois dias incomunicável, fui à rodoviária, pegar um ônibus para João Pessoa. Sentei no batente junto com minhas sacolas – os poucos bancos estavam no sol – e esperei o ônibus da empresa Boa Viagem, que me disseram que passaria às 10h40. Passou às onze horas, e lá fui eu, a bordo daquele veículo todo desconjuntado, ladeira abaixo, aonibusdescendo a serra. Janelas abertas, cortinas despregadas, ventania dentro do ônibus, e eu fiquei imaginando como deve ser essa viagem quando está fazendo os tais 10 graus que dizem que faz no inverno. Paguei catorze reais pela passagem até João Pessoa, onde cheguei às 13h40, depois de passar por Rua Nova, Belém, Pirpirituba, Guarabira, Mari, Sapé, Sobrado, Café do Vento, Santa Rita, Bayeux e João Pessoa, onde finalmente me conectei para baixar centenas de e-mails que se acumularam nesses dois dias, atualizar os blogues, e saber das novidades.

Bananeiras é um paraíso, mas vá de carro, para não precisar usar os “serviços” da rodoviária e da empresa de transporte; e se precisar de Internet rápida, esqueça. Espero que resolvam esse problema logo, porque quero voltar para passar uma semana.

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Qualidade de vida, Viagens e turismo
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Bananeiras-PB, Brejo Paraibano, flores, Internet sem fio, turismo, Viagens e turismo
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Ecobags, ecochatos e baratas.

Clotilde Tavares | 9 de abril de 2009

825042Outro dia andei falando aqui sobre a questão da separação do lixo para reciclagem. É um problema sério, e os cidadãos e os governos ainda se debatem na busca de soluções sem conseguir encontrar a saída adequada para problema tão grave. Como componente desse lixo, há um item sobre o qual quero falar hoje com mais detalhe: é a sacola plástica.

Sim, ela mesma, essa sacolinha inocente que você recebe de todo comerciante, em qualquer lugar que comprar algo. Se você vai à farmácia e compra um envelope de qualquer comprimido, que tem aí uns 7 cm x 4 cm, 0 vendedor o coloca numa sacola plástica onde caberiam uns vinte iguais aquele. E por aí vai. lixo_cuiabahOntem fui à padaria da esquina. Comprei queijo fatiado, um “pastel-de-belém”, uma fatia de bolo e quatro pães. Cada um desses itens veio numa sacolinha de plástico individual, que por sua vez foram acomodadas, as quatro, numa maior. Cinco sacolas por uma comprinha boba. E isso é a regra geral no dia-a-dia das nossas cidades, sem falar nos supermercados onde, dependendo do tamanho da compra, são gastas dezenas de sacolas por consumidor.

A sacola plástica é fabricada com um derivado do petróleo, o polietileno. O Brasil produz cerca de 18 bilhões de sacolas por ano (esse dado é de 2007) e mais de 1 bilhão de sacolas são distribuídas todo mês pelos supermercados. Oitenta por cento delas – ou seja, 800 milhões – viram sacos de lixo doméstico e vão parar em aterros sanitários onde levarão cerca de 500 anos para se decompor.

earthPara produzir uma tonelada do material com que é feita a sacolinha, são necessários 1.140 kw/hora (esta energia daria para manter aproximadamente 7600 residências iluminadas com lâmpadas econômicas por 1 hora), sem contar a água utilizada no processo e os dejetos resultantes. Dez por cento do lixo é composto de sacolas plásticas, dos quais menos de 1% é reciclado, porque é mais caro reciclar um saco do que produzir um novo.

A solução? Ora, os estudos sobre um plástico biodegradável, apesar de defendidos por alguns, não convenceu a maioria da comunidade científica, que questiona se esse plástico se degrada mesmo ou apenas se subdivide em fragmentos minúsculos, que se disseminam com mais facilidade, poluindo ainda mais. No mundo inteiro, os governos já estão tomando medidas para evitar o desastre. Nos links que lhe apresento no final deste texto você vai ver muitas informações a respeito.

ecobags2 ecobag4 ecobag6

Mas ainda penso que a forma mais eficiente de resolver o problema parece ser conscientizar a população para o uso de sacolas de pano retornáveis – as “ecobags” – ao fazerem suas compras – como era antigamente. Lembro de Mamãe saindo de casa para o açougue ou a feirinha com sua velha sacola de lona listrada de vermelho e branco. Eu mesma tenho as minhas, e sempre as levo quando vou fazer supermercado. Tenho duas de lonasacola2 branca, com um belo desenho preto, brinde da Trama Virtual; e mais duas que comprei no Pão de Açúcar, a R$ 3,80 cada, com bichos da Mata Atlântica. Tenho ainda uma quinta sacola, de um material impermeável, comprada também no Pão de Açúcar, com uma linda estampa de maracujá, que uso para carregar as compras “molhadas” – carne, congelados, etc.

