A solidão e sua porta
Clotilde Tavares | 13 de dezembro de 2009A SOLIDÃO E SUA PORTA
Poema de Carlos Penna Filho
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha),
quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.
Achei a imagem aqui.
O poema, achei no livro “Os melhores Poemas” – Global Editora – 1983
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