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Maluquices de escritores famosos

Clotilde Tavares | 16 de novembro de 2009

Ando devendo a alguns leitores deste blog um post sobre essa história de “escrever”. Isso porque depois que fiz o “lançamento virtual” do meu livro Coração Parahybano, algumas pessoas me enviaram e-mails com perguntas variadas sobre o ato de escrever ou pedindo que eu opinasse sobre seus textos.

O assunto é tão interessante que quero escrever com mais cuidado, coisa que não pude fazer ainda, pois o fim-de-semana foi animado e cheio de compromissos e eu não sou tão nerd assim que fique o tempo todo enfiada em casa.

Então, enquanto você espera, divirta-se com essas maluquices de escritores famosos que pesquei na Internet para sua diversão.

goethe

Goethe

Goethe escrevia em pé. Ele mantinha em sua casa uma escrivaninha alta. Hemingway também colocava a máquina de escrever numa prateleira da estante. (Eu também, durante um período de intensas dores na coluna, também passei um tempo escrevendo em pé. Ainda faço isso, quando estou muito excitada com um trabalho novo e não consigo ficar sentada enquanto escrevo).

Pedro Nava aparafusava os móveis de sua casa a fim que ninguém os tirasse do lugar. Nilo Tavares (meu pai) colava os pés da mesa no chão com Araldite, pelo mesmo motivo.

Gilberto Freyre não sabia ligar sequer uma televisão. Todas as obras foram escritas a bico-de-pena, como o mais extenso de seus livros, Ordem e Progresso, de 703 páginas.

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Aluísio de Azevedo

Aluísio de Azevedo, antes de escrever seus romances, desenhava e pintava, sobre papelão, as personagens principais, mantendo-as em sua mesa de trabalho, enquanto escrevia.

Carlos Drummond de Andrade imitava com perfeição a assinatura dos outros. Falsificou a do chefe durante anos para lhe poupar trabalho. Ninguém nunca notou.

Érico Veríssimo era quase tão taciturno quanto o filho Luís Fernando, também escritor. Numa viagem de trem a Cruz Alta, Érico fez uma pergunta que o filho respondeu quatro horas depois, quando chegavam à estação final.

Monteiro Lobato adorava café com farinha de milho, rapadura e içá torrado (a bolinha traseira da formiga tanajura), além de Biotônico Fontoura. “Para ele, era licor”, diverte-se Joyce, a neta do escritor.

manuel bandeira

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira sempre se gabou de um encontro com Machado de Assis, aos dez anos, numa viagem de trem. Puxou conversa: “O senhor gosta de Camões?” Bandeira recitou uma oitava de Os Lusíadas que o mestre não lembrava. Na velhice, confessou: era mentira. Tinha inventado a história para impressionar os amigos.

Mário de Andrade provocava ciúmes no antropólogo Lévi-Strauss porque era muito amigo da mulher dele, Dina. Só depois da morte de Mário, o francês descobriu que se preocupava em vão. O escritor era homossexual.

Jorge Amado para autorizar a adaptação de Gabriela para a tevê, impôs que o papel principal fosse dado a Sônia Braga. “Por quê?”, perguntavam os jornalistas, Jorge respondeu: “O motivo é simples: nós somos amantes.” Ficou todo mundo de boca aberta. O clima ficou mais pesado quando Sônia apareceu. Mas ele se levantou e, muito formal disse: “Muito prazer, encantado.” Era piada. Os dois nem se conheciam até então.

Achei isso aqui.

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Nerdices

Clotilde Tavares | 15 de novembro de 2009

Quem me conhece me chamada de nerd. Nerd, ou geek: aquela pessoa que gosta de informática, de gadgets eletrônicos, que se relaciona melhor com máquinas do que com gente, que estuda, lê, e sabe de tudo um pouco… Gosto de dizer que eu era nerd antes de existirem os computadores; agora, que eles existem, eu finalmente encontrei minha razão de ser e de estar no mundo.

