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A cama show

Clotilde Tavares | 16 de abril de 2010

Cama de Jacqueline Kennedy-Onassis

Um dia desses fui em casa de uma pessoa conhecida e por algum motivo tive que ir ao interior da casa; vi então que a cama não estava feita, ou melhor, que os lençóis estavam apenas recolhidos para os pés da cama, os travesseiros amarfanhados guardando ainda o formato da cabeça de quem havia dormido ali.

Comentei com uma amiga sobre isso e ela disse: “Ah, Clotilde, pois eu também não forro as camas. Dá trabalho, e à noite vamos ter que desmanchá-las de novo para dormir! Assim eu acho que não vale a pena.” E perguntando a uma e a outra eu descobri que muita gente que não tem empregada e que faz sozinha ou com a ajuda do marido e dos filhos as tarefas domésticas não tempo nem costume de forrar as camas diariamente.

Cama de Napoleão Bonaparte em Versailles.

Pois eu aprendi desde menina quando fui interna no colégio de freiras a forrar a cama todo dia de manhã. E depois de adulta sempre ficava encantada com as maravilhosas camas dos hotéis em que me hospedava. Adorava chegar num hotel e me refestelar naquelas camas maravilhosas, cheias de lençóis, colchas, edredons, travesseiros altos e fofos, tudo meticulosamente arrumado.

Assim, numa época – há bem uns 20 anos – em que as camas-box não eram ainda tão acessíveis, comprei uma para mim e passei a produzi-la como uma cama de hotel. Bons lençóis, travesseiros fofos, edredons, almofadinhas, tudo combinando, com cores que variam a cada semana.

Assim o faço até hoje.

Cama de Ernest Hemingway.

Tenho 62 anos, sou aposentada, escritora e blogueira em atividade e moro sozinha. Forrar a cama exerce um efeito muito benéfico na minha vida, pois quando entro no quarto para dormir todas as noites e vejo aquela cama show, sinto que não posso me deitar ali com o moleton ou o vestidinho caseiro que estava usando no sofá para ver TV. Seria quase como “estragar” a produção da cama. Aí, entro no banheiro, tomo um banho morno, visto uma camisola, escovo o cabelo, boto perfume…

Faz toda a diferença e não preciso estar dormindo acompanhada para sentir isso.

Parece bobagem, não é? Pois para mim, a cama-show é o barco que me levará aos calmos oceanos dos sonhos, aos mares tranqüilos do repouso reparador e que me trará, depois dessa viagem noturna, ao porto seguro da manhã seguinte.

Uma das versões da minha cama-show.

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Criança feliz

Clotilde Tavares | 13 de abril de 2010

Vivo cercada por jovens, começando pelos filhos e sobrinhos, os amigos desses filhos e sobrinhos e os alunos e ex-alunos que sempre estão em torno de mim naquele eterno vai-e-vem que me deixa tão feliz.

A maioria deles vai casar, casou há pouco ou tem filhos pequenos. E me perguntam, até levando em conta minha condição de ter sido profissional de saúde durante boa parte da minha vida, quais são as coisas mais importantes para a saúde dos seus filhos.

Ora, é claro que são importantíssimos todos os cuidados gerais com a saúde da criança, como a observação do crescimento e desenvolvimento, as vacinas, a prevenção de problemas ortopédicos, a alimentação adequada, o sono. Mas existem três coisas que, na minha maneira de ver – e digo isso também como mãe – são fundamentais para uma criança.

A primeira delas é a segurança. E isso significa que a criança precisa saber que os pais estão por perto, que estão cuidando dela, que ficarão do lado dela quando for preciso, e que ela pode confiar neles. Pra se sentir segura, a criança precisa também de horários pra dormir e pra se alimentar. Precisa ainda de um lugar só dela, onde ela possa guardar seus objetos e brinquedos e ficar sozinha quando quiser. E precisa de disciplina, de limites, precisa saber exatamente o que pode e o que não pode fazer. Isso dá segurança a qualquer pessoa, e não somente à criança.

A segunda coisa que a criança precisa é a possibilidade de brincar. Hoje em dia, as crianças têm tantas atividades – natação, judô, balé, computação, inglês – que não podem mais nem brincar. E a brincadeira dramatizada, aquela brincadeira de criança de fundo de quintal, de faz de conta, de casinha, de soldado e ladrão, é fundamental para o desenvolvimento da criatividade e da expressividade do indivíduo, além de possibilitar a sua compreensão do mundo, da sociedade e dos seus semelhantes.

