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Cora Coralina, doceira e poeta

Clotilde Tavares | 26 de outubro de 2009
Igreja da Boa Morte em Goiás Velho.

Igreja da Boa Morte em Goiás Velho.

Já andei por aqui falando de uma visita que fiz a Goiás Velho, a antiga capital do estado de Goiás, um lugar lindo, encantado, cheio de recordações de um tempo antigo, com igrejas, casarões e chafarizes de encher os olhos.

Lá também foi a morada da poeta/doceira Cora Coralina, de quem visitei a casa agora transformada em museu, guardando todos os objetos do dia-a-dia da poeta, como a cadeira onde escrevia, seus tachos de fazer doce, seus livros na estante, seus vestidos.

Pois é com grande prazer que apresento hoje um indispensável complemento dos encantos dessa cidade: o livro  “Cora Coralina, doceira e poeta”. Que livro maravilhoso, meu caro leitor! Uma viagem poético-visual-saborosa em torno do universo de Cora, especialmente da sua atividade à frente do fogão e dos seus tachos de cobre, o que a levou a dizer: ” – Sou mais doceira do que poeta”.

O livro é um edição da Global Editora, em tamanho grande (30×23 cm) capa dura, magnificamente ilustrado por Claudia Scatamacchia e com fotos das receitas por Cristiano Lopes. Tem textos sobre Cora de sua filha Vicencia Bretas Taham, do neto de Cora, o advogado e jornalista Flavio de Almeida Salles Junior, além de texto de J. A. Dias Lopes, jornalista e gourmet.

A Casa Velha da Ponte.

A Casa Velha da Ponte.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto, a Cora Coralina, nasceu na cidade de Goiás Velho, mas saiu de lá bem jovem, indo morar em São Paulo. Voltou a Goiás Velho aos 45 anos de idade e, tornando a habitar na casa velha dos seus ancestrais, chamada a Casa Velha da Ponte, começou a fazer doces para sobreviver. Escrever já era hábito desde os 14 anos de idade. Publicou seu primeiro livro com 75 anos e, reconhecida nacionalmente tanto como doceira como quanto poeta, falceceu aos 96 anos, deixando vários livros publicados.

Esta publicação traz suas receitas, apresentando o texto na redação original de Cora e em seguida sua interpretação, com as quantidades, para que eu ou você possamos repeti-las. Isso porque a receita original geralmente é escrita sem as quantidades, ou com quantidades aproximadas, tornando impossível a sua reprodução por uma pessoa com dotes culinários reduzidos, como esta blogueira e quem sabe muitos dos seus leitores.

Cora Coralina.

Cora Coralina.

A viagem é doce, saborosa e cheia de poesia, pois as receitas são entremeadas com fotos da cidade, da casa, e com poemas de Cora. São doces, bolos, pudins, biscoitos, broas, geléias, cremes, licores e vinhos caseiros, todos com fotografias e todos de dar água na boca.

Eu adorei esse livro que a Global editou para celebrar os 120 anos de nascimento desta mulher espetacular, que nos deixou esse legado poético de doces delícias, esse versos cheios de sabor, e o exemplo de sua vida.

cora_no_fogao

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casa velha da ponte, Cora Coralina, Cora Coralina Doceira e Poeta, cozinha goiana, Global Editora, Goiás, Goiás Velho, igreja da boa morte, Vila Boa de Goiás
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Cappela degli Scrovegni

Clotilde Tavares | 13 de outubro de 2009

Existe na Itália, na cidade de Pádua, uma pequena capela decorada com pinturas de temática religiosa que é uma das obras primas da Humanidade. É a Cappella degli Scrovegni, trabalho sem igual da pintura do século XIV, ou “Trecento” italiano, realizado por Giotto e considerado o ciclo mais completo de afrescos realizado pelo grande mestre toscano na sua maturidade.

Tais pinturas exerceram uma influência marcante em todo o desenvolvimento da arte pictórica não somente na Itália mas também em outros países da Europa pela cor, pela luz, pela inovação da representação em perspectiva e pelos sentimentos que despertam em quem contempla essas cenas sagradas.