Evidentemente isso é um exagero brincalhão e os que me conhecem sabem também que gosto de gente, de folia, de encontros, de confraternizações. Mas hoje, atendendo ao meu lado nerd, estou mostrando algumas “nerdices”: coisas que gosto, que acho bonitinhas, que queria ter…

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Gente! Olhem só essa tesoura guiada por laser! Aqui.

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Eu adoro essa canequinha. Aqui.

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Esse adaptador serve para qualquer tomada que possa existir no mundo. Só não sei se serve para essas novas tomadas brasileiras que estão inventando agora. Confira aqui.

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Que bonitinha: uma camiseta que detecta sinal Wi-Fi . Aqui.

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Preciso falar desse pendrive? Aqui.

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Olhe que bonitinha a camiseta dele… Aqui.

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O nerd, quando se cansa, senta melhor nessas almofadas, achadas aqui, onde tem mais um monte de artigos.

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E quando morre, não descansa em paz: continua on-line… Veja aqui.

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A Terceira Guerra Mundial

Clotilde Tavares | 14 de novembro de 2009

– Pai, que fruta é aquela?

– É uma jaca.

– Ai, pai, como é feia…

jaca

Foi esse o diálogo que ouvi no supermercado, enquanto fazia minhas comprinhas semanais. A garota que fazia a pergunta tinha seus doze anos e era uma graça de adolescente, com a pele lisinha e os cabelos finos e claros. Portadora de tanta suavidade e juventude, não admira que achasse feia a jaca, escura e espinhenta por fora, e tão estranha por dentro, cheia de tripas e fiapos.

Caetano Veloso diz que “Narciso acha feio o que não é espelho” e esse episódio comprova exatamente isso. É muito difícil aceitar aquilo que é diferente de nós, e muitas vezes sequer nos damos conta dessa dificuldade. O exercício da tolerância, a aceitação do outro não naquilo em que ele se parece conosco mas exatamente no que ele tem de diferente torna-se muitas vezes tarefa quase impossível.

Durante a missa católica há uma hora em que o padre diz: “Abrace o irmão!” e nós nos viramos para quem está ao nosso lado, geralmente alguém que não conhecemos e nos abraçamos com esse desconhecido, sorrimos para ele, desejamos-lhe “a paz de Deus” e ficamos com isso muito felizes, achando que estamos sendo nobres e bons porque abrimos os nossos braços para um desconhecido.

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O que esquecemos é que aquele “irmão” que está ao nosso lado na igreja é provavelmente da mesma classe social que nós e que, também como nós, tomou banho, colocou desodorante e trocou de roupa antes de ir para a igreja. Esse irmão, meu caro leitor, é muito fácil de abraçar. Não há nenhum mérito nisso. Mas como abraçar o irmão que mora na rua, que está embriagado e caído na sarjeta? Como abraçar a irmã que se aproxima de nós no semáforo, vestida de trapos, com uma criança imunda nos braços? Como abraçar o irmão que expõe seu corpo e sua desdita, envergando seus trajes bizarros, nas esquinas das avenidas deste país?

Fazer o bem sem olhar a quem é uma coisa muito difícil. Fazemos, mas queremos gratidão eterna. E só fazemos o bem a quem achamos que merece esse bem, e não a quem realmente precisa dele. Uma pessoa iluminada me disse um dia que cada um de nós deveria fazer uma boa ação diária; mas essa boa ação só contava a nosso favor na contabilidade divina se ninguém soubesse que nós éramos o autor, nem mesmo a pessoa beneficiada. A imagem do escoteiro atravessando a rua com a velhinha, se exibindo aos olhos de todos, seria a antítese de uma boa ação de verdade.

