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Anacoreta urbana

Clotilde Tavares | 19 de junho de 2021

Tenho 73 anos de idade, e sou uma sobrevivente. Sobrevivi a uma ditadura militar, quatro casamentos, dois partos, uma dependência química, um grave acidente de carro, um tumor na coluna, vinte e seis anos de docência universitária que incluíram cerca de trezentas reuniões de departamento, trinta anos de teatro, onze cirurgias e doze anos de farra e loucura.

Tenho um passado, e isso me alegra, porque penso que não há coisa mais sem graça do que uma mulher sem passado.

Hoje, sinto que a vida é só isso: hoje. Aprendi com os monges a viver o presente, esse milagre que se reproduz a cada minuto, no suave pressionar das teclas pelos meus dedos. Aprendi também que a verdade, o tempo, o passado, tudo é construção. Mas isso eu só aprendi depois de ter acreditado muito, esperado muito, recordado muito. Venho aprendendo a construir minhas narrativas, minhas epopeias, meus dramas, que assim passam a me pertencer, de maneira inquestionável.

Esse roteiro que traço entre um fato e outro, essa intriga, como diria Paul Veyne, me ajuda a encontrar meu lugar no mundo. A cada ano que passa, vou me livrando da dimensão material, externa, e me expandindo no nível da introspeção, das viagens interiores, confirmadas pela presença de Netuno em Libra, na nona casa da minha carta astral.

A pandemia reforçou minha atitude de anacoreta urbana. Na Bolha, a cavaleiro de Petrópolis, vivo sozinha com minha nesga de mar e o farol, que sinaliza as distrações e aponta o caminho de casa para a minha mente, errante e navegante. Encontrei na crise do planeta a desculpa que eu precisava para me recolher com meus livros, meus filmes, meus cadernos, minhas traquitanas eletrônicas, meus quadros e plantas, e as pedras espalhadas por toda a casa, atestando que sou filha de Xangô, kawó-kabiesilé!

A vizinhança é silenciosa. Aqui, nas alturas do 10º, o passarinho fez um ninho na janela, a um metro de onde me sento para ler todo final de tarde, enquanto o sol se põe sobre esta cidade linda e impossível.

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Natal cidade querida

Clotilde Tavares | 7 de junho de 2013

DISCURSO PROFERIDO PELA ESCRITORA CLOTILDE TAVARES NA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL POR OCASIÃO DO RECEBIMENTO DO TÍTULO DE CIDADÃ NATALENSE, NO DIA 6 DE JUNHO DE 2013.

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Natal, em nome do qual saúdo as demais autoridades presentes.

Exmo. Sr. Vereador Hugo Manso, autor da proposta que me concede este título, meu querido amigo.

Amigos, companheiros de trabalho, meus professores, meus alunos, artistas, escritores, familiares,

Senhoras, Senhores,

Apesar do ambiente ser formal, eu não quero aqui fazer um discurso formal, um discurso de terno e gravata.

O que quero agora é contar a vocês uma história de amor. A história de um caso de amor que mantenho com esta cidade há mais de quarenta anos.

Tudo começou em 1970 quando aqui cheguei, vinda de Campina Grande, para estudar Medicina. Era o meu primeiro ano longe de casa, morando numa pensão na rua Voluntários da Pátria, ali perto da Santa Cruz da Bica, quase no Baldo. Sem amigos, sem família, logo nos primeiros dias tive que ir ao Hospital das Clínicas tirar um atestado médico e me vi, de repente, suspensa entre o céu e o mar na balaustrada da avenida Getúlio Vargas. Ali, às duas e meia da tarde, envolvida por aquela sinfonia azul que ia do mar de safira ao céu turquesa, naquele instante, capturada pela beleza, me apaixonei por esta terra.

Esses primeiros anos foram tempos heróicos. Muitas vezes simplesmente não havia dinheiro, e como matar a fome que meu corpo jovem e saudável manifestava quando o que eu tinha dava apenas para uma grapete e um pão doce, que deviam me sustentar por vinte e quatro horas? Mas era essa mesma juventude que me fazia ir e voltar a pé todos os dias da pensão, na rua Voluntários da Pátria ao Hospital das Clínicas, e parecia tão perto!

Ao lado das tarefas da faculdade, dos estudos, dos plantões, e aulas práticas, comecei a me ambientar na vida cultural da cidade. Iniciei no teatro em 1971, com o Grupo Alavanca de Teatro, tendo à frente Racine Santos, que ensaiava nos altos do Teatro de Amadores de Natal, na rua Voluntários da Pátria, onde também conheci e convivi com Sandoval Wanderley. Comecei também a estudar música – outro grande sonho -, na Escola de Música do Rio Grande do Norte, onde fui aluna de violoncelo do professor Piero Severi e integrei por um ano o naipe das cordas da Orquestra Sinfônica, sob a regência do maestro Clóvis Pereira. Mas a Faculdade me tomava todo o tempo e o teatro e a música precisaram ser deixados de lado.