Acho muito chique, meu caro leitor. Tenho orgulho de sair do supermercado sem uma só sacolinha plástica. Quanto àquela minha ida à padaria, da qual falei no ínício, eu não contei o resto. Distraída, olhando o jornal em cima do balcão, não tinha visto o balconista arrumando minhas compras. Quando vi todo aquele exagero de plástico, pedi a ele uma sacola de papel – toda padaria tem – e rearrumei as coisas dentro dela.

Não é preciso fazer sermão, nem dizer “Estou salvando o planeta!” ou coisa parecida. Se fizer isso, você corre o risco de se tornar um “eco-chato” e dilui a força da única tecnologia ao alcance de todos nós que pode mudar o mundo: o exemplo.

Veja mais sobre o assunto, principalmente a nível mundial, aqui.

E em Belo Horizonte aqui.

Em João Pessoa aqui e aqui.

E mais aqui.

barata

E falou em lixo, aparece barata! Xô, barata! Xô! Alguém mate essa barata, pelamordedeus!

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Comportamento, Qualidade de vida
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barata, ecobags, lixo, meio ambiente, poluição, sacolas plásticas
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Assédio no shopping

Clotilde Tavares | 5 de abril de 2009

shopping1Andando pelo Manaíra Shopping na tarde de ontem, provei daquilo que chamo de assédio ao consumidor.

Funciona mais ou menos assim: eu me aproximo de uma vitrine, na intenção de comprar um sapato de salto não muito alto, vermelho ou preto, baratinho, para usar com meus vestidinhos e saias do dia-a-dia. Nem bem encosto na vitrine, o vendedor encosta em mim. Boa tarde, tudo bem? Tenho vontade de dizer que não, que não está tudo bem, ando deprimida, chateada, não dormi bem, mas eu não conheço aquele camarada, como vou discutir minha vida com ele? Não posso, por outro lado, dizer que está tudo bem, porque não está. Dou então uma espécie de grunhido educado, na intenção de afastá-lo, que o inefável chato entende como um encorajamento para continuar o assédio. Aí eu vejo um sapatinho como o que eu quero, mas não é vermelho, é marrom. Começo a pensar:shopping2 será que dá certo com as minhas roupas? Dá certo com o vestido com estampa de oncinha, mas com a minha combinação de cores preferida – preto-e-branco – não dá. Com o preto-e-branco fica melhor o sapatinho vermelho. Ou então o preto, desde que eu use a bolsa vermelha, para alegrar um pouco, ou então… Aí o cara me interrompe de novo. Procurando um sapato social? Ou uma sandalinha? Pronto. Não sei mais o que eu estava pensando e me vejo de novo frente ao sapato marrom, sem me lembrar direito qual a linha de raciocínio que eu estava seguindo e nem o que era que eu queria antes. Olha moço, shopping3muito obrigada, eu estou somente olhando. Aí continuo: será que esse sapato marrom dá certo com as minhas roupas? Ah, sim fica melhor o vermelho. Mas… e esse preto aqui, com um friso vermelho bem fininho, que lindo. Será que o salto não é muito alto? Gostou desse, senhora? Qual o número? Posso pegar para a senhora? É de novo o vendedor. E eu me perco de novo sem conseguir raciocinar e decidir o que eu quero, e cansada de ter que começar tudo de novo. E olhem que isso tudo ocorre do lado de fora da loja. Desisto de entrar e é nessa parte eu vou embora sem conseguir sequer saber que tipo de sapato eu estou querendo.