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Essas idéias e pensamentos vêm à minha cabeça enquanto assisto ao noticiário na televisão e vejo os habituais e diários fatos que acontecem nas cidades do mundo: guerra, intolerância, violência, assassinato… É a Terceira Guerra Mundial que já está nas ruas, com suas batalhas em cada esquina, aqui pelos pontos de venda de droga, acolá porque uma moça entrou de vestido curto na universidade, ali na frente porque alguém encheu a cara e resolveu voltar para casa dirigindo um carro. Isso sem falar nas bombas explodindo e retalhando inocentes porque acima do chão minaretes brigam com torres encimadas por cruzes, e por baixo da terra o petróleo estende seu leito negro e viscoso…

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A Terceira Guerra Mundial é gerada pela ganância, pela intolerância, pela loucura. É claro que existem outras saídas, que há a possibilidade de Paz, tanto na esquina de casa como no chamado Oriente Médio. Mas é impossível ganhar dinheiro com soluções pacíficas. A máquina de guerra quando entra em ação gera dinheiro e poder, mesmo às custas do sangue dos inocentes.

Então, é tentar, pelo menos nas nossas vidas pessoais, aumentar as nossas atitudes de tolerância e incrementar nossa compreensão e aceitação daquilo que é diferente de nós, para contrabalançar a energia gerada pelos senhores da guerra e pelos chefões do tráfico.

Vamos deixar de ver na inocente jaca sua face espinhosa e feia, e vamos mergulhar no mel do seu coração de ouro, deliciosos bagos amarelos que enchem nossa vida de doçura e sabor.

 

Este post vai para o meu amigo Washington Araújo, paladino das causas nobres, em quem eu me miro e gosto de ter como exemplo.

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O hipertexto da memória

Clotilde Tavares | 13 de novembro de 2009
shower

Lá estou eu às onze da noite tomando banho. A água quente escorre sobre minha pele, estou de olhos fechados, relaxada, entregue a um fluxo de pensamentos, quando de repente uma imagem pungente se desenha na tela da minha mente: minha mãe morta no caixão. Tomo aquele susto, recebo a tijolada de sofrimento no centro do peito e me pergunto: mas o que é isso? Estarei ficando doida? Ou pior: deprimida? É assim que começa, essa história de depressão que acaba com a vida das pessoas de meia-idade, como eu?

Abro os olhos, respiro, vejo os azulejos, a cortina do banheiro, sinto novamente a água quente a escorrer suave e deliciosa sobre o meu corpo mas a imagem continua ali, persistente, nítida: mamãe morta no caixão. Ah, não! Esse fantasma não vai me perseguir, logo hoje, que o dia foi tão bom, que tudo deu certo, que almocei com meu filho e minha neta, passei uma hora agradável na livraria, o apartamento está arrumado esperando os amigos que vêm aqui à noite… Eu não vou permitir isso.

Procuro então, em vez de me deixar levar pela emoção ou pela saudade analisar como é que uma criatura está debaixo dágua no prazer do banho quente e de repente, do nada, se depara com uma imagem dessa. De onde ela veio?

090220_money_stackE penso no que veio logo imediatamente antes: era a minha imagem morta no caixão. Mas por que estaria eu morta no caixão? Ah, lembrei. Eu havia decidido gastar uma grana que recebi de uma antiga dívida que a UFRN tinha comigo e que está no banco e eu ainda não fui sacar. Talvez devesse ir no banco logo de manhã, era no que estava pensando, mas lembrei que não ia dar tempo porque de manhã eu vou lavar o cabelo no cabeleireiro.

Foi isso! Tomei essa decisão antes de entrar no banho: em vez de lavar o cabelo hoje, em casa, agora, vou lavar amanhã no cabeleireiro. Mas se eu for ao cabeleireiro não dá tempo a ir ao banco buscar a grana que a UFRN já depositou, e que já está lá há uns tempos.

melody

Aí pensei: será que eu devia economizar essa grana, em vez de torrar todinha numa viagem, como quero fazer agora, num cruzeiro, de navio, uma coisa que nunca fiz antes e que tenho uma vontade danada de fazer? Ah, pensei, quero nem saber! Vou gastar a grana na viagem mesmo, e assim vou fazer com tudo que ganhar, porque quando morrer não quero deixar um centavo, os filhos que se virem para comprar o meu caixão, e me arrumar bem direitinha e bonitinha dentro dele, do jeito que arrumei a minha mãe… Pronto! Foi assim que a imagem chegou. Não veio do nada, veio encadeada em um monte de coisas, e coisas boas: viagens de navio, dinheiro, gozar a vida…

Tranquilizada, relaxo, saio do chuveiro, me enrolo numa toalha e, saudando com prazer os saltos que dei, de clique em clique com o mouse da mente, indo e voltando, no hipertexto da memória, sento-me ao notebook para escrever este post.

