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O Elogio da Loucura

Clotilde Tavares | 8 de agosto de 2009

Depois de tanta bobagem que este blog trouxe ontem, hoje eu quero voltar um pouco à normalidade para falar de um livro que todo mundo ouviu falar, mas que pouca gente leu. E eu garanto que é um livro imperdível.

Erasmo, retratado por Holbein, o jovem.

Erasmo, retratado por Holbein, o jovem.

Lembra de quando estudamos História, e do nome de Erasmo de Rotterdam? Do seu livro e principal obra, “O Elogio da Loucura”? Como você talvez, eu nunca tive interesse no citado Erasmo. Talvez aquele retrato dele que é divulgado nos livos, que o mostra vestido de negro, com os olhos baixos e um nariz desproporcionado, ou o fato de ser um monge, não tenha chegado a atrair o meu interesse por sua obra.

Mas finalmente, alguns anos atrás, eu descobri o humor cortante e ácido deste livro, escrito em 1509 e publicado dois anos depois em Paris, que enfureceu os teólogos da época e alcançou status de best-seller: foram 40 edições e cerca de doze traduções somente durante o período de vida de Erasmo (1469-1536).

“O Elogio da Loucura” satiriza tudo: o conhecimento, as instituições, o clero, as profissões, os governantes. Nele, a Loucura, que fala na primeira pessoa, faz o seu próprio elogio e se diz na origem de todas as coisas, colocando-se também como geradora da própria Humanidade, já que é necessário que o homem fique tomado por ela se quiser tornar-se pai, pois somente a Loucura justifica a desenfreada perseguição do macho atrás da fêmea, da qual ele idealiza a carne e os sentimentos.

Rotterdam, o maior porto marítimo da Europa

Rotterdam, o maior porto marítimo da Europa.

E é ainda a Loucura que faz com que o homem se escravize pelo casamento à monogamia para satisfazer um capricho tão passageiro e somente uma mulher dominada pela Loucura consentiria em se submeter ao dever conjugal, às dores do parto e às dificuldades com a educação dos filhos. Assim, é da Loucura, temperada com o riso, o prazer e a embriaguês amorosa, que nascem os seres humanos, desde os monarcas, filósofos e sacerdotes até o mais comum dos camponeses.

Gipsy, meu alter ego, muito doida!

Gipsy, meu alter ego, muito doida!

E continua Erasmo de Rotterdam, com sua figura enganadoramente taciturna, a fazer o elogio da deusa Loucura e suas companheiras: a Adulação, a Volúpia, o Amor-Próprio, o Esquecimento, a Irreflexão, a Delícia, o Prazer-da-Mesa e o Sono-Profundo. Critica a Sabedoria, afirmando que se a razão governasse o mundo não existiria a coragem. Submete todos à verruma da sua pena: filósofos, médicos, teólogos, monges, frades, inquisidores, cardeais e papas, sem esquecer os reis, juntamente com a corte.

Se você ficou curioso, o livro é fácil de encontrar. Há um volume na coleção “Os Pensadores” e cópias disponíveis na Internet.

Finalmente lhe deixo com o conselho de Erasmo: “Só a loucura tem a virtude de prolongar a juventude, embora fugaz, e de retardar a malfadada velhice”.

Enlouqueçamos, pois.

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Erasmo de Rotterdam, loucura, O Elogio da Loucura, porto de Rotterdam
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Bobagem viciante

Clotilde Tavares | 7 de agosto de 2009

No dia de hoje vai haver um momento especial. Esse momento vai ocorrer exatamente às 12:34:56 do dia de hoje, 7 de agosto de 2009.

Repito:

12:34:56 07/08/09

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Importância disso? Nenhuma. É mais uma das bobagens que chegam às nossas caixas postais pela rede mundial de computadores, e que proliferam na mente de quem não tem o que fazer, como esta que vos tecla.