Foi construída pelo rico banqueiro italiano Enrico Scrovegni em 1303, anexo ao palácio da família, com a intenção de salvar das chamas do inferno o seu pai, um agiota, morto há pouco tempo. Nessa época, Giotto já era um artista célebre: havia trabalhdo para o papa na Basílica de São Francisco em Assis, em São João de Latrão em Roma, e em Pádua na Basílica de Santo Antonio e no Palácio Comunal. Ao encomendar a obra, o banqueiro pediu a Giotto para representar uma sequência de histórias do Velho e do Novo Testamento, culminando com a morte e a ressurreição do Filho de Deus e o Juízo Final, com o objetivo de levar os visitantes que penetravam na capela a meditarem sobre o sacrifício de Cristo para salvar a Humanidade.

Concluído em apenas dois anos, o ciclo pictórico da capela é dividido em três temas principais: os episódios da vida de Joaquim e Ana (pais da Virgem Maria) e os acontecimentos da vida e morte de Cristo. Além disso, há ainda uma série de pinturas que ilustram alegoricamente os Vícios e as Virtudes, culminando com a representação do Juízo Final.

No século 19 o patrimônio foi abandonado e começou a se deteriorar. As pinturas se esfarelavam e se transformavam em pó, correndo risco de destruição total. A Prefeitura da cidade de Pádua interveio e tombou a construção, mas as restaurações realizadas não obtiveram êxito. Finalmente, as modernas tecnologias mobilizadas conseguiram, no ínício do ano 2000, estabilizar o monumento, impedir a deterioração e, em seguida, realizar a restauração.

Atualmente, a Cappella degli Scrovegni está restaurada com suas vívidas cores originais e aberta à visitação pública, mas de uma forma muito especial: quem quiser visitá-la precisa agendar essa visita com antecedência, e são permitidos apenas 25 visitantes de cada vez no seu interior. Antes de entrar no recinto da capela propriamente dita, a pessoa deve permanecer por 15 minutos numa sala especial para estabilização do microclima interno; somente então pode ser admitido no recinto da capela propriamente dita, onde não pode permanecer mais de 15 minutos.

Fora isso, o visitante pode ter acesso a uma sala multimídia onde, através de vários instrumentos de informação – videos, imagens, reconstrução virtual – toma conhecimento detalhado das pinturas, do trabalho de Giotto e do contexto no qual ele produziu suas obras. O preço da visita é de 12 Euros e é possível agendar através do site oficial do monumento.

Quando vejo essas coisas, além da paixão que me move pela Arte daquele período, vem imediatamente à minha lembrança o costume do nosso público de entrar nos teatros, muitas vezes seculares, portando refrigerantes e salgadinhos, ou de reclamarem quando em outros locais se proíbe a etnrrada com qualquer tipo de alimento. Retornam à minha mente cenas que já vi, de pessoas esfregando o dedo em quadros expostos em museus, colocando os pés em cima das cadeiras nos teatros, vandalizando, destruindo, contaminando, uns por ignorância e falta de educação, outros pelo prazer de destruir.

Ainda estamos muito distantes dos visitantes da capela italiana, que se submetem a ficar durante quinze minutos trancados em uma sala climatizada com a finalidade de equilibrarem a temperatura de seus corpos para que a umidade gerada não danifique as obras de arte!

Penso que a nossa caminhada na construção de um comportamento civilizado é muito longa ainda, meu caro leitor, mas tenho esperança de que um dia chegaremos lá.

Aproveite e veja o video sobre a Capela.


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ate renascentista, Cappella degli Scrovegni, Giotto, Italia, Padua, Scrovegni, trecento, turismo em Pádua, turismo na Itália
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O 11 de setembro

Clotilde Tavares | 11 de setembro de 2009

No dia 11 de setembro de 2001 eu estava em Natal na sala de espera do consultório da Dra. Joaquina Fernandes Vieira, minha colega e amiga Quinquina, otorrinolaringologista que sempre dava um jeito nas minhas frequentes crises de sinusite. A um canto, lia um livro sem prestar atenção na TV quando vi que o noticiário havia mudado de tom e transmitia um incêndio em um edifício. Como o som da TV estava baixo, perguntei a alguém o que era aquilo. A pessoa respondeu “Parece que é um incêndio em São Paulo!” “Em São Paulo o que!” eu disse, me aproximando da tela. “Isso é Nova Iorque, e é o World Trade Center!” Nem bem eu havia dito isso, quando o segundo avião se chocou com a Torre Sul bem na minha frente e eu entendi imediatamente que aquilo devia ser um atentado. Aí, chegou a minha hora de entrar para a consulta.