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Vergonha e medo

Clotilde Tavares | 11 de novembro de 2009
Fortes

Natal. Foto de Canindé Soares.

Nunca falo em assuntos locais, ou seja, assuntos que têm a ver somente com a cidade em que moro, Natal-RN. É uma pena, pois é uma cidade pródiga em fatos e notícias interessantes, acontecimentos surreais – a maioria deles protagonizados pelos homens e mulheres que estão no Poder – e tudo aquilo que os ceresumanos vivem aprontando nas calçadas à beira-mar ou nas alamedas dos shoppings. Fiz essa opção porque o meu objetivo é ter leitores de todas as partes do Brasil e quiçá do planeta Mundo. Aí, opto por temas mais gerais.

Mas hoje há uma assunto que extrapola o nível do local porque mostra como as pessoas se relacionam com o meio eletrônico. O tema é exemplar e se aplica a muito do que acontece por aí. Vejamos. Os políticos, como todo mundo, estão usando o twitter. A Governadora do Rio Grande do Norte @wilmadefaria e a Prefeita de Natal @micarladesousa têm twitter, no qual postam com regularidade, informando sobre reuniões, providências, eventos, solenidades e respondendo a pessoas. Eu acho isso muito legal, embora alguns twitteiros duvidem de que sejam elas mesmas a escrever. E daí? Eu não acho nada demais elas terem assessores para fazer isso. Não acredito que a Governadora do meu estado ou a Prefeita da minha cidade tenham tanto tempo ocioso assim para ficar twittando de instante em instante. E como o twitter é uma ferramenta de comunicação muito ágil, penso que é preciso ter uma pessoa bem especializada para fazer isso, principalmente para não comprometer a imagem pública de um governante com alguma tirada fora do contexto.

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Mas há alguns políticos que, por terem egos desmesurados ou por serem estúpidos mesmos twittam eles próprios. E não sabem como o twitter funciona, ou parece que não sabem. Pensam que é uma espécie de MSN, onde as conversas ficam restritas somente a quem escreve e quem lê. Você acredita, meu caro leitor do planeta Mundo, que um vereador da minha cidade, indo para o velório de um radialista morto em cidade vizinha, twittou a seguinte pérola: “Tou indo pra Mossoró enterrar uma bicha q morreu era antiga no rádio virou purpurina”.

Um jornalista atento, que segue o dito vereador no twitter, leu a aberração e publicou no seu blog. O cara soube e no mesmo twitter respondeu ao jornalista em termos desrespeitosos de tal forma que não vou reproduzir aqui. Aí foi o que se vê: Deus-e-o-mundo leu e repassou, ou “retuitou” uns para os outros e o caso ficou notório. O tal vereador se desculpou com o jornalista aqui. Mas a presepada já estava feita.

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Eu não identifiquei as pessoas porque não me interessa a questão pessoal, embora a nível local ela seja pertinente, pois o vereador foi simplesmente o mais votado da última eleição e é candidato a senador – pra vocês verem como andam as coisas na política desta ensolarada capital do Rio Grande do Norte. Você, querendo saber, é só seguir os links do parágrafo anterior.

O que é exemplar nesse episódio é o despreparo das pessoas em todos os níveis, incluindo as pessoas públicas – algumas –  inclusive para lidar com mídias eletrônicas como o twitter. E o pior é que pessoas assim estão ocupando cargos, e ameaçam subir cada vez mais, tendo nas mãos decisões importantes que afetam a sua e a minha vida, meu caro leitor. Escrevo isso para o planeta Mundo tomar conhecimento, e sei, infelizmente, que isso não acontece só neste meu estado, mas em muitos lugares desse nosso tão combalido país, quando se trata de Ética e de Humanidade. Tenho duas sensações num episódio desse: Vergonha. E Medo.