Finalmente, a terceira coisa e a mais importante: o AMOR. E não basta amar sua criança. É preciso demonstrar esse amor, sempre, todo o tempo, não só com palavras, mas com olhares, gestos e carinhos, de forma que a criança se sinta sempre e a todo momento envolvida numa aura permanente de afeição, segurança e amor.

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Deus, e o acaso

Clotilde Tavares | 11 de abril de 2010

Eu sou uma mulher feliz.

Digo isso porque, em plena crise de criação, com os canais escrevinhadores totalmente obstruídos sabe-se lá porque, uma preguiça pré-histórica de emendar uma frase na outra, posso dispor de mais de duas mil crônicas do meu irmão Braulio Tavares para reproduzir aqui enquanto eu mesma não volto a produzir as minhas. Segue abaixo esta, publicada em 30 de março no Jornal da Paraíba, onde ele escreve. E todas – ou a maioria delas – estão no blog dele, o Mundo Fantasmo.

O destino indireto

Braulio Tavares

O escritor Alberto Mussa conta que quando fazia um curso universitário de Matemática usou, ao pagar as cadeiras de Cálculo, um livro-texto diferente do que seus colegas usavam.  O autor do livro era um russo, um tal de Piskounov ou coisa parecida, diz ele.  Espalhou-se na faculdade a notícia de que ele estudava no livro de um autor russo (era a época da ditadura) e isso imediatamente lhe conquistou um enorme prestígio entre seus colegas comunistas.  Um deles deu-lhe de presente um livro de poemas de Agostinho Neto, o presidente comunista de Angola – e a vida de Mussa mudou para sempre.  Não que ele tivesse virado comunista, mas foi através do poeta angolano que ele descobriu a cultura e a literatura da África, sobre as quais viria a escrever numerosas obras.

Vilma Guimarães Rosa conta no livro “Relembramentos” que sua tia Maria Luiza, quando jovem, precisava dar mamadeira a um sobrinho, mas não tinha relógio e estava sozinha com o bebê em casa.  Para perguntar as horas a alguém confiável, ligou para um número que viu na lista, e que imaginou pertencer a uma entidade religiosa.  Não era: era uma pensão de estudantes.  Um rapaz atendeu, os dois começaram uma conversa, depois um namoro, e acabaram casados pelo resto da vida.

São mil histórias; cada um de nós sabe várias.  É a moça que acompanha a amiga a um estúdio, onde a amiga vai gravar alguma coisa, e alguém lhe pede que faça um teste ao microfone, ela canta e vira mais cantora que a amiga.  É o rapaz que vai se matricular na Faculdade, vê uma moça bonita se matriculando noutro curso e, num impulso, matricula-se ali sem outro interesse, e vira um luminar daquela ciência.

Luís Buñuel nunca tinha pisado no México.  Estava meio exilado e desempregado em Hollywood quando em 1946 recebeu um recado de uma amiga, no México, chamando-o para produzirem juntos uma peça.  Don Luís foi para lá..  No hotel, ficou sabendo que a peça que tinham em mente fora liberada para outro produtor.  Buñuel ficou no México até morrer, e realizou ali 20 filmes.

É o que eu sempre digo: “Sorte não é sonhar avestruz, jogar avestruz, e dar avestruz.  Sorte é sonhar avestruz, jogar camelo por engano, e dar camelo”.  Em tudo que tem interferências do Acaso a gente percebe o lado aleatório da coisa, mas percebe também (ou está ansioso para perceber) a presença de um enorme Dedo empurrando os personagenzinhos nesta direção, depois naquela…   Luís Buñuel tem uma afirmativa terrível: “O Acaso não pode ser uma criação de Deus, já que ele é a negação de Deus.  Estes dois termos são antinômicos, excluem-se um ao outro”.  Escutaram, amigos, mil catedrais desabando?  O contrário de Deus não é o Diabo, que é feito da mesma essência dele e no máximo encarna o seu pólo oposto.  Deus é criação, controle, onisciência, determinismo, ordem; é isto, e tudo que combinar com isto.  O contrário de Deus é o Acaso.  Se pudermos um dia provar a existência do Acaso provaremos a inexistência de Deus.

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acaso, Braulio Tavares, deus
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Crise de criação

Clotilde Tavares | 10 de abril de 2010

Ando sem vontade de escrever.

Fiquem com a imagem, que dizem valer mais do que mil palavras.

Minha filha Ana Morena, em pleno show da sua banda Camarones.

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Sem glúten e sem lactose

Clotilde Tavares | 5 de abril de 2010

Pois então: uma das aquisições da minha terceira idade foi a descoberta de que não me dou bem com alimentos que contenham glúten. Quero dizer: nunca me dei bem mas só agora, com tempo para prestar atenção em mim mesma, vim me dar conta disso.