Ao terminar, saí da sala da médica a tempo de ver o terceiro avião se chocar com o Pentágono. Ia fazer algumas coisas depois do consultório, mas resolvi ir para casa, e dirigi até lá sob o terror de que os Estados Unidos decidissem uma ação de retaliação que lançasse o mundo num holocausto incontornável.

Coxixola-PB

Coxixola-PB

Liguei para os meus irmãos, e a pergunta era: “Se houver algo assim, o que é que a gente faz?” E Pedro, que mora em Campina, e que não estava tão apavorado quanto eu, mostrou a solução: “Se a coisa pegar fogo, a gente evacua a família inteira para Coxixola.”

Mas por que Coxixola, perguntará o meu caro leitor? O que é Coxixola? Onde é Coxixola? Explico. Coxixola é uma pequena cidade, uma cidade mínima, que fica no Cariri paraibano, fazendo limites com Serra Branca, Congo, Caraúbas e São João do Cariri. É o menor município da Paraíba. É também a cidade natal da minha mãe e, talvez por ela sempre falar da sua cidade-berço com tanto carinho e saudade, sempre nos deu a idéia de um lugar escondido, inacessível, distante, protegido das desgraças do mundo, e ao mesmo tempo mágico, cheio de bucolismo, de lendas e de histórias, como se fosse São Saruê, a Terra do Nunca, o País das Maravilhas e a floresta de Brocéliande, tudo junto, reunido num lugar só.

Um pontinho no mapa

Um pontinho no mapa

Na década de 1960, aos quinze anos de idade, fui conhecer Coxixola e me encantei com o minúsculo lugarejo que, naquele tempo, era apenas uma rua, duas fileiras de casas, onde as pessoas mais velhas ainda se lembravam do meu avô Pedro Quirino. Sem muita coisa para fazer, naqueles ermos, divertia-me com as primas a explorar os arredores, e conversar com as pessoas. Foram dias que jamais esquecerei, andando sozinha pelos matos, vadeando riachos, subindo e descendo serrotes e ouvindo o grito das maracanãs quando passavam de tarde em revoada sobre as vazantes.

Quando queria aborrecer Mamãe, Papai fazia a maior gozação da cidadezinha, dizendo que Coxixola não aparecia no mapa. Mamãe ia buscar o Atlas e, com orgulho, mostrava o minúsculo pontinho perdido no meio do Cariri. Então, o que não diriam eles hoje se vissem a pequenina Coxixola na rede mundial dos computadores? Pois é, meu caro leitor. Coxixola agora tem status de município digital. Orgulhosa e faceira, mostra através de fotos e informações as suas prendas e riquezas.

Entrada da cidade

Entrada da cidade

Penso nos olhos da minha mãe, como brilhavam quando ela se lembrava do seu berço natal. A família foi expulsa do Cariri pela seca de 1927, quando foram todos para Angelim, Pernambuco, e onde ficaram até a vida adulta. Mesmo assim, quando chovia, meu avô voltava ao Cariri, para ver “tanta boniteza, pois a natureza é um paraíso aberto”, como nos versos imortais do poeta.

Herdei esse amor todo por aquela terra e Coxixola, apesar de continuar sendo um pequeno pontinho no Atlas, para mim sempre será um porto seguro inacessível a qualquer catástrofe, uma estrela plantada no meio do Cariri, no mapa do meu coração.

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11 de setembro, Cariri Paraibano, Coxixola, Dra. Joaquina Fernandes Vieira, World Trade Center
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Goiânia, e seu zoo

Clotilde Tavares | 30 de julho de 2009
Goiânia vista do zoo.

Goiânia vista do zoo.

Em 2006 fiz uma viagem grande pelo Brasil e entre os lugares que vi e que gostei está a cidade de Goiânia. Na verdade, a minha ida a Goiânia foi mais para de lá ir a Goiás Velho, a antiga capital do estado de Goiás – da qual já falei em outro post. O caso é que, chegando em Goiânia, e como Goiás Velho só me consumiu um dia, resolvi conhecer a atual capital do estado.

