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Descansar carregando pedras

Clotilde Tavares | 5 de janeiro de 2011

Daqui a pouco estarei indo para um paraíso a 90 km de Natal, a Praia da Pipa, onde supostamente vou descansar, variar da rotina e escrever um livro.

Não sei se vou conseguir, em uma semana, fazer tudo isso aí que me propus. Mas não custa nada tentar.

A Praia da Pipa é um destino turístico muito charmoso e elegante, recebe gente do mundo inteiro e eu, que conheci a Pipa quando era apenas uma aldeia de pesca, vou agora ver bem de perto o que o turismo fez com ela.

Além disso, se eu conseguir pelo menos esboçar o texto no qual transitam os personagens de quem falei no post anterior, pode ser que essas criaturas se acalmem e me deixem em paz.

Darei notícias.

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Viagens e turismo
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Pipa, Praia da Pipa
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Eles não deixam

Clotilde Tavares | 4 de janeiro de 2011

Falta sossego pra escrever.

Falta sossego para sentar em frente ao teclado, focar o juízo e desenvolver uma ideia ou um raciocínio, defender um ponto de vista, inventar uma crônica sobre o nada e sobre coisa nenhuma.

Isso acontece quando há dentro de mim uma história querendo sair, um livro novo se gestando, com os personagens andando aleatoriamente por dentro da minha cabeça ou criando vida e me aparecendo pelos cantos mais inusitados da casa, mas ainda sem se entenderem uns com os outros ou saberem o que vão fazer.

Uma multidão de gente diferente, cada um com sua história, sua cara e seus objetivos, alguns sem objetivo algum, mas todos eles barulhentos, incomodativos, reclamadores de atenção, que é assim que são os personagens quando são inventados, antes que a gente – a gente que escreve – submeta eles à constrição e à disciplina do texto.

Por isso fica difícil escrever sobre outra coisa.

Eles não deixam.

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escrever, escritor, vida de escritor
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Ainda falta muito

Clotilde Tavares | 1 de janeiro de 2011

Marcela Temer tem 27 anos e é 42 anos mais jovem do que o marido, o vice-presidente Michel Temer, que tem 69 anos. O casal tem um filhinho de dois anos e são casados há sete anos.

Quando a jovem apareceu ao lado do marido, na cerimônia de posse, roubou a cena. Linda, alta, elegante, vestida com classe e distinção, penteada com longa trança – está na última moda! – o twitter pipocou em mensagens, levando o seu nome para os TTs.

Fiquei me perguntando: – E se fosse o contrário?

Se a presidente Dilma, que é divorciada, tivesse se casado há alguns anos com um rapaz, não digo nem 42 anos mais jovem, mas, digamos assim, de 40 anos de idade? Mais novo do que ela 23 anos? Sendo ele também alto, bem-feito de corpo, louro e lindo?

Eu nem tento responder.

Mas afirmo: neste nosso país, uma mulher pode sim chegar à Presidência da República. O que ainda não pode, pelo menos impunemente, é fazer como o fez o Vice-Presidente Temer: escolher como companheiro e consorte alguém bem mais jovem do que ela.

Ainda falta muito para os chamados direitos iguais entre os sexos.

UPDATE: Se o seu comentário é ofensivo às pessoas citadas acima, nem se dê ao trabalho de enviá-lo. É política do blog não publicar ofensas a quem quer que seja, pois a blogueira, dando espaço para tal, torna-se co-responsável.
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Dilma Roussef, direitos da mulher, esposa de Temer, igualdade entre os sexos, Marcela Temer
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Um olhar de Esperança

Clotilde Tavares | 1 de janeiro de 2011

Eu não votei na Dilma.

Aliás, não votei em ninguém. Há muitos anos que não consigo acreditar ou simpatizar com nenhum candidato o bastante para entregar-lhe meu voto, que valorizo muito.

Mas hoje, assistindo à posse pela TV, , simpatizei com a danada da mulher, se é que eu posso me referir assim à Presidente da República. Desde a campanha política que via a Dilma na TV e ela não me causava aquele asco e repulsa que a maioria dos políticos me causa. Aí chegou o dia do resultado das urnas e eu fiquei assim achando que foi melhor do que se tivesse sido vitorioso o outro candidato.