Sobre o tema, leia mais essa aqui, do jornalista Patricio Jr.

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Coração parahybano

Clotilde Tavares | 10 de novembro de 2009
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Ontem, segunda-feira, passei a tarde ocupada com um evento virtual: o lançamento, pela Internet, do meu livro “Coração parahybano: crônica, literatura e memória”, que foi editado pela Linha Dágua em 2008 e lançado em 5 de setembro do mesmo ano na Fundação Casa de José Américo. Sem coquetel e sem autógrafos (que sempre acho um terror, autografar livros para aquela fila de gente!) passei a tarde twittando, mandando e-mails, torpedos no MSN e o mais que fosse, fazendo uma agitação danada e até meia-noite de ontem cerca de 130 pessoas já haviam baixado o arquivo com o livro.

Pois é, minha gente. As coisas têm mudado muito ultimamente com os recursos da Internet, e todas as atividades humanas precisam se adequar a isso. O pessoal de música já sabe que é inútil lutar contra o download de discos, e já começa a colocar o trabalho disponível para ser baixado gratuitamente ou cobrando pequena remuneração.

capa_divulgação

No mercado de livros, apesar da resistência, começa a acontecer a mesma coisa. Há milhares de títulos já disponíveis na Internet, circulando em listas de discussão para uso gratuito, permitido ou não por editoras e autores. É impossível proibir essa troca espontânea de livros, porque é um movimento mundial e que não tem retorno.

Então, o que fazer? Juntar-se a esse movimento! E foi o que eu fiz, colocando meu livro disponível para download gratuito, no link http://www.clotildetavares.com.br/cp. É só clicar, baixar e ler. E o editor? – pergunta você, meu preclaro e cuidadoso leitor. O editor, Heitor Cabral, da Linha Dágua, está de acordo. Consegui convencê-lo de que a disponibilização gratuita do livro vai aumentar as vendas do mesmo no site da editora. Isso ocorre porque muita gente usa o download apenas para folhear o livro, do jeito que se faz numa livraria com um livro de papel. Olha, lê uma página aqui, outra ali, e resolve comprar. Nas quatro primeiras horas em que disponibilizei o link, cento e dez pessoas já haviam baixado e pelo menos três enviaram e-mails querendo comprar o livro de papel.

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Eu mesma tenho cerca de 400 livros no meu computador. Tudo livro bom, desde clássicos da literatura até livros que foram lançados neste ano de 2009. Alguns deles eu li na telinha, depois fui na livraria e comprei, para ter, porque sou doida por livro e gosto de olhar para eles nas estantes.

Só para encerrar, o “Coração Parahybano” tem 60 crônicas escolhidas entre as que publico toda quarta-feira no jornal A União, que circula na capital da Paraíba. A seleção dos textos teve como temática principal a história da Paraíba, minhas memórias da infância passada em Campina Grande e comentários sobre livros e autores paraibanos. São 132 páginas, com 60 textos.

Então: baixe. É de graça, não custa nada. Divulgue o link entre a sua lista de contatos. Repasse pra Deus e o mundo. Se você é blogueiro, divulgue no seu blog. E se tem twitter, retuíte para seus followers, com esse link menorzinho: http://migre.me/aFn8. Ao contrário do que muitos pensam, quanto mais gente baixar de graça, mais gente vai comprar o livro de papel como já está acontecendo. Desse jeito, editor e autora vão ficar muito satisfeitos. Conto com você.

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Coração Parahybano, Edições Linha Dágua, lançamento virtual
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O Muro de Berlim: 20 anos depois

Clotilde Tavares | 9 de novembro de 2009

No dia 9 de novembro de 1989 eu estava em São Luís do Maranhão onde havia ido participar de uma banca de concursos na Universidade Federal, na área de Saúde Pública. Passava o dia trancada numa sala na Universidade, almoçava ali mesmo em restaurante próximo e o trabalho era duro, pois o concurso tinha muitos candidatos inscritos, e havia que analisar todos aqueles currículos, fazer as entrevistas, corrigir as provas, assistir às provas didáticas em forma de aula e tudo o mais. Quem já passou por isso sabe que é uma maratona.