Uma das primeiras coisas de que gostei foi que no hotel me informaram que eu ia poder andar para onde quisesse, a pé e sozinha, que a cidade era segura. E eu fui mesmo. Saí num feriado, de manhã, pelo centro da cidade, fui a museu, entrei em igrejas, andei, virei, mexi, depois peguei um ônibus e atravessei a cidade para ir a um shopping. Uma tranquilidade, ninguém me incomodou e em nenhum momento me senti insegura. Adorei a cidade, virei fã.

Imagine um hipopótamo...*

Eu adoro os hipopótamos!

O que mais gostei em Goiânia foi o Zoológico, onde passei, digamos assim, o “miolo” deste dia maravilhoso. Cheguei lá umas nove e meia da manhã e saí era quase duas da tarde, de onde peguei o ônibus – o sistema de transporte também era muito bom – para ir ao shopping.

O curioso é que o zoológico de Goiânia é no centro da cidade, uma verdadeira ilha abençoada por árvores e uma vegetação luxuriante, com animais de todo o tipo – eu, que sou doida por bicho, quase enlouqueço diante dos animais, todos muito bonitos e bem tratados. Fiz dezenas de fotos. Fiquei muito triste há uns dias quando vi no Jornal Nacional que alguns animais tinham morrido de causas desconhecidas – uma onça, um hipopótamo, uma girafa, um jacaré… –  e quando vi na televisão o grande hipopótamo estirado no chão, inerme e inútil, fiquei pensando: será este o mesmo bicho que eu fotografei naquela manhã maravilhosa?

Guardo boas recordações e no meu celular, até um dia desses, havia ainda gravado o grito dos macacos, que eu usava às vezes como campainha de alerta avisando que algum chato estava me ligando…

Veja algumas fotos que fiz, em tamanho maior.

Quais serão os sonhos dele? Alguma gazela ágil e saltadora?

Quais serão os sonhos dele? Alguma gazela ágil e saltadora?

Bem alimentada, ela deu um mergulho e agora procura um local para cochilar...

Bem alimentada, ela deu um mergulho e agora procura um local para cochilar...

Enquanto os outros bichos dormem, ele está sempre ocupado com algo.

Enquanto os outros bichos dormem, ele está sempre ocupado com algo.

Que lugar lindo, minha gente! Merece uma visita.

Que lugar lindo, minha gente! Merece uma visita.

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Goiânia, Goiás, hipopótamo, turismo, zoológico
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Goiás velho

Clotilde Tavares | 25 de julho de 2009

Uma leitora descobriu um texto meu perdido na Internet, um texto que escrevi sobre a cidade de Goiás Velho, quando lá estive em novembro de 2006. Escreveu-me um e-mail, encantada com o texto e as fotos. Aí, eu resolvi compartilhar aqui com os meus leitores do Umas & Outras depois de fazer algumas – pequenas – modificações.

As fotos vão após o texto, com legendas. Todas feitas por mim, de forma amadora e amorosa. O lindo dia ajudou muito.


Numa dessas minhas viagens, fui conhecer uma cidade que há muito cutucava a minha curiosidade: a cidade de Goiás, ou Goiás Velho, ou Vila Boa de Goiás, antiga capital daquele estado até que a capital foi transferida para Goiânia na década de 1930. Goiás também é a terra de Cora Coralina, a poetisa-doceira, e é lá que mora Dom Marcelo Barros, monge beneditino a quem admiro pela postura ecumênica que pratica à frente do Mosteiro da Anunciação do Senhor do qual é prior.

Patrimônio Mundial da Humanidade pelo seu casario e igrejas do século XVIII, é uma cidadezinha perdida entre serras, cortada pelo suave marulhar do Rio Vermelho. A cavaleiro da ponte fica a casa de Cora Coralina, transformada em museu, com os objetos da escritora arrumados de tal forma que dá a impressão que ela vai sair dali a pouco de um dos quartos ou da cozinha para se sentar na sua cadeira preferida, em um cômodo no miolo da casa, de onde podia ver tudo que acontecia à sua volta. Vestidos, sapatos, objetos pessoais, e a estante de livros, mostrando que Cora era uma leitora e eclética: vi desde Agatha Christie até a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna.