E quer saber, meu caro leitor? Ultimamente eu ando com vontade de ter esperança e acreditar em alguma coisa nesse campo da política. Então, por que não acreditar na Dilma? Por que não dar a ela esse voto de confiança? Nascemos no mesmo dia, 14 de dezembro de 1947, e eu penso que uma mulher nascida no mesmo dia que eu deve estar também sob a mesma configuração planetária que eu, então, por que não apostar nisso? (Bem, eu não acredito em Astrologia, mas, quem sabe?)

Gostei do discurso da posse, gostei da postura sóbria e discreta, gostei do que falou sobre as suas propostas na área da Cultura, sobre o Meio Ambiente, sobre os professores como Autoridades na área da Educação (sou professora) e sobre as mulheres.

Daqui, Presidente Dilma, ficarei de olho. Em lugar de olhar com má-vontade, com desconfiança e pé-atrás, vou lançar sobre a sua atuação, a partir de hoje, um olhar desarmado e esperançoso, mas vigilante.

Afinal, Erenice Guerra também estava presente à festa da posse.

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O ano do Imperador

Clotilde Tavares | 1 de janeiro de 2011

É Ano Novo, e todo mundoestá aí a fazer lista dos melhores isso, dos melhores aquilo.
Eu não tenho muita paciência para isso, mas publiquei no twitter, e publico de novo aqui minhas resoluções para 2011, que são apenas quatro, uma vez que se diz que este ano é dedicado ao Arcano 4 do Tarô, o Imperador – diz-se isso porque a soma dos algarismos do ano é 4.
Então, a quem interessar possa, comunico que em 2011 vou:
1) FAZER ARTE
Fazer Arte porque é a Arte que dá sentido à vida, e que nos conecta com o Mistério. Minhas Artes são a Literatura e o Teatro, e neste ano vou me deciar bastante a elas, principalmente aos meus livros e escritos.
2) FAZER BONITO
Fazer Bonito é fazer tudo da melhor maneira possível, não importa quanto trabalho dê.
3) FAZER NADA
Fazer Nada é me dar o direito de descansar, de me balançar numa rede, de olhar as nuvenzinhas correrem no céu ou me estirar na frente da TV vendo filmes dos quais vou me esquecer em seguida. Vadiar, não levar as coisas muito a sério, deixar a mente soltar-se e ir não sei pra onde, e dormir quando tiver vontade.
4) FAZER TUDO
Fazer Tudo é viver cada minuto da forma como ele vier, ser intensa, ter responsabilidade, justiça, esperança e alegria, sempre sempre sempre. Fazer Tudo é aproveitar a Vida minuto por minuto, essa Vida Rapadura, doce e dura, mais doce do que dura, porque meus dentes são fortes e porque aprendi o poder do doce. Fazer Tudo é Viver.
Feliz Ano Novo.
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Nem sempre é como a gente quer

Clotilde Tavares | 18 de outubro de 2010

Como a vida nem sempre é como a gente quer, eu nunca mais tive tempo ou disposição para escrever.

Então, para que não me esqueça, distraia-se com o link abaixo, de um post antiguinho deste blog.

https://umaseoutras.com.br/facilitando-a-vida/

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“O Estado são eles”

Clotilde Tavares | 3 de outubro de 2010

O memorialista Sandro Fortunato, inventor e mantenedor do site Memória Viva vem colocando no ar exemplares antigos da revista O Cruzeiro.

Recordação viva de uma época, é lá que eu mato as saudades da adolescência e vez por outra sou instigada por um bom texto como esse, da imortal Rachel de Queiroz, sobre os privilégios que os homens – e mulheres – ditos públicos se dão quando no exercício da coisa pública. O texto foi publicado em 12 de setembro de 1959. Nem vou comentar. Vou só reproduzir alguns trechos, para sua reflexão. Então, é ler e pensar sobre.

Diz Rachel:

“ (…) Lembrou-me a minha velha mestra de música, Dona Elvira Pinho, abolicionista e republicana histórica, mulher de rígida virtude particular e cívica. Uma de suas alunas era filha do governador e vinha para as aulas no carro oficial. E D. Elvira interpelava a garota, em plena classe: “Como vai o nosso automóvel? Você tem agradecido aqui às meninas o empréstimo do carro para você passear? Sim, porque tanto o automóvel como o motorista, a gasolina, tudo é nosso – nós que pagamos!”