Sempre gostei dessas curiosidades, como aquela que mostra coincidências numéricas entre fatos da vida de Abraão Lincoln e John Kennedy. Não sei se são verdadeiras, nem me interessa, mesmo porque se forem não contribuem em nada para explicar os fatos da vida de um ou de outro.

E os joguinhos de inteligência, que você passa horas tentando resolver? Há um que propõe combinações de letras e números que devem ser decifradas, como 26 L no A (26 letras no alfabeto) ou 64 C num T de X (64 casas num tabuleiro de xadrez). Baixe aqui.

Há vários links na Internet para jogos de inteligência, Sodoku e outros. Você pode começar por aqui. A importância desses jogos é que aumentam a sua capacidade mental, exercitam seu cérebro, e previnem a esclerose cerebral e outras doenças degenerativas.

Outro jogo que gosto muito é o Bubble Shooter, no qual você tem que acertar umas bolinhas coloridas e assim acumular pontos. É um jogo altamente viciante e eu não recomendo se você tiver trabalho para fazer ou tarefas para cumprir. É só acessar o site Jogos Viciantes. Outro que gosto muito é o Bloxorz, que encontrei na central de jogos Koreus. Espere o jogo carregar e é só começar. Lida com habilidades espaciais, e é um jogo daquele tipo onde há dificuldades crescentes, em etapas.

Bem: acessando esses sites para linkar neste post, me deu vontade de jogar. Assm, fico por aqui com o texto, e corro para me entregar ao vício!

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A melhor poltrona

Clotilde Tavares | 6 de agosto de 2009

Um dia desses andei aqui falando em camas, e mostrei camas espetaculares, algumas delas pertencentes a celebridades. Hoje o meu assunto é a poltrona nossa de cada dia, onde sentamos para ver TV, ler, ou simplesmente cochilar. Nenhum pertence a qualquer celebridade.

A primeira delas é uma poltrona Barcelona, ela mesma um clássico. Essa está à venda no E-bay por 790 euros. É só clicar aqui.

A seguir, a Sunball Lounge Chair, um móvel conceitual, que pode ser fechada ou aberta através de uma esfera de aço. Custa US$ 60.000. Detalhes aqui.

A poltrona Egg é uma das estrelas do design e tem muitas versões. Esta abaixo é a preferida de Viviane Pontes, criadora do site De(coeur)ação.

Agora uma poltrona da BeeB, por 3.290 euros. Veja mais aqui.

Esta curiosa poltrona é toda feita de livros. Achei aqui.

Poltronas infláveis. Aqui.

Muito lindinha a Poltrona Coração. Aqui.

Essa já vem embutida na estante, para facilitar a leitura. Aqui.

Para os torcedores do São Paulo, essa poltrona especial para assistir a partida. Aqui.

Finalmente, a minha, ou melhor, uma quase igual à minha, pois não estava com a câmera para fotografá-la. É uma poltrona Herval, reclinável, super fofa, com bolsinho na lateral. A minha é amarelo claríssimo, em corino e, diferente dessa da foto, balança. Ahhhhhhhhh…

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Escrever: fissura, ofício e prazer

Clotilde Tavares | 5 de agosto de 2009

Um dos leitores deste blog me escreve relatando que ouviu uma crítica à minha forma de escrever, e ficou incomodado. Ele ouviu uma pessoa dizer que lamentava que eu escrevesse de modo tão simples, tão corriqueiro. Segundo essa tal pessoa, meus escritos eram medíocres pois não mostravam erudição, não pareciam produzidos por uma pessoa da Universidade (à qual pertenci durante quase mais de trinta anos).

Quero tranqüilizar o meu amigo, pois considero essa opinião um elogio. É exatamente esse o meu objetivo: escrever para que as pessoas entendam a história que estou contando, a opinião que estou defendendo, o ponto de vista que estou querendo demonstrar.  E quanto mais gente entender, melhor.