Depois da casa de Cora foi um tal de subir e descer ladeiras, visitando igrejas e museus; e fiquei impressionada com o acervo do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que funciona na Igreja do mesmo nome e da qual sai a Procissão do Fogaréu, que tornam as comemorações da Semana Santa de Goiás famosas no Brasil inteiro. Vi, deslumbrada, as espetaculares criações do santeiro J. J. Veiga Vale, que viveu na cidade no século XIX, o palácio do Conde dos Arcos, a Igrejinha de São Francisco de Paula, o Mercado Público, o Museu das Bandeiras (antiga Casa da Câmara e Cadeia), o monumental Chafariz. Tudo isso, sem falar no casario esplendidamente conservado, faz de Goiás Velho um passeio imperdível. Fica a cerca de 140 km de Goiânia, e tem ônibus de hora em hora.

Além de ver os prédios e edificações, conversei com o povo. O sotaque torna às vezes a fala incompreensível, no ínício: mas com um pouco de boa vontade, começamos a nos entender e no final descobri que eles estavam rindo era do meu sotaque! Nesse clima, almocei lautamente feijão tropeiro, ensopado de chuchu e abobrinha, costela de porco. Comi o empadão goiano, cujo recheio é uma mistura de carne, frango, lingüiça, azeitona e temperos variados, tudo muito picante, e comi o famoso doce de frutas cristalizadas, um dos doces mais espetaculares que já comi na minha vida.

Turismo para mim é isso: andar sozinha, sem roteiro, sem guia, sem pacote, fotografando, perguntando, comendo, bebendo, conhecendo gente. Bom demais.

A casa velha da Ponte, morada de Cora Coralina, hoje museu.

A casa velha da Ponte, morada de Cora Coralina, hoje museu.

Igreja da Boa Morte, agora Museu de Arte Sacra. A única igreja barroca da cidade.

Igreja da Boa Morte, agora Museu de Arte Sacra. A única igreja barroca da cidade.

Igreja de São Francisco de Paula, legítimo exemplar do colonial goiano.

Igreja de São Francisco de Paula, legítimo exemplar do colonial goiano.

Mercado Público, com sua arquitetura neoclássica do início do seculo XX.

Mercado Público, com sua arquitetura neoclássica do início do seculo XX.

Almoço goiano, apimentado, engordativo, um veneno, uma delícia!

Almoço goiano, apimentado, engordativo, um veneno, uma delícia!

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As igrejas do interior – IV

Clotilde Tavares | 9 de junho de 2009

Mande para o blog a foto igreja da sua cidade, se for uma cidade pequena, do interior. Mande de preferência uma foto feita por você, ou por alguém conhecido, uma foto que não seja profissional, para evitar problemas com direitos autorais de publicações de fotos, que existem e devem ser respeitados. E segue mais uma edição das nossas igrejas, desta vez a quarta edição publicada aqui no blog. Para ver as outras, clique no link CATEGORIAS, na coluna da direita. O email é contato@clotildetavares.com.br

Alcântara-MA. Foto de Karl Leite.

Alcântara-MA. Foto de Karl Leite.

Santana do Matos-RN. Foto de Alex Gurgel.

Santana do Matos-RN. Foto de Alex Gurgel.

Pombal-PB. Foto de Guy Joseph.

Pombal-PB. Foto de Guy Joseph.

Remigio-PB. Foto de Karl Leite.

Remigio-PB. Foto de Karl Leite.

Rio Tinto-PB. Foto Guy Joseph.

Rio Tinto-PB. Foto Guy Joseph.

Umarizal-RN. Foto de Karl Leite.

Umarizal-RN. Foto de Karl Leite.

Vila Montemor, Rio Tinto-PB. Foto Guy Joseph.

Vila Montemor, Rio Tinto-PB. Foto Guy Joseph.

Florânia-RN. Foto de Alex Gurgel.

Florânia-RN. Foto de Alex Gurgel.

Aquiraz-CE. Foto de Karl Leite.

Aquiraz-CE. Foto de Karl Leite.

Parelhas-RN. Foto de Hugo Macedo.

Parelhas-RN. Foto de Hugo Macedo.

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Fotografia e design, Viagens e turismo
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arquitetura, Fotografia e design, igreja
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Doce de pelo

Clotilde Tavares | 8 de junho de 2009

casc100Em um livro de Câmara Cascudo, Viajando o Sertão, ele faz referência a um certo “doce de palmatória” que havia comido em Assu, cidade do Rio Grande do Norte pela qual o grande folclorista passou, na viagem à qual se refere o título do livro, realizada entre 16 e 28 de maio de 1934.

