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O milagre do Natal

Clotilde Tavares | 23 de dezembro de 2009

O nascimento de Cristo, por Piero della Francesca.

Uma das coisas que mais me agradam quando penso sobre o Natal é a idéia do milagre da virgem que deu à luz uma criança. Sou doida por milagres, e penso que eles são preciosos como reforço da Fé, condição indispensável para que o ser humano possa continuar com sua trajetória. Considero esse milagre do nascimento de Cristo um tema não só profundamente poético mas também riquíssimo de simbologia e interpretações.

Sobre esse caráter milagroso da Natividade, quem fala é Jacopo de Varazze, em “A legenda áurea”. Ele diz que o nascimento do Cristo foi milagroso “quanto ao modo de geração, pois o parto superou as leis da natureza por ter sido uma virgem a conceber; superou a razão, pois o gerado foi Deus; superou a condição da natureza humana, pois foi um parto sem dores; superou o normal, pois a virgem não concebeu de sêmen humano, mas de um sopro místico, o Espírito Santo, que tomou o que havia de mais puro e de mais casto no sangue da virgem para formar aquele corpo.”

A adoração dos Magos, por Giotto.

Citando Anselmo, Jacopo de Varazze diz que Deus mostrou um quarto modo admirável de criar um homem. Com efeito, “Deus pode criar o ser humano de quatro maneiras: sem homem nem mulher, como criou Adão; de um homem sem mulher, como criou Eva; do homem e da mulher, como de costume; e de uma mulher sem homem, como nesse caso maravilhoso do nascimento de Cristo.

Reforçando esse caráter milagroso, o Divino Nascimento foi anunciado por todos os tipos de criaturas, viventes e não viventes, desde a estrela, que brilhou no céu e apontou o caminho aos Reis Magos, o boi e o jumento que dobraram os joelhos frente à manjedoura e até “as vinhas da Engadia que produzem bálsamo, e que nessa noite floriram, deram fruto e destilaram seu licor”.

Que coisa linda, não é, meu caro leitor? É possível ficar indiferente a uma coisa dessas, sendo ou não sendo católico, cristão, ou ateu? Eu não consigo.

Amanhã, continuo aqui falando sobre o Natal. Volte.

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jacopo de Varazze, Legenda Áurea, milagre do Natal, Natal
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Santa Cecília, a música e meu neto

Clotilde Tavares | 22 de novembro de 2009
Santa Cecília

Santa Cecilia

Hoje 22 de setembro novembro, é dia de Santa Cecília e também Dia do Músico. Eu não sou lá muito chegada às coisas da religião formal, mas sou louca por milagres e pela vida dos santos. A história da santinha, que teria vivido nos primeiros séculos da era Cristã, em Roma, não difere muito das outras santas da mesma época. Prometida em casamento a um jovem da nobreza romana, Valeriano, conseguiu convencê-lo de que não podia entregar-lhe sua virgindade pois a havia consagrado a Deus. O noivo não somente aceitou o acordo, como converteu-se também, juntamente com seu irmão Tiburcio. O governador, sabendo da conversão dos dois rapazes mandou decapitá-los e irritado por ter Cecília entregue todo o tesouro da família aos pobres, mandou asfixiá-la no vapor fervente. Ao ver que ela saía ilesa, ordenou sua decapitação.

O sono de Santa Cecília, por Waterhouse.

Três golpes foram desferidos contra a jovem, que a feriram mortalmente mas não conseguiram separar sua cabeça do corpo. Ela tombou, e nessa posição ainda viveu três dias, aconselhando os que a procuravam, reafirmando sua fé em Deus e exaltando a conversão dos circunstantes.

A associação da santa com a  música vem do fato relatado pelos cronistas de que, durante os festejos do casamento ela, ouvindo a música executada, transportou-se aos elevados domínios epirituais reforçando mais ainda a sua fé em Deus. Dizendo melhor, seu caminho espiritual para Deus aconteceu através da música.

Lírio: o branco da pureza, o verdor da consciência, o odor da reputação...

Na Legenda Aurea, livro escrito no século XIII por Jacopo de Varazze e que conta a vida dos santos, eu vi que o nome Cecília vem de coeli lilia, ou lírio do Céu, e assim foi chamada pois tinha do lírio o a brancura da pureza, o verdor da consciência e o perfumado odor da boa reputação.

Para mim, Cecília é um dos mais belos nomes de mulher, e sempre me aborreci quando alguém o pronuncia “cicilha”, sem escandir as sílabas nem as vogais, “cê-cí-li-a”, como deve ser pronunciado. Cecília é o nome das filhas de dois grandes amigos: o jornalista Ciro Pedrosa, e o meu querido amigo André de Mello Lima, já falecido.

Sendo Dia do Músico, o dia também tem uma nota diferente, pois ambos os meus filhos, Rômulo e Ana Morena, são músicos, e eu mesma já fui durante alguma tempo, quando tentava me entender com um violoncelo no ínícios da década de 1970. A Medicina me levou para outros caminhos, mas o som aveludado do cello ainda me desperta fortes emoções.

Marcelo, neto e Rômulo, filho.

Este dia também é especial para mim pois é o aniversário de 10 anos do meu Neto, Marcelo Rodrigues Tavares, um menino lindo, inteligente e doce, em cujos olhos eu me vejo refletida sempre como muita alegria e gratidão ao Universo por ter me dado este privilégio.

Então é domingo, é dia de Santa Cecília, é dia do Músico e é dia de Marcelo. Um dia perfeito.

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Dia do Músico, Legenda Áurea, Marcelo Rodrigues Tavares, Rômulo Tavares, santa Cecília
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