O glúten está presente no trigo, na aveia, no centeio e na cevada. E mais em um monte de alimentos que contêm esses cereais, ou que usam a farinha de trigo como espessante. É por isso que a gente encontra glúten em alguns alimentos como requeijão, por exemplo, que teoricamente não deviam conter essa substância.

Existem pessoas que não podem ter o menor contato com o glúten. São portadores da doença celíaca. Não é o meu caso. Eu tenho apenas uma intolerância média à substância e tenho vivido bem melhor depois que a retirei quase que completamente da minha alimentação.

Acabou-se todo o desconforto intestinal que era constante na minha vida e que se traduzia ora por constipação, ora por diarréia, e outros sintomas como distensão abdominal, por exemplo. Tudo me “fazia mal”. Eu, gulosa que sou, sofria. Consultados, os médicos diziam que eu tinha “síndrome do colón irritável”, prescreviam medicamentos sintomáticos, dieta sem tempero, sem cominho (que eu adoro), mas eu não ficava melhor. Então, observando e lendo, eu mesma entendi o que se passava comigo.

Além de não me dar bem com glúten, descobri que não me dou bem com a lactose – que é o açucar do leite, encontrada nesse alimento, nos produtos lácteos e em tudo o que leva leite na sua preparação. Isso também não é coisa nova, pois eu sempre passei mal quando havia excesso de leite e produtos derivados do leite na alimentação.

O complicado dessa situação é que eu fico com dificuldade de encontrar o que comer. Uma pessoa que não pode ingerir glúten nem lactose vai comer o que no café da manhã, que é geralmente à base de pão, biscoitos, queijo, leite? Pois é. Eu comi hoje iogurte com lactobacilos (os lactobacilos digerem parcialmente a lactose, diminuindo seu efeito danoso) com uma colher de sopa de linhaça. Depois, tapioca com manteiga, ovo e café. Estão vendo, como a gente consegue dar um jeito em tudo?

Voltarei outras vezes com esse tema. E veja esse blog que parece ter sido feito de encomenda para mim e que tem sido uma mão-na-roda nesses dias: Sem Glúten e Sem Lactose.

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doença celíaca, gluten-free, intolerancia à lactose, intolerancia ao glúten, sem glúten, sem lactose
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O bacalhau da Paixão

Clotilde Tavares | 2 de abril de 2010

Essa foto foi colhida no www.rainhasdolar.com, onde tem um monte de receita gostosa!

Hoje fui almoçar o famoso “bacalhau da sexta-feira santa” na casa do casal Paula Pires / Evandro Fernandes, tradição que cumpro sempre que estou em Natal nesta data e que já vem se repetindo há quase uma década.

Evandro é meu ex-marido. Nos separamos em 1985 mas mantemos uma grande amizade, sincera, alegre, e carregada de confiança e respeito. Paula, que está com ele praticamente desde que nos separamos, é professora do Departamento de Letras da UFRN e eu tenho com ela um diálogo rico e interminável sobre livros e idéias. Aliás, quando visito o casal, converso muito mais com ela do que com ele. E nessa conversa vai conversa vem terminamos por estabelecer esse encontro ritual em torno do bacalhau da sexta feira da Paixão, porque Paula também é uma cozinheira de mão cheia e tem prazer em me receber em sua casa.

Enquanto saboreava aquela delícia, que neste ano veio com batatas inglesas pequenas, ovos de codorna, azeitonas roxas e cebolas minúsculas cozidas inteiras, não pude deixar de me lembrar como era o consumo e o uso do bacalhau na minha infância.

Naqueles anos da década de 1950, em Campina Grande, bacalhau era comida de pobre. Era barato, e quando não havia dinheiro para a carne do almoço, Mamãe mandava um de nós à mercearia da esquina para compra “uma quarta” de bacalhau. Um quarta significava 250 gramas e ela recomendava: “Diga a seu Fulano (o bodegueiro) que embrulhe bem embrulhadinho e venha embora logo.” Isso era para que nossa penúria não fosse denunciada à vizinhança pelo cheiro forte do bacalhau emanando do pequeno embrulho.

Chegando em casa, a “quarta” de bacalhau era “escaldada” várias vezes em água fervente para amolecer e tirar o sal; depois o peixe era frito no óleo e cada um ganhava um pedacinho pequeno daquela anti-iguaria salgadíssima, acompanhando o feijão-arroz-farinha desses tempos remediados, num milagre de multiplicação de pães e peixes que Mamãe era mestra em fazer.