Curiosa que sou, e metida também a aventureira, refiz esse trajeto de Cascudo 65 anos depois de realizado, no ano de 1999, como você pode ver clicando aqui. A viagem foi gloriosa, cheia de experiências, visões, sabores e poesia, e se nunca publiquei esse relato é porque ninguém se interessou por editá-lo e eu não tinha – e nem tenho – dinheiro suficiente para tanto. Dorme sossegado numa das minhas gavetas, na companhia de textos e mais textos que tiveram o destino do ineditismo. Já escrevei esses mesmo parágrafo em outro post deste blog, aqui.

Ao fundo, a Serra Braca. A foto é de Gustavo Moura, que foi comigo em um trecho da viagem.

Ao fundo, a Serra Braca. A foto é de Gustavo Moura, que foi comigo em um trecho da viagem.

Uma das coisas que não consegui fazer na viagem foi conhecer o tal doce, que Cascudo teria degustado em Assu, em jantar oferecido pelo Dr. Ezequiel Fonseca. Gosto de comer coisas esquisitas, de sabores exóticos, e quando me deparei com essa referência, principalmente quando Cascudo diz que o doce era “superior às geléias de morango”, fiquei curiosíssima.

Ao chegar em Assu, fui informada de que o tal doce de palmatória era chamado de “doce de pelo” e que não era típico de Assu, mas de Angicos, cidade próxima. Embora me mimassem com uma sobremesa deliciosa de mel de engenho com farinha de rosca, não foi possível degustar o tal doce de pelo, que eu não conseguia imaginar como seria.

Carmen Vasconcelos

Carmen Vasconcelos

Finalmente, depois de mais de um ano assuntando aqui e ali em busca do tal doce, consegui ter acesso a esse prodígio da culinária angicana pelas mãos da poeta Carmen Vasconcelos, que me trouxe uma porção, preparada pelas mãos de Dona Terezinha, sua mãe, ambas angicanas de quatro costados. Lá se vão dez anos, mas a experiência sensorial e gustativa foi marcante, e para mim parece que foi ontem.

O doce é estranho. Imagine você que com tanta coisa no mundo para transformar em doce, o cristão inventa de tirar a polpa de uma palmatória cheia de pelos (daí o nome “doce de pelo”). A primeira coisa que se faz, depois de colhido o fruto da palmatória, é tirar-lhe os pelos, ou espinhos; a rigor, o doce de pelo não tem pelo. Bem, uma vez eliminado o pelo, retira-se a polpa do fruto, que se parece assim com um algodão acinzentado e um pouco úmido, polpa essa que também pode ser comida tal e qual, acrescentando-se apenas um pouco de açúcar, parecida com a polpa do ingá. Dessa polpa é que se faz o doce.

Glóbulos

Pérolas douradas de sol.

E o sabor? Bem, o sabor logicamente é de doce, mas feche os olhos e imagine-se colocando na boca um glóbulo do tamanho de uma uva grande e sentir esse glóbulo se desmanchar como minúsculas pérolas douradas dentro da sua boca. Sim, porque o gosto desse doce é dourado, cor de ouro.

As pérolas de ouro ficam rolando deliciosamente dentro da sua boca, numa experiência sensorial única, onde o sabor e a textura se misturam com a sensação de cor-de-ouro, do sol escaldante do sertão acumulado e concentrado no fruto áspero da palmatória e revelado pelas mãos sábias das doceiras angicanas.

Existem coisas, caro leitor, que a gente não deve morrer sem fazer. Provar o doce de pelo é uma delas. Iguaria dos deuses, sabor estranho, frutos dourados do sol: tudo isso é o doce de pelo, glória da nossa culinária popular.

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Abobrinhas

Clotilde Tavares | 3 de junho de 2009

HAGIOLÓGIO

clotildeHoje, 3 de junho, é dia de Santa Clotilde. Bela, virtuosa, cristã, rainha de França, conseguiu converter o rei Clóvis – seu marido – e toda a França ao catolicismo.

Em tudo diferente dela, cheia de defeitos e pecados, nunca consegui converter ninguém a coisa nenhuma.