É sempre bom escrever lembrando que a escrita é um processo de comunicação e que esse objetivo, de comunicar algo, que deve vir em primeiro lugar. No entanto, muita gente se deixa seduzir pela vaidade e se esquece disso, colocando em primeiro lugar objetivos pessoais como “fazer bonito”, ser admirado, ser elogiado. Aí, geralmente, o que se vê é uma escrita empolada, pedante, cheia de preciosismos e geralmente incompreensível,.

Para cada tipo de leitor, ou de texto, há uma escrita diferente. A linguagem do blog é um tantinho mais leve e coloquial do que a linguagem das crônicas que escrevo semanalmente para os jornais e quando escrevo para teatro, tenho que ter o leitor – ou melhor, o espectador – sempre presente porque a peça não é literatura; é teatro e tem que prender a atenção do espectador para que ele fique ali sentadinho e assista até o final. Enquanto você pode largar o livro e sair um pouco, tomar um copo de água e depois retomar a leitura, no teatro isso é impossível. Então é preciso pensar sempre no espectador, e na forma de prendê-lo na poltrona sem que ele se entedie.

As crônicas têm endereço certo: o meu “caro leitor”, a quem me dirijo textualmente em algumas delas. A crônica – no meu entender – tem que ser curta, amena, em linguagem simples e deve ter um fecho interessante. Às vezes em vez de crônicas escrevo artigos opinativos, mas procuro seguir o mesmo princípio e sempre usando o humor. O meu “caro leitor” são as pessoas comuns que lêem, ou melhor, passam os olhos no jornal.

Isso não quer dizer que eu não possa ou não saiba escrever do jeito “acadêmico”. Se eu quiser, posso produzir um texto assim. Já escrevi teses, monografias e artigos científicos na época em que me dedicava exclusivamente à produção de conhecimento científico na área específica em que trabalhei por anos. Lembro-me de que uma vez me diverti bastante em um curso que fiz. O professor era daqueles que adorava quem escrevia “difícil” e eu mandava ver, somente para tirar a nota máxima. Alguns trabalhos meus não faziam o menor sentido – eu escrevia assim de propósito – mas o camarada se envolvia com as minhas palavras bonitas e os períodos subordinados em cascata e sempre colocava dez.

Só tem uma hora em que eu não penso no leitor: É quando vem a vontade de escrever como forma de expressar uma inquietude, uma fissura. O texto resultante pode até ficar bom para publicar (geralmente fica), mas isso é apenas um detalhe. O objetivo não é publicar, é me livrar de algo que não pode mais ficar “dentro”.

Nessas situações, gosto de citar Hemingway: “Escrever é fácil. É só sentar na máquina e abrir uma veia.”

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Jackson do Pandeiro e a Internet

Clotilde Tavares | 4 de agosto de 2009
Jackson do Pandeiro

Jackson do Pandeiro

Hoje quero contar uma coisa engraçada, que me aconteceu no ambiente da Internet.

Em 1998 Jackson do Pandeiro foi agraciado postumamente com o Prêmio Sharp de Música. Procurando na Internet, descobri que não havia muita coisa sobre ele, e nenhum site que tratasse somente da sua obra. Aí, coincidindo com a entrega do prêmio, criei e coloquei no ar o primeiro site sobre Jackson do Pandeiro que foi feito neste país. Um site simples, bem abaixo da grandeza do artista mas era tudo o que eu, uma simples fã, poderia fazer para homenagear o imortal criador de O Canto da Ema. Ainda está no ar, é bem visitado e você pode acessá-lo no endereço http://jacksondopandeiro.digi.com.br

Recebo muitos e-mails de pessoas que o visitam e pedem informações, fazem sugestões e elogiam a inciativa. Mas também recebo emails de cantores e produtores perguntando se podem gravar as músicas de Jackson, ou onde podem comprar os discos, ou sugerindo que eu disponibilize os MP3 – o que não posso fazer, por causa dos diereitos autorais. Muitos também escrevem para o site pedindo informações sobre onde podem ter aulas de pandeiro ou pedindo ajuda para comprar pandeiros.