Comecei a conhecer as pessoas e a fazer amizades, pessoas de teatro, gente da música, os colegas de faculdade, e os meus mestres na Medicina: Dr. Hiram Diogo Fernandes, Dr. Gilberto Wanderley, Dra. Ivalda Santana, Dr. Celso Matias, Dr. Onofre Junior, Dr. Heriberto Bezerra, Dr. Eudes Moura… Os nomes desses professores vêm à minha mente quando evoco aqueles que contribuíram decisivamente para a minha formação médica e também como ser humano e ressalto ainda, com destaque, o nome do Dr. Lauro Gonçalves Bezerra, que me abriu caminhos e horizontes, com quem trabalhei diariamente por mais de dez anos, na dura lide da saúde pública, num tempo em que não existia SUS nem PSF, subindo e descendo as escorregadias ladeiras da rua do Motor e convivendo com a comunidade de Brasília Teimosa. Quero também prestar minha homenagem de imorredoura saudade à Dra. Giselda Trigueiro, que foi para mim uma inspiração e exemplo a ser imitado como médica e cientista, pelas suas aulas magistrais e conduta humana com o paciente mas também como mulher bonita e elegante, como pessoa à frente do seu tempo, com inteligência superior e humanidade cativante, e que me distinguiu com a sua amizade.

Nos últimos anos de faculdade, já morando em Areia Preta, na rua Pinto Martins, eu me encantava todo dia com a visão mais querida desta cidade: a da balaustrada da Avenida Getulio Vargas, palco do meu primeiro encontro amoroso com Natal. Indo e voltando diariamente para o Hospital das Clínicas, aquele azul me alimentava e me envolvia e a paisagem deslumbrante atuava como um energético, me acalmava, me alimentava, me revigorava, recarregava minhas baterias.

A intenção era me formar em Medicina e voltar para Campina Grande, mas quem disse que eu pude? Em 1975, ao colar grau, Natal já havia me capturado com seu perfume, seu encanto, seu céu de brigadeiro e o carinho dos amigos que aqui eu já tinha.

Quando fui fazer mestrado no Recife, onde fiquei nos anos de 1978 e 1979, passei esses dois anos sem vir a Natal – era grande o medo que tinha de vir passar um final de semana aqui e não conseguir mais voltar para o Recife.

Nesta cidade querida vi correrem os anos mais belos da minha vida. Como professora do antigo Departamento de Saúde Coletiva e Nutrição da UFRN batalhei pela Saúde Pública, especificamente a causa do aleitamento materno e da nutrição infantil por anos, e produzi trabalhos dos quais ainda hoje me orgulho. Foram quase vinte anos de militância ininterrupta nessa área, ao lado do Dr. Lauro Bezerra, pioneiro do ensino da Nutrição no Rio Grande do Norte. E enquanto a vida ia tocando seu curso a música, o teatro, e a literatura continuavam ocupando os interstícios entre os estudos e trabalhos na área da saúde.

Alguém aí da platéia que me conhece há muito tempo – talvez até o vereador que me deu esse título – deve estar querendo me perguntar:

– Mas Clotilde, e a boemia? As noitadas? Vai passar por cima de tudo isso?

Eu respondo:

– Como poderia? Até os quarenta anos de idade fui uma grande boêmia, e aproveitei bastante a vida, minha gente! Conhecia todos os bares e botecos dessa cidade, da Tenda do Cigano ao Café Nice, do Chernobyl ao Tirraguso, do Mintchura ao Teco-Teco, do Equilibrista à Barraca de Santiago. Fui sócia-fundadora da República Independente da Praia dos Artistas; no verão, era habitante do Território Livre da Redinha, e sócia-foliã-honorária da Banda Gália, uma das maiores experiências anarco-lírico-carnavalescas que essa cidade já teve, junto com Olinto Rocha, Carlos Piru, Eugenio Cunha, Márcio Capriglione, Julinho Rezende, Zé Avelino, Sergio Dieb, Diva Cunha… E quando o clarim rompia a primeira nota na noite estrelada de Natal eu já caía dentro, no frevo, usando as fantasias mais loucas que alguém possa imaginar. Ah, e lembro dos meus queridos amigos dessa época, que já se foram, já se encantaram: Chico Miséria, André de Melo Lima, Sergio Dieb, Kiria Eleison, Malu Aguiar, Olinto Rocha. Quanta saudade!

Foram anos muito loucos! Foram anos experimentando o perigo, a alucinação da velocidade, os paraísos artificiais, a embriaguez dos sentidos. Até a última gota, esgotei essa tulipa dourada do Prazer, sorvida sem culpa, sem medo, e sem limite. Esgotadas as taças, aprendi que é preciso experimentar de tudo, mas tudo tem limite. E aos quarenta anos, decretei encerrada minha carreira na boemia.