Aí, entro numa loja de objetos de decoração para procurar um espelho pequeno bonitinho para completar uma composição que tenho na parede perto da porta de entrada. Fico olhando os objetos, vagueando aqui e ali, com a vendedora colada em mim. Posso sentir a ansiedade da garota tentando descobrir que tipo de artigo estou querendo, que tipo de cliente eu sou, se vou comprar ou olhar, se tenho grana ou se sou apenas mais uma pobretona desocupada passeando no shopping. Pego casualmente numa estatueta de uma coruja. Imediatamente, a jovem me explica: É uma coruja, como se eu fosse um ET que não conhece a fauna terráquea. Pego numa estatueta de coelhinho. É um coelhinho. Não me diga! Pensei que fosse um elefante…

E assim se segue a minha tarde de compras. Passo na praça de alimentação, e uma mocinha se atravessa no meu caminho: vamos comer um pizza-cone? Não, minha filha, você e eu não vamos comer nada juntas. Coma a pizza sozinha, e tenha um bom apetite. Para mim chega.

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De novo o corrimão

Corrimão dos cinemas do Midway Mall, em Natal.

Corrimão dos cinemas do Midway Mall, em Natal.

Venho há meses pedindo um corrimão nos cinemas do Manaíra Shopping. Já disse ao próprio Roberto Santiago, proprietário do shopping, que daqui a cinco anos eu não terei mais condições de descer toda aquela escadaria depois do filme, com degraus de diferentes larguras, e principalmente porque depois de duas horas sentada no ar condicionado na temperatura de geleira antártica que impera dentro dos cinemas, ao final do filme estou quase entrevada.

Vejam a foto do corrimão que há nos cinemas do Midway Mall em Natal, onde o corrimão é possível, é bem-vindo e não atrapalha a visão. Soube hoje que uma senhora de seus 75 anos caiu, e só não rolou escada abaixo porque foi amparada pela filha que estava com ela. Será que estão esperando que alguém caia de verdade e processe o shopping para que o corrimão seja instalado?

°°°°°°°°°°

Mundo cão

Saio pouco. O mundo tornou-se um lugar quente, barulhento e cheio de gente sem noção. Prefiro minha casa, e o mundo virtual que, graças a Deus, tem botão de desligar.

…………………..

Trecho de artigo

J. Roberto Witacker Penteado

J. Roberto Whitaker Penteado

“… Ouço, pela CBN, que – para entrar, pela internet, no site da prefeitura de S. Paulo o cidadão tem de comparecer pessoalmente à galeria Prestes Maia para entregar uma declaração sobre sua senha com firma reconhecida.

(…) e (precisamos) de deixar só de olhar com ódio e desânimo para a canalha que nos rouba e os inúteis que nos atrapalham, fingindo que nos governam. Precisamos acabar com eles.”

José Roberto Whitaker Penteado, o Zé Roberto da ESPM, tem uma visão lúcida e bem humorada deste país de loucos em que vivemos todos nós. Vale a pena ler seus artigos e outros textos aqui. Foi ele quem me convidou a ir ao campus da ESPM em São Paulo, em outubro de 2008, para falar sobre literatura de cordel e propaganda para os estudantes.

Daqui, como penhor da minha amizade, os confetes e serpentinas do Umas & Outras.

°°°°°°°°°°

Estou…

… OUVINDO John Legend.

… RELENDO Mulheres que correm com os lobos, para entender de novo umas coisas que havia esquecido.

… VENDO a 5a. temporada de The Sopranos, que baixei da Internet, em ato explícito de pirataria.

… BEBENDO cerveja Liber – sem álcool.

… COMENDO salada de alface com kani, champignon e molho de mostarda com mel.

… PENSANDO que eu queria mesmo era comer um pirão de corredor, com muito tutano.

… DORMINDO menos do que preciso.

… VIAJANDO quinta dia 10 para Bananeiras-PB.

… CRIANDO coragem para retomar a pesquisa genealógica.

… MANTENDO este bloguinho atualizado todo santíssimo dia.

E deixa eu ir pra minha aula de alongamento…

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Você separa o seu lixo? Eu não…

Clotilde Tavares | 30 de março de 2009
Eu moro aqui!

Eu moro aqui!

Enquanto todo mundo estava passeando ontem, no domingo, eu resolvi fazer uma faxina básica na casa. Ou melhor, no apartamento. Moro sozinha e procuro tomar conta de tudo sem empregada ou faxineira. É legal porque me mantenho ativa e desarrumo menos depois, sabendo que sou eu mesma que vou consertar a bagunça.