Mas nada se compara a um e-mail que recebi certa vez que transcrevo com todas as letras, resguardando obviamente a identidade da criatura que me enviou.

O e-mail dizia:

“Olá, Jackson. Tudo Bom?
Sou Fulana de tal, do site TalTal.com (www.taltal.com), um site americano de música, que tem escritório em Nova York, Buenos Aires e São Paulo, além de estarmos preparando nossa entrada na Europa.  Além de sermos um diretório de MP3, damos bastante destaque ao conteúdo, isto é, entrevistas, críticas, etc. Estamos com um projeto de uma nova seção, em que apresentaremos o perfil de personalidades da música. Não poderia, é claro, faltar você, que é, certamente, um dos nomes mais importantes da nossa música. Por isso, estou mandando este email.  Gostaria de marcar uma entrevista com você. Ela pode ser feita por email ou telefone, como preferir.
Aguardo resposta ansiosamente. Obrigada.  Atenciosamente,

Aí a criatura assinava, colocava 0 email e os telefones para contato.

Jackson e Almira, sua primeira esposa e partner.

Jackson e Almira, sua primeira esposa e partner.

Ora, aquele site na época era bastante respeitado no meio musical e eu fiquei surpresa com o desconhecimento de uma pessoa que deveria ser mais informada, como essa tal Fulana. Só para ver até onde ia a coisa, respondi que era possivel conceder a entrevista por e-mail e assinei como se eu fosse Jackson do Pandeiro.

Aí, ela me respondeu:

“Oi, Jackson! Tudo Bom?
Fiquei muito feliz com sua resposta. Estou enviando abaixo as perguntas. A seção deve estrear em breve, por isso, pediria que você me respondesse o mais rápido possível.  Ah, e me mande uma foto também, ok?  Muito obrigada novamente.
Abraço,

Enviou então umas vinte perguntas cada uma mais absurda que a outra, do tipo:

“Qual artista e/ou música que te enlouquece, te colocando para dançar ou faz você desligar o rádio? Qual o seu videoclipe favorito? Quem  são os (as) cinco artistas do mundo da música mais sexy de todos os tempos? Se você pudesse ser outra pessoa, quem seria?”

E isso sem nenhuma pergunta sobre a produção musical ou o processo criativo do artista. O pior de tudo é que na primeira página do site de Jackson do Pandeiro, através do qual ela havia feito contato comigo, tem as datas de nascimento e morte do cantor: “1919-1982″…

Para mais informações sobre Jackson do Pandeiro, visite o site http://jacksondopandeiro.com.br ou venha até Alagoa Grande, na Paraíba, onde está instalado o memorial que preserva a obra e o acervo do cantor. Ou então compre o livro “O Rei do Ritmo” (Editora 34) escrito pelos jornalistas Fernando Moura e Antonio Vicente.

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Você acredita em tudo?

Clotilde Tavares | 3 de agosto de 2009

question-mark2Você acredita em tudo que chega na sua caixa postal pela Internet?

Desde  que o e-mail foi inventado que recebemos todo tipo de mensagens. Mães desesperadas enviando fotos de crianças perdidas, pedido de doações para crianças com doenças gravíssimas e que precisam fazer cirurgia, milionários africanos cujos milhões de dólares estão presos em alguma conta e que precisam de uma pessoa para ajudá-los a entrar na posse da fortuna. São histórias de rins arrebatados durante a noite, de cobras venenosas nas alfaces de um supermercado, de dinheiro ou celulares grátis se você enviar certa quantidade de e-mails.

Isso sem contar a enorme quantidade de textos com autoria atribuída a grandes nomes da literatura como Oscar Wilde, William Shakespeare, Fernando Pessoa e Clarice Lispector. Há ainda textos creditados a jornalistas e autores em destaque na mídia como Arnaldo Jabor, Luís Fernando Veríssimo ou Ariano Suassuna. Com o nome do último está circulando um texto sobre o forró de baixo nível, na verdade escrito pelo jornalista pernambucano José Teles.