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Pois bem: nesse dia eu cheguei ao hotel aí pelas sete horas na noite, mais morta do que viva. Tomei um banho e desabei na cama, buscando coragem para descer ao restaurante e jantar. Foi aí que, distraidamente, liguei a TV e não acreditei naquilo que eu estava vendo: estavam derrubando o muro de Berlim.

A Queda do Muro é um desses acontecimentos históricos espetaculares que nunca podemos esquecer e que a gente sempre sabe onde estava e o que estava fazendo quando recebemos a notícia. O 11 de setembro, o assassinato de John Lennon, o assassinato de Kennedy, a chegada do homem na Lua… Como esquecer essas datas e a nossa reação a esses eventos?

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Naquele dia, longe dos meus filhos, em cidade distante, sozinha no quarto de hotel, sem amigos para comentar o que estava acontecendo, sem ter com quem falar, eu fiquei ali pensando no significado daquilo que eu estava vendo. Pensei em todas as mortes, separações, injustiças, em toda a coorte de desgraças que aquela muralha de pedra havia produzido. Pensei no Muro, ou na sua queda, como um símbolo de uma nova ordem que se instalava sobre aqueles escombros, com mais Compreensão, com mais Tolerância, com mais Harmonia entre homens e nações.

É claro que muros mais sólidos ainda estão erguidos, desafiando a Paz e a Solidariedade: são aqueles construídos nas mentes e corações dos homens, com os tijolos da Cobiça, o cimento da Intolerância, a cal do Ódio. São esses muros interiores que hoje, na comemoração dos 20 anos de derrubada do Muro de Berlim, precisam ser lembrados. Como a muralha física de pedra e cal que tombou há anos, é preciso que eles comecem também a cair por terra, melhorando a vida de todo mundo.

A jornalista Ariane Mondo, paraense/potiguar vivendo na Alemanha mantém um blog sobre a Queda do Muro. Aqui.

O escritor W. J. Solha escreve artigo fundamental sobre a efeméride, incluindo reflexões sobre a prática política, tudo embalado pelo texto elegantíssimo desse sorocabano/paraibano, festejado autor de “Relato de Prócula”. Veja o texto de W. J. Solha aqui.

Há um filme muito bom sobre o tema: “Adeus Lenin” (Wolfgang Becke, 2003).

E achei esta foto espetacular AQUI.

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Aqui jaz o muro de Berlim...

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duas alemanhas, muro da vergonha, Muro de Berlim, queda do muro
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Domingo é dia de preguiça…

Clotilde Tavares | 8 de novembro de 2009
COUBERT

Óleo sobre tela. Coubert.

 

 

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Você precisa realmente disso?

Clotilde Tavares | 7 de novembro de 2009
astronave

Há uma história que não sei se é verdadeira mas isso não importa, pois ela é perfeita para demonstrar o que quero dizer. Conta-se que na corrida espacial, com americanos e russos disputando para ver quem chegava primeiro à Lua, as canetas comuns se mostraram inadequadas para o uso na gravidade zero. Os americanos, então, gastaram alguns milhões de dólares na pesquisa da caneta ideal; os russos usaram um lápis.

Isso e o exemplo clássico do foco no problema ou foco na solução. É grande o número de ocasiões no dia-a-dia em que nos desviamos da solução e usamos ou adquirimos, muitas vezes a custo alto, equipamentos ou metodologias inadequadas ou complexas para resolver coisas que admitem soluções mais simples.

Este tema foi disscutido ontem no blog da Bia Kunze, a Garota Sem Fio. Bia Kunze é uma figura muito interessante: dentista especializada em home-care, ela também testa equipamentos de tecnologia móvel para empresas, escreve sobre esse tema em jornais e na Internet, tem um excelente blog e faz animada participação no Twitter além de manter duas casas em capitais diferentes (isso eu não entendi direito, mas deixa pra lá.)