A vida me pedia uma mudança. A Medicina, agora concentrada na docência e na pesquisa na área de Saúde Pública, preenchia uma parte do meu dia, dos meus interesses, mas eu sentia sempre, vindo do mais fundo das minhas entranhas, o chamado da Arte. E foi assim que o teatro voltou à minha vida em 1990, a partir de um encontro com Marcos Bulhões, hoje doutor em teatro pela USP e professor daquela Universidade. Naquele, tempo, Bulhões era ator da Stabanada Companhia de Teatro e estava selecionando atores para um espetáculo.

Foi o início de uma parceria diária militando na cena teatral da cidade. Fizemos, Bulhões e eu, muitos espetáculos, performances, intervenções cênicas, demos oficinas, cursos, éramos “duas-almas-num-corpo-só”. Como não havia espaço na minha vida para duas coisas tão absorventes, considerei que já havia dedicado mais de vinte anos à Medicina, e que agora era hora de voltar às artes. Eu tinha 42 anos de idade, E não tive medo de mudar. Transferi-me então para o Departamento de Artes da UFRN, onde passei a ensinar Folclore Brasileiro e disciplinas ligadas ao teatro.

Foi nessa época, a partir de 1990, que minha carreira de escritora começou a se encaminhar. Fui colunista semanal por anos do Jornal de Natal, Jornal de Hoje, O Mossoroense, Revista RN-Econômico, Revista da Telepesquisa, e na Tribuna do Norte, onde escrevi por dez anos, todos os domingos.

Os livros começam a aparecer a partir de 1987 e já são tantos! Livros, artigos, peças de teatro, folhetos de cordel… Entre todos eles, o meu livro que mais gosto: “Natal a Noiva do Sol”, adotado nas escolas da cidade, com o título emprestado da obra de Cascudo, quando ele diz as palavras imortais que eu sempre assino embaixo:

“Natal, Noiva do Sol, minha cidade querida, deu-me o que sempre esperei: a tranquilidade do espírito, a paz do coração, o amor pelas coisas humildes do mundo, no meio das quais sempre vivi. (…)”

O que dizer mais, de uma vida tão rica e tão produtiva, construída neste chão natalense, respirando o mesmo ar que Câmara Cascudo respirou, contemplando o mar aberto em navegos que Zila Mamede contemplou, e ouvindo as romanceiras tão caras aos ouvidos do mestre Deífilo Gurgel?

Aqui desfruto de perenes e sólidas amizades, como meus companheiros do Rotary e minha amiga quase-irmã Aldanira Barreto, em nome da qual saúdo o rotarismo natalense.

Os que foram meus alunos e hoje estão ocupando cargos importantes, e quando cruzo com eles em algum evento, blindados e defendidos por uma corte de assessores, se destacam do grupo quando me veem e me cumprimentam com aquele que é o meu maior título:

“ – Professora, que bom ver a Sra!…”

Meus parceiros na batalha da cultura: Henrique Fontes e a Casa da Ribeira, João Marcelino, Marcílio Amorim e o Elenco Mosh, Carlos Fialho e a editora Jovens Escribas. A homenagem a estes grandes amigos que já se foram: Sandoval Wanderley, Chico Vila, Jaime Lúcio, Lenício Queiroga, Fernando Ataíde, Carlos Nereu, todos agora fazendo teatro na Eternidade; e Luís Carlos Guimarães, Bosco Lopes, Black-Out, Celso da Silveira, sentados numa nuvem, fazendo versos…

Amigos? Impossível citar! Um ano não seria suficiente para esgotar a lista das amizades, meu maior patrimônio nesta terra.

Minha família querida:

Meu filho mais velho, Rômulo Tavares, publicitário, músico, compositor, brilhante em tudo o que faz, um homem bom e decente, com raízes plantadas aqui e que me continua através dos meus dois netos: Isabela Albuquerque Tavares, aluna do curso de Direito, e Marcelo Rodrigues Tavares, ainda adolescente. As mães dos meus netos, Viviane Albuquerque, psicóloga, e Telma Rodrigues, professora de teatro.

Minha filha Ana Morena Tavares Ramos, empresária, contrabaixista, cantora, atriz, e tudo o mais que ela quiser ser porque é talentosa e linda, e me enche de orgulho a cada dia pelo que é e pelo que faz. Junto com meu querido genro Anderson Foca ela lidera um dos empreendimentos culturais de maior sucesso nesta terra: o Combo Cultural do Sol, e movimentam a cena da cidade em eventos de porte, dois deles em parceria com a Casa da Ribeira: o Circuito Ribeira e a Virada Natal.

Ligados a mim por laços familiares indiretos, uma vez que são sogros da minha filha, o casal José Freitas/Lucidete, paraenses aqui radicados, também são minha família nesta cidade.

Ao longo dessa fala eu citei muitos nomes. Nos discursos, as pessoas sempre dizem que não vão citar nomes para não correr o risco de esquecer alguém. Mas eu não me importo. Eu quero correr esse risco, porque enquanto vou desfiando essas recordações os nomes vêm vindo à minha memória e é impossível deixar de citá-los, mesmo sabendo que não vou poder citá-los todos.