Jorge Luís Borges

Jorge Luís Borges

É conhecido o poema Instantes, atribuído a Jorge Luís Borges (“Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros…”), poema cujo título original é I Would Pick More Daisies e cujo autor é Don Herold, tendo sido publicado em Seleções do Reader’s Digest em 1953. O curioso é que este autor, escritor, humorista e cartunista escreveu mais de dez livros mas sua obra mais conhecida circula o mundo atribuída a outro… O poema, impresso em poster na década de 1980 por um laboratório farmacêutico, foi largamente distribuído a médicos e eu mesma tinha um pregado na minha parede… até descobrir a verdadeira autoria. Fã de Borges, não quis compactuar com a impostura.

Um dia desses, numa palestra “motivacional”, a palestrante recitou um poema de Clarice Lispector que, como sabem aqueles que conhecem sua obra, nunca escreveu poesia. Mas o tal poema circula na Internet e pode ser lido normalmente ou da última para a primeira linha, artifício que provavelmente seduz as mentes mais simplórias, que o propagam.

W. Shakespeare

W. Shakespeare

Vi esta semana um anúncio da oficina de um artista visual onde ele estrutura todo o trabalho em cima do texto Você aprende, atribuído a William Shakespeare, mas que na verdade é da autoria de uma jovem norte-americana, Veronica Shoffstall, que o publicou em um livro de 1995 com o título Chicken soup for the soul. Quem conhece os textos de Shakespeare jamais confundiria a prosa elisabetana do século XVI com a escritura do Você Aprende (…Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma…) As pessoas que gostam desse texto ficam tao fanatizadas por aquelas palavras que são capazes de brigar se você afirmar que o texto não é da autoria do bardo de Stratford.

O último boato da Internet refere-se a uma suposta liminar que a indústria Monsanto teria dado entrada para proibir o Ministério da Agricultura de divulgar uma cartilha onde explica tudo sobre os alimentos transgênicos. A Monsanto não entrou com liminar nenhuma, a cartilha vai começar a ser distribuída amanhã pelo Ministério mas a notícia já rodou a Internet porque todo mundo, como diria minha mãe, “emprenha pelos ouvidos”* e adora demonizar uma multinacional. Veja os detalhes no blog DNAm dos biólogos Gabriel Cunha e Rafael Soares.

A lista é interminável, e se você quer saber de tudo o que é fraude que ocorre na Internet clique no excelente site  Quatrocantos. É importante comprovar as coisas antes de sair espalhando por aí.

*A expressão “emprenhar pelos ouvidos” significa dar crença a tudo o que ouve sem questionar. No caso, a tudo que recebe por e-mail…

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O doce prazer da leitura

Clotilde Tavares | 2 de agosto de 2009

Viciada em livro que sou, quando começo com esse assunto não consigo mais parar. Para mim, uma das melhores formas de passar o tempo é ler, e através da leitura e usando um lugar mais do que comum, “viajar nas asas da imaginação”.

Bienal do Livro da PB, em 2006.

Bienal do Livro da PB, em 2006.

Passando a vista no “Como e por que ler”, do crítico Harold Bloom, fiquei pensando como é bom um “livro sobre livros”, como é o caso deste. O bom deste tipo livro, pelo menos para mim, é que ele me remete a leituras que nunca mais eu tinha feito, como Jorge Luís Borges. Reli com extremo prazer “Tlön, Uqbar, Orbis Tertius”, recomendado por Bloom, e de quebra li outras coisas das quais gosto muito, como “Funes, o Memorioso” e “Aproximação a Almotásim”. Aí, acontece que dei por falta na estante dos meus exemplares de “O Aleph” e “História Universal da Infâmia”. Emprestados não foram, pois tomo nota de todos. Devem estar perdidos em outras estantes, quem sabe entre os livros de teatro ou de folclore.

