Cabelos brancos
Clotilde Tavares | 8 de abril de 2009
Quando vejo na TV atores como Antonio Fagundes (60 anos, no próximo dia 18/04) ostentando os seus cabelos brancos e arrancando suspiros da mulherada de 8 a 80 anos, não posso deixar de pensar na atriz Regina Duarte (62 anos completados em 05/02) e que, possivelmente, deve ter tantos cabelos brancos quanto ele. A diferença é que ela precisa pintar o cabelo para conseguir os papéis na TV.
O homem com cabelos brancos é visto como um homem maduro, experiente, charmoso, encantador. As mulheres ficam atraídas por ele, vêem nele a figura do
pai, do protetor, do guardião, daquele que dá segurança, que traz experiência, que representa status, que se encarrega de tudo. Já a mulher com cabelos brancos, além de não passar nem a homens nem a mulheres essas mesmas sensações, termina por ser interpretada de forma completamente diversa. Deixa de ser mulher. Se andar muito arrumada, alinhada, de salto alto, é chamada de “senhora”. Se se vestir à vontade, sem muito apuro, vira “velha”. Quando muito, sendo simpática, recebe o nome de “velhinha”. Mas mulher, nunca mais!
Tenho uma amiga, de seus 50 anos de idade, poucas rugas, rosto expressivo e bonito, cabelinho todo branco. Usa porque gosta. E me contou que quando está em um lugar público, fila de banco, de self-service ou loja, sempre aparece alguém – geralmente mulher – que se aproxima e dispara: tem alegia a tinta? Ou é o marido que não deixa? Assim, sem mais nem menos, interferindo na privacidade da outra, em um assunto que não diz respeito senão a ela mesma, a portadora da alva cabelereira.
A nossa cultura, que prega que as mulheres devem ser sexys e sedutoras sem prazo para aposentadoria, é que fabrica esse tipo de coisa. Vá dizer que não quer mais casar, que não tem mais interesse em homem, que prefere viver sozinha do que namorar, para todo mundo achar que você está de miolo mole, ou deprimida, ou com algum problema.
Pois é, meu caro leitor. Num mundo onde as meninas de 7 anos usam maquilage pesada e já têm namorado, não se admite que damas da minha idade, finalmente satisfeitas depois de toda uma vida de “amei e fui amada, beijei a quem bem quis” finalmente sosseguem e possam se dedicar à leitura (e à atividade blogueira) ou a qualquer outro mister, em paz – e sem comichões sexuais.
Mundo doido, esse.
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Tela de Vicente Vitoriano. Veja mais em http://vvitoriano.multiply.com/
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A máquina de lavar
O casal está passeando no shopping e de repente a mulher pede que o marido lhe compre um lindo biquini exposto em uma vitrine.
– De jeito nenhum! – resmunga ele. – Com esse corpo de máquina de lavar? Nem pensar!
Continuam o passeio. Logo depois a mulher pede que o marido lhe compre um vestido.
– Com esse corpo de máquina de lavar? Nem pensar!
À noite, antes de deitar, o marido convida:
– E aí, benzinho? Vamos colocar esta máquina de lavar para funcionar?
E a mulher:
– Para lavar esse pedacinho de pano? Nem pensar! Se quiser, lave-o na mão!
Um dia desses recebi um e-mail do meu amigo 








Andando pelo Manaíra Shopping na tarde de ontem, provei daquilo que chamo de assédio ao consumidor.
será que dá certo com as minhas roupas? Dá certo com o vestido com estampa de oncinha, mas com a minha combinação de cores preferida – preto-e-branco – não dá. Com o preto-e-branco fica melhor o sapatinho vermelho. Ou então o preto, desde que eu use a bolsa vermelha, para alegrar um pouco, ou então… Aí o cara me interrompe de novo. Procurando um sapato social? Ou uma sandalinha? Pronto. Não sei mais o que eu estava pensando e me vejo de novo frente ao sapato marrom, sem me lembrar direito qual a linha de raciocínio que eu estava seguindo e nem o que era que eu queria antes. Olha moço,
muito obrigada, eu estou somente olhando. Aí continuo: será que esse sapato marrom dá certo com as minhas roupas? Ah, sim fica melhor o vermelho. Mas… e esse preto aqui, com um friso vermelho bem fininho, que lindo. Será que o salto não é muito alto? Gostou desse, senhora? Qual o número? Posso pegar para a senhora? É de novo o vendedor. E eu me perco de novo sem conseguir raciocinar e decidir o que eu quero, e cansada de ter que começar tudo de novo. E olhem que isso tudo ocorre do lado de fora da loja. Desisto de entrar e é nessa parte eu vou embora sem conseguir sequer saber que tipo de sapato eu estou querendo.


Se tem uma coisa de que eu gosto, é observar as coisas. Como são feitas, para que servem, e existe até um programa no Discovery Channel chamado “O Segredo das Coisas”, na frente do qual eu passo horas aprendendo os segredos da fabricação de lâmpadas, pregos, biscoitos, embalagens, e um monte de outros objetos simples e comuns, que a gente pega milhares de vezes e nunca imagina o tanto de tecnologia, design e soluções geniais está embutido ali.
patenteou o dispositivo na Alemanha pois a Noruega não tinha leis de patente na época. Até então, muitos tipos de formatos e materiais haviam sido tentados por inventores em vários países do mundo mas todos danificavam o papel, ou se quebravam com facilidade, ou sua produção era anti-econômica. Somente a invenção de Vaaler teve sucesso.



Um casal estava jogando golfe num campo muito chique, rodeado por belíssimas mansões. A mulher deu uma tacada desastrada e quebrou uma das vidraças. Foram então até a casa para se desculpar e ver de quanto era o prejuízo.
garrafa há milhares de anos. Vocês me libertaram. Posso conceder três desejos. Eu dou um desejo a cada um e guardo o terceiro para mim.











tonéis de lixo, tudo misturado.
Digo isso porque faz uns dias elogiei pelos jornais o restaurante Terraço Brasil, do qual gosto muito, e nessa semana que passou, mais precisamente na quarta-feira dia 25, fui lá com uma amiga para o jantar. Meu objeto de desejo era um prato que consta do cardápio,uma delícia: carne-de-sol com purê de macaxeira e jerimum. O prato é servido com uma porção de carne-de-sol desfiada e deliciosamente crocante, ladeada pelo purê de jerimum tornado irresistível por um toque de canela e outras especiarias, e o purê de macaxeira tradicional. Pelo menos foi assim que degustei esse prato no mês de janeiro.