“A menina ficava encabulada ou furiosa, não sei, e Dona Elvira, abandonando a teoria musical, dava um aula de boa ética republicana. Que tudo pertence ao povo, pois quem paga é o povo. Os governantes que gastam consigo o dinheiro dos contribuintes estão usurpando essas regalias – aliás, a própria palavra está dizendo: regalia – privilégio do rei! República não tem rei, e, assim, os governantes republicanos não deviam ter palácios para as suas famílias nem carros oficiais para passear os meninos, nem comida e luxo à custa do povo.

(…) “Até a ditadura ainda havia um certo pudor. Talvez porque ainda restassem vivos muitos republicanos da cepa de D. Elvira. Com o Estado Novo, todo o mundo amordaçado, sem ninguém para estrilar, o hábito da regalia se universalizou. Os homens públicos deixaram de separar o que era do Estado e o que era deles, ou antes, o uso e abuso dos bens públicos passou a ser privilégio dos cargos e, por extensão natural, da parentela dos cargos. Ninguém se lembra mais da origem do dinheiro com que se custeia o luxo dos poderosos – aqueles ínfimos impostos que o pobre mais pobre tem que pagar: o cruzeiro a mais no preço do feijão, da farinha, do metro de pano, a licença para vender um pé de alface ou um chapéu de palha.

“Talvez se esses aproveitadores da riqueza pública – e entre eles haverá muitos homens honestos – se detivessem um instante a pensar de que pobreza, de que miséria, provém aquela riqueza, que não foi para tal fim que a arrancaram ao triste contribuinte; que aquele automóvel do seu uso talvez custe dez leitos que faltam num hospital; que aquele passeio de avião talvez represente mais cem analfabetos; que aquela comissão no estrangeiro valha por alguns quilômetros de estrada; que aquele piquenique oficial em Brasília talvez esteja custando o DDT que iria acabar a malária numa região inteira ou o barbeiro – em outra; se eles pensassem, talvez recuassem envergonhados, e devolvessem o seu a seu dono.

“Mas eles não se lembram. Vêem apenas o dinheiro fácil, abundante, bom de gastar. Dizem que se um não gastar, outro gasta. E, acima de tudo, convencem-se de que eles próprios e os seus é que representam o Estado, e que emprego da fazenda pública em regalias pessoais para os que encarnam o Estado, é tão legítimo quanto os gastos em ordenados de professoras, em remédios para os ambulatórios.”

(…) “Quando se funda uma nação, o povo promete obedecer aos seus chefes escolhidos e pagar uma percentagem determinada sobre tudo que produzir, para o sustento da indispensável máquina de direção e defesa nacional. Os líderes, por sua vez, juram não ser mais que fiéis servidores do povo que os emprega. Mas parecem que juram à falsa fé. Porque, mal se apanham com a máquina nas mãos, esquecem de quem é o dono e de quem é apenas o gerente. Transferem para a sua pessoa, a grandeza que só era do cargo. Querem palácios condignos, carruagens condignas, tratamento condigno, privilégios condignos.”

(…) “E nessa preocupação de se regalarem a si, acabam esquecendo para que subiram tão alto, e se convencem de que o povo existe apenas para sustentar o Governo, e não o Governo para servir o povo.”

As palavras de Rachel de Queiroz são sábias, fundadoras, tão atuais que parecem ter sido escritas hoje. E são também uma boa lembrança para todos nós, que acabamos de eleger nossos governantes.

Leia aqui a crônica inteira.

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corrupção, O Cruzeiro, Rachel de Queiroz, uso da coisa pública
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Para você, que vota

Clotilde Tavares | 2 de outubro de 2010

Você, caro leitor, que vota e que acredita na democracia, acorde neste domingo certo de que vai exercer um dos direitos mais importantes da sua cidadania. Nas democracias, o voto tem peso igual para todos os cidadãos, e tanto faz ser um pedreiro como um dono de banco, tanto faz ser uma empregada doméstica como uma dondoca ataviada em griffes caríssimas. O voto vale a mesma coisa para todos e, pelo menos nessa hora, todos nós somos realmente iguais perante a lei.

Durante todo o período de campanha eleitoral você conheceu os candidatos e, a acreditar nas pesquisas, já deve ter se decidido. De qualquer maneira, é bom você se lembrar de que o voto é uma procuração que você passa para alguém decidir no seu lugar.

Imagine que você vai viajar, vai passar quatro anos fora, e que durante esse tempo você não vai poder decidir sobre questões que são muito importantes para você, como a condução dos seus negócios, a educação dos seus filhos e a saúde da sua família. Então você vai escolher uma pessoa, que deve ser alguém muito decente, muito amigo e absolutamente confiável para resolver todos esses problemas e tomar todas essas decisões enquanto você está fora.