Aí sempre fico chateada na hora de colocar o lixo fora, porque não há coleta seletiva de lixo onde moro. Meu bairro é de classe média, o edificio em que moro é alinhado, mas o lixo vai para dentro dos tambores tudo misturado: vidro, papel, alumínio, plástico… Questionei o síndico sobre isso e ele me disse que tentou fazer uma vez uma separação do lixo, porque soube que havia um órgão da prefeitura que mandava apanhar o material para reciclagem. Ele fez uma campanha, sensibilizou os moradores mas ninguém veio buscar o lixo, apesar dos inúmeros telefonemas que ele deu lá para o tal setor. Foram se acumulando na garagem do prédio os recipientes com papel, vidro, plástico, exalando mau cheiro, atraindo insetos, até que a situação, insuportável, foi resolvida pelo síndico com a contratação de um caminhão, pago pelo condomínio, para se livrar do lixo.

E tudo voltou a ser como antes. E é de fazer dó ver o caminhão do lixo levar, três vezes por semana, doze a quinze lixaotonéis de lixo, tudo misturado.

Você pode até dizer que eu poderia separar o MEU lixo e ir entregar em algum lugar, no estacionamento do Pão de Açúcar, por exemplo, onde há grandes recipientes para receber o lixo separado.

Mas eu pergunto: e quando eu me arrumar toda pra sair, vou ter que descer no elevador carregando os sacos de lixo? E enquanto isso o lixo fica acumulado dentro do apartamento juntando baratas? Eu simplesmente o-d-e-i-o baratas! E tudo isso para suprir uma deficiência do poder público que era quem deveria instituir e manter a coleta seletiva?

No bairro onde fica a minha casa, Capim Macio, em Natal, havia uma coleta seletiva que funcionava muito bem. Não sei se continua. Mas aqui na capital parahybana, pelo menos na minha vizinhança, a coisa ainda é muito, muito precária no que se refere a esse tipo de prática.

Fica o recado a quem interessar possa.

°°°°°°°°°°

MANTER O PADRÃO

Quando o camarada monta um negócio para oferecer um serviço ao público, ele precisa manter o padrão desse serviço. Qualquer modificação só é permitida no sentido de melhorar, nunca de piorar a qualidade.

jantarDigo isso porque faz uns dias elogiei pelos jornais o restaurante Terraço Brasil, do qual gosto muito, e nessa semana que passou, mais precisamente na quarta-feira dia 25, fui lá com uma amiga para o jantar. Meu objeto de desejo era um prato que consta do cardápio,uma delícia: carne-de-sol com purê de macaxeira e jerimum. O prato é servido com uma porção de carne-de-sol desfiada e deliciosamente crocante, ladeada pelo purê de jerimum tornado irresistível por um toque de canela e outras especiarias, e o purê de macaxeira tradicional. Pelo menos foi assim que degustei esse prato no mês de janeiro.

Cruel decepção, meu caro leitor. A maravilha culinária estava completamente desvirtuada. A carne estava encharcada de óleo, o purê de jerimum só tinha gosto de água e sal, sem as especiarias, e o purê de macaxeira estava azedo, incomestível.

Não reclamei não. Penso que não adianta fazer isso lá, na hora, porque mesmo que o garçon me trouxesse outro prato, eu já havia perdido o apetite. Faço aqui o registro para chamar a atenção da necessidade se manter o padrão em tudo o que faz. Se não for assim, a capital parahybana pode enterrar em cova profunda suas pretensões à ampliação do turismo.

Vou continuar indo lá, porque gosto do lugar. Mas nunca mais arriscarei qualquer pedido. Fico na Coca Zero: é mais seguro.

°°°°°°°°°°

Trompetista - São João do Cariri/PB (Foto Umas&Outras)

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Obrigado, filho de Nossa Senhora Aparecida

Clotilde Tavares | 29 de março de 2009

PARTE 1

Ontem, sábado, acordei às oito da manhã com um carro de som postado na esquina da minha rua. Com uma voz chorosa, um homem contava uma história tão comum nos nossos dias: a de uma jovem que ao chegar em casa às seis horas da noite havia sido assaltada por dois bandidos que, não contentes em levar o pagamento que ela havia recebido naquele dia, só de maldade lhe deram uma forte pancada na cabeça, o que a deixou desmaiada durante um tempo.