Depois com o passar dos anos e a melhoria da nossa situação, o bacalhau passou a ser preparado de outra forma, mais rica e cheia de adereços. Lembro-me da monumental salada de bacalhau com ovo cozido cortado e grandes azeitonas; e do bacalhau com coco que papai gostava e que denunciava suas origens alagoanas.

Tudo isso me vem à mente agora, às cinco e meia da tarde, enquanto escrevo esse post, ainda jiboiando do opíparo almoço que comi na casa de Paula e Evandro.

Não comi chocolate ainda, mas isso é assunto para amanhã ou domingo.

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bacalhau, receita de bacalhau, sexta feira da Paixão
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Um desmantelo verde

Clotilde Tavares | 1 de abril de 2010

“Então pintei de azul os meus sapatos / por não poder de azul pintar as ruas…”

Assim Carlos Pena Filho, poeta enorme, enormíssimo, começa seu “Soneto do desmantelo azul” que ouvi tantas vezes recitado pela voz rouca e forte do meu pai. Carlos Pena Filho é um poeta pernambucano, e um dos meus dez poetas maiores, se eu fosse fazer uma lista. Aqui, em outra ocasião, já transcrevi poema dele muito inspirador nessa minha vida que agora se desenrola sob o delicado véu da terceira-idade.

Mas voltemos ao desmantelo azul.

Eu, doida por novidades, fui fazer as unhas terça-feira, antes de ontem. Aí inventei de pintar uma cor absolutamente escandalosa, diferente, que não tivesse nada a ver com aquilo que à primeira vista eu dou a impressão de ser.

E embarquei num desmantelo verde cintilante, pintando as unhas de uma cor tão berrante que ultrapassa qualquer tipo de mau-gosto. Minha filha odiou; mas fez a ressalva de que não gosta desse tipo de cor nem em adolescentes.

Mas eu fiz sucesso. Onde eu chego as pessoas se aproximam para olhar minhas unhas (ah, e também pintei as unhas dos pés). No supermercado ontem foi um auê, com todas as terceira-idades que encontrei dizendo que iam aderir ao verde.

A vida é boa por causa dessas coisas diferentes e malucas que a gente faz. E o melhor de tudo é que, quando finalmente me aborrecer do desmantelo verde, um algodão com acetona resolve o problema de forma rápida, fácil e indolor.

Fique então com o Soneto do Desmantelo Azul, e com a foto do desmantelo verde.

SONETO DO DESMANTELO AZUL, de Carlos Pena Filho

Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas,

Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.

E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.

E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.

Você encontra o soneto aqui.

E agora, o DESMANTELO VERDE…

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Carlos Pena Filho, soneto do desmantelo azul, terceira-idade, unhas cintilantes
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Big Brother Brasil – O manual de comportamento

Clotilde Tavares | 31 de março de 2010

Ontem acabou o BBB, o BigBrotherBrasil 2010.

Eu sei que acabou por causa do Twitter, onde algumas das pessoas que sigo ficam freneticamente comentando o que está acontecendo no BBB. Eu mesma não assisto nem ao BBB nem ao restante da programação da TV aberta, só eventualmente um ou outro noticiário.

O que me deixa de queixo caído é o grau de envolvimento com esse tipo de programa demonstrado por gente que eu conheço e que considero com bastante noção. Eu respeito muito as escolhas e as preferências dos meus amigos, mas não posso dizer que entendo.

Para mim, eu disse para mim, o BBB é a soma de tudo que existe de baixo nível na TV brasileira, e que veicula valores absolutamente deturpados, o que termina por reforçar nas pessoas esses valores. Um monte de gente sem instrução, sem saber falar direito, cuja energia gravita em torno de sexo e competição – nada contra um ou outro, somente contra a forma como as pessoas são manipuladas pela mídia para expressar isso.

Ainda tenho que ouvir meus amigos discutindo sobre o que Pedro Bial disse! Minha gente, o que Pedro Bial diz é um risco na água. Não tem a menor importância nem permanência.

Mais ainda uma coisinha, que tem tudo a ver com isso que estou dizendo..

Nesse verão, um dia desses, fui a uma praia um pouco distante da cidade. Fiquei impressionada com o comportamento das hordas de banhistas e veranistas quando o assunto é usar o espaço público, o espaço coletivo, o espaço que é de todos e que parece, em certos momentos, pertencer apenas àquele que o usa de forma a perturbar todo mundo, coisa que somente ele não chega a perceber.

Param o carro no meio das estreitas vias enquanto a mulher calmamente tira a areia dos pés, calça as sandálias, veste a camisa no menino, dobra a cadeira, a toalha… e a fila de carros se encompridando atrás enquanto o sujeito esta lá, parado, esperando que a madame venha até o carro.