Esse alguém deve ser uma pessoa cujos ideais, crenças e valores sejam semelhantes aos seus. Deve ser uma pessoa que pense como você, cuja alma tenha sintonia com a sua, e que diante de um imprevisto, ou de uma situação fora do comum, faça o que você faria naquela emergência. Se não for assim, se você não tiver essa confiança, você não passa a procuração porque não tem a certeza de que a tal pessoa vai tomar as atitudes corretas quando necessário.

Pois o voto é a mesma coisa. Durante um certo período de tempo, aquela pessoa em quem você votou tem uma procuração passada por você para tomar conta da cidade ou para propor medidas de melhoria de vida que vão atingir diretamente você e sua família.

Somente com base na confiança do eleitor no seu candidato é que essa escolha deve ser feita. O mínimo que o candidato, uma vez eleito, pode fazer, é mostrar-se digno dessa confiança, já que ele foi nomeado por você seu “bastante procurador”, como se diz nos documentos oficiais.

Então, boa sorte e boas urnas, para você e para todos nós.

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democracia, eleição, eleições, voto
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Por favor, deixem-me comprar!

Clotilde Tavares | 29 de setembro de 2010

Ando ultimamente cuidando de temas pessoais: arrumando a casa, verificando o closet, jogando fora coisas velhas que não vou usar mais, reorganizando pastas e arquivos, essas coisas que a gente faz quando termina um trabalho grande e quer dar um tempo antes de começar nova e intensa atividade intelectual.

Entre as muitas coisas que estou fazendo, incluem-se as compras, e organizada que sou, fiz uma listinha. Coisinha simples: uma bolsa nova, uns anéis, uma bijuteria fina – pulseira ou colar, uma sapatilha preta e outra colorida, uma espadrilha (ah, não sabe o que é? Veja aqui!), underware underwear (porque não acho chique dizer “calcinhas”), hidratante, umas duas ou três écharpes para renovar meu estoque – adoro écharpe, tenho várias – e mais uma meia dúzia de miudezas que fazem a felicidade de qualquer mulher, principalmente as escritoras que nem eu que precisam desses ataques de futilidade antes que se tornem umas chatas irremediáveis, falando somente em livros e autores.

Mas comprar é difícil, meu caro leitor. É difícil porque as vendedoras não deixam. Nenhuma delas – ou as pessoas que as treinam – entende que o cliente precisa de longos momentos de silenciosa reflexão antes de decidir se vai levar o sapato, a bolsa ou a blusa para casa. Tem que responder a questões profundas e fundamentais como: esse sapato dá certo com as roupas que eu tenho? Essa bolsa não é igualzinha àquela que comprei por impulso e uso tão pouco? Ou essa blusinha não vai chamar a atenção para a celulite do meu braço? E muitas e muitas outras perguntas importantes e que precisam ser respondidas intimamente e em silêncio enquanto estamos aparentemente absortas em frente à vitrine.

Mas nenhuma vendedora deixa que esse processo aconteça. Ela diz: essa bolsa chegou ontem e está num preço ótimo (Ótimo para quem, pergunto, se a bolsa custa R$ 600?). Esse colar está muito em gosto (Não precisa estar “em gosto”, eu é que tenho de gostar dele). Essa sapatilha calça muito bem e temos e mais duas cores (Mas eu quero preta, e já vi que você não tem). Nós também dividimos em quatro vezes no cartão. No cheque a senhora pode dar o primeiro para quarenta e cinco dias (Não perguntei sobre preço.) E bla bla bla, e eu sem poder pensar.

Quando você diz que está só olhando ela finalmente se cala, mas permanece ao seu lado ou nas proximidades, como uma unidade viva e pulsante de energia ansiosa que não sei se perturba os outros mas me perturba, e muito. Fora isso, quando você finalmente gosta de um artigo, pede para ver, e o artigo não lhe agrada, ela lhe dá as costas e vai amuada para o  fundo da loja como fizeram hoje comigo,

Cansada disso tudo fui almoçar, e na praça de alimentação, apesar dos cartazes de um metro de altura mostrando expressivas fotografias coloridas dos pratos, a jovem que estava ali a postos de cardápio em punho quase me enlouquece desfiando todos os pratos principais e os acompanhamentos possíveis.