Depois de socorrida, constatou-se que ela precisava “se operar com urgência pois havia um tumor de água crescendo dentro da cabeça dela”, nas palavras do “locutor”. A operação iria ser feita em Recife, e ele estava ali pedindo a ajuda e a caridade dos passantes. E dizia: “Venha, pode se aproximar, não é mentira não, venha ver a moça, ela está aqui no carro.” E as pessoas, como observei aqui da varanda do apartamento, se aproximavam para ver, algumas contribuíam, e o cara continuava a contar e recontar a história, sem esquecer de agradecer as contribuições: “Obrigado, filho de Deus. Obrigado, meu filho de Nossa Senhora Aparecida”.

E eu, que queria dormir um pouco mais neste sábado, depois de uma noite quase toda em claro, lendo e escrevndo umas coisas, tive que me levantar da cama, pensando a merda que é viver num país desse, que não protege o cidadão, que permite uma violência sem medida, como essa que vitimou essa pobre coitada, assaltada no dia em que recebu o pagamento, às seis horas da noite, na porta de casa. É uma realidade cruel e desumana que impede também que a vítima, ferida e incapacitada, tenha direito a um atendimento médico adequado, precisando se expor a pedir esmolas pelas ruas da cidade para poder arcar com o tratamento. Uma realidade f-d-p que leva o cidadão a exibir em público sua miséria, servindo de repasto para a curiosidade doentia dos que se aproximavam do carro para olhar a moça “ccom um tumor de água na cabeça”, seja lá o que isso queria dizer.

Eu assim que me acordei fiquei com raiva da barulhada que não me deixou dormir. Depois, a raiva se transferiu para esses f-d-p que se elegem e nada fazem para que coisas assim deixem de acontecer.

PARTE 2

Escrevi isso dai e fui ali almoçar com  um pessoal. Aí comentando o caso, alguém me disse: “É um golpe. Há alguns carros circulando por aí com histórias diferentes, sempre com gente que precisa se operar e que padece dos males mais bizarros“.

Eu desisto, meu caro leitor. Continuo reafirmando tudo que disse na Parte 1 sobre a desgraça que é viver num tempo desse e considero que me sinto ainda pior, porque quase me deixei enganar pelos aproveitadores da boa fé das pessoas.

°°°°°°°°°°

MORTO NA SUA IDADE

E já que o assunto está assim meio mórbido hoje, veja esse site onde você coloca a data do seu nascimento e ele lista todas as pessoas famosas que morreram com a idade em que você está agora. Mórbido e desnecessário, mas tem quem goste.

°°°°°°°°°°°

AINDA NO TERRENO DO BIZARRO…

Ana Paula Castro, 23 anos, estava esperando no carro enquanto seus sogros estavam fazendo compras no Carrefour. Muitas pessoas a viram dentro do carro com os vidros fechados, com os olhos cerrados, e com as duas mãos na nuca. Um cliente que passou por ali estranhou e foi até o carro. Ele percebeu que os olhos de Ana Paula estavam agora abertos, e que ela estava com um olhar muito estranho. Ele perguntou-lhe se estava bem, e ela respondeu que havia levado um tiro na cabeça, e estava segurando seu cérebro por mais de uma hora. O homem chamou o Corpo de Bombeiros, e quebraram o vidro para entrar no carro, porque ele estava trancado, e Ana Paula recusava-se a tirar as mãos da nuca. Quando um dos bombeiros finalmente conseguiu entender o que acontecera, notou que Ana Paula estava com uma pasta gosmenta na nuca.

Uma embalagem de 1 litro de creme de leite no banco de trás do carro estourara por causa do calor, fazendo um barulho parecido com um tiro, e o creme foi jogado para todos os lados, caindo uma parte na nuca de Ana Paula. Quando ela pôs as mãos atrás da cabeça, sentiu a massa mole e achou que fosse seu cérebro. Primeiro desmaiou, mas recuperou-se rapidamente e tentou segurar o cérebro por mais de uma hora, até que alguém chegou para acudi-la.