A pessoa que estava comigo comentou que deveria haver um manual ensinando as pessoas a se comportarem em público. Respondi que, se houvesse esse manual, as pessoas não saberiam ler; se soubessem, não o compreenderiam; se o compreendessem, não se importariam com ele.

Depois, refleti melhor e vi que o manual já existe, as pessoas o lêem diariamente e se comportam segundo ele. São os programas como o Big Brother, as músicas que transmitem o desrespeito e a vulgaridade, e o noticiário da TV, que mostra a impunidade, a corrupção, a safadeza e a bandalheira que corre solta no país. O povo vê, e reproduz. Infelizmente.

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A vida vem em ondas…

Clotilde Tavares | 30 de março de 2010

Nestes dias tem sido para mim uma experiência curiosa administrar o mesmo blog em dois endereços diferentes. Como as indexações do Google ainda devem estar atreladas ao endereço antigo deste blog, eu tenho que manter tudo lá enquanto devagarinho as pessoas vão aprendendo a visitar este aqui, que é o mesmo, igualzinho, só que com endereço diferente.

Por outro lado, ando sem tempo, com um monte de coisas pra fazer e uma dor nas costas que não me ajuda quando tenho um tempinho disponível.

A vida vem em ondas como o mar, já dizia o filósofo Nelsinho Mota em letra de música cantada por Lulu Santos; eu estou no pico de uma onda dessas, que não sei em que praia vai quebrar… São algumas mudanças, sempre bem-vindas, pois é isso que as mudanças são: coisas boas, que levantam a poeira, desvendam cantos escondidos, fazem com que a gente comece a descortinar outros panoramas…

E você, o que tem feito ultimamente? Também está passando por essa fase de mudanças, como eu?

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10 posts mais visitados

Clotilde Tavares | 28 de março de 2010

Durante este primeiro ano de existência do blog Umas & Outras, foi curioso para mim observar que tipo de assunto chamaria mais a atenção do meu caro leitor, e quais teriam sido os posts mais visitados.

Aí, para sua informação, publico hoje os posts com mais visitas durante todo este ano.

1 – O campeão de visitas foi um post que escrevi em 23 de setembro de 2009 sobre o comercial das sandálias Havaianas. O comercial foi retirado do ar por desagradar – segundo a empresa – a setores conservadores da sociedade. Como o assunto era polêmico, além de ser muito visitado o post foi também muito comentado. Mais de 90 pessoas enviaram comentários durante o tempo em que estes ficaram liberados.

2 – Depois vem um post do qual gosto muito – mas só não entendo porque o visitam tanto. Escrevi sobre o clipe de papel, e a maravilha que este objeto encerra em matéria de design e funcionalidade. Minha desconfiança é que na verdade as pessoas teclam no Google, como motor de busca, a palavra “Noruega” e vão parar nesse post, uma vez que o inventor do clip era norueguês.

3 – No terceiro lugar vem um post que eu mesma acho maravilhoso, já tendo sido publicado no meu livro A Agulha do Desejo.  Nele, ensino como fazer a verdadeira tapioca nordestina, esse prodígio de simplicidade e sabor que faz a delícia da nossa mesa.

4 – O quarto é um post estranho, com o título de Girafas na geladeira, algo que eu escrevi porque estava sem assunto. Pois é visitadíssimo, penso que pelo mesmo motivo do post em segundo lugar: o termo “girafa”, aplicado no motor de busca.

5 – Em seguida, um texto que acho delicioso, escrito para explicar a complicação e o encanto das roupas íntimas femininas pré-década de 1960. O título, mais do que sugestivo, é Anágua, combinação e corpete.

6 – Essa historinha, que me garantem ser verdadeira, também é visitadíssima, estando em sexto lugar no meu ranking. Leia Um Milagre no Corcovado.

7 – O que escrevi no dia 11 de setembro sempre é muito lido. É óbvio que tem o apelo da data, conhecida no mundo inteiro, mas eu gostei do que escrevi, e ainda gosto.

8 – Há um post que adoro, e que também é campeão de visitas. Em Filme bom e filme ruim, falo sobre cinema e cineclubismo, duas paixões que me acompanham há cerca de 50 anos – o cinema desde menina e o cineclubismo desde a adolescência.

9 – Uma ocasião, irritada com a passividade das pessoas frente aos constantes abusos que sofremos no cotidiano das cidades, escrevi o post Sou chata. Identificação total com o público, e muito visitado.

10 – E para fechar a lista um post sobre gatos, paixão minha e de deus-e-o-mundo, que compartliho aqui.

Um dos home-offices desta blogueira que vos tecla.

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