Nem por isso deixo de me mirar no doce exemplo da compassiva rainha e aspirar à santidade… pelo menos por um breve instante. Depois, retorno à normalidade.

°°°°°°°°°°

Bem melhor da gripe, com a tosse quase amainada, estou bem mais feliz e sossegada. Porque aqui pra nós, essa gripe é uma barra tão pesada que nos últimos dias eu andava assim: comendo sabão em pó pra cuspir espuma nos outros…

°°°°°°°°°°

Estou aflita com a temporada nova de algumas das minhas séries preferidas que começam neste mês de junho. Aflita porque eles mudaram os horários, e seriados importantes estarão coincidindo, como Desperate Housewives com E.R. Para completar o furdunço, os filmes do canal Warner agora vão ser dublados. Eu odeio.

°°°°°°°°°°°

Viajar, viajar...

Viajar, viajar...

E essa chuva, hein? Que não para? E que a cada ano é mais intensa? Só espero que quando o Dilúvio Uiversal Parte II chegar eu não esteja mais neste planeta, porque nunca tive vocação para Arca de Noé.

°°°°°°°°°°

Que coisa terrível esse acidente com o avião da Air France! Por causa disso, dei um basta nos meus planos de viagem. Tou morrendo de medo de subir num avião. Mas sei que isso é por enquanto. Depois a gente esquece e volta a voar outra vez. Life goes on.

Achei aqui.

Achei aqui.

°°°°°°°°°°

Fui criada me comportando bem dentro de casa, porque “costume de casa vai à praça”. Deixando sempre um pouquinho de comida no prato para não parecer esfomeada. Chamando as pessoas de Sr. e Sra. até receber autorização para o Você. Levantando e cedendo lugar aos mais velhos: no ônibus, na sala de espera… (Agora eu sou ” a mais velha”, mas ainda levanto para alguém mais velho do que eu ). Mastigando com a boca fechada. Ficando em silêncio no cinema. Não penteando o cabelo nem colocando baton em público. Esperando a minha vez para falar, sem interromper os outros no meio da frase.

E cada vez mais sem achar canto no mundo de hoje.

°°°°°°°°°°

Nunca mais fui ao cinema. Desde Volverine, que prometi, prometi e não assisti. E depois veio a gripe, com a tosse. Agora quem sabe? A tosse passa e eu volto à sala escura. Estou fazendo duas coleções de filmes ótimas: a coleção da VEJA, semanal, que são 52 filmes; e a da Folha de São Paulo, também semanal, com 20 filmes. As coleções são diferentes umas das outras. Toda noite em sessão privê aqui em casa. Privê porque sou somente eu. Os últimos que vi foram Out of Africa, com Meryl Streep e Grande Hotel, com Greta Garbo.

°°°°°°°°°°

E até amanhã!

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As igrejas do interior – III

Clotilde Tavares | 17 de maio de 2009

Volto aqui com as imagens das igrejas das pequenas cidades do interior, tão significativas para o povo que ali vive. Algumas antigas, bem conservadas, guardando ainda traços do barroco tardio, como a de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, mostrada aqui. Outras singelas e pobrinhas, mas belas exatamente por isso: pela singeleza.

As fotos estão creditadas aos autores: quando não há o crédito, é porque são minhas. Fotos sem crédito não serão publicadas.

Areia Branca-RN.

Areia Branca-RN. Foto de Alexandro Gurgel.

Paraú-RN.

Paraú-RN.

Caraúbas-RN.

Caraúbas-RN.

Caicó-Rn. Foto de Karl Leite.

Caicó-RN. Foto de Karl Leite.

Apodi-RN.

Apodi-RN.

Santa Cruz-RN. Foto de Hugo Macedo.

Santa Cruz-RN. Foto de Hugo Macedo.

Pedro Velho-RN. Foto de Karl Leite.

Pedro Velho-RN. Foto de Karl Leite.

Acari-RN.

Acari-RN. Foto de Hugo Macedo.

Itapetim-PE

Itapetim-PE

Tangará-RN. Foto de Karl Leite.

Tangará-RN. Foto de Karl Leite.