Então, minha gente, a vida é dura quando precisamos comprar. Eu ando em busca da minha listinha colocada lá em cima, e vou conseguir, mas já entendi que algum poder superior bem intencionado me envia todas essas situações para que eu possa desenvolver as virtudes da paciência e do bom humor. Fazer o quê? Amanhã voltarei às compras.

Outros  posts sobre a difícil arte de comprar – e são tantos que daqui a pouco eu faço um livro somente com esse assunto:

Dança comigo?

Assédio no shopping

Velhice fashion: mais uma historinha de shopping

10 dicas para o vendedor

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Eu adoro papel!

Clotilde Tavares | 21 de setembro de 2010

O site Efetividade.net sempre está lançando novos desafios aos adeptos da organização e produtividade pessoal. Eu sou uma dessas pessoas e atendendo ao convite do site estou postando aqui como faço para organizar minhas anotações e meu material de referência. O post é longo. Se achar chato vá ler uma coisinha mais amena aqui, ou aqui.

A pergunta de Augusto Campos, do Efetividade, é: que ferramentas você usa para gerenciar suas anotações e referências?

Primeiro vamos definir: anotações para mim são todas as notas que escrevo para me lembrar das coisas mais tarde. E referências é todo o material escrito por outras pessoas, impresso ou não, que me ajuda no meu trabalho.

Eu sou escritora, pesquisadora, professora aposentada e trabalho em casa – ou viajando. Apesar da nerdice que me faz encher a casa de tranqueiras eletrônicas, e de passar 8 a 10 horas por dia no computador, uso para minhas referências um sistema principal de pastas suspensas, pastas reais, cheias de papel. Outro motivo, além de gostar de papel, é que sou da era pré-informática, e não sei como me livrar do monte de papel que já juntei antes. Tenho aquelas maletinhas de plástico com 10 pastas cada uma, que distribuo pelo apartamento – que é pequeno, por isso não posso colocar tudo num lugar só.

Lá está uma delas, entre uma estante e outra.Clique na foto - nessa e nas outras - que aumentam de tamanho.

Cada maletinha dessas tem um assunto que se refere aos meus campos de estudo e pesquisa – uma para Genealogia, outra para Cultura Popular, outra para Teatro, e outra – ou outras – para cada assunto específico em que eu esteja trabalhando no momento.

Na maletinha de Genealogia tem pastas como “Bibliografia”, “Árvores”, “Documentos”, “Olavo de Medeiros Filho” (porque estou reunindo material sobre ele, que é patrono da cadeira nº 2 que ocupo no Instituto de Genealogia e Heráldica da Paraíba.)

Olhaí as pastinhas sobre genealogia.

Na maletinha de Teatro tem “Originais”, que são as peças da minha autoria; “Shakespeare”; “Hamlet” (uma pasta somente sobre Hamlet, que é a peça que mais estudo); “Artigos”, e assim por diante. Na maletinha Cultura Popular tem pastas “Literatura de cordel”, “Cantoria de Viola, “Conto”, e etc. Todas essas maletinhas têm uma pasta chamada “Variado”, onde eu jogo o que não consigo classificar nas outras.

Por exemplo: meu último trabalho foi escrever uma biografia. Então abri uma maletinha dessas para organizar em pastas separadas o material que iria precisar. Mas só um trabalho grande onde vou lidar com muito papel justifica isso. Na maioria dos casos, cada trabalho merece apenas uma pasta, que coloco na gaveta mostrada a seguir.

Essa é uma gaveta de pastas suspensas para assuntos diversos. 1) “Contratos”, onde estão meus contratos com as editoras e com os clientes, contrato de aluguel, com prestadoras de serviço, etc. Todos os contratos – e os distratos – estão nessa pasta. 2) “Receitas e exames”, onde guardo todo aquele material gerado nas consultas médicas. Aqueles exames grandões, que não cabem em canto nenhum, estão embaixo da roupa num das gavetas da cômoda. Além disso, em cima da minha mesa e em lugar fácil está um envelope com todos os meus exames mais novos, para num caso de urgência as pessoas – ou eu mesma – não perderem o juízo procurando.

Olhaí a maletinha de Genealogia e abaixo o móvel com a gaveta de baixo - que é um arquivo de pastas suspensas.