E também há aqueles que fazem parte da minha vida e que eu não sei os nomes, os natalenses anônimos, cidadãos desta cidade, a moça que me atende no caixa da loja, o gari que recolhe o lixo, o carteiro, a telefonista que está do outro lado do fio, o frentista que abastece meu carro, homens e mulheres que fazem parte da minha vida e que agora me recebem como conterrâneos e cabem todos dentro do meu coração.

O escritor Nei Leandro de Castro uma vez escreveu:

“Clotilde Tavares é a fada madrinha e a fada zangada do cotidiano. Ela protege Natal com uma varinha de condão e um porrete feito de madeira que cupim não rói.”

É como fada madrinha que me agora me dirijo, nesta casa que é do povo, aos seus representantes, os nobres vereadores que aqui fazem seu trabalho, principalmente ao vereador Hugo Manso, para agradecer esta homenagem, que para mim é como uma flor rara, que regarei com a minha gratidão, e que agora segue embelezando minha vida.

Mas também é como fada zangada do cotidiano que quero deixar aqui o meu primeiro recado como natalense legítima:

– Senhores vereadores! Tomem conta da minha cidade! Fiscalizem os governantes para ver se eles estão se comportando. Ajudem a melhorar a vida do cidadão propondo na área da saúde, da educação, da segurança, do transporte. E tratem a cultura com o respeito que ela merece, e não como diversão de final de semana. Cuidem da minha cidade! Eu estou de olho em vocês.

Minha gente!

Eu amo Natal!

Amo o deslumbramento de mergulhar nesse azul e nesse ouro que é a atmosfera da cidade. Azul do céu de brigadeiro, ouro do Sol e das acácias que ornamentam as avenidas.

Amo a carícia do vento, e o perfume do mato ali nas dunas da Via Costeira.

Amo o bulício do Alecrim no dia da feira, as agitações noturnas em Ponta Negra, os saraus nas livrarias, as conversas nos corredores dos shoppings, as lentas visitas aos sebos no centro da cidade.

Amo essa magia, esse encantamento que torna esta cidade especial entre todas as cidades do mundo. É alguma coisa imponderável, uma brisa, um sopro angélico, um murmúrio de fadas, uma sensação de dia nascendo a toda hora, quando a gente olha para este céu tão sem nuvens, tão luminoso.

Amo as dunas suaves e recortadas sobre o céu da tarde, quando as contemplo da minha varanda, relembrando a sensual anatomia dos corpos femininos.

Amo o Potengi à tardinha, recebendo o sol poente, vermelho e preguiçoso, que se aninha nos braços verdes e escuros do rio.

Amo o hospitaleiro povo natalense, agora também oficialmente meu povo, recebendo quem vem de fora com a mesa posta e a rede armada, o pirão de peixe quentinho e saboroso, o suco de mangaba, a carne de sol.

Porque em Natal quem mora aqui vive rindo à toa porque sabe que desfruta do privilégio de viver nesta esquina do continente, terra de sol, perfume e alegria.

MUITO OBRIGADA!

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As coisas supérfluas

Clotilde Tavares | 23 de dezembro de 2011

O post abaixo é um dos textos do meu livro Coração Parahybano que você pode baixar gratuitamente clicando aí ao lado, no topo da coluna da direita deste blog.


O Natal se aproxima e com ele todo o cortejo de rituais e tradições desta festa que já foi pagã, hoje é cristã e, do jeito que as coisas andam, talvez se torne pagã novamente, trocando as igrejas pelos shopping-centers e as divindades cristãs pelos ídolos da TV com os quais todo mundo quer se parecer. As tais catedrais do consumo estão repletas de pessoas em busca das “lembrancinhas” que, mesmo simples e baratinhas, tornam todo mundo tão feliz. Prudentemente, fiz todas as minhas compras até domingo passado e agora me divirto apenas em fazer os pacotes e pensar na mensagem que vou escrever para cada um.

Gosto de me lembrar dos presentes que ganhei ao longo dessas décadas de vida, e foram todo tipo de presente. Nunca consegui me esquecer de um pianinho de dez teclas, do dó ao mi, que ganhei de Papai quando tinha dez anos. Ficava horas, sentada no chão, tirando melodias no pequeno teclado e sentindo falta de alguns sons que somente depois descobri em um piano maior, escondidos nas teclas pretas que o meu pianinho não tinha.

Ganhei brinquedos e livros quando era criança, roupas e livros em mocinha, jóias, bijuterias, perfumes e livros depois de adulta. Até hoje, continuo ganhando livros, sempre acompanhados dos presentes que gosto mais: bijuterias, perfumes, écharpes, caixinhas de madeira e porcelana, leques, cadernetas…

E fora os livros, é claro, gosto muito mesmo dessas pequenas bobagens que muitas vezes não servem para nada e das quais já temos um bom número. Supérfluas, desnecessárias, por isso mesmo fazem a nossa festa e a nossa alegria, porque presente tem que ser algo extra, algo diferente, e presentear com aquilo que normalmente a gente tem que comprar no dia-a-dia é a coisa mais sem graça do mundo.