A EXPLICAÇÃO

Ana Paula é loura…

loira1

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O cachorro do vizinho

Clotilde Tavares | 28 de março de 2009

cachorroLá vou eu de novo, meu caro leitor, na minha eterna e incessante luta contra o barulho urbano, praga maldita que inferniza a vida dos habitantes das cidades.

Na selva de pedra, uma das coisas que mais nos incomoda, moremos em casa ou apartamento, é o latido do cão do vizinho. Alguns condomínios proíbem cachorro, outros permitem cachorros pequenos – muitos deles com um grande latido – mas, moremos em apartamento ou casa nada nos defende dos latidos incessantes, dia e noite, de animais carentes, solitários, amarrados muito tempo, doentes, famintos, sedentos ou simplesmente neuróticos, porque os cães também estão adquirindo as mazelas do ser humano.

Mas seus problemas acabaram, meu amigo à beira de um ataque de nervos. Se o seu vizinho tem um cão que não lhe dá sossego, eu descobri na Internet um aparelho mágico, que faz o cachorro parar de latir. Chama-se “Inibidor de Latidos” e pode ser encontrado no site www.eurolocks.com.br

img4444É uma invenção genial. Parece uma caixa de som de 15cm x 8 cm. Você liga na tomada e pendura do lado de fora da janela, na direção dos latidos do cão. Quando os latidos superam um determinado nível, o aparelho inicia uma emissão ultrassônica por 10 a 15 segundos, que causa somente um pequeno desconforto no animal mas nada que o prejudique ou afete a sua saúde. O animal para imediatamente de latir. E o melhor: seu vizinho nem precisa saber. Essa maravilha custa apenas R$ 169,00 mais frete, em até três vezes no cartão; se você for ao exterior pode comprar por cerca de 60 dólares.

Eis o depoimento de um conhecido sobre o desempenho do aparelho: “A cadela da vizinha latia desesperadamente toda a noite. O aparelho foi pendurado na janela do quarto, do lado de fora. Assim que a cadela late o aparelho liga sozinho. Os latidos vão parando bem rápido pois a cada latido o aparelho liga e fica uns 30 segundos ligado. E o cachorro para de latir. O aparelho é muito bom e fácil de instalar. Basta deixá-lo na direção do cão.” E acrescenta, com uma pitada de maldade: “É muito engraçado você olhar o cachorro procurando a fonte do ruído.” Genial, não é mesmo?

CRUNCHING DOG

crunchingdog

Olhe que bonitinho! Achei aqui

°°°°°°°°°

COMO CRISTO NA CRUZ

assaltoLá estava eu no centro da cidade, sol a pino, calor abrasador, voltando de um reunião do Instituto de Genealogia. Um mulher emparelhou comigo. “Cuidado na bolsa”, disse ela. “Vinha dois caras ali atrás, colados com a senhora. Acho que eram ladrões.” Bem, eu ando agarrada com a minha bolsa, atracada, e não largo dela um instante. Agradeci e como já estava pertinho do estacionamento, entrei no carro e segui para o supermercado, onde ia fazer as compritchas da semana. Chegando lá, ao entrar no banheiro para me arrumar um pouco, qual não foi a minha surpresa quando dei por falta da volta que levava ao pescoço. Nada de mais, uma coisinha baratinha, que deve ter custado ai uns 40 reais, mas que parecia coisa boa, de ouro. Aí fiquei pensando: será que o ladrão tirou a volta do meu pescoço e eu nem vi? Provavelmente foi, porque o fecho estava em perfeito estado, a corrente era grossa e eu não senti nenhum empurrão ou qualquer tipo de contato.

Ficaram duas sensações estranhas. A primeira, de que um homem tocou a minha nuca e eu não senti; e a segunda, de que andar pelo centro da capital parahybana é a mesma coisa que estar como Cristo na cruz: com um ladrão de cada lado…

°°°°°°°°°°

ESTOU…

… PLANEJANDO passar a semana santa numa cidade pequena e bonitinha, pra fazer muitas fotos.

… USANDO esmalte rosa antigo na unha bem curtinha.

… ACREDITANDO que vou conseguir manter o blog atualizado todo dia.

… PRATICANDO GTD, devagar e sempre.

… PLANTANDO verde pra colher maduro.

… TWITTANDO uma vez por dia.

… DERRETENDO nesse calor.

°°°°°°°°°°

Até amanhã, ou antes disso, quem sabe, em edição extraordinária!

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