Uma anedota
Clotilde Tavares | 11 de outubro de 2009Eu gosto de anedota, de piada. Aliás, quem não gosta? Nada como ouvir uma piada bem contada, e se entregar ao prazer da gargalhada aberta, rasgada, rir “às bandeiras despregadas”, como se dizia antigamente, nesta expressão que ninguém usa mais.
A anedota é uma historiazinha curta, que tem como principal função despertar a hilaridade do leitor ou ouvinte através de um recurso simples e muito manjado: o anti-clímax. É preciso arte para contar a anedota, evitando arrodeios desnecessários e informações que não contribuem para a graça da piada. Quanto mais curta, melhor.
E como hoje é domingo e eu estou na maior preguiça para escrever, lhe deixo aqui esta piada de loura, cartegoria na qual eventualmente me incluo, por obra e graça da química.
Pois dizem que o professor, na sala de aula, pede a uma loira que diga um verbo.
– Bicicreta – fala a criatura.
– Mas minha filha! – diz o mestre horrorizado. – Se diz bicicleta, e bicicleta não é verbo.
Aponta para outra, loira também, e pede que diga um verbo. (Aliás, nessa turma todas são loiras… Que faculdade será essa?)
– Prástico – ela diz.
O professor, já nervoso, corrige.
– Minha querida! Se diz plástico, com “L”, e plástico não é verbo.
Aí ele vê um loirinha de óculos, se enche de esperança e se dirige a ela, pedindo que diga um verbo.
– Hospedar – responde a menina.
– Que maravilha! – comemora o professor. – Agora, forme uma frase com o verbo hospedar.
A loirinha, então, toda empolgada, diz:
– Os pedar da bicicreta é de prástico.