Hoje estou poeta
Clotilde Tavares | 14 de agosto de 2010
VINDIMA
Poema de Clotilde Tavares
Espero a madrugada,
por entre os cajueiros
e fiapos persistentes de noite.
A violenta calma
amadurece os frutos
concentra a seiva
e diz:
– Espera.
Faz frio. Mas o sol que não vejo
mantém líquida a lágrima.
O leite está morno e a saliva
ainda é doce.
Estou calma. E espero.
A ilustração é a Imperatriz, Arcano III do Tarot, desenhada por Robert M. Place.
Achei aqui.