Bia Kunze ajuda profissionais a escolher aparelhos, softwares e serviços, e auxilia as pessoas a tirar o maior proveito possível dos seus equipamentos. O que ela nota, no dia-a-dia como consultora, é que muitas vezes os clientes investem altas somas em aparelhos cheios de funções dos quais somente usam umas poucas, e que os problemas deles poderiam ser resolvidos de forma mais simples e barata.

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A vassoura elétrica!

Eu sou apaixonada por gadgets. Em 1975 eu já tinha uma calculadora eletrônica minúscula, e os colegas de faculdade me perguntavam, “para que eu queria aquilo”. Fui a primeira pessoa em Natal a ter uma agenda eletrônica, um modelo da Casio com sua espetacular memória de 32 Kb; quando eu a tirava da bolsa, as pessoas se amontoavam à minha volta para olhar a engenhoca, do jeito que alguns anos depois iam à minha casa para ver a placa de captura de TV que instalei no computador para ver minha novela num cantinho da tela enquanto digitava no Word.

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Aí, eu notei que as coisas estavam se complicando quando começaram a aparecer os controles remotos com 101 teclas das quais a gente só usava umas cinco ou seis; os fornos de microondas de progamação complexa, cheios de recursos, que terminavam sendo usados apenas para esquentar o prato feito e a água para o cafezinho – como até hoje ainda fazemos. Os players de VHS e depois de DVD eram cheios de botões que não sabíamos para que serviam.

Esses aparelhos já estão vindo em um formato mais simplificado, talvez pelo aumento do acesso das chamadas classes C e D a esses produtos; mas no campo de outros gadgets, principalmente no que se refere à comunicação móvel, a praga dos dos mega-recursos para resolver miniproblemas continua com a corda toda. (Tem hífen? Não tem hífen? Eu nunca sei!)

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Eu continuo gostando de gadgets, mas só compro aqueles que realmente utilizo. Tenho vassoura elétrica, ando com minibinóculo dentro da bolsa, tenho uma microlâmpada que prende no livro para ler à noite, sou viciada em bobagem nerd. Quando surgiu o iPhone, fiquei doidinha por um. Como não compro por impulso, comecei a me perguntar se eu realmente precisava dele. E cheguei à conclusão de que poderia viver muito bem sem a engenhoca.

Ora, minha gente! Sou uma escritora e trabalho em casa. Não tenho horários a cumprir, clientes a atender, compromissos agendados nem alunos a orientar (não mais, graças a Deus!), desde que me aposentei como professora da UFRN. Então para que danado eu quero um smartphone? Só porque todos os meus amigos têm, embora a maioria o use basicamente para telefonar e tirar fotos dos netos? Meu aparelho Nokia-Modelo-Simples recebe e faz todas as ligações que preciso, e que são poucas. E os meus netos todo mundo sabe que são lindos…

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Aí, depois de namorar muito com um iPhone, e como a minha grana não nasce nas árvores, resolvi, em vez dele, comprar um leitor de e-books. Já li uma porção de artigos sobre essa maravilha tecnológica e estou muito inclinada a a adquirir o modelo da Sony. Para a leitora inveterada que eu sou, o gadget vai me permitir um sonho: andar por aí com centenas, talvez milhares de livros e lê-los em qualquer lugar onde estiver. Para mim, não me importa se os livros têm como suporte os átomos ou os bytes. Em qualquer formato, a essência mesma da Literatura que é o diálogo entre o leitor e o escritor, mantém-se preservado e vivo, para deleite de quem gosta de ler, na tela ou no papel.

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Cenas da vida privada

Clotilde Tavares | 6 de novembro de 2009

Por que? Porque depois de passar mais de uma hora escrevendo um post caprichado, cheio de links e referências sobre a necessidade de se ter ou não um smartphone, o WordPress sumiu com meu texto! Isso veio comprovar minha teoria de que a Informática não é uma Ciência Exata: é uma Ciência Oculta…

Fiquei à beira de uma ataque de nervos mas, como tinha tudo na cabeça, vou escrever de novo para postar amanhã.

Acontece.

emburrada

Fiquei aborrecida!

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