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A cruz dos heróis

Clotilde Tavares | 15 de maio de 2009

Este texto foi publicado originalmente na Tribuna do Norte, de Natal, em 1999, depois que cheguei de uma viagem que fiz pelo interior do Rio Grande do Norte repetindo o trajeto que Luís da Câmara Cascudo fez em 1934 e que deu origem ao livro Viajando o Sertão.  A minha intenção, terminada a viagem, era a publicação do relato. mas como não houve quem se interessasse em editar, e eu estava sem grana na época, o texto permanece até hoje dormindo na gaveta onde eu vou, de vez em quando, pegar um pedacinho dele para servir aos leitores.


Muita história existe por aí por esse sertãozão. Já dizia o mestre Guimarães Rosa que o sertão é do tamanho do mundo, e vai ver que é mesmo. O meu caro leitor não imagina o que existe por aí por esse interior, para se conhecer, para se descobrir, para se entender.

Em Lucrécia-RN, pertinho da cidade, tem uma cruz plantada na beira da estrada com uma placa com o seguinte dístico: “A cruz dos três heróis. Francisco Canela, Sebastião Trajano e Bartolomeu Paulo sucumbiram neste lugar pelas mãos assassinas de Virgolino Lampião na destemida missão de liberdade de Egidio Dias da Cunha, em 12 de junho de 1927.” O lugar chama-se Caboré, e foi palco dessa sangrenta história que está lá todinha, muito bem contada no livro de Raul Fernandes “A Marcha de Lampião”.

A cruz dos heróis, em Lucrécia-RN.

A cruz dos heróis, em Lucrécia-RN.

A história é a seguinte: os cangaceiros, vindos do Ceará, entraram no Rio Grande do Norte com o intuito de invadir Mossoró. Pelo caminho assaltavam vilas e cidades, e faziam reféns para obter dinheiro. Um deles foi o fazendeiro Egidio Dias, pelo qual os bandoleiros estavam pedindo dez contos de réis.

Rapazes amigos da vítima, corajosos, temerários mas inexperientes, resolveram ir enfrentar os cangaceiros e resgatar o refém. Tudo foi combinado enquanto estavam em um forró, após algumas doses.

É Raul Fernandes quem conta: “A rapaziada saiu despreocupada, em algazarra, estrada acima. Os cabras, emboscados no sítio Caboré, aguardavam que chegassem ao alcance de tiros certeiros. De súbito, ouve-se uma descarga, seguida de outra. Os da frente caíram varados de balas.”

Foram mortos cruelmente os três rapazes que encabeçavam a marcha. Os outros, ao ouvirem os tiros, se jogaram ao chão e rastejaram para dentro do mato, voltando bem mais tarde para recolher os corpos dos amigos.

Zé Maia e Rita Cesária, memória viva da cidade.

Zé Maia e Rita Cesária, memória viva da cidade.

Zé Maia, com quem conversei em Lucrécia, contemporâneo desses acontecimentos, complementa a história e dá detalhes: “Ajuntaram e foram com uma pistola velha, pau, um rifle velho, pra ir atrás de Lampião que tava com um bando de 60 homens. Quando iam conversando, pei-pei-pei, pei-pei-pei, aí Lampião apontou. Dois caíram logo e o tal do Bartolomeu tinha chegado há pouco tempo, era um primo da gente, do exército, um rapaz novo, dizem que ele atirou com a arma de fogo, dizem até que ele matou um, mas os cangaceiros pegaram ele, cortaram os braços, regetaram as pernas, furaram os olhos, destamparam a cabeça, ficou um bagaço. Aí falam que Lampião disse: – Um homem daquele não era pra nós ter matado não, era pra nós ter conduzido ele.” Quanto ao refém, conseguiu fugir, aproveitando-se de uma distração dos bandidos. Raul Fernandes conta que Egídio Dias “desata, com os dentes, o nó da corda. Tira o paletó e a camisa. Arruma as vestes no chão e coloca o chapéu, no lugar da cabeça, de modo a simular sua presença.”

Egídio Dias foi o único prisioneiro a conseguir escapar de Lampião. “Força de reza, minha filha!” confidenciou-me Rita Cesária, mulher de Zé Maia. “Foi a mulher dele que rezou, reza forte. Chegou em casa muito judiado, muito maltratado, mas escapou. Força de reza.”

E quem sou eu pra duvidar?


Mais sobre a minha viagem, aqui.

E para mais histórias ou informações sobre o cangaço acesse o blog da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

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