É como aquele garotinho de uns quatro anos que vi na loja e que, enquanto os pais escolhiam para ele uma roupinha, gritava em alto e bom som: “Mas eu não quero essa roupa normal! Eu quero um traje completo do Homem-Aranha!” Esse meninozinho, para mim, é o símbolo do Natal, neste ano de 2005. Sair do lugar comum, da roupinha linda e de griffe mas ao mesmo tempo chata e convencional, e ousar no traje diferente, cheio de atitude, na “roupa do Homem-Aranha”. Pensar diferente, sair da mesmice, fazer algo inusitado e, principalmente, desfrutar do supérfluo.

Como disse o imortal William Shakespeare, no “Rei Lear”, Ato II Cena 4: “Até os homens mais pobres precisam de coisas supérfluas”.

Feliz Natal.

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Natal: a festa da Fé

Clotilde Tavares | 24 de dezembro de 2009

Observo, com alguma surpresa, que o Natal já foi uma festa pagã, depois tornou-se cristã, e pelo visto está prestes a se tornar pagã novamente pela corrida desenfreada às lojas, pela substituição das igrejas pelos shopping-centers como lugares de celebração, e por ter se tornado para muita gente uma festa sem significado, sem reverência, sem milagre.

Há ainda um aspecto interessante. O Natal é antes de tudo uma festa de família, que desde o tempo do paganismo sempre foi comemorada em família, no interior do lar, em volta de uma ceia. Mas hoje em dia geralmente estamos cansados, estressados e cheios de obrigações de última hora. São as duras injunções da vida moderna, dita “civilizada”, que nos arrasta a esse torvelinho de compras de última hora, embalagens para presentes, confraternizações, amigos secretos e muita agitação no trânsito, aumentando o número de acidentes.

Não posso deixar de me lembrar dos natais da minha infância, quando não existia essa entidade chamada shopping-center em torno da qual se estrutura praticamente toda a nossa atividade natalina. Naquele tempo as coisas eram mais simples, menos sofisticadas. Quando criança, nunca me levaram para “ver Papai Noel no shopping” ou em qualquer outro lugar. Em Campina Grande, no início da década de 1950, coisas como essas eram distantes dos nossos festejos, e como Papai vez por outra estava desempregado, havia natais em que não adiantava colocar o sapatinho na janela do quintal porque o bom velhinho não vinha mesmo.

Mamãe, com sua sabedoria, contou a mim e a Bráulio que Papai Noel era o pai da gente mesmo, mas só quando havia dinheiro; e que se em um ano as coisas estavam ruins, era sinal de que no outro ano elas estariam melhores. Dessa maneira simples, nos ensinou a Esperança. E não sei como, dava um jeito de arranjar uns trocados e nos levava para “a festa”, que era como chamávamos o parque de diversões armado em toda a extensão da avenida Floriano Peixoto, a principal rua da cidade, com roda-gigante, carrossel e os pavilhões onde todos bebiam e comiam à vontade. Lá, dava algumas voltas conosco no carrossel e depois voltávamos para casa, ainda tontos e com os olhos cheios das luzes em redemoinho… Não havia ceia, nem presentes, mas estávamos felizes.

Hoje não é mais assim. As estatísticas mostram que na época de Natal há maior incidência de crises de depressão e de suicídios, principalmente entre pessoas idosas. Há uma condição já reconhecida na clínica chamada “Christmas blues” ou “depressão de Natal”. A pessoa sente-se triste, desamparada, desanimada, sem perspectiva. Os encontros de família contribuem para tornar mais intensos ainda esses sentimentos, e fica-se muitas vezes lembrando do que passou, mas não com aquela saudade boa e nostálgica, de quem “foi feliz sem saber”: ao contrário, a lembrança vem cheia de dor e solidão, de sentimento de perda irreparável, de profunda tristeza, de angústia extrema.

É por isso que tem gente que simplesmente “detesta o Natal”. Esta “depressão de Natal” tem alguns fatores desencadeantes: sentimentos de culpa por coisas mal resolvidas do passado, estresse e cansaço (isso acontece quando o freguês entra na maratona de compras-ceia-comemorações) e dificuldades com a família.

Como se defender da praga? Cuidar da cabeça, de preferência com ajuda profissional; minimizar as expectativas, não esperando de uma simples festa de Natal mais do que ela pode dar; procurar não se cansar muito fisicamente, comer e beber com moderação, pois afinal não estamos cobertos de neve para precisarmos nos empanturrar de calorias; ter tolerância e compreensão com a família reunida, e respeitar as esquisitices de cada um, não se envolvendo em disputas; não tomar resoluções drásticas e superiores às nossas capacidades; e, finalmente, permitir-se ficar triste e ter saudade, pois a tristeza e a nostalgia pelo que se foi são sentimentos naturais e devem ser experimentados, respeitados, aceitos e vivenciados.