Falando sobre o hábito da leitura, Bloom diz que crianças criadas em frente da TV e que passam a adolescência na frente do computador realmente não formam esse hábito, e chegam à Universidade completamente refratárias a esse estranho objeto chamado livro.

Crianças atenta á contação de histórias na Bienal da PB em 2006.

Crianças atentas à contação de histórias na Bienal da PB em 2006.

Eu que o diga, que quando ensinava na UFRN sempre passava a cada nova turma pelo mesmo tormento de explicar aos meus alunos que um curso universitário implica em leitura, sim; e que não podemos ler apenas um livro por semestre. Muitos achavam “absurda” a “exigência” de que eles lessem de três a quatro livros sobre os temas estudados.

Quem não lê não sabe o que está perdendo. A leitura nos livra da solidão, nos faz viajar sem gastar dinheiro e ajuda a gente a se entender melhor, e a compreender os outros.

Na entrevista que li do Harold Bloom, ele diz que “uma democracia depende de pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.”

Passo sem computador e sem Internet. Mas sem livros, não me atrevo sequer a pensar.

As fotos são minhas. A Bienal Nacional do Livro da Paraíba realizou-se em maio/junho de 2006, no Espaço Cultural. Atuei como curadora do evento.

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Biblioteca em casa

Clotilde Tavares | 1 de agosto de 2009

O pessoal mais velho – mais velho mesmo – diz que o maior inimigo das bibliotecas pessoais são as viúvas. O cara junta ao longo da vida, com engenho e arte, uma biblioteca de qualidade e, quando morre, a mulher, passado o sétimo dia, vende os livros aos sebos por qualquer quantia. Isso porque geralmente o homem junta os livros mas cabe a ela mantê-los organizados e limpos, sem poeira, além da extrema aporrinhação de disputar o espaço doméstico com a livralhada que, para algumas mulheres, obstrui qualquer projeto de decoração.

E é o pessoal “mais velho” quem diz isso porque hoje é até politicamente incorreto pensar que só os homens juntam bibliotecas, uma vez que as mulheres são seres pensantes, inteligentes, e que também gostam de ler. Na prática, porém, eu continuo vendo que a maioria das grandes bibliotecas particulares são reunidas por homens e que as mulheres/esposas/viúvas continuam se comportando como aquelas do parágrafo aí em cima.

Lembro da minha mãe que apesar de gostar de ler sempre reclamava da quantidade de livros que havia em casa, os livros do meu pai que depois foram acrescidos aos nossos. Meu pai era charadista, e tinha coleção de dicionários, pra você ter uma idéia. Ainda em vida, ele foi se desfazendo devagarinho de todos os livros, presenteando os amigos, os filhos, e quando faleceu não tinha mais quase nada.

No meu caso, além dos 1.800 que tenho no apartamento, tenho mais uns mil na casa da minha filha – a minha antiga casa, onde ela mora agora. Neste apartamento para onde vou ainda este mês, há uma sala enorme e mais um quarto, um banheiro e a cozinha americana. Ou seja: o núcleo da casa é a sala, onde vou colocar meus livros e viver no meio deles, como eu gosto, olhando suas queridas lombadas.

Atualmente, no apartamento de três quartos em que moro sozinha, meus livros estao confinados em um dos quartos, que denominei “escritório”, e onde pouco permaneço pois sou claustrófoba e prefiro ficar na sala, que é um pouco mais ampla e que se abre sobre a varanda de onde vejo o mundo. Os livros não cabem na sala, ou melhor, caberiam, mas aí eu ia ter que colocar o sofá e as poltronas em outro lugar…

Já estou chamando de “estúdio” a minha nova morada, de apenas cinco cômodos nos seus 80 m2, dos quais a sala ocupa a metade. Vai ser uma grande mudança em relação ao apartamento em que vivo atualmente, de 115m2 distribuído em 12 cômodos dos quais não uso a metade. Neste novo espaço, os livros serão a estrela principal do show.

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