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Você é muito inteligente, superdotado ou gênio?

Clotilde Tavares | 19 de outubro de 2009

Você deve ter visto ontem no Fantástico uma reportagem sobre um garotinho muito pequeno, que é considerado um prodígio. O menino chama-se Oscar, tem dois anos e meio, é uma gracinha e a mãe diz que com um ano e meio ele já tinha um vocabulário de 600 palavras, o que eu considero realmente espetacular haja vista que muitos ceresumanos adultos que conheço não chegam a conhecer e usar 300 palavras.

A reportagem acrescenta que o menino foi levado à Mensa, que é uma organização que aplica testes de inteligência e foi constatdo que o QI do pequeno infante alcançava 160 pontos, coeficiente altíssimo e que seria igual ao de Einstein.

Deixando um pouco de lado o caso do pequeno Oscar, quero falar um pouco sobre a Mensa, uma sociedade fundada na Inglaterra em 1946, que tem hoje mais de 100.000 membros no mundo inteiro e cujo objetivo é congregar pessoas intelectualmente estimulantes e fomentar o convívio entre elas. Tem cerca de 700 membros no Brasil e para filiar-se é preciso ter QI alto, comprovado por entidades reconhecidas pela Mensa ou através de testes por ela aplicados.

Mas o que é ser uma pessoa “inteligente”? Os grupos de estudos e pesquisas discordam quanto a detalhes, mas, no geral, aceita-se uma classificação que envolve três categorias: muito inteligentes, superdotados e gênios. O “muito inteligente” é a pessoa que em um teste de QI reconhecido obtêm um resultado superior a 95% da população em geral, ou seja, dentro dos 5% superiores. A Mensa seleciona como sócios somente aqueles que estão nos 2% superiores.

Já o superdotado é aquela pessoa que apresenta desempenho notável, somado ou não a capacidade intelectual superior, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes visuais, artes dramáticas e música e capacidade psicomotora. O superdotado é curioso, persistente, crítico de si mesmo e dos outros, tem senso de humor altamente desenvolvido, não se conforma com avaliações superficiais, é sensível a injustiças tanto no nível pessoal como no social, é líder e vê relações entre idéias aparentemente diversas, gosta de investigar, faz muitas perguntas, resolve problemas de forma original, é independente, imaginativo, cheio de idéias, e irrita-se com a rotina.

Quanto aos gênios, existem duas definições em disputa pelo termo. Uma delas diz que é possível medir quantitativamente a genialidade pela medição de QI, que estaria entre 180-190. A outra, mais qualitativa, define gênio como aquela pessoa que consiga elaborar raciocínios e inferências tais que, somados a uma intuição também muito acima do normal, lhe permitam não somente imaginar como também formular e realizar uma obra fundamentalmente original e reconhecidamente de alto valor.

Os membros da Mensa são todos muito inteligentes mas não são necessariamente superdotados ou gênios. Entre eles, encontrei o nome de Roger Rocha Moreira, guitarrista e fundador da Banda Ultraje a Rigor, o que mostra que, como eu sempre defendi, há muita vida inteligente no rock and roll.

Visitando esse site da Mensa, é possível acessar um setor onde há testes de inteligência para sua diversão. Em um deles você tem 25 minutos para responder a uma série de questões variadas, sendo o resultado avaliado tanto em termos de acerto quanto em termos de tempo gasto. Além disso, há os desafios em vários níveis, com questões que deixam você louco para largar o que está fazendo e se dedicar o resto do seu dia somente a resolvê-las.

Voltando ao pequeno Oscar, com seu QI de 160, a preocupação dos pais é porque o garoto se sente deslocado na escola, pois comenta e fala sobre coisas que os coleguinhas não entendem. Imediatamente me remeti à minha própria infância, onde sempre me senti uma outsider, uma estranha no ninho, completamente tomada pela síndrome Sheldon-Cooper. Lia muito, conhecia coisas que ninguém sabia o que era e incomodava demais os professores com perguntas que não sabiam ou não queriam responder.

Aos 16 anos, fiz um teste de QI que apresentou 148 pontos; meu pai, que gostava de novidades e que havia me inscrito para o teste, ficou vaidoso, satisfeito, mas isso não adiantou de nada para mim, pois era o ano de 1963 em Campina Grande, época e local que não abriam muitas possibilidades para uma menina filha de gente remediada como eu era, mesmo com esse QI apreciável.

Às vezes penso que a vida teria sido melhor e menos solitária se eu percebesse menos do mundo que me cerca, se compreendesse menos as coisas, se tudo não fosse tão claro; poderia me contentar com pequenos prazeres, com coisas mais simples, não seria tão seletiva e não exigiria tanto do mundo nem das pessoas. Mas essa foi a minha sina e eu tive e continuo tendo uma vida boa, afinal de contas. Gosto da forma como me localizo no mundo e continuo treinando minha mente, para ver se os tais pontos não diminuem muito sob o efeito poderoso dos anos.

Finalmente, recomendo a visita ao site da Mensa, que é muito interessante. Mesmo que você não seja superdotado nem nada, vale a pena a visita, para ler os artigos, navegar por alguns dos links recomendados e divertir-se com os desafios à sua inteligência. E habilidade mental é como qualquer outra: se exercitada, só tende a aumentar.

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