Natal/2006.

Finalmente, lembrar novamente do Milagre. Sugiro a você, que está triste, que escolha o Natal deste ano como a festa da Fé, a festa do Milagre e a celebração da Esperança. Não importa o que aconteceu: se houver Fé na possibilidade do Milagre isso já é garantia de que o Milagre aconteça.

Feliz Natal.

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O milagre do Natal

Clotilde Tavares | 23 de dezembro de 2009

O nascimento de Cristo, por Piero della Francesca.

Uma das coisas que mais me agradam quando penso sobre o Natal é a idéia do milagre da virgem que deu à luz uma criança. Sou doida por milagres, e penso que eles são preciosos como reforço da Fé, condição indispensável para que o ser humano possa continuar com sua trajetória. Considero esse milagre do nascimento de Cristo um tema não só profundamente poético mas também riquíssimo de simbologia e interpretações.

Sobre esse caráter milagroso da Natividade, quem fala é Jacopo de Varazze, em “A legenda áurea”. Ele diz que o nascimento do Cristo foi milagroso “quanto ao modo de geração, pois o parto superou as leis da natureza por ter sido uma virgem a conceber; superou a razão, pois o gerado foi Deus; superou a condição da natureza humana, pois foi um parto sem dores; superou o normal, pois a virgem não concebeu de sêmen humano, mas de um sopro místico, o Espírito Santo, que tomou o que havia de mais puro e de mais casto no sangue da virgem para formar aquele corpo.”

A adoração dos Magos, por Giotto.

Citando Anselmo, Jacopo de Varazze diz que Deus mostrou um quarto modo admirável de criar um homem. Com efeito, “Deus pode criar o ser humano de quatro maneiras: sem homem nem mulher, como criou Adão; de um homem sem mulher, como criou Eva; do homem e da mulher, como de costume; e de uma mulher sem homem, como nesse caso maravilhoso do nascimento de Cristo.

Reforçando esse caráter milagroso, o Divino Nascimento foi anunciado por todos os tipos de criaturas, viventes e não viventes, desde a estrela, que brilhou no céu e apontou o caminho aos Reis Magos, o boi e o jumento que dobraram os joelhos frente à manjedoura e até “as vinhas da Engadia que produzem bálsamo, e que nessa noite floriram, deram fruto e destilaram seu licor”.

Que coisa linda, não é, meu caro leitor? É possível ficar indiferente a uma coisa dessas, sendo ou não sendo católico, cristão, ou ateu? Eu não consigo.

Amanhã, continuo aqui falando sobre o Natal. Volte.

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As origens do Natal

Clotilde Tavares | 22 de dezembro de 2009

Nesta época do ano, proliferam nos jornais, nas revistas e na Internet artigos, crônicas e escritos diversos sobre o Natal. Entre nós, cristãos e ocidentais, comemora-se nesta época o nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus.

Na verdade, meu caro leitor, o Natal é uma antiga celebração pré-cristã, ligada ao mito da esperança e do renascimento. Os povos antigos, nos países do Norte da Europa, faziam essa celebração coincidindo o solstício de Inverno, data em que a noite é mais longa e o dia parece que não vai mais amanhecer. Mas o Sol surge, renovando nas pessoas a esperança de que, com o fim do Inverno, venha a Primavera e a Natureza volte a desabrochar em flores e frutos. Na verdade, após o Solstício, os dias vão se tornando cada vez mais longos até que chega o equinócio vernal, em 21 de março, onde dias e noites têm a mesma duração.

Para marcar com exatidão as datas dos Solstícios e Equinócios, os povos antigos, depois de décadas de observação, faziam marcos de pedra. Acompanhando a projeção das sombras, conseguiam determinar os eventos astronômicos relativos ao Sol. O mais famoso desses marcos é Stonehenge, na Inglaterra, erguido cerca de 3.100 a.C.

Nas culturas antigas, da época neolítica, as últimas provisões de inverno eram cuidadosamente reservadas para serem consumidas no dia 21 de dezembro, data do solstício. Neste dia, os grupos familiares se reuniam e compartilhavam alimentos de grande valor energético como frutas secas e sementes buscando uma energia extra para suportar os últimos dias de frieza. É daí que vem o uso que fazemos desses alimentos até hoje nessa época do ano, mesmo que entre nós não seja inverno e que o calor de dezembro não recomende a ingestão de pratos tão calóricos. Comemos nozes, castanhas, passas e frutas secas porque tribos primitivas, que viveram há cinco mil anos, assim o faziam.

Não é curioso, meu caro leitor? Muitas das coisas que fazemos hoje em dia são aquilo que os estudiosos do folclore e da tradição chamam de “sobrevivências”, práticas e comportamentos que estão profundamente arraigados no DNA da Humanidade. Quando você enfeita a árvore de Natal, faz isso porque os povos antigos enfeitavam os carvalhos, que eles consideravam sagrados e que estavam despidos de folhas no rigoroso inverno europeu. Enfeitavam estas árvores para atrair de volta o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido.

Com o surgimento do Cristianismo e a sua expansão pelo mundo, principalmente a partir do ano 313 d.C, quando o imperador Constantino converteu-se e adotou a religião cristã em todo o Império Romano, resolveu-se então estabelecer uma data para comemorar o nascimento de Jesus Cristo, tendo sido escolhida o dia 25 de dezembro por situar-se praticamente na mesma data em que a população já festejava seus antiqüíssimos cultos ligados ao solstício de Inverno.

Outras festas cristãs – como a Páscoa, o São João, o Dia de Todos os Santos – também foram estabelecidas da mesma forma, sobrepondo-se às festas pagãs já existentes, imprimindo a elas novas características ligadas à religião que nascia mas permitindo que costumes e práticas, relativas à forma de comemoração, permanecessem da mesma forma. Daí a alimentação especial, a árvore, a troca de presentes e outros aspectos de origem pagã que perduram até hoje. Muitos autores informam que o primeiro Natal cristão foi comemorado em Roma no ano de 336 d.C.

Amanhã continuo essa conversa sobre o Natal, falando do que mais gosto: a comemoração do milagre.

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A beleza de Natal

Clotilde Tavares | 29 de novembro de 2009

Nas fotos de Sandro Fortunato, um pouco da beleza de Natal, nas margens do Potengi.

Pôr-do-sol no rio Potengi. Natal-RN. Foto de Sandro Fortunato.

Um gato na janela. Natal-RN. Foto de Sandro Fortunato.

Aprendendo o ofício desde cedo. Natal-RN. Foto de Sandro Fortunato.

A camisa do garoto é o desejo de todo rubronegro neste domingo: a vitória do Mengo. Eu também quero.

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O Festival Dosol

Clotilde Tavares | 5 de novembro de 2009
alanfreed

Alan Freed

Gosto de dizer que o rock and roll tem a minha idade, embora saiba que ele é alguns anos mais novo.

No início da década de 1950, a galera já se balançava e girava ao som do rhythm & blues. Aí um disc-jockey chamado Allan Freed se auto-intitulou “Moondog” e através de um programa de rádio e da organização de bailes, deixou sua assinatura na música mundial, criando em 1954 o termo “rock and roll” para designar o novo ritmo, que veio a se tornar mais do que uma dança: virou uma atitude, que mudou a face do comportamento entre os jovens.

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Com 13 anos, eu era uma peste!

Eu tinha sete anos em 1954 e aos doze, em 1959, já saía da aula mais cedo e, escondido de Mamãe, ia dançar rock na casa de um pessoal, na esquina da Irineu Joffily com a praça cel. Antonio Pessoa, em Campina Grande. Lá, numa tarde de excepcional performance, e como a casa abria janelas sobre a rua, fui vista por Titia, que vinha do trabalho. Ao chegar em casa, ela informou a Mamãe o tenebroso fato: “Ela estava escanchada na cintura de um rapaz!”

Quando cheguei em casa, Mamãe me fez shake, rattle and roll ao aplicar nas minhas costas e onde batesse umas lamboradas com a “virola”, um artefato de psicologia maternal inventado por ela e que consistia numa corda de sisal trançada com uma velha tomada de ferro elétrico.

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Ana Morena, no palco, domingo passado.

Talvez tenha sido por isso que o rock and roll se incrustou na minha pele e nunca mais saiu, numa espécie de tatoo comportamental de tal forma indelével que até hoje, com mais de sessenta anos de idade, ainda me faz continuar fã e praticante, do ritmo e da atitude. Não pratico mais a parte acrobática da dança; mas o resto tudinho eu ainda faço.

Meus filhos não precisaram apanhar para aprender a gostar de rock. Ambos roqueiros, fazem do ritmo e atitude o pão de cada dia, coisa mais patente em relação a Ana Morena que, junto com o marido Anderson Foca são empresários de rock and roll em Natal, vivem disso, e não trabalham em outra coisa.

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Esses danados fazem há anos o Festival Dosol, correndo pelo acostamento dos eventos ligados às grandes gravadoras, na promoção do rock independente, as chamadas “bandas indies”, que ficam à margem do circuito mais comercial do mercado.

Neste ano, são dois dias de festival, 7 e 8 de novembro, com 31 bandas sendo três delas de fora do Brasil. Tudo acontece na Ribeira, centro histórico de Natal-RN, onde a dupla Ana/Anderson tem o Centro Cultural Dosol.

E eu, que gosto tanto do silêncio, abro uma exceção e digo: aumenta o som que é rock and roll!

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Alan Freed, Ana Morena, Anderson Foca, bandas indies, festival dosol, Natal, Rock, rock and roll
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Conta de mentiroso

Clotilde Tavares | 7 de julho de 2009

Hoje, dia 7 do 7, por sugestão da escritora Leila Miccolis, republico com algumas modificações um texto que saiu há uns meses no Correio da Paraíba sobre o número 7. Este texto também está sendo publicado no site da Leila, o Blocos on Line.

7Todo mundo sabe que “sete é conta de mentiroso”. Mas é um número que eu gosto, sabe-se lá o motivo. Os numerologistas devem ter explicações para isso, mas o número sete permeia a minha vida e quando preciso escolher algo que tem a ver com quantidades menores do que 10, escolho o sete, sem piscar.

Sete são as maravilhas do mundo, os pecados capitais, os dias da semana, as cores do arco-íris, os anões da Branca de Neve, as notas musicais, as vidas do gato e finalmente os sete palmos que pesarão sobre nós no dia fatal, seguido pela missa do sétimo dia. Tudo em sete.

Ultimamente, para espantar o tédio dos dias, andei fazendo uma brincadeira com o número sete fazendo listas de 7 coisas. Tenho me divertido muito com essas pequenas listas, que divulgo pelo Twitter (http://twitter.com/ClotildeTavares). Hoje compartilho com você algumas delas.

haagen-dazsVamos começar pelas 7 delícias culinárias, que adoro, e que vivem constituem constante ameaça à minha dieta: penne al pesto, camarão termidor, umbuzada, maionese de lagosta, xerém com galinha guisada, haagen-dazs, arroz-ovo-ketchup. Esse último item é porque, quando a gente está enjoada de toda essa comida sofisticada de restaurante, nada como “comida-de-estudante”: arroz-ovo-ketchup.

As 7 coleções que faço: caixinhas, bichinhos de barro, leques, livros minúsculos, traduções do Hamlet, canecas, folhetos antigos de cordel. 7 séries de TV que acompanho: Two and a Half-Man, The Big Bang Theory, Fringe, C.S.I., Ugly Betty, Desperate Housewives e The Sopranos. As 7 coisas que adoro fazer: ler, escrever, dançar dança-de-salão, compartilhar o que sei, bater papo, atuar no palco, pesquisa genealógica.

No cinema, os 7 atores que pagam o filme: Kevin Spacey, Albert Finney, Ian McKellen, Anthony Hopkins, Sean Connery, Harrison Ford, Al Pacino. Mais 7 atores bonitões que também pagam o filme: Brad Pitt, Leonardo de Caprio, George Clooney, Tom Cruise, Johnny Depp, Denzel Washington e Viggo Mortensen. 7 comedias adocicadas imperdíveis: A Garota de Rosa-Shocking, O Cantor de Casamentos, Uma Bela Mulher, O Clube das Desquitadas, Uma Secretária de Futuro, Sabrina e Casamento Grego.

pontanegraAgora, 7 lugares em João Pessoa que eu adoro: calçadão do Cabo Branco, bistrô Savoir, Salão de Artesanato em janeiro, Terraço Brasil, o cafezinho do Shopping Manaíra no primeiro andar, Restaurante Mediterrâneo e o Sebo Cultural. E, finalmente, 7 lugares em Natal: Ladeira do Sol, cafezinho da Siciliano do Midway, Restaurante Camarões (o antigo), Mamma Itália, Pizza Pazza, luar em Ponta Negra e o pôr-do-sol olhado da Capela do Campus.

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EXPO-FOTO 1 – Alexandro Gurgel

Clotilde Tavares | 29 de abril de 2009

Para deleite dos leitores, vez por outra estarei postando aqui fotos que gosto.

Hoje o espaço é do potiguar Alexandro Gurgel. Todas as fotos são dele, e as legendas são minhas. Mais dele, e sobre ele, aqui.

Auto da Liberdade. Mosssoró-RN.

Auto da Liberdade. Mosssoró-RN. O Auto da Liberdade é uma encenação teatral ao ar livre que é realizada anualmente em Mossoró, comemorando a abolição dos escravos, realizada naquela cidade antes do 13 de maio de 1888.

Farol do Calcanhar. Touros-RN.

Farol do Calcanhar. Touros-RN.

Fazenda Pitombeira. Acari-RN.

Fazenda Pitombeira. Acari-RN.

Paz, solidão, beleza.

Paz, solidão, beleza.

A Lua Cheia sobre o mar de Ponta Negra. Natal-RN

A Lua Cheia sobre o mar de Ponta Negra. Natal-RN

Casario. Juazeiro do Norte-CE.

Casario. Juazeiro do Norte Missão Velha-CE.

Ponte Newton Navarro. Natal-RN

Ponte Newton Navarro. Natal-RN

E finalmente o fotógrafo, bonitão e atrevido, brincando de vaqueiro, se arriscando no meio da jurema.

E finalmente o fotógrafo, bonitão e atrevido, brincando de vaqueiro, se arriscando no meio da jurema.

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