3) “Assuntos”: nesta pasta guardo montes de papeluchos com assuntos possíveis para crônicas, posts, textos. Sacudo lá dentro e esqueço. Quando falta assunto, pego a pastinha e pronto: está tudo lá, montes de ideias. 4) “Cruzeiro”: tenho nesta pasta o material do cruzeiro de navio que realizei, porque minha intenção era escrever um blog sobre isso. Quando eu tiver tempo e voltar a vontade, o material está lá, todo separadinho e fácil de encontrar; 5) “Currículo”: toda vez que faço uma palestra, ou dou um curso, etc, que me dão um papel ou um certificado, jogo lá. No meu currículo virtual coloco apenas os títulos mais significativos. 6) “Casa própria”: estou numa questão com a Caixa Econômica Federal em relação à minha casa, então todo o material está separado numa pasta; 7) “Book”: aqui coloco recortes de jornais e revistas que trazem coisas sobre a minha pessoa. Quando enche, tiro um dia e recorto, ajeito, e coloco numa pasta de saquinhos plásticos onde fica tudo visível. 8 ) “Recibos”. 9) “Palestras e cursos”: roteiros de palestras, rascunhos, fichas de aula. 10) “Documentos”: tudo que não for currículo, contrato, distrato ou recibo vem pra cá. Aí estão titulo de eleitor, carteira profissional, passaporte, documentos do carro… A escritura da casa morava aqui; mas com a questão da Caixa eu abri uma pasta só para isso e a escritura está morando provisoriamente lá. Tem mais outras pastas, é tedioso enumerar aqui, e o objetivo era você entender o mecanismo. Algumas dessas pastas não são necessariamente “Anotações” ou “Referências”, mas é assim que essa gaveta está organizada.

Tudo bonitinho, com etiquetas!

Tudo em que ponho a mão é organizado dessa forma, e resulta disso que eu consigo encontrar qualquer papel com relativa facilidade. As pastas recebem uma etiqueta feita com um etiquetador desses baratinhos, de criança.

Para cada pasta dessa tenho uma com o mesmo título no computador onde armazeno as coisas digitalizadas, coisas diferentes dessas de papel (talvez o ideal fosse digitalizar tudo mas além de ser um trabalho insano eu gosto de pegar em papel). Quando encontro algo interessante na Internet, transformo em PDF com um plug-in do Firefox e armazeno no local adequado, com um título bem descritivo para facilitar a localização do sistema de busca do Windows. Tentei usar Evernote e outros programas semelhantes mas não deu certo, eu simplesmente no dia-a-dia esqueço que eles existem. Não uso Outlook nem qualquer desses programas sincronizados com outros, não tenho paciência.Tenho back-up de tudo – mas não tenho back-up das coisas de papel, of course, porque aí seria maluquice demais. Num incêndio, perderei tudo… menos as coisas que estão no Dropbox– onde eu tenho um espaço gratuito e pequeno, e coloco sempre o trabalho que estou fazendo no momento. Tenho pensado ultimamente em fazer uma assinatura do serviço, que vai me permitir armazenar “na nuvem” todos os meus arquivos importantes.

Vejam essa outra maletinha debaixo da mesinha do quarto. É a de Cultura Popular, assunto com o qual não estou trabalhando agora. No quarto, o tema dorme e descansa para arcordar daqui a uns meses!

Além disso, todas as minhas recordações – cartas, bilhetes, lembranças, e todo tipo de papelucho – recordações essas reunidas ao longo de décadas são guardas em pastas de saquinho plástico, separadas por épocas da minha vida. Eu gosto de folhear essas pastas e me lembrar das coisas – ser feliz de novo, só manuseando as recordações. E estando assim organizadas facilitam a minha vida, uma vez que já comecei a escrever minhas memórias.

Uma das pastas de recordações. O autógrafo à direita é do escritor Ignácio de Loyola Brandão, da década de 1980...

Como o apartamento não cabe todos os meus papéis, tenho um espaço na casa da minha filha onde coloco o “arquivo morto”: papéis que não utilizo todo dia mas que estão lá, todos colecionados e sinalizados para que eu encontre o que precisar na hora certa. Aí eu tiro uma foto da estante onde eles estão guardados e é só olhar a foto e procurar, como se estivesse em frente à estante – daí é só ligar para Ana Morena, minha filha roqueira pedindo a ela para pegar na estante e olhar, se for o caso, sem precisar ir até lá.

O que importa disso tudo é que sei onde está cada papel meu.

Apesar de toda essa maluquice, sempre estou aprimorando o sistema e aceito